“Hora Após Hora”

 

[CENA 01 – LANCHONETE DO IVO/ TARDE]
(Pedro encerra o beijo, sorri para Alice)
ALICE – Por essa eu não esperava, confesso!
PEDRO – Nem eu esperava que tivesse essa coragem. (olha para o pessoal da lanchonete, ver quem tanto viu o beijo, e repara em seus amigos. Se afasta de Alice um pouco) Meus amigos chegaram, bora descer?!
ALICE – Vamos. (Alice e Pedro saem do palco, e vão até onde está Dácio, Ana e Alan)
PEDRO – E aí, pessoal! Chegaram faz tempo.
ANA – Pegamos a final da música de vocês.
PEDRO – (envergonhado) Vocês viram o beijo, então?!
DÁCIO – Fica tranquilo, não precisa explicar nada.
ALICE – Não vai me apresentar para seus amigos?
PEDRO – Gente, essa é a Alice, minha… minha prima.
ALICE – Olá.
PEDRO – Alice, esses são meus amigos. Dácio, estuda comigo. Ana, minha vizinha. E o Alan, aluno novo, que anda com a gente agora.
ALICE – Prazer conhecer todos.
PEDRO – Vamos sentar então. (ambos vão para a mesa onde Pedro e Alice estava inicialmente. Pedro pega uma cadeira da mesa ao lado e coloca ao lado de Alice)

[CENA 02 – HOSPITAL/ TARDE]
(Sara está esperando Manuela responder, a mesma está de cabeça baixa, começando a chorar)
SARA – (também querendo chorar) Anda, filha? Por que diabos você tentou se matar? (Manuela continua sem dizer nada) Você não pensou em mim? No quanto isto me machucaria?
MANUELA – (diz baixinho) Desculpa…
SARA – Olha para mim, filha. (segura no rosto dela, colocando de frente com o seu) Quero que você converse olhando nos meus olhos, quero entender o que está passando dentro de você.
MANUELA – Me desculpa, mãe!
SARA – Por que você fez isso? Diz pra mim…
MANUELA – Eu queria colocar um fim nisso tudo…
SARA – Em que? Se abre comigo filha? Desde quando guardarmos segredos uma da outra?
MANUELA – (Manuela pensa em contar para sua mãe a verdade, mas tem medo do que ela é capaz de fazer) Me sentia muito sozinha, alguns pensamentos começavam a surgir na minha cabeça…
SARA – Então a culpa é minha? Claro, eu passo o dia no trabalho, só chego em casa à noite. Que tipo de mãe que eu sou…
MANUELA – Não mãe, a culpa não é da senhora.
SARA – Claro que é… Eu precisava ficar mais tempo com minha filha, do que focada naquele trabalho. Precisava ficar mais perto de você, se eu fosse uma boa mãe, isso talvez nunca teria acontecido.
MANUELA – Não mãe, não quero que a senhora se culpe com isso. Eu fiz isso sozinha. Eu que quis tomar aqueles produtos. Eu que quis acabar com a minha vida, acabar com o meu sofrimento.
SARA – O sofrimento é tanto que você teve que cortar seu cabelo desse jeito?
MANUELA – Eu era feia com ele. Queria cortá-lo todo.
SARA – Feia? Quem te disse que você é feia? Você é a garota mais bonita desse mundo. Ainda é…
MANUELA – A senhora está dizendo por que é minha mãe. Não é o que as outras pessoas acham.
SARA – E quem liga para as outras pessoas? Não importa a opinião que eles tenham de você ou o que eles dizem de você. Nenhuma delas vai dizer quem você é de verdade, porque a única pessoa que tem esse poder, é você mesma filha. O que você sente aqui dentro, é o que define você.
MANUELA – Oh, mãe… (Sara abraça Manuela) …me desculpa, por favor, me desculpa!
SARA – (chorando) Está tudo bem, filha. Está tudo bem! As coisas serão deferentes daqui em diante.
MANUELA – A culpa não é da senhora…
SARA – Mesmo assim, as coisas serão melhores agora.

