“Primeiros Erros”
[CENA 01 – CASA DE PEDRO/ SALA/ NOITE]
CAROL – Não vai me dar um abraço? (Pedro caminha até Carol e a abraça forte)
PEDRO – Como assim? O que você veio fazer aqui?
CAROL – Ué, o fato de querer de ver não conta? E também, queria conhecer a casa onde você nasceu. Só não vou poder ficar muito tempo, Segunda volto para Minas.
CARLA – Eu sabia que a Carol viria para cá.
PEDRO – E a senhora não me contou nada?
CAROL – Eu que pedi. Queria te fazer uma surpresa.
PEDRO – E fez.
CARLA – Bem, agora precisamos sabe onde você irá ficar.
PAULA – Ela pode ficar no meu quarto, sem problema.
CAROL – Não precisa se incomodar, gente. Posso muito bem dormir no sofá.
PAULA – Não, não será incomodo algum, querida. Posso ficar no sofá, e mesmo assim, qualquer coisa durmo na casa do namorado.
PEDRO – Não precisa, tia. A Carol vai ficar no meu quarto. Eu durmo no sofá. (olhando para Carol, sorrindo)
CARLA – Então, vou lá em cima arrumar o seu quarto para a Carol.
PAULA – Acho que eu vou com você. Talvez você precise de ajuda.
CARLA – Também acho que vou precisar de ajuda. (as duas sobem para o quarto, deixando Pedro e Carol sozinhos)
CAROL – Reparou que sua mãe e sua tia estão achando que está rolando alguma coisa entre a gente, né!
PEDRO – E não está?!
CAROL – Que eu saiba, não.
PEDRO – Sempre tentando fugir do assunto.
CAROL – Eu não estou tentando fugir de nada.
PEDRO – Eu acho que tá. (se aproxima dela)
CAROL – Essa é a sua opinião, não a minha. (Pedro fica bem próximo dela) Sua mãe e sua tia devem voltar logo.
PEDRO – Acho que não, acho que elas irão demorar um bom tempo arrumando meu quarto. (a beija)
Amanhecendo…
[CENA 02 – CASA DO SAMUEL/ COZINHA/ DIA]
(Daniel está tomando o café da manhã, quando Samuel entra na cozinha)
SAMUEL – Bom dia, filho!
DANIEL – Bom dia, pai.
SAMUEL – A Thabata ainda está dormindo ou ela já foi?
DANIEL – Ela já foi.
SAMUEL – E como foi ontem o trabalho em dupla?
DANIEL – Foi bem. A parte que ficou faltando iremos fazer hoje. Aliás, dessa vez será na casa dela. (levanta da mesa, e coloca as louças sujas na pia) Então, vou me arrumar pra daqui a pouco ir.
SAMUEL – Virá almoçar hoje?
DANIEL – Talvez irei comer na casa dela.
SAMUEL – Ok, então.
DANIEL – Que cara é essa pai? (percebe Daniel com um sorrisinho no rosto)
SAMUEL – Não é nada, filho. Só aguardando você me contar que tá namorando com a sua prima…
DANIEL – Ih, lá vem… melhor eu subir para o meu quarto, antes o que senhor comece. (sai da cozinha)
SAMUEL – Quando quiser contar, estarei aqui viu. (ri)
[CENA 03 – CASA DO RAMON/ Q. DE RAMON/ DIA]
(Ramon está em seu quarto, quase descendo para tomar café, quando seu celular toca)
RAMON – Oi. Sim, combinei com o pessoal de irmos pra lá. E sim, vou chamar o Pedro e você o verá cantando. Tá, te encontro lá mais tarde, tchau. (desliga e desce pra sala)
[CENA 04 – CASA DE PEDRO/ SALA – COZINHA/ DIA]
(Pedro acorda e escuta algumas risadas vindo da cozinha, levanta e vai até lá)
PAULA – (rindo) Sempre que eu lembro de vocês usando aquelas fantasias, me acabo de rir.
CARLA – Bom dia, filho. (reparando Pedro aparecendo na cozinha) Espero que as gargalhadas da sua tia não tenham te acordado.
PEDRO – Bom dia! Não acordaram. De que vocês estão rindo?
CARLA – É que a Carol estava aqui contando da aposta que você fez com ela, aí acabamos lembrando da festa junina onde vocês estavam vendendo milho na barraca de milho, quase fantasiados de milho.
PAULA – Foi hilário esse dia, Pedro. Gostaria muito de te ver fantasiado de milho novamente.
