“Abrigo”
Anoitecendo…
[CENA 01 – CASA DA MANUELA/ COZINHA/ NOITE]
(Sara e Manuela estão jantando, Manuela está calada, e Sara estranha)
SARA – Tudo bem, filha?
MANUELA – Sim.
SARA – Tem algo diferente em você? (começa analisa-la) Cortou o cabelo?
MANUELA – Queria testar um visual novo, mas acabei desistindo.
SARA – Deixa me ver aqui? (Manuela vira o rosto para mãe ver direito)
MANUELA – Logo cresce, mãe.
SARA – Por que você não cortou do outro lado?
MANUELA – Deixa quieto, mãe. Só queria contar, estava sem o que fazer, mas acabei desistindo.
SARA – Eu acho que você ficaria mais bonita do que já é, com um visual novo.
MANUELA – Eu não sou bonita. A senhora diz isso por ser minha mãe.
SARA – Como não é bonita?! Claro que é filha. E não é porque eu sou sua mãe que eu estou dizendo isso. O tal garoto que está afim de você, também deve achar isso.
MANUELA – Talvez.
SARA – Você é linda, minha filha. Por que está com isso agora? Alguém te disse alguma coisa?
MANUELA – Não é nada, mãe. São besteiras que me passam na cabeça apenas.
SARA – Pois trate de tirar essas besteiras de sua cabeça, você é linda, e trate já de colocar um sorriso nessa sua carinha triste. (Manuela coloca um sorrisinho) Isso aí. (as duas voltam a jantar, Manuela logo tira o sorrisinho do rosto e volta a fica cabisbaixa)
[CENA 02 – CASA DE CAIO/ Q. DE CAIO/ NOITE]
(Caio está sentado em sua cama, falando com o carinha que o levou para roubar a joalheria noites atrás)
CAIO – Eu não sei, não posso ficar saindo assim tarde da noite. Eu não sou filhinho da mamãe, é que da última vez meus pais ficaram preocupados. Eu vou pensar. Tenho a escola também, alguns trabalhos, te dou uma resposta amanhã. Beleza. (desliga o telefone, coloca ao lado e fica pensativo. Segundos depois levanta da cama e sai do quarto)
[COZINHA]
(Cláudio está terminando de colocar a mesa, com ajuda de Camila)
CLÁUDIO – E nenhuma pista de quem roubou?
CAMILA – Ainda não. A polícia está verificando as câmeras de segurança da rua. Esse é um dos motivos que eu não quero que o Caio fique até tarde na rua. Vai que ele dar de cara com um acontecimento desse, olha para o rosto de algum dos ladrões e os mesmos decidem pegá-lo, até fazer alguma outra besteira.
CLÁUDIO – Nem imagina isso, Camila. O Caio é um menino esperto, não se envolveria em um acontecimento desse.
CAIO – (entrando na cozinha) Me envolveria em que?
CLÁUDIO – Eu e sua mãe estamos falando do roubo que teve em uma joalheria algumas quadras daqui. E um dos motivos do qual ela não gosta que você fique até tarde na rua é esse, porque você talvez se depara com alguma situação dessas, veja o rosto de algum dos bandidos, e eles te peguem ou façam alguma coisa contigo.
CAIO – Isso nunca iria acontecer. (sentando à mesa)
CAMILA – Claro que não, até porque você sabe que se algo desse tipo acontecer, você tem que se afastar do local, pedir ajuda, mas nunca se envolver.
CAIO – Lógico que eu sei.
CLÁUDIO – Viu, não precisa se preocupar que o nosso garoto é responsável. Não se envolveria com algo desse tipo. (os dois terminam de preparar a mesa, Caio fica pensativo)
[CENA 03 – CASA DA ANA/ Q. DA ANA/ NOITE]
(Ana está com a foto de sua mãe, ela fecha os olhos, tenta se concentrar e tenta ter outra visão, mas não tem dito muito sucesso)
ADRIANA – (batendo na porta e entrando) Oi, jantar está na mesa já.
ANA – (colocando o porta retrato ao lado) Estou descendo.
ADRIANA – Vendo a foto de sua mãe!
ANA – Sim. Queria muito conhecê-la. (Adriana senta na cama, ao lado dela)
ADRIANA – Ela era uma mulher incrível. E você se parece muito com ela.
ANA – (pensa em contar para ela que consegue ter visões) Você sabia que a minha avó conseguiu ver o futuro, né?