[CENA 03 – LANCHONETE DO IVO/ TARDE]
ALICE – Quer dizer então que todos vocês estudam na mesma escola?
PEDRO – Sim, só o Alan e a Ana que estudam em turmas diferentes.
ANA – (curiosa) E a Carol, Pedro? Você e ela não estavam tendo algo…
ALICE – Quem é Carol?
PEDRO – Não quero falar da Carol. Então, se puder não tocar nela…
ALICE – Mas quem é Carol, Pedro?
PEDRO – É uma amiga da minha antiga cidade. Não é ninguém importante. (Ana fica surpresa com o que ouve de Pedro, e decide ficar calada)
ALICE – De acordo com a Ana, parecia que estava tendo algo entre você e essa Carol…
PEDRO – Como eu disse, eu não quero falar dela.
ALICE – OK. (fica um silencio na mesa, até que Ivo aparece)
IVO – Como está o lanche turma? Todo mundo satisfeito?
DÁCIO – Ótimo, Ivo.
PEDRO – Estamos gostando sim.
ALICE – Confesso que não sou muito adepta a esse tipo de comida, só que estão bons.
IVO – Que bom. Ah, queria te parabenizar, pela sua linda voz. Você canta muito bem. Alias, vocês dois tem uma sintonia ótima. São namorados?
ALICE – Não.
PEDRO – Ainda não.
IVO – Então aquele beijo lá em cima do palco só fazia parte do show? Olha porque ele rolou duas vezes.
PEDRO – Quase isso.
IVO – De qualquer forma, vocês cantam muito bem. Iria adorar que vocês cantassem mais uma antes de irem. (repara uma moça dando sinal) Agora se vocês me dão licença, aproveitem e qualquer coisa me chamem. (sai da mesa. Ana ia pegar seu copo de suco, justamente quando Alice iria pegar o dela. As mãos das duas se tocam, e Ana tem uma lembrança de Alice. Ana ver Alice junto com suas amigas no banheiro feminino, arrancando algumas folhas do caderno de Manuela, enquanto Manuela chorava sentada em um dos vasos. Alice logo tira a mão de perto de Ana, e a lembrança termina)
ALICE – Está tudo bem, Ana? (percebendo que ela ficou pálida)
ANA – Estou. (toma o suco, desviando do olhar dela)
PEDRO – Vamos cantar outra então
ALICE – Vamos. (Pedro e Alice se levantam e vão em direção ao palco)
ALAN – Tem certeza que você está bem? Você tá branca…
ANA – Estou bem sim. (Alan decide acreditar nela, e volta a prestar atenção em Pedro e Alice indo em direção ao palco)
ALICE – Dessa vez, eu escolho a música.
PEDRO – Ok. (Alice vai até a máquina de karaokê, Pedro continua indo para o palco. Após selecionar e colocar para tocar, Alice vai até o palco e começa a cantar)

[CENA DE MÚSICA – TIME AFTER TIME (CYNDI LAUPER)]

[ALICE]
Lying in my bed 1
I hear the clock tick and think of you
Caught up in circles
Confusion is nothing new
Flash back warm night, almost left behind
Suitcase of memories
Time after

Sometime you pictured me
I’m walking too far ahead
You’re calling to me
I can’t hear what you’ve said
Then you said: Go slow, I fall behind
The second hand unwinds

[ALICE E PEDRO]
If you’re lost you can look 2
And you will find me, time after time
If you fall I will catch you
I’ll be waiting, time after time
If you’re lost you can look
And you will find me, time after time
If you fall, I will catch you
I’ll be waiting, time after time

[PEDRO]
After my picture fades 3
And darkness has turned to grey
Watching through windows
You’re wondering if I’m ok
Secrets stolen from deep inside
The drum beats out of time

[PERO E ALICE]
If you’re lost you can look 4
And you will find me, time after time
If you fall I will catch you
I’ll be waiting, time after time
If you’re lost you can look
And you will find me, time after time
If you fall I will catch you
I’ll be waiting, time after time