PEDRO – Lamento informa, mas isso não vai acontecer, já que eu ganhei à aposta. Na verdade, quem terá que se fantasiar de milho, será outra pessoa. (ficando ao lado de Carol, sorrindo)
CAROL – Bendita hora que aceitei essa aposta.
PEDRO – Nem adianta voltar atrás agora. Apostou vai ter que cumprir.
CAROL – Eu não estou pensando em voltar atrás não, nunca deixei de cumprir minhas dividas.
PEDRO – É o que espero.
CARLA – Porque não vá escovar os dentes, e volta pra tomar café da manhã com a gente.
PEDRO – Estou indo!
CAROL – E não demore, você disse que iria me apresentar a tal lanchonete karaokê.
PEDRO – Você vai adorar aquele lugar. (Pedro sobe para o quarto)
[CENA 05 – CASA DA ALICE/ Q. DE FELIPE/ DIA]
(Felipe está deitado na cama, e pensa na noite que teve com Rita. Luana acorda)
LUANA – Ainda na cama? Não vai para a empresa hoje?
FELIPE – Decidi passar o dia em casa. (levanta da cama)
LUANA – Uau, que milagre.
FELIPE – Só quero passar mais tempo com a minha família, não é milagre nenhum nisso. (entra no banheiro e fecha a porta)
[CENA 06 – CASA DA LETÍCIA/ Q. DA LETÍCIA – Q. DA CÁSSIA/ DIA]
DÁCIO – (está no quarto de Letícia, ajudando-a com os remédios) Como você acordou hoje?
LETÍCIA – Melhor. Parece que os remédios voltaram a fazer efeito em mim.
DÁCIO – Que bom. Por isso, passarei o dia inteiro com você. Para ajuda-la a tomar os remédios nos horários certos.
LETÍCIA – Não precisa, primo. A Regina faz isso. Aproveita que você pode sair por aí, e vai tomar um ar, sair com algum amigo. Por que não sai com o Pedro, liga pra ele e ver se ele quer fazer alguma coisa!
DÁCIO – Não, melhor não. Pedro deve ter muitas coisas pra fazer. E mesmo assim, a gente vai se amanha na escola. Hoje, quero ficar com você.
LETÍCIA – Você tem uma vida inteira pela frente, primo. Não esqueça de vive-la.
DÁCIO – Eu estou vivendo ela, do meu jeito, mas estou. Bem, agora deixa de conversa, que está na hora de tomar o café da manhã. (pega o copo de água que Letícia tinha nas mãos, coloca na mesinha, pega uma bandeja com café da manhã e coloca sobre Letícia) E é para comer tudo, só vou sair quando essa bandeja estiver vazia.
[QUARTO DE CÁSSIA]
(Cássia está em frente ao espelho, experimentando a vigésima roupa, Regina está sentado na cama, cansada da filha trocar de roupa e não escolher uma)
REGINA – Ele é só um entregador minha filha. Qualquer roupa que você vestir, ficará boa pra ele.
CÁSSIA – Só que eu quero está linda, mamãe. Será nosso primeiro encontro. Então, o que achou dessa?
REGINA – Está boa.
CÁSSIA – Eu não quero boa, quero ótima.
REGINA – Retiro o que eu disse. Está ótima.
CÁSSIA – A senhora está mentindo. O que conta é a primeira opinião e a senhora disse que estava boa. Vou trocar.
REGINA – Pois então fique aí colocando e tirando roupa, que irei tomar meu café da manhã. (levanta da cama em direção a porta)
CÁSSIA – Vai, porque até agora a senhora não está me ajudando em nada. (Regina sai do quarto, no caminho, decide ir até o quarto de Letícia)
REGINA – (batendo na porta) Oi, como é que você está?
LETÍCIA – Bem.
REGINA – Que bom. Realmente, você aparenta está bem melhor. Tomou os remédios?
DÁCIO – Sim. Eu trouxe para ela.
REGINA – Que bom, Dácio. Obrigado por ter lembrado e ajudado a Letícia a tomar no horário certo. Bem, estou indo tomar café.
DÁCIO – Pode deixar que assim que a Letícia terminar aqui, eu levo.
REGINA – Obrigada. (Regina sai do quarto)
[CENA 07 – LANCHONETE DO IVO/ DIA]
(Andrea está sentado em uma mesa com Ramon, enquanto a banda dele termina de organizar os equipamentos no palco)
ANDRÉA – E então, o seu mais novo amigo te respondeu?
RAMON – Não. Não quero encher o celular dele de mensagem, pra não parecer chato. Não fomos muito legais com ele, e isso deve ter deixado uma má impressão.
ANDRÉA – Jura!