ADRIANA – Sim. Apesar de ter minhas dúvidas, sim. Ela até previu o destino de seu pai e sua mãe. Seu pai acha que todas as previsões aconteceram.
ANA – Você não acredita nisso?
ADRIANA – Não é que eu não acredite. Mas que… isso de ter visões, prever o futuro, essas coisas… preciso de uma prova mais concreta.
ANA – (desistindo de contar para Adriana) O papai deve estar nos esperando para jantarmos. (levantando da cama)
ADRIANA – Exatamente. (as duas saem do quarto)
[CENA 04 – CASA DA MANUELA/ Q. DE MANUELA/ NOITE]
(Manuela está em seu quarto, terminando alguma atividade, quando do nada, começa a ouvir a voz de Alice em sua cabeça, a chamado de feia, estranha… ela para de escrever, levanta da cama, caminha até o banheiro e se olha no espelho. Em sua mente, a imagem que ela ver é de uma garota feia, esquisita, tudo isso que Alice a chama. No fundo Manuela é uma garota bonita, apenas não se cuida tanto como deve, mas é uma garota bonita. Mas de tanto ouvir as outras garotas a chamando de estranha, isso tem a deixado de cuidar de si mesma. Ao ver esse reflexo imaginado em sua cabeça no espelho, Manuela volta para a cama, começa a puxar os cabelos e a chorar)
[CENA 05 – CASA DA ALICE/ Q. DE ALICE/ NOITE]
(Alice está tocando seu violão, quando Felipe bate na porta de seu quarto)
FELIPE – (entrando no quarto) Posso entrar?
ALICE – O senhor já entrou.
FELIPE – Preciso conversar com você.
ALICE – Não precisa me justificar nada, pai. O senhor é igual todos os homens, é da natureza de vocês.
FELIPE – Eu sei que errei ao trair a sua mãe, só que eu estou arrependido agora.
ALICE – Meio tarde não acha? (coloca o violão ao lado, levanta da cama e caminha em direção ao computador)
FELIPE – Filha, me escuta… eu sei do meu erro, já me acertei com sua mãe, ela me perdoou, e estamos nos divorciando apenas porque não tinha mais como sustentar nosso casamento, entende? A minha relação com ela, havia se desgastado com o tempo.
ALICE – O senhor já me disse isso. E também não estou afim de ouvir as suas justificativas. O senhor porque sentia necessidades, não sempre isso que vocês homens dizem? Que não são culpados, foi algo maior…
FELIPE – Eu não sou esse tipo de homem.
ALICE – Eu também pensei que o senhor não fosse esse tipo de homem. Mas estava enganada. Nenhum de vocês prestam. Agora se o senhor me dar licença, preciso concluir um trabalho.
FELIPE – Você não vai jantar?
ALICE – Como alguma coisa depois.
FELIPE – Então, mais tarde venho dá o beijo de boa noite.
ALICE – Melhor o senhor me dar agora, mais tarde vou estar ocupada com esse trabalho, não quero ser incomodada. (Felipe então caminha até ela)
FELIPE – (dando um beijo na testa dela) Boa noite então, filha.
ALICE – Boa noite. (Alice volta a prestar atenção no computador, Felipe sai de cabeça baixa do quarto)
[CENA 06 – CASA DE SAMUEL/ Q. DE DANIEL/ NOITE]
(Daniel está deitado na cama ainda trocando mensagens com o CarinhadoPC)
DANIEL – “Eu tenho muitas atividades para fazer, só que tá tão bom trocar mensagem contigo”
CARINHADOPC – “Eu não quero te atrapalhar em nada”
DANIEL – “Não estar me atrapalhando, pode ficar tranquilo” “Logo mais faço esses trabalhos” “O que você está fazendo?”
CARINHADOPC – “Mexendo em alguns equipamentos”
DANIEL – “Nerd, rs”
CARINHADOPC – “Tenho que ir agora” “Preciso resolver algo aqui”
DANIEL – “Sem problema” “Então até amanha na escola, mesmo eu não sabendo quem é você, rs”
CARINHADOPC – “Até amanhã então. Boa noite!”
DANIEL – “Boa noite!” (Daniel desliga o celular, olha para o teto, com um sorriso no rosto. Seu pai entra no quarto e encontra o filho viajando)
SAMUEL – Ih, eu conheço bem esse sorrisinho bobo. (caminha até a cama do filho, Samuel se senta) Tinha o mesmo sorriso quando pensava em sua mãe.
DANIEL – É, talvez o motivo por este sorriso seja o mesmo sentimento que o senhor sentia por ela.