[ALICE]
You said: Go slow, I fall behind
The second hand unwinds

[PEDRO E ALICE]
If you’re lost you can look 5
And you will find me, time after time
If you fall I will catch you
I’ll be waiting, time after time
If you’re lost you can look
And you will find me, time after time
If you fall I will catch you
I’ll be waiting, time after time

Time after time

1. Alice canta olhando para o pessoal a lanchonete, poucas vezes tentava olhar para Pedro.
2. Alice olha para Pedro, Pedro pisca para ela e isso a deixa envergonhada.
3. Pedro volta a olhar para o pessoal da lanchonete. Ana, que estava tentando entender a lembrança que teve de Alice, parece não curtir muito a musica, o que faz Alan ficar desconfiado.
4. Alice dessa vez olha para Pedro, e retribui a piscada para ele. Ambos sorriem.
5. Pedro e Alice terminam a musica um olhando para o outro, como se estivessem apenas os dois lá. Enquanto em Ana, começa achar que Alice não é tão boa quanto parece.

Anoitecendo…

[CENA 04 – CASA DE LETÍCIA/ Q. DE LETÍCIA – Q. DE DÁCIO/ NOITE]
(Letícia está sentada na cama, Eduardo ao lado dela com o violão em mãos, tocando algumas notas, Dácio entra no quarto)
DÁCIO – Licença, não quero atrapalhar nada.
LETÍCIA – Pode entrar, Dácio. Estamos cantando algumas músicas aleatórios no violão.
DÁCIO – Que bom, não quero interromper nenhuma cena de beijo entre vocês. Mas serei rápido, aí depois vocês poderão voltar a fazer o que estavam fazendo. A Regina quer saber se você vai ficar para o jantar?
EDUARDO – Não. Vou embora daqui a pouco.
DÁCIO – Está bem.
EDUARDO – Ah, Dácio… eu gostaria de conversar contigo. Será que pode ser agora?
DÁCIO – Claro.
EDUARDO – Será que pode ser no seu quarto, é meio particular.
LETÍCIA – Fiquei curiosa agora. O que você tem de particular para conversar com o Dácio, que não pode ser dito aqui na minha frente?
EDUARDO – Não é nada demais, é que como o Dácio é fera em tecnologia, essas coisas, preciso de uma ajuda dele.
LETÍCIA – E essa ajuda não pode ser feita por aqui.
EDUARDO – Não. (dar um selinho nela) É algo rápido, já volto. (coloca o violão ao lado, levanta da cama e vai até a porta)
LETÍCIA – Tá, se você não quer me contar, sem problema. Sei que o Dácio vai me contar depois.
EDUARDO – Então ele te conta depois. Vamos. (Dácio e Eduardo saem do quarto, Letícia pega o violão, e começa a tocar algumas notas)
[Q. DE DÁCIO]
DÁCIO – Então? Que ajuda você quer?
EDUARDO – Antes você precisa me prometer que não irá contar nada para a Letícia do que conversarmos aqui.
DÁCIO – Depende do que iremos conversar, se for algo sério…
EDUARDO – É sim. É sobre uma cura para a Letícia!