RAMON – Ah, e seja legal com ele. Você sabe o quanto é importante pra mim o sonho dessa banda.
ANDRÉA – Relaxa, pra mim esse garoto continua a mesma coisa. Não acho que ele deve cantar tão bem assim.
RAMON – É o que você vai ver hoje. E falando nele… (olha para entrada da lanchonete, e ver Pedro, Carol e Ana entrando)
ANDRÉA – O grupo dos esquisitos chegou.
RAMON – Andréa!
ANDRÉA – Calma, pode ficar tranquilo. Eu não irei falar isso na frente deles, porém, nada me impede de falar isso por trás.
RAMON – Vou ver se os equipamentos estão montados. (Ramon levanta e caminha em direção ao palco. Enquanto Pedro, Carol e Ana vão direto até o balcão falar com Ivo)
IVO – Olha só, pelo visto esse Domingo promete.
PEDRO – Vi apresentar sua lanchonete à uma amiga minha. Carol esse é o Ivo, dono da lanchonete, e Ivo está é a Carol.
IVO – Prazer em te conhecer Carol. Seja bem-vinda, fique à vontade, espero que divirta-se. (olha para Pedro) Tenho certeza, que daqui a pouco terá um show por aí.
PEDRO – Vamos escolher uma mesa gente.
ANA – Acho melhor você olhar logo quem está ali. (aponta para Andréa digitando uma mensagem, sozinha em uma mesa um pouco a frente deles)
PEDRO – E acho que é melhor olhar ali também. (aponta para Ramon e sua banda no palco)
ANA – Será que foi uma boa ideia virmos aqui?
PEDRO – Não se preocupa, Ana. É só a gente não dá atenção a eles. (olha para Carol) Não vamos deixar ninguém estragar nosso Domingo.
CAROL – Vocês a conhecem?
PEDRO – Ela é a tal garota que eu disse a você que conheci no primeiro dia de aula, e que pensei que seria uma amiga minha…
CAROL – Ah, essa é a tal narizinho em pé…
PEDRO – Ah própria. Mas vamos, ali tem uma mesa que é distante deles. (os três caminham para uma mesa, quase no fundo da lanchonete)
[CENA 08 – CASA DE THABATA/ Q. DE THABATA/ DIA]
THABATA – E quanto vai rolar a segunda vez?
DANIEL – Isso eu não sei. Acredito que a próxima será na casa dele.
THABATA – Mas esse casal tá muito ousado, que é isso.
DANIEL – Tô só estranhando que ele não está respondendo as minhas mensagens.
THABATA – Talvez ainda esteja dormindo, se recuperando da noite anterior.
DANIEL – Pode ser. Assim que eu chegar em casa vou mandar mensagem pra ele de novo.
THABATA – Isso, faça isso.
DANIEL – Agora, vamos focar o nosso trabalho que a entrega é pra manhã.
THABATA – Não queria ser estraga prazer, pois tu tava tão animado contando a noite que teve com o Henrique que não queria interromper.
DANIEL – Só que eu já contei tudo que rolou ontem à noite, agora vamos focar no trabalho. (começa a ligar seu notebook)
THABATA – Vamos lá. (começa a abrir alguns livros)
[CENA 09 – LANCHONETE DO IVO/ DIA]
IVO – (terminando de colocar os pedidos na mesa de Pedro) Pronto, precisando de qualquer coisa só chamar.
PEDRO – Obrigado, Ivo.
ANA – Obrigada.
CAROL – Obrigada. (Ivo se afasta da mesa) Queria te ver cantar logo, antes de comermos alguma coisa.
ANA – Concordo.
PEDRO – Não quero cantar com eles aqui.
ANA – Melhor você se preparar, que um está vindo pra cá.
RAMON – (aparecendo em frente ao Pedro) E aí, cara? Recebeu minhas mensagens?
PEDRO – Recebi. Só que eu tinha outros planos, então não podia te responder.
RAMON – Tô vendo. Pelo visto você está bem acompanhado. Olá, Ana.
ANA – Oi.
RAMON – Você eu não conheço!
PEDRO – Essa é a Carol, uma amiga minha da minha antiga cidade.
RAMON – Prazer, Carol.
CAROL – Prazer.
RAMON – Então, é estou vendo que você está ocupado aí, só vim mesmo para te fazer um convite. Irei cantar algumas músicas ali com minha banda, em troca ganhamos comida grátis do Ivo, e caso você queira cantar alguma com a gente, só avisar. Que será um prazer dividir o palco contigo de novo, cara.
PEDRO – Tá, se surgir uma vontade de cantar, eu te chamo.