SAMUEL – Então você está confessando que está apaixonado pela Thabata?
DANIEL – (ri) Não, pai. Eu não estou apaixonado pela Thabata. Na verdade, é por outra pessoa.
SAMUEL – Ah é? Quer dizer então que tem outra garota na jogada. Eu a conheço?
DANIEL – Não. Nem eu conheço direito.
SAMUEL – Como assim? É uma namorada virtual? Você sabe muito bem sobre o que eu penso desse negócio de virtual, filho. Não se sabe quem está do outro lado da tela.
DANIEL – Eu sei me cuidar, pai. Relaxa.
SAMUEL – Qual é o nome dessa garota, posso saber ao menos?
DANIEL – Ainda não. Mas, no momento certo, irei apresentar ao senhor.
SAMUEL – Quanto mistério.
DANIEL – Mas, bora mudar de assunto… (levantando da cama) … tenho um trabalho para fazer ainda.
SAMUEL – Na verdade, só vim dar o boa noite. Estou saindo com os meus amigos novamente.
DANIEL – Está bem. (senta em frente ao computador)
SAMUEL – Qualquer coisa me liga.
DANIEL – Relaxa pai, divirta-se como sempre digo.
SAMUEL – Boa noite, filhão. (caminha até ele, beija sua testa e logo em seguida vai em direção à porta)
DANIEL – Boa noite, pai. (Samuel sai, Daniel digita algo, coloca para pesquisar, em seguida pega sua mochila e retira seu material de dentro dela)
Amanhecendo…
[CENA 07 – CASA DO CAIO/ Q. DO CAIO – SALA/ DIA]
(Caio termina de se arrumar para ir para escola. Verifica se colocou tudo em sua mochila, quando seu celular toca)
CAIO – Oi. Eu ainda não pensei na resposta. Pensei que fossemos fazer só uma vez aquilo. Nós não somos bandidos. É o que tá parecendo, não? Vocês estão combinando outro assalto. (Cláudio bate na porta do quarto e vai entrando)
CLÁUDIO – Filho, pronto já. Hoje sou eu quem te levará para escola.
CAIO – (falando rapidamente) Até hoje à tarde dou a resposta. (desliga) Estou pai, estava verificando meu material. Por que a mamãe não me levará hoje?
CLÁUDIO – Ela disse que teria muita coisa para resolver hoje no escritório.
CAIO – Bem, ao menos hoje vou o com o melhor pai do mundo.
CLÁUDIO – Que sua mãe não escute isso, mas eu sei que eu sou mesmo. (os dois riem e saem do quarto)
[CENA 08 – CASA DA MANUELA/ COZINHA/ DIA]
(Manuela vem entrando na cozinha, não conseguiu dormir, e está nítido pelas olheiras em sua cara)
SARA – (apressada arrumando sua bolsa, que nem repara) Bom dia, filha. Eu já fiz o café e comprei os pães. (caminha até ela e a beija) Até mais, filha. (sai da cozinha apressada. Manuela, sem animo, também sai da cozinha sem tomar café)
[CENA 09 – CASA DE PEDRO/ COZINHA/ DIA]
(Pedro está tomando café da manhã um pouco triste, Carla percebe)
CARLA – Acontecendo alguma coisa, filho?
PEDRO – Não, por que pergunta?
CARLA – Sei lá, não estou percebendo aquela sua animação de sempre. Sabe que tiver acontecendo alguma coisa, você pode sempre contar para mim.
PEDRO – Eu sei, mãe. Estou bem, não é nada. (fica um curto silêncio entre eles, quando Paula entra na cozinha, animada)
PAULA – Bom dia, família.
CARLA – Bom dia, irmã.
PEDRO – Bom dia.
PAULA – Bem, estou indo para o trabalho, e não vou almoçar com vocês hoje. O Flávio me convidou para almoçar com ele hoje, já que ele está cuidado da sobrinha. Então, até mais família.
CARLA – Tchau. (Paula sai da cozinha apressada, Carla e Pedro continuam tomando café, ela ainda preocupada com o silêncio do filho)
[CENA 10 – CASA DE LETÍCIA/ Q. DE LETÍCIA/ DIA]
(Letícia está sentando na cama, de frente para Eduardo)
EDUARDO – Eu fiquei preocupado, quando o Dácio me disse dessa sua febre. Tem certeza que está tudo bem?
LETÍCIA – Tenho. Não é nada demais que precise se preocupar.