[CENA 05 – CASA DE PEDRO/ SALA – COZINHA/ NOITE]
(Pedro está deitado no sofá, trocando mensagens com Alice. Carla entra na sala, e encontra o filho sorrindo, mexendo no celular)
CARLA – Posso saber quem é a pessoa responsável por está colocando esse sorriso lindo em você? É a Carol por acaso?
PEDRO – Não… (sentando no sofá) …eu a Carol paramos de trocar mensagens. Na verdade, ela parou. Enfim, estou conversando com a Alice.
CARLA – (preocupada) Sua prima?
PEDRO – Ela mesma. A gente saiu para lanchar hoje à tarde, estamos combinando outro encontro, e estamos decidindo aqui qual música cantar.
CARLA – (começando a se sentir mal) Isso não pode estar acontecendo… (caminha até o sofá)
PEDRO – (percebendo que a mãe não está bem) A senhora está bem? (levanta e vai até ela) O que a senhora está sentido?
CARLA – Só uma tontura, não é nada. (Pedro a ajuda se sentar no sofá)
PEDRO – Quer um copo d’água, algum remédio…?
CARLA – Não precisa, filho. Estou melhorando já.
PEDRO – Tem certeza. A senhora ficou pálida de repente.
CARLA – Mas vou melhor. (Paula vem descendo as escadas)
PAULA – Desculpa família, mas não irei jantar com vocês. Vou sair com o Flávio. (repara Carla sentada no sofá, pálida) Você está bem, irmã?
CARLA – Sim, é só um mal-estar, estou me recuperando.
PAULA – Tem certeza? Não quer que eu chame um médico?
CARLA – Não, não precisa. (levanta do sofá, um pouco melhor)
PEDRO – Acho melhor a senhora ficar um pouco sentada no sofá.
CARLA – Estou bem já. Não precisam se preocupar. (caminha em direção à cozinha, Paula vai atrás, Pedro após ver que o celular dele não parava de receber mensagens de Alice, volta para o sofá, mas ainda continua preocupado com sua mãe)
[COZINHA]
CARLA – O Pedro veio atrás de você? (sentando à mesa, Paula senta ao lado dela)
PAULA – Não. Ele ficou na sala mexendo no celular.
CARLA – Eles dois estão se aproximando, Paula. Pedro e Alice estão ficando próximos.
PAULA – Os dois são primos, lógico que os dois tenham interesse em se aproximarem.
CARLA – Só que não pode. Você sabe que eles não podem ficar juntos…
PAULA – Mas quem disse que vai acontecer alguma coisa entre eles? Vai que os dois serão apenas bons amigos, nada demais…
CARLA – Eu não sei. Algo me diz aqui dentro do meu peito, que alguma coisa está errada. Eu preciso separar eles dois, não posso deixar que Pedro se envolva com a irmã dele.

[CENA 06 – CASA DE ANDRÉA/ Q. DE ANDRÉA/ NOITE]
(Andréa está sentada em sua cama, com o notebook em suas pernas. Ramon está sentado na mesa do quarto, com outro notebook)
ANDRÉA – Pedro não tem cara de quem cometeria uma atitude dessa.
RAMON – É, pra mim também não. Mas, sei lá… me preocupei, de verdade.
ANDRÉA – Olha só… para alguém que a gente ignorou no primeiro dia de aula, você agora todo preocupado com o amiguinho novo.
RAMON – E tô mesmo, qual é o problema? Pedro é gente boa, nada disso que a gente pensava.
ANDRÉA – (brinca) Tá apaixonadinho por ele, é?
RAMON – Apaixonadinho o que! Sai fora, Pedro é meu amigo apenas. Sabe que não curto isso.
ANDRÉA – Eu sei seu bobo. Tô só brincando contigo.
RAMON – Além do mais, só tenho olhos para uma pessoa.
ANDRÉA – (percebendo que está falando dela, tenta mudar de assunto) Bem, vamos parar de jogar conversa fora, e focar ao que você veio fazer aqui. Que é no trabalho. (foca-se em seu notebook)

