Capítulo 24

“Rolando nas Profundezas”

[CENA 01 – CASA DE PEDRO/ SALA/ TARDE]
(Carla e Felipe estão sentados no sofá, um de frente para o outro)
FELIPE – Eu preciso te um conselho. Conselho este que só uma irmã poderá me dar.
CARLA – Não sei se vou saber te aconselhar bem, Felipe.
FELIPE – Mesmo assim, preciso me abrir com alguém.
CARLA – Ok. O que está acontecendo?
FELIPE – Por mais que eu tente negar, eu acabei me tornando igual meu pai. Não o biológico, mas o que me criou. Acabei deixando meus sonhos de lado, para viver pela aquela empresa.
CARLA – Às vezes, não conseguimos realizar alguns sonhos, e devemos deixa-los para trás, para que novos sonhos possam ser realizados. Vai me dizer que você não está feliz trabalhando na empresa da sua família?
FELIPE – Um lado meu se encontrou naquele lugar, mas outro, por pequeno que seja, sente falta do antigo Felipe.
CARLA – Você quer desistir?
FELIPE – Não, claro que não. Por mais que exista essa pequena parte dentro de mim sentindo falta do antigo Felipe, eu não quero deixar o que conquistei naquela empresa para trás. A questão aqui, é o quanto eu me tornei parecido com meu pai de criação. Um cara focado no trabalho, que não presta atenção em sua família, e… um cara infiel.
CARLA – (incomodada com o que acaba de ouvir) Infiel? Você anda traindo sua esposa?
FELIPE – Não sei nem como estou tendo coragem de te contar isso. Mas sim… Eu acabei tendo uma aventura com a minha ex secretaria. Na verdade ela foi a minha única aventura minha fora do casamento. Casamento este que foi se desgastando com o tempo. Eu não sinto mais nada pela Luana…
CARLA – Então porque vocês continuam casados?
FELIPE – Pura aparência. E também não quero que minha filha passe por este processo, e tenha pais separados.
CARLA – E qual o problema nisso?
FELIPE – Vai me dizer que o seu filho não se sente incomodado em ver que os pais dos colegas dele ainda são casados, felizes e ele não pode ter isso?
CARLA – São histórias diferentes, Felipe. Mesmo assim, não se sabe se os pais dos amigos dele são realmente felizes. Não temos como saber o que acontece na relação deles. Você veio aqui atrás de um conselho, certo? Então escuta… Conversa com sua esposa. Conta para ela sobre o tal caso que você tem com sua secretária ou ex… enfim, melhor ela saber por você do que saber por alguém ou descobrir sozinha.
FELIPE – Ela sabe desse meu caso.
CARLA – Então vocês já conversaram sobre isso? Ela perdoou sua traição?
FELIPE – Sim.
CARLA – Nossa, ou a Luana deve te amar muito, ou ela é muito compreensível para perdoar uma traição.
FELIPE – E mesmo garantindo à ela que isso jamais fosse se repetir, eu falhei novamente como marido. Trai ela de novo, e dessa vez foi pior.
CARLA – Se a traição em si já é ruim, o que pior poderia ter acontecido?
FELIPE – Pelo visto terei um filho fora do casamento.
CARLA – (chocada, mas tenta manter a tranquilidade) Mais um filho!
FELIPE – E se eu contar para a minha esposa, não sei se dessa vez ela me perdoa-la novamente.
CARLA – Nem eu perdoaria, Felipe. Creio que mulher nenhuma aceitaria isso.
FELIPE – Tá vendo como até você ficou decepcionada comigo?!
CARLA – Não que eu tenha ficado decepcionada… só que eu não tinha essa visão de você. Olha, conta para sua esposa. Esconder isso, só vai piorar mais do que já tá. A verdade sempre é a melhor opção.
FELIPE – Mesmo que isso signifique por um fim ao meu casamento?
CARLA – Ao menos, você está mostrando ser sincero com ela novamente.
FELIPE – É… parece que não tem jeito. Obrigado por me ouvir. Acho que estamos tendo a nossa primeira de irmãos.
CARLA – É.
FELIPE – Então, acho que vou indo. Preciso conversar com minha mulher. (levanta do sofá, Carla também)
CARLA – E quanto a outra? O que você fará?
FELIPE – Eu irei assumir a criança apenas. Também não penso em ter mais nada com ela. Só passou de uma aventura, que por infelicidade, acabou resultando nisso.
CARLA – Certeza, que independente do que você fizer, essa criança será bastante amada.
FELIPE – (sorri) E o Pedro? Está no quarto ou saiu com os amigos?
CARLA – Saiu. Foi ensaiar com a tal banda dele.
FELIPE – Ele tem uma banda?
CARLA – Tem. A banda na verdade é de um amigo dele, ele é só o vocalista.
FELIPE – Que bacana. Ele canta muito bem. Se realmente este for o sonho dele, terá um grande futuro. Pra quem será que ele puxou esse talento musical, hein?
CARLA – (sorri, se afasta dele, indo em direção a porta) Né! Bem, acho que melhor você ir. Tenho que preparar a janta, para quando ele chegar.
FELIPE – (caminhando até a porta) Obrigado mais uma vez por me ouvir. Será que eu posso te dar um abraço?
CARLA – Claro. (Carla e Felipe se abraçam por alguns segundos. Felipe a abraça forte)
FELIPE – (encerrando o abraço e saindo de casa) Qualquer dia, marcamos outro jantar em família.
CARLA – Pode ser.
FELIPE – Boa tarde, Carla.
CARLA – Boa tarde! (ambos sorri um para outro, Felipe vai embora, e Carla o observa entrando em seu carro e partindo)

