“Mais Forte”
[CENA 01 – LOCAL DA FESTA/ EXTERNO/ NOITE]
(Tiago fica surpreso ao ver Alice aparecendo por trás dele)
ALICE – Chata?! Quer dizer que eu sou chata, Tiago?
TIAGO – O que faz aqui? Por que não está lá dentro se divertindo com as suas amigas?
ALICE – Eu vim atrás de você, te perdoar pelo o que você fez.
TIAGO – O que eu fiz? Eu te preparei uma ótima festa. Só que você detestou.
ALICE – Porque estava horrível.
TIAGO – (sarcástico) Ah, me desculpe se o meu dinheiro não é suficiente para você.
ALICE – Eu nunca me importei se a minha família tinha mais dinheiro do que a sua. Só que simplesmente, o local que você escolheu não caberia o tanto de gente que eu convidei. Você viu a quantidade de pessoas que tem aí dentro?
TIAGO – Grande publico esse o seu! Tenho certeza que você não deve conhecer um terço do pessoal que está ai dentro. Inclusive… (caminha até a garota que estava beijando e apresenta para Alice) …você nem deve saber que é ela?
ALICE – Claro que eu sei. É a biscatinha com quem você estava beijando minutos atrás.
TIAGO – Você sabe que não foi isso que eu perguntei.
ALICE – Estou pouco me importando quem é essa daí. Alias, vocês podem voltar a se pegarem nesse canto escuro onde estavam. Foi uma péssima ideia vir aqui. Na verdade, foi uma burrice vir atrás de você para te perdoar. (Alice caminha de volta para o clube. Tiago vai atrás dela)
TIAGO – Alice, espera?!
ALICE – Eu não quero falar com você.
TIAGO – Espera, vamos conversa?
ALICE – Você tem algo bem melhor pra fazer do que conversar comigo. (Alice o ignora e entra no clube. Tiago volta para perto da garota)
GAROTA – Então, você vai querer ficar comigo ou não?
TIAGO – Não posso perder a noite, né?! (Tiago volta a beija-la e a empurra para o canto onde estavam)
[CENA 02 – CASA DO PEDRO/ SALA/ NOITE]
(Miguel caminha em direção à Carla, e a mesma continua surpresa com a visita do antigo amigo).
CARLA – Como você soube que eu havia voltado?
PAULA – Fui eu quem avisou a ele. (descendo as escadas)
MIGUEL – Isso, a Paula esses últimos anos tem sido a fonte de informação sobre você. Surpresa?
CARLA – Claro que estou surpresa. E você não tinha direito de falar coisas sobre mim, Paula.
MIGUEL – Não culpe a sua irmã, fui eu quem insistiu que ela contasse notícias suas. Afinal, você não atendia minhas ligações, não respondia minhas mensagens.
CARLA – Queria me afastar de tudo que me lembrasse dessa cidade.
PEDRO – Vocês são amigos há muito tempo? (Carla e Miguel respondem ao mesmo tempo)
CARLA – Não.
MIGUEL – Sim.
PAULA – É uma longa história Pedro, mas respondendo por eles, sim. Miguel é um grande amigo de sua mãe.
PEDRO – Por que a senhora nunca me falou dele?
CARLA – Porque… (não sabe o que dizer)
MIGUEL – Sua mãe nunca gostou de falar muito dos amigos dela.
PEDRO – Se você conhece muito tempo minha mãe, então deve ter conhecido meu pai?
CARLA – Pedro???
MIGUEL – Não, seu pai não conheci. Sua mãe também nunca me falou nada sobre ele.
PEDRO – Parece que ela falou pra ninguém.
CARLA – Já conversamos sobre isso, Pedro. Seu pai morreu e sabe que não gosto de tocar nesse assunto.
PEDRO – Então me deixa pelo menos ver uma foto dele? Ver se me pareço com ele?
CARLA – As fotos que eu tinha do seu pai, queimei todas.