RAMON – Beleza. Então, divirtam-se. (se afasta da mesa, e vai até Andréa)
ANDRÉA – Então, falou com seus amiguinhos?
RAMON – Fiz o convite, espero que ele aceite.
ANDRÉIA – Também espero. Estou curiosa para o vê-lo cantar e descobrir se é tudo isso que você está falando.
[CENA 10 – CASA DA LETÍCIA/ SALA/ DIA]
(Cássia está andando de um lado para o outro na sala, esperando Eduardo chegar. Campainha toca, e ela vai apressada atender)
CÁSSIA – (na porta, sorrindo) Oi, até nos encontros você é pontual?
EDUARDO – Pontualidade é uma de minhas especialidades.
CÁSSIA – Que bom, assim podemos chegar a tempo de ver o início do filme.
EDUARDO – Qual filme iremos ver mesmo?
CÁSSIA – Será surpresa. Contarei quando chegarmos lá.
EDUARDO – Bem, então vamos, né.
CÁSSIA – Vou só pegar minha bolsa, não demoro. (caminha apressada até o sofá, pega sua bolsa e volta para porta)
EDUARDO – Não vai avisar a ninguém?
CÁSSIA – Não. Minha mãe já sabe que irei sair com você. Vamos?!
[CENA 11 – LANCHONETE DO IVO/ DIA]
(Ramon está no palco, preparado com sua banda para cantar)
RAMON – Bom dia a todos. Iremos cantar algumas músicas, animar um pouco está manhã. Ah, também estamos abertos para pedidos. Quem tiver uma música favorita, quiser oferecer pra alguém, só vir até o palco e dizer. Quem quiser cantar também… (olhando para a mesa de Pedro) … o show é para todos. (dá sinal para a banda, que começa a tocar)
[CENA DE MÚSICA – PRIMEIROS ERROS (CAPITAL INICIAL)]
Meu caminho é cada manhã 1
Não procure saber onde vou
Meu destino não é de ninguém
E eu não deixo os meus passos no chão
Se você não entende não vê
Se não me vê, não entende
Não procure saber onde estou 2
Se o meu jeito te surpreende
Se o meu corpo virasse sol
Se a minha mente virasse sol
Mas só chove, chove
Chove, chove
Se um dia eu pudesse ver
Meu passado inteiro
E fizesse parar de chover
Nos primeiros erros
Meu corpo viraria sol
Minha mente viraria ar
Mas só chove, chove
Chove, chove
Se um dia eu pudesse ver 3
Meu passado inteiro
E fizesse parar de chover
Nos primeiros erros
Meu corpo viraria sol
Minha mente viraria ar
Mas só chove, chove
Chove, chove
Meu corpo viraria sol 4
Minha mente viraria ar
Mas só chove, chove
Chove, chove
Meu corpo viraria sol
Minha mente viraria sol
Mas só chove, chove
Chove, chove
1. Eduardo começa tocar seu violão, caminhando pelo palco. Quando começa a cantar, fica de frente com o microfone, observando geral da lanchonete.
2. Olha para Andréa, sorrir. Volta olhar para geral da lanchonete.
3. Pedro observa Andéia se divertindo, pra demostrar que não se preocupa com ela ali, também se diverte, igual Ana e Carol.
4. Eduardo observar Pedro se divertindo, e isso o anima até o final da música.
* a versão de Eduardo é mais animada que a versão original.
[CENA 12 – CASA DE PEDRO/ SALA/ DIA]
(Carla está andando de um lado para o outro, aparentemente está esperando por alguém)
CARLA – (campainha toca) Ele chegou! (ajeita um pouco o cabelo, caminha até a porta, respira fundo e a abre)
MIGUEL – (sorrindo) Oi! (a beija)
CARLA – Entra.
MIGUEL – Não esperava uma ligação sua assim tão logo pela manhã.
CARLA – É que depois do que aconteceu ontem, eu não consegui dormir.
MIGUEL – Eu já disse, Carla, não precisa se preocupar com isso. Foi besteira eu ter feito aquele pedido, estou acelerando demais as coisas.
CARLA – Só que eu pensei muito, e finalmente conseguir ter uma resposta.
MIGUEL – (ficando nervoso) Ah, é. Saiba que sem pressa, você pode ter o tempo que quiser, não quero colocar pressão nenhuma. Simplesmente quero que você pense bem, antes de responder qualquer coisa.
CARLA – Eu já pensei, já tenho a sua resposta.
MIGUEL – Então, tá. Seja o que Deus quiser. Estou ouvindo!
Continua no Capítulo 17…