[CENA 02 – LANCHONETE DO IVO/ TARDE]
(Pedro está próximo ao palco conversando animado com Ramon, Ana dessa vez quem observa os dois, preocupada. Dácio está digitando uma mensagem em seu celular, termina e percebe Ana olhando para Pedro)
DÁCIO – Esse sentimento eu conheço.
ANA – Não que eu esteja com medo de que Pedro acaba se tornando igual eles, mas os dois estão bem próximos, né?
DÁCIO – Pior que estão.
ANA – Já tem algum tempo que ele saiu do palco, e nem se quer lembrou de vir pra cá, lanchar com a gente.
DÁCIO – E acho que não vai vir tão cedo. (observa Ivo indo até eles)
RAMON – Então creio que vai ser essa música mesmo. Agora, só marcamos o dia para gravarmos o vídeo e enviar para o programa.
IVO – (aparecendo ao lado de Ramon) Quer dizer então que vocês já escolheram a música para o vídeo?
RAMON – Sim.
IVO – Olha, que maravilha. Posso saber qual será?
PEDRO – Surpresa, Ivo. Só quando o vídeo estiver pronto. Faremos questão de exibi-lo aqui em sua lanchonete.
IVO – Nossa, eu que fico honrado. Na verdade, eu queria ter uma conversa com vocês garotos.
RAMON – Estamos ouvindo.
IVO – Bem, a banda de vocês está incrível. Praticamente está pronta para ser descoberta, tem uma sintonia boa, integrantes afinados, bonitos, sem dúvida faria muito sucesso com as gatinhas, enfim, só acho que como o programa está longe ainda, vocês poderiam focar em outros pontos.
PEDRO – Tipo?
IVO – Shows maiores, por exemplo. Conheço alguns contatos da época da minha banda, que só mostrar uma música de vocês, que ele agendaria rápido um show de verdade para vocês. Se vocês quiserem, posso ser o empresário de vocês. Claro, se quiserem apenas. E não se preocupem que nem faço questão de um bom salário, só quero ajudar vocês mesmo.
PEDRO – O que você acha Ramon?
RAMON – É o nosso sonho isso, mas acho que ainda é muito cedo. A banda está completa não tem pouco tempo, e começarmos a fazer shows assim, de cara… acho melhor não.
PEDRO – É, também não sei se conseguiria cantar para uma plateia maior.
RAMON – A gente agradece sua proposta, Ivo. Mas, por enquanto, preferimos isto por aqui. Pequenos shows na garagem, aqui na sua lanchonete, enfim, um passo de cada vez.
IVO – É, vocês têm razão. Para que ir com pressa, não é mesmo. Mas, já sabem, qualquer coisa, só me chamarem.
RAMON – Pode deixar!
IVO – Bem, deixa eu voltar ao meu trabalho. E nem pensem em ir embora sem tocarem mais uma, viu. Olhem nosso combinado.
PEDRO – Pode deixar, que não iriamos sem tocar outra.
IVO – Aí sim. (Ivo se afasta deles, Ramon e Pedro voltam a conversar animados, e serem observados por Ana, já que Dácio está focado trocando mensagens em seu celular)