PEDRO – Não acredito que a senhora não tenha deixado nenhuma como recordação. (Carla não responde)
PAULA – Pedro, tudo que você precisa saber do seu pai, a sua mãe já lhe contou.
PEDRO – Só que não o bastante pra mim. E eu pensei que depois que ela chegasse aqui, e visse mais recordações dele, ela pudesse me contar mais. (Pedro sobe para o quarto chateado)
MIGUEL – Acho que eu devia ter avisado.
CARLA – Também acho!
MIGUEL – Só que o garoto tem razão. Ele precisa saber quem é o pai.
CARLA – Isso cabe a mim, não a você. E o que Pedro precisa saber do pai dele, ele já sabe.
MIGUEL – Está bem. Não tá mais aqui quem falou. (achando que era hora de ir, Miguel caminha até à porta) Tchau, Carla. Foi bom te ver depois desses anos todos. (sorri, Carla não)
CARLA – Tchau.
PAULA – Deixa que eu te acompanho. (Paula o leva até à porta, depois retorna para a sala com a irmã)
CARLA – Você não devia ter dito que eu havia voltado. Na verdade, você não devia ter dito nada sobre mim pra ele.
PAULA – Ele ainda te ama Carla, e você não pode viver a vida inteira sozinha.
CARLA – Não pertence a você decidir isso pra mim!
PAULA – Então tá, você é adulta, sabe o que faz. Não vou interferir em nada. (vai para cozinha. Carla fica sozinha na sala, pensativa)
[CENA 03 – CASA DA ALICE/ SALA/ NOITE]
(Felipe, Luana e Viviane estão na sala, mesmo após Felipe ter tomado banho)
LUANA – Estamos esperando mais alguém para jantar?
VIVIANE – Não, querida. Na verdade, estou esperando o Felipe criar coragem e contar o que eu presenciei hoje na empresa.
LUANA – O que a senhora viu?
VIVIANE – Você vai contar ou quer que eu conte, filho?
LUANA – O que aconteceu, Felipe?
FELIPE – (ficando de frente a ela) Eu te trai, Luana. Minha mãe me flagrou agarrando a secretária no escritório. (Luana se levanta)
LUANA – Então, essas suas desculpas de ficar até tarde, era porque você estava pegando a secretária?! Como você pode, Felipe? Eu todas às noites ficava aqui, te esperando… e você lá me traindo.
FELIPE – Não consegui resistir, desculpa, tá! Também só foi com ela, não te trai mais com ninguém.
LUANA – Não importa com quantas tenha sido. Importa que você me traiu. Depois dessa não tem mais como eu confiar em você, a nossa relação não será mais a mesma.
VIVIANE – Sei que, o que o Felipe fez foi errado, mas tenho certeza que ele não fará mais isso. Até porque aquela mulher está na rua já.
LUANA – Mesmo assim, Viviane. Não esperava isso de você, Felipe. (sobe para o quarto)
VIVIANE – O que está esperando pra ir atrás dela? (Felipe vai atrás de Luana)
[QUARTO]
(Luana está sentada na cama, chorando)
FELIPE – (entra no quarto sem jeito, caminha até a cama, senta e coloca a mão sobre Luana) Sei que errei…
LUANA – Não me toca. (se afasta dele)
FELIPE – Desculpa. Sei que errei, mas qual é. Você me traiu uma vez já, e com o meu melhor amigo.
LUANA – Eu nunca te trai, Felipe. Sempre deixei isso claro para o Sérgio.
FELIPE – Então vamos colocar uma borracha nisso, da mesma forma que fiz com seu caso com o Sérgio.
LUANA – (fica de frente para ele) Me responde uma coisa. Você fez isso como vingancinha do caso que eu tive com o Sérgio anos atrás, né?
FELIPE – Não, realmente, tive uma recaída. Não resisti…
LUANA – Posso até colocar uma borracha nisso, mas a nossa relação não será mais a mesma. A confiança da nossa relação ficou abalada. (se deita) Agora quero ficar sozinha. (Felipe não diz mais nada, levanta da cama e sai do quarto)
[CENA 04 – FESTA DE ALICE/ NOITE]
(Alice entra no clube chateada, e caminha em direção à Rute)
RUTE – Encontrou o Tiago?