EDUARDO – É claro que eu me preocupo. Você é tudo que eu tenho mais importante nessa vida. (tenta beijá-la, mas por estar pensando na conversa que teve ontem com Regina, ela se afasta) O que houve?
LETÍCIA – Eu não quero te passar nenhum vírus.
EDUARDO – Eu não me preocupo com isso. (tenta novamente beijá-la)
LETÍCIA – É melhor você ir indo, Eduardo. Não quero que você se atrase e também preciso descansar um pouco.
EDUARDO – (percebendo que algo tá estranho) Aconteceu alguma coisa? Sua madrasta falou algo?
LETÍCIA – Não, só estou um pouco cansada.
EDUARDO – Então tá. Irei deixar você descansar. (dessa vez, beija a testa dela e ela permite) Se cuida, à noite apareço por aí.
LETÍCIA – Está bem. (Eduardo se levanta da cama, Letícia se deita, e se virá para o outro lado, com vontade de chorar. Eduardo ainda desconfiado de que algo esteja acontecendo, sai do quarto pensativo)
[CENA 11 – LANCHONETE DO IVO/ DIA]
(Ivo está arrumando as mesas para abrir à lanchonete, recebendo ajuda de sua irmã, Rita)
IVO – (vendo que ela está muito calada) Quanto silêncio.
RITA – Ainda é de manhã, meu irmão. O que você queria, uma festa hora dessa.
IVO – Eu me refiro à você. Está acontecendo alguma coisa?
RITA – Não, por que estaria?
IVO – Sei lá, normalmente, você estaria arrumando essas mesas animada. Falando coisas, enfim…
RITA – Só não acordei muito bem hoje. Estou naqueles dias.
IVO – Saquei. Bem, vou preparar as coisas lá dentro. (para de arrumar uma mesa e vai para cozinha)
[CENA 12 – COLÉGIO ESTADUAL OLIVEIRA SANTOS/ REFEITÓRIO/ DIA]
(Pedro está no refeitório ainda triste, tanto que nem está ouvindo a conversa entre Dácio e Ana)
ANA – (olhando para o garoto novo sentado sozinho em uma mesa logo a frente deles) Olha, até que ele é bonitinho.
DÁCIO – Se não fosse do primeiro ano, certamente você iria atrás, hein.
ANA – Talvez. Será que a gente chama ele para sentar aqui com a gente. É meio solitário ficar sozinha.
DÁCIO – É, porque se ele continuar assim, logo o excluirão.
ANA – O que você acha, Pedro? (Pedro não ouve)
DÁCIO – Pedro? (o cutuca) Voando longe, cara?
PEDRO – Desculpa pessoa. Não ouvi sobre o que vocês conversavam.
ANA – Estamos falando do garoto novo. Se a gente o chama para conversar com a gente.
PEDRO – Pode ser.
ANA – Então eu vou lá. (Ana levanta da mesa, e vai em direção ao garoto novo. Segundos depois, ela volta e o garoto logo atrás dela) Gente, esse o Alan. Alan, esses são o Pedro e Dácio.
ALAN – Prazer. (cumprimenta os dois, Ana volta a sentar onde estava e Alan senta de frente para Pedro)
DÁCIO – De onde você é, Alan?
ALAN – Sou de São Paulo. Minha mãe perdeu o emprego, e graças a uma amiga dela, conseguiu outro aqui.
ANA – E sua mãe trabalha em que?
ALAN – (fica com receio de responder) Ela é cozinheira.
ANA – Olha, legal. Ela conseguiu emprego onde?
ALAN – Aqui.
DÁCIO – Sua mãe é a nova cozinheira? (Alan confirma com a cabeça, com receio de ser excluído após eles descobrirem que era a mãe dele) Nossa, cara… depois que sua mãe chegou a comida desse colégio melhorou e muito.
ANA – Verdade. Você tem que nos apresentar a ela, precisamos agradecê-la pelas mãos de fadas que ela tem.
ALAN – Tá, pode ser. (Dácio e Ana continuam conversando com Alan, enquanto Pedro continua calado, pensativo. Alan acha que isso talvez seja por sua presença na mesa)
[CENA 13 – CASA DE FLÁVIO/ SALA/ DIA]
(Flávio e Lisa estão sentado no sofá. Ele está com as mãos na perna da garota, fazendo alguns carinhos, ela de cabeça baixa, retraída dele. Campainha toca)
FLÁVIO – Oh, a Paula chegou querida. Você vai gostar dela. Sorria, e nada de contar da gente. (levanta do sofá apressado, e vai abrir a porta)
PAULA – Oi! (o beija)
FLÁVIO – Oi, amor. Que bom que você chegou. Estávamos só esperando por você. (a leva até o sofá onde está Lisa)
PAULA – Está é sua sobrinha?