[CENA 03 – CASA DE ALICE/ SALA – Q. DE FELIPE – Q. DE ALICE/ TARDE]
(Felipe chega em casa e caminha até a sala. Deixa sua pasta em cima da mesa, vai retirando seu paletó, em direção ao sofá. Chegando nele, joga o paletó em cima do sofá e se joga nele. Luana vem descendo as escadas)
LUANA – Que milagre, você está hora em casa.
FELIPE – Estou sem cabeça para resolver qualquer coisa naquela empresa.
LUANA – Está acontecendo alguma coisa?
FELIPE – (levanta do sofá e caminha até ela) Precisamos conversar.
LUANA – Parece ser sério. O que está acontecendo Felipe?
FELIPE – Melhor irmos para o nosso quarto. Precisamos conversar isso em particular.
LUANA – Está bem. (Felipe pega seu paletó em cima do sofá e sobe em direção ao quarto com Luana)
[Q. DE FELIPE]
LUANA – Pronto, estamos no quarto agora. Sobre o que você quer conversar?
FELIPE – Eu não vou querer enrolar sobre isso. Eu voltei a me encontrar com a minha secretaria. E ela tá esperando um filho meu.
LUANA – (fica chocada com o que acaba de ouvir, em um momento de raiva, por impulso dar um tapa na cara de Felipe) Você prometeu pra mim que nunca mais iria procurar essa mulher. E você vem me dizer na maior cara limpa, que continua se encontrando com ela?! E que ela está esperando um filho seu.
FELIPE – Desculpa! Sei que errei…
LUANA – Dessa vez não tem como te perdoar. Eu não vou ficar igual sua mãe, que sabia das escapadas do marido e não fazia nada. (caminha até o guarda-roupa e começa a tirar suas coisas dentro dele)
FELIPE – O que você está fazendo?
LUANA – Estou arrumando minhas coisas. Vou sair dessa casa. Quero o divórcio.
FELIPE – (nem pensa em convence-la) Te entendo. Também não vou te impedir. Reconheço o meu erro, e sei da consequência dele. (Luana não diz mais nada, Felipe sai do quarto, e ela continua tirando suas coisas do guarda-roupa)
[Q. DE ALICE]
(Alice está deitada em sua cama, e começa lembrar de alguns momentos que passou com suas amigas. Lembra de Rute, lembra do namorado, e lembra de como todos o traíram)
ALICE – (limpando uma lagrima que saiu) Se eles pensam que vou ficar aqui chorando, estão enganados. (levanta da cama) Eu não preciso de nenhum deles. De agora em diante eles conheceram uma nova Alice. (sai do quarto em direção ao seu estúdio)
[ESTÚDIO]
(Alice prepara uma música para tocar, entra na cabine de som, e começa a cantar)

[CENA DE MÚSICA – ROLLING IN THE DEEP (ADELE)]

There’s a fire starting in my heart 1
Reaching a fever pitch and it’s bringing me out the dark
Finally, I can see you crystal clear
Go ahead and sell me out and I’ll lay your shit bare