ALICE – Não quero falar desse traidor! (Éster sobe ao palco e chama Alice) Tenho que ir. Chegou a hora do meu show. (vai caminhando ao palco)
ÉSTER – Atenção aqui pessoal, que o melhor da festa vai começar. Sei que o DJ estava com um belo repertório, afinal, a grande mente por trás das escolhas das músicas, também será a talentosíssima voz que irá cantar agora pra animar mais a nossa festa. (Alice mal é anunciada e já está no palco) Nem preciso anuncia-la, pois vocês sabem quem é a estrela da festa. (Éster entrega o microfone para Alice, e cochicha) Arrebenta amiga.
ALICE – Obrigada. Obrigada a todos que aceitaram o convite para essa pequena social de volta às aulas. Como de costume… (ela faz sinal para a banda começar a tocar) …esse é o momento que mostro um pouco da minha voz para os meus convidados. Ah, e meninas… homens não valem nada. Todos são iguais, e não merecem que fiquemos atrás deles.
[CENA DE MÚSICA (STRONGER – KELLY CLARKSON)]
You know the bed feels warmer 1
Sleeping here alone
You know I dream in color
And do the things I want
Think you got the best of me
Think you had the last laugh
Bet you think that everything good is gone
Think you left me broken down
Think that I’ll come running back
Baby you don’t know me, cause you’re dead wrong
What doesn’t kill you makes you stronger 2
Stand a little taller
Doesn’t mean I’m lonely when I’m alone
What doesn’t kill you makes a fighter
Footsteps even lighter
Doesn’t mean I’m over cause you’re gone
What doesn’t kill you makes you stronger, stronger
Just me, myself and I
What doesn’t kill you makes you stronger
Stand a little taller
Doesn’t mean I’m lonely when I’m alone
You heard that I was starting over with someone new 3
But told you I was moving on over you
You didn’t think that I’d come back
I’d come back swinging
You try to break me but you see 4
What doesn’t kill you makes you stronger
Stand a little taller
Doesn’t mean I’m lonely when I’m alone
What doesn’t kill you makes a fighter
Footsteps even lighter
Doesn’t mean I’m over cause you’re gone
What doesn’t kill you makes you stronger, stronger 5
Just me, myself and I
What doesn’t kill you makes you stronger
Stand a little taller
Doesn’t mean I’m lonely when I’m alone
Thanks to you I got a new thing started 6
Thanks to you I’m not a broken hearted
Thanks to you I’m finally thinking bout me
You know in the end the day you left was just my beginning
In the end…
What doesn’t kill you makes you stronger 7
Stand a little taller
Doesn’t mean I’m lonely when I’m alone
What doesn’t kill you makes a fighter
Footsteps even lighter
Doesn’t mean I’m over cause you’re gone
What doesn’t kill you makes you stronger, stronger
Just me, myself and I
What doesn’t kill you makes you stronger
Stand a little taller
Doesn’t mean I’m lonely when I’m alone
What doesn’t kill you makes you stronger, stronger
Just me, myself and I
What doesn’t kill you makes you stronger
Stand a little taller
Doesn’t mean I’m lonely when I’m alone
1. Galera começa a vibrar assim que Alice começa a cantar.
2. Alice começa a pular e dançar em cima do palco, a galera também. Dançam, pulam, cantam junto com Alice, se divertem.
3. Tiago entra no clube, ver a animação da garela, caminha entre o pessoal, em direção ao palco.
4. Tiago fica em frente ao palco, não está dançando nem animado igual o restante do pessoal. Está olhando para Alice, e a mesma, apesar de está pouco próximo dele, o ignora.
5. Ao perceber que Tiago não está se divertindo, Alice começar a dançar e cantar mais animada.
6. Tiago ver a garota que ele estava beijando minutos atrás, se pegando com outro carinha no meio da festa. Alice ver a mesma cena, e sua animação se duplica.