FLÁVIO – É sim. Lisa, essa é a Paula a namorada do tio.
PAULA – (indo até ela, mas Lisa se assusta e se afasta) Calma, só iria sentar com você.
FLÁVIO – Ela é assim, por isso minha irmã à deixa cuidando dela.
PAULA – Ela tem algum problema, algo do tipo?
FLÁVIO – Não, só é o jeito dela mesmo. Que tal me ajudar a terminar de arrumar a mesa, hein?
PAULA – Tá. (Paula e Flávio vão para cozinha, Lisa continua no sofá, de cabeça baixa, como se estivesse com medo de alguma coisa)
[CENA 14 – CASA DA LETÍCIA/ Q. DA LETÍCIA/ DIA]
(Letícia está sentada na cama, com o violão em suas pernas. Pensa na noite que saiu de casa com Eduardo, pensa na noite em que os dois se conheceram, pensa na noite que ele a pediu em namoro, uma lagrima sai de seu rosto, a limpa e começa a tocar)
[CENA DE MÚSICA – ABRIGO (ROBERTA CAMPOS)]
Ando tão só 1
É bom por que sinto falta de você
Concordo com a solidão
Ela afirma todo amor
Não que eu pensasse o contrário
Corro tão só
Sei que nunca vou me acostumar
Dispenso novas emoções
Me atrapalho, desconfio
Dos efeitos dessa ausência
Dos meus dias 2
Vida fácil
Dos meus dias
Vida frágil, sem você
Ando tão só
É bom por que sinto falta de você
Concordo com a solidão
Ela afirma todo amor
Não que eu pensasse o contrário
Corro tão só 3
Sei que nunca vou me acostumar
Dispenso novas emoções
Me atrapalho, desconfio
Dos efeitos dessa ausência
Dos meus dias
Vida fácil
Dos meus dias
Vida frágil
Dos meus dias
Vida fácil
Dos meus dias
Vida frágil, sem você
Dos meus dias 4
Vida fácil
Dos meus dias
Vida frágil
Dos meus dias
Vida fácil
Dos meus dias
Vida frágil, sem você
Paro de vez
Não tenho mais por que continuar
Sozinha vou me acabar
Nessa espécie de tortura
Que esvazia o coração
1. Letícia começa a tocar, olha para baixo e pensa em Eduardo.
2. Nathanael aparece e não gosta nada do que está passando na cabeça de Letícia.
3. Letícia começa a chorar, por já ter tomado sua decisão em relação à Eduardo.
4. Nathanael observa Letícia por alguns segundos sério, depois desaparece.
5. Letícia aos poucos vai parando de chorar e termina a musica, olhando para o violão, decidida de que a decisão que tomou é a certa a se fazer.
[CENA 15 – CENTRO EDUCACIONAL GUSTAVO AUGUSTO/ BANHEIRO/ DIA]
(Alice está passando maquiagem, quando Manuela entra no banheiro. Ao ver Alice, abaixa a cabeça e pensa em sair)
ALICE – Parada aí. (guarda a maquiagem na bolsa, e caminha até ela) Vem cá. (a empurra para frente do espelho, ficando atrás dela) O que você? (Manuela continua de cabeça baixa) Eu disse o que você ver! (forçando ela olhar para o espelho com as mãos) O que você ver?
MANUELA – (apavorada) Uma estranha.
ALICE – Uma estranha. Agora olha para o meu reflexo, o que você? (Manuela não responde) Estar vendo agora a diferença entre nós duas? (Manuela volta a baixar a cabeça, Alice sai de trás dela) Sinceramente não sei como você tem coragem de sair de casa desse jeito. As pessoas quando te veem, com certeza tem vontade de colocar uma sacola em você. Devem sentir medo. Eu particularmente, se te encontrasse em uma rua escola, fugiria pensando ser algum bicho. (Manuela começa a chorar) Ah, lá vem a chorona. (volta para perto de sua bolsa) Além de feia, é chorona. Tua mãe deve ter amar muito viu. Porque se eu tivesse uma filha como você, não pensaria duas vezes em te jogar em alguma caçamba de lixo por aí. (sai do banheiro, Manuela desaba no choro, com uma mistura de raiva de Alice. Levanta a cabeça, olha para o espelho, e se sente a feia, assim como Alice disse)
Continua no Capítulo 29…