See how I’ll leave with every piece of you
Don’t underestimate the things that I will do

There’s a fire starting in my heart
Reaching a fever pitch and its bringing me out the dark

The scars of your love remind me of us
They keep me thinking that we almost had it all
The scars of your love, they leave me breathless
I can’t help feeling

We could’ve had it all
(You’re gonna wish you never had met me)
Rolling in the deep
(Tears are gonna fall, rolling in the deep)
You had my heart inside of your hand
(You’re gonna wish you never had met me)
And you played it to the beat
(Tears are gonna fall, rolling in the deep)

Baby, I have no story to be told
But I’ve heard one of you and I’m gonna make your head burn
Think of me in the depths of your despair
Making a home down there, as mine sure won’t be shared

(You’re gonna wish you never had met me)
The scars of your love remind me of us
(Tears are gonna fall, rolling in the deep)
They keep me thinking that we almost had it all
(You’re gonna wish you never had met me)
The scars of your love, they leave me breathless
(Tears are gonna fall, rolling in the deep)
I can’t help feeling

We could’ve had it all
(You’re gonna wish you never had met me)
Rolling in the deep
(Tears are gonna fall, rolling in the deep)
You had my heart inside of your hand
(You’re gonna wish you never had met me)
And you played it to the beat
(Tears are gonna fall, rolling in the deep)

Could have had it all
Rolling in the deep
You had my heart inside of your hand
But you played it with a beating

Throw your soul through every open door
Count your blessings to find what you look for
Turn my sorrow into treasured gold
You pay me back in kind and reap just what you sow

(You’re gonna wish you never had met me)
We could’ve had it all
(Tears are gonna fall, rolling in the deep)
We could’ve had it all
(You’re gonna wish you never had met me)
It all, it all, it all
(Tears are gonna fall, rolling in the deep)

We could’ve had it all
(You’re gonna wish you never had met me)
Rolling in the deep
(Tears are gonna fall, rolling in the deep)
You had my heart inside of your hand
(You’re gonna wish you never had met me)
And you played it to the beat
(Tears are gonna fall, rolling in the deep)

Could’ve had it all
(You’re gonna wish you never had met me)
Rolling in the deep
(Tears are gonna fall, rolling in the deep)
You had my heart inside of your hand
(You’re gonna wish you never had met me)

But you played it
You played it
You played it
You played it to the beat

1. Alice começa a cantar, e durante à musica tem algumas lembranças de suas amigas. Sua expressão logo muda, ficando séria. É uma cena simples, Alice cantando em seu estúdio, e de acordo que a música vai tocando, ele vai tirando suas amigas dentro de seu coração.

Anoitecendo…

[CENA 04 – CASA DE LETÍCIA/ Q. DE LETÍCIA/ NOITE]
(Letícia está no piano tocando algumas notas, quando Cássia invade seu quarto)
CÁSSIA – Escolhi a música que iremos cantar para segunda fase.
LETÍCIA – Pensei que fossemos decidir juntas?
CÁSSIA – Não quero te preocupar com as seleções de músicas. Você precisa descansar, para está pronta quando o programa for ao vivo.
LETÍCIA – Só que será trabalho nenhum eu ajudar também na seleção de músicas. Alias, tenho até algumas músicas que eu gostaria de sugerir para você.
CÁSSIA – Letícia, é melhor você deixar essa parte das escolhas comigo. Você apenas canta. (entrega a letra para ela) Será está aqui que iremos cantar.
LETÍCIA – Uma internacional!
CÁSSIA – Isso, precisamos ser melhor do que aquela tal de Alice.
LETÍCIA – Realmente ela cantou muito bem. Tanto que foi bastante elogiada.
CÁSSIA – Mais um motivo para a próxima musica ser incrível também. Preciso ser a melhor cantora daquele programa, e para isso precisamos ser melhor do que aquela garota.
LETÍCIA – Ela será uma ótima concorrente. Espero que possamos cantar com ela.
CÁSSIA – Cantar com aquela patricinha? Mas nem pensar, quero é mais que aquela lá seja eliminada logo nas primeiras fases.