7. Extremamente animada, Alice fica até o final da música dançando uma coreografia, sendo acompanhada por suas amigas e pela garela da festa. Tiago, nenhum pouco animado, sai de frente ao palco, em direção a saída.
[CENA 05 – CASA DE PEDRO/ Q. DE PEDRO/ NOITE]
(Pedro está em seu quarto, ao lado de seu berço. Ainda continua chateado com sua mãe, por ela não querer contar nada sobre o seu pai. Sua raiva logo é distraída, quando ele recebe uma ligação de uma amiga)
PEDRO – Oi.
CAROL – Fiquei esperando você me mandar alguma mensagem ou me ligar, mas até agora nada, então eu mesma decidi ligar.
PEDRO – Desculpa, eu iria fazer isso mais tarde.
CAROL – Está tudo bem? (percebe que voz dele está estranha)
PEDRO – Está sim.
CAROL – Pronto para escola nova?
PEDRO – Na medida do possível sim.
CAROL – Fala a real, Pedro? O que está acontecendo?
PEDRO – Você me conhece mesmo, né? (senta na cama)
CAROL – Óbvio.
PEDRO – É sobre o meu pai. Minha mãe não quer falar nada dele pra mim.
CAROL – Talvez a sua mãe já tenha dito tudo sobre ele.
PEDRO – Não, eu sei que tem mais. Sei que ela esconde alguma coisa.
CAROL – Quem sabe, isso que ela esconda, seja pra proteger você.
PEDRO – Do que?
CAROL – Não sei. Talvez, seu pai tenha abandonado você? E sua mãe não quer que você saiba. Isso aconteceu com ela né, seu avô fez isso!
PEDRO – Ela sabe que se realmente fosse isso, eu a entenderia por tentar esconder de mim.
CAROL – Bem, então não tenho ideia do que seja.
PEDRO – E você?
CAROL – O que tem eu?
PEDRO – Como vai ser ir pra escola amanhã sem mim?
CAROL – Vou conseguir sobreviver às aulas chatas da dona cheirinho de bebê.
PEDRO – (ri) Vou sentir falta dessa turma.
CAROL – Não dou uma semana e você não vai nem lembrar da gente.
PEDRO – É uma aposta?
CAROL – E qual seria o prêmio, já que estamos à distância um do outro?
PEDRO – É, verdade. (pensa um pouco) Uma foto!
CAROL – Uma foto?!
PEDRO – Isso, lembra da festa junina de 2014?
CAROL – Como esquecer… (ri) … o casal milho da festa. Eu e você vestidos praticamente de milhos, vendendo milho, na barraca do milho. Mas como era festa junina, a vergonha não foi tanta assim.
PEDRO – Verdade, só que agora não é época de festa junina.
CAROL – Claro que não, estamos em agosto.
PEDRO – Então a vergonha será maior.
CAROL – Fala logo qual é a proposta, Pedro?
PEDRO – Se daqui uma semana, eu me esquecer de ligar para você, vou ter que ir para a escola usando a mesma fantasia que usamos no arraial de 2014. E para provar, terei que tirar fotos que enviarei para você.
CAROL – Fotos não provam quase nada. Quem garante que você vai passar a aula inteira usando a fantasia?
PEDRO – Está certo, farei um vídeo então.
CAROL – E se eu perder?
PEDRO – Caso você perca, você terá que gravar um vídeo mostrando seu dia de aula fantasiada de milho.
CAROL – Ai, ai, pra quê eu fui apostar.
PEDRO – Está com medo? Eu quem devia estar com medo, afinal, o garoto novo sou eu. A vergonha maior será minha.
CAROL – (ri) Daria tudo pra ver você fantasiado de milho na frente de várias pessoas que não te conhecem. Aposta aceita. Vou preparar até o telão aqui, para mostrar para o pessoal da escola. Assim, será vergonha dupla.