[CENA 07 – CASA DA LETÍCIA/ Q. DE DÁCIO/ NOITE
DÁCIO – Como assim a cura para Letícia?
EDUARDO – Certamente deve haver uma cura para ela ou não?
DÁCIO – Eu não sei. A Regina nunca tocou nesse assunto, apenas diz que o que mantem a doença da Letícia controlada é a medicação que ela toma direto.
EDUARDO – Talvez ela não disse nada, porque tem medo de que a Letícia se cure, e decida ir embora.
DÁCIO – (pensativo, achando que Eduardo possa estar certo, já que se Letícia for embora, Regina não pode mais aproveitar do talento dela) Será que tem uma cura?
EDUARDO – Eu quero a sua ajuda para a gente investigar isso. Tem como você conseguir ter acesso as receitas, exames, qualquer coisa relacionada a doença dela?
DÁCIO – Sim, a Regina guarda todos os exames, tudo no quarto dela. Posso tentar encontrar alguma coisa.
EDUARDO – Ótimo. Você sabe qual é o hospital ou o nome do médico responsável por ela?
DÁCIO – O nome do médico não me lembro de cabeça agora, mas se não me engano, a Regina tem um cartão dele. Posso tentar encontrar também.
EDUARDO – Maravilha, cara. Creio que com sua ajuda, conseguiremos encontrar uma cura para o que ela tem.
DÁCIO – Mas, não quero criar expectativas, nem que você se decepcione, mas há a possibilidade de ela não ter cura.
EDUARDO – Mas tem. Algo me diz que tem sim.
DÁCIO – Então tá. Te procuro assim que encontrar alguma coisa.
EDUARDO – Beleza. Ah, e me promete que não vai contar nada para ela. Quero fazer uma surpresa.
DÁCIO – Tá pode deixar. Se realmente você estiver certo, fico feliz também em ter ajudado.
EDUARDO – Quero só ver a cara de felicidade dela, quando ela souber que pode ter uma chance ter uma vida normal.

[CENA 08 – CASA DA ALICE/ Q. DE ALICE/ NOITE]
(Alice havia parado de trocar mensagens com Pedro. Ela está compondo uma música e do nada tem uma lembrança com Manuela, lembrança está que é interrompida por Felipe entrando no quarto)
FELIPE – Licença, filha. Ocupada?
ALICE – (voltando a realidade, colocando o violão ao lado) Não, pai.
FELIPE – Um colega meu que trabalha na empresa, contou do filho dele, que uma garota da sua escola, a mesma que o filho dele estuda, havia cometido suicídio. Você ficou sabendo…?
ALICE – Sim.
FELIPE – E não contou para gente por quê?
ALICE – Não conheço a garota, por que me importaria?
FELIPE – Porque suicídio é algo sério. E mesmo que você não a conheça, ela estuda no mesmo colégio que o seu, talvez esteja precisando de apoio dos colegas.
ALICE – Pessoal até marcaram de irem até o hospital, levarem alguma coisa para ela, mas eu não quis.
FELIPE – Eu não acredito que você está se tornando esse tipo de pessoa, filha.
ALICE – O que o senhor quer que eu faça? Se a garota não aguenta os problemas dela, eu tenho culpa.
FELIPE – Talvez ajudá-la, fazer amizade com ela. Tenho certeza que se ela estiver passando por algum problema, ela deve ter demostrado, alguém deve ter percebido. No momento agora, o que ela precisa é de carinho, atenção, que ela perceba que não está sozinha.
ALICE – O pessoal já deve ter feito isso já. Ela não sentirá sozinha.
FELIPE – Só que mesmo assim, estou muito decepcionado com você, filha. (Felipe sai do quarto triste, Alice não se importa, pega seu violão e começa a tocar)