[CENA 05 – CASA DE PEDRO/ COZINHA/ NOITE]
(Pedro está ajudando sua mãe a terminar de aprontar a mesa para o jantar. Paula havia saído com o namorado)
CARLA – Eu sei que você está todo animado com essa história de banda, inscrição de programa, mas filho, não quero que você deixe seus estudos de lado, hein. Eu deixei você nessa história, mas você me prometeu que iria continuar tirando notas boas.
PEDRO – Relaxa mãe, a banda não esta me atrapalhando com os assuntos da escola. Sem contar, que só ensaiamos depois das aulas e nem sempre é todos dias.
CARLA – Quero ver, hein. Novidades na escola?
PEDRO – Não, por enquanto nenhuma. Ah, aconteceu algo ruim na escola da Carol.
CARLA – O que foi que houve?
PEDRO – Ela me disse hoje cedo, que um garoto do primeiro ano cometeu suicídio.
CARLA – Meu Deus, por que ele fez isso?
PEDRO – Ninguém sabe. Porque ele era um garoto normal, conversava com todo mundo, educado, inteligente. Quando souberam da noticia, todo mundo da cidade ficou em choque.
CARLA – Nem imagino a dor que a família desse garoto está sofrendo. Ainda mais sem saber o motivo de ter levado o filho a cometer isso.
PEDRO – Pior que ninguém sabe o que a outra pessoa está sentindo. Por mais que ela pareça sorrir, ser feliz, dentro dela pode está acontecendo uma guerra.
CARLA – Isso mesmo, filho, ninguém tem ideia do que acontece dentro das pessoas. A gente sabe o que ela mostra por fora, mas por dentro, só a própria pessoa sabe.

[CENA 06 – CASA DA MANUELA/ COZINHA/ DIA]
(Manuela está terminando de aprontar a mesa. Sua mãe acaba de chegar em casa, indo direto em direção à cozinha)
SARA – Boa noite, filha.
MANUELA – Boa noite!
SARA – Só vou tomar trocar de roupa, que já eu desço para ajudar você.
MANUELA – Estou terminando já.
SARA – Mesmo assim, já desço. (sai da cozinha em direção ao quarto, minutos depois retorna para cozinha novamente) Então, como foi a aula hoje?
MANUELA – Foi boa.
SARA – Nada de interessante?
MANUELA – Não, tivemos aula normal. (mentindo) Minhas amigas vieram aqui, enfim, nada demais.
SARA – Fico feliz que quando eu não estou em casa, você tem essas suas amigas para te fazer companhia. Me dá um aperto, em ter que te ver só a noite filha.
MANUELA – Está tudo bem, mãe. Sei como o trabalho da senhora é corrido. E mesmo assim, tenho meus passatempos.
SARA – Pode deixar, que um dia farei um almoço especial para essas suas amigas. Quero conhece-las.
MANUELA – (dando um leve sorriso) Irei ver com elas. Nem sempre elas podem sair.
SARA – Ah, mas no dia que eu marcar, vou fazer questão de que elas venham.
MANUELA – Tá então.
SARA – E o garoto lá que tava afim de você? Deu certo?
MANUELA – (mentindo novamente) Não, eu disse para ele que não penso em compromisso agora.
SARA – Mas porque você fez isso, filha?
MANUELA – Não quero namorar agora, mãe. Quero focar em meus estudos, cursar uma boa faculdade. Pensar em garotos só mais pra frente.
SARA – Gosto que você tenha essa mentalidade madura, mas, a adolescência é a época das experiências, querida. Não queira passar por ela, sem ter vivido o máximo que você poderia. Porque, mais pra frente, quando for independente por si só, dona de casa, empregada, lembrará dessa época e das aventuras que teve. E verá que não tem mais tempo pra ficar namorando por aí.
MANUELA – A senhora está dizendo isso por experiência própria, né?
SARA – Não estamos falando de mim, mas sim de você.
MANUELA – Não se preocupa mãe, pode deixa que estou sabendo viver a minha vida.

[CENA 07 – CASA DA ALICE/ SALA/ NOITE]
(Felipe e Viviane estão na sala conversando)
VIVIANE – Estou profundamente decepcionada com você filho. Pensei que você tivesse deixado de ir atrás daquela mulher.
FELIPE – Eu deixei mãe. Ela que veio atrás de mim.
VIVIANE – Típico dos homens tentarem se livrar disso. Apoio totalmente a Luana sair dessa casa. Aquela empresa parece que transforma os homens desta família, a virarem traidores.
FELIPE – Mesmo assim, o meu casamento com a Luana já estava desgastado demais, só continuava junto com ela, por causa da Alice.
VIVIANE – E você já contou para sua filha, que os pais dela irão se separar?
FELIPE – Estou indo lá agora.
VIVIANE – Que bom, pois trate logo de resolver tudo isso, e vamos jantar. Quero ao menos ter um ultimo jantar com essa família reunida. (levanta do sofá e vai em direção à cozinha, Felipe fica um tempo sentando, pensativo. Levanta e caminha em direção à escada)

[CENA 08 – LANCHONETE DO IVO/ COZINHA/ NOITE]
(Ivo está conversando com Fábio)
FÁBIO – Genial da sua parte dizer para os garotos começarem a fazer shows.
IVO – Ué, mas o que eu poderia fazer, eu precisava criar um assunto com eles para sugerir que eu fosse empresário deles.
FÁBIO – Outra ótima sugestão sua. Ivo, os garotos se juntaram agora, precisamos esperar e deixar o tempo correr, pois ainda temos o risco do Pedro sair.
IVO – Claro que não. Eu vi como o Pedro está animado com está ideia de banda, ele não vai sair.
FÁBIO – Pior que ele pode sair sim. Dependendo de como ele irá percorrer daqui em diante, muita coisa pode mudar.
IVO – Você está sabendo de alguma coisa, não está? Anda Fábio, o que você ouviu do outro lado?
FÁBIO – Não ouvi nada. Só estou te dizendo que a vida é imprevisível. Só toma cuidado com os garotos. Deixa que no momento certo irá aparecer uma oportunidade. (desaparece logo em seguida, Ivo fica pensativo)

[CENA 09 – CASA DA ANA/ SALA/ NOITE]
(Junior está vendo TV, enquanto espera por Ana terminar um trabalho da escola no quarto para os dois jantarem. Campainha toca, e por não está esperando ninguém, estranha)
JUNIOR – Quem será? (desliga a TV e caminha até a porta e a abre)
ADRIANA – Oi, você não sabe como eu estava com saudades! (o surpreende e o beija)

[CENA 10 – CASA DE CAIO/ SALA/ NOITE]
(Cláudio está andando de um lado para o outro, aguardando Caio chegar em casa antes de Camila, no entanto, Camila chega primeiro)
CAMILA – Boa noite, amor. (caminha até ele, o beija e o percebe estranho) Está tudo bem?
CLÁUDIO – Preciso que você se acalme.
CAMILA – O que está acontecendo? Cadê o Caio?
CLÁUDIO – Ele saiu com um amigo agora tarde, e até agora não chegou!

[CENA 11 – RUA/ NOITE]
(Caio está com alguns outros garotos em frente à uma joalheria. Ele parece nervoso)
GAROTO 01 – Chegou à hora, Caio! Se você quer fazer isso com a gente, tem que se decidir agora! (encara Caio, que está nervoso olhando para joalheria) Então, vai entrar nessa com a gente ou vai querer meter o pé e voltar para saias da mamãe?

Continua no Capítulo 25…