[CENA 09 – HOSPITAL/ NOITE]
(Manuela está deitada, pensativa, quando Éster e Thalita batem na porta de seu quarto)
THALITA – Oi. Podemos entrar?
MANUELA – O que vocês estão fazendo aqui?
SARA – (aparecendo por detrás dela) Elas vieram saber como você está filha. Assim como outros alunos vieram. (permite que elas entram)
MANUELA – Eu estou bem. Um pouco cansada, já ia dormir.
ÉSTER – Não iremos demorar. Só viemos ver se você estava bem mesmo.
SARA – Imagino que vocês sejam as amigas que a Manuela tanto fala.
MANUELA – Elas não são…
THALITA – (antes que Manuela terminasse a frase) Sim, somos.
SARA – Finalmente estou conhecendo vocês. Só conhece mesmo o que a Manuela fala. É um prazer, viu. Bem, vou deixar vocês conversarem. Como melhores amigas, precisam de privacidade. (Sara sai do quarto, Thalita se aproxima de Manuela, Éster continua no final da cama)
MANUELA – O que vocês vieram fazer aqui? Vieram saber se eu vou tentar de novo? Ou vieram zombar de mim…
ÉSTER – Nenhum e nem outro, Manuela.
THALITA – Realmente viemos saber como você está.
ÉSTER – Além disso, também viemos nos desculpar por tudo que fizemos a você.
THALITA – Isso. Hoje percebemos o quão errado era o que a gente fazia com você.
MANUELA – Vocês só vieram porque eu fiz isso. Se isso não tivesse acontecido, vocês jamais estariam aqui.
ÉSTER – Não, eu e a Thalita ontem mesmo estávamos conversando sobre isso. Que iriamos pedir desculpa a você.
THALITA – Também não queremos que você nos perdoe assim tão fácil, sabemos do quanto mal fizemos a você.
ÉSTER – Garantimos que nunca mais iremos humilhar ou fazer qualquer coisa que te deixe pra baixo.
THALITA – E também iremos tentar afastar a Alice de você.
ÉSTER – Isso. Não iremos deixar mais que ela continue pegando suas atividades, falando coisas horríveis para você, nada disso.
MANUELA – Ela não veio com vocês, né? Tenho certeza que ela não está nem aí pra mim.
ÉSTER – Alice é uma garota egocêntrica, que só se preocupa com ela. Até a gente, ela mesmo garantiu que não liga mais.
MANUELA – Vocês não são mais amigas dela?
THALITA – Na verdade, ela que deixou de ser nossa amiga.
ÉSTER – Mas não viemos falar dela, só viemos saber se você estava bem e vamos indo agora.
THALITA – Afinal, você disse que já ia dormir.
ÉSTER – Então, tchau Manuela. Melhoras.
THALITA – Melhoras, Manuela. (as duas caminham até a porta, e antes que saíssem Manuela as chamam)
MANUELA – Esperem… obrigada. (dar um leve sorriso, Éster e Thalita também sorriem e saem do quarto)

Amanhecendo…

[CENA 10 – CASA DE VERÔNICA/ COZINHA/ DIA]
(Verônica está tomando o café da manhã, Luana entra na cozinha)
LUANA – Bom dia.
VERÔNICA – Bom dia, filha. Acordou cedo, algum motivo?
LUANA – Nada demais, só preciso me preparar para iniciar minha busca.
VERÔNICA – Mal ficou solteira e já vai partir um novo partido. É assim que eu gosto.
LUANA – Não é nada disso que a senhora está pensando. Me refiro a outro tipo de busca.
VERÔNICA – O que você irá procurar então?
LUANA – Minha filha. Vou procurar o tumulo da minha filha!

[CENA 11 – CASA DE FELIPE/ ÁREA EXTERNA DA CASA/ DIA]
(Carla está em frente a casa de Felipe, esperando-o sair de casa. Percebe que os portões se abrem e ver o carro dele saindo. Por impulso, ela caminha em direção ao carro e se fica de frente dele, o que faz Felipe parar de repente)
FELIPE – Carla? O que deu em você, quase eu passava por cima de você?
CARLA – (colocando as mãos em cima do capô do carro) Precisamos conversar. É sério!

[CENA 12 – CASA DE LETÍCIA/ Q. DE LETÍCIA/ DIA]
(Dácio entra no quarto de Letícia e para surpresa dele, encontra Letícia em pé, saindo do banheiro)
DÁCIO – Já em pé tão cedo? Está tudo bem? Você teve mais algumas daquelas crises?
LETÍCIA – Não precisa se preocupar, Dácio. Estou bem. Só fui fazer uma necessidade básica. (caminhando em direção à cama e se deitando)
DÁCIO – Que bom. Bem, só passei aqui para ver você já havia acordado, e lembrará do remédio.
LETÍCIA – Já irei tomar.
DÁCIO – Que bom. Então, deixa eu ir, se não chegarei atrasado.
LETÍCIA – Espera, antes de ir não está esquecendo nada não?
DÁCIO – Que eu me lembre não.
LETÍCIA – Falta você me contar o que o Eduardo queria com você ontem a noite? (Dácio começa ficar nervoso, porque sabe que não consegue esconder nada de sua prima) Vai me contar ou vai ficar parado aí na minha frente?

Continua no Capítulo 34…

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