PEDRO – Sou eu agora quem estou arrependido por ter feito essa aposta. (ri)
Amanhecendo…
[CENA 06 – CASA DO PEDRO/ COZINHA/ DIA]
(Carla está terminando de preparar a mesa, quando Pedro entra na cozinha)
PEDRO – Bom dia. (sentando à mesa)
CARLA – Bom dia, filho. Acabei de fazer o café. (caminha até o fogão) E para lembrar um pouco do campo, hoje mais cedo, compre duas garrafas de leite, para você lembrar do leite que você tirava na fazenda do seu avô.
PEDRO – Obrigado. Não precisava ter feito isso.
CARLA – Você precisa estar bem alimentado para o primeiro dia de aula. (coloca o bule com o leite em cima da mesa) Os pães também estão quentinhos, os comprei não tem muito tempo.
PEDRO – Mãe, é… desculpa. Desculpa por ontem.
CARLA – Não precisa, filho. Você tem todo o direito de querer saber mais do seu pai, mas a verdade é que…o que eu sei dele, é o que eu já te contei. Seu pai e eu não convivemos muito tempo juntos… e você tem razão! Tem algo que eu não contei para você.
PEDRO – O que?
CARLA – Ele nem chegou a saber que eu estava grávida.
PEDRO – Então ele não soube da minha existência?
CARLA – Não.
PEDRO – A senhora precisa me mostrar um foto dele. Eu preciso saber como ele foi, mãe! Se ele não soube como eu era, eu preciso saber como ele foi.
CARLA – Eu realmente não tenho nenhuma foto dele. Sinto muito, filho.
PEDRO – (fingi não ter ficado triste) Não tem problema. Pelo menos eu posso imaginar como ele é, com as informações que eu tenho. (Paula entra na cozinha)
PAULA – Bom dia família.
CARLA – Bom dia.
PEDRO – Bom dia.
PAULA – Aconteceu alguma coisa pra vocês estarem com essa cara? Vai me dizer que ainda estão intrigados pelo o que aconteceu ontem?
PEDRO – Não é isso, está tudo bem já.
PAULA – Ainda bem. Pronto para o primeiro dia de aula?
PEDRO – Sim, por falar nisso, acho que eu deveria ir com à Ana? Já que estudamos na mesma escola.
CARLA – Sim, filho. Vou ligar para o Junior e pergunta se ela já foi.
PEDRO – Não se preocupa, vou mandar aqui uma mensagem para ela. (digita uma mensagem, quando Carla volta para o fogão, e Paula começa a se servir. Minutos depois, Pedro está na sala, mexendo no celular, quando a campainha toca)
PEDRO – Deve ser à Ana. (guarda o celular e corre para a porta) Eu atendo. Oi.
ANA – Oi. Espero não ter demorado muito?
PEDRO – Não, acho que não.
ANA – Estava me arrumando. Não é o primeiro dia de aula do ano letivo, mas, temos sempre que começar com estilo.
PEDRO – Está bonita.
ANA – (envergonhada) Obrigada.
PEDRO – Vou só pegar a minha mochila e vamos. (Pedro volta para dentro da casa, pega a mochila e caminha até à cozinha) Mãe, à Ana está aqui. Estamos indo.
CARLA – Tchau, filho. Boa aula. (Pedro volta para à porta)
PEDRO – Então, como é que vamos? (fecha à porta e os dois saem caminhando) Iremos pegar um ônibus, vamos a pé…?
ANA – Vamos caminhando até o ponto de ônibus perto daqui. Só temos que nos apressar, que temos só 7 minutos.
PEDRO – Então é melhor nós irmos. (Pedro sorri para Ana e sai na frente. Ana, envergonhada, vai logo atrás dele)
[CENA 07 – CASA DA ALICE/ Q. DA ALICE]
(Alice está terminando de se maquiar, quando seu celular toca)
ALICE – Oi, Rute. Estou terminando, o motorista chegou aí? Ah, vocês já estão vindo! Está bem, esperarei vocês lá em baixo. Tiago? Quem é Tiago? Juro, não estou me fazendo de sonsa, eu simplesmente não conheço nenhum Tiago.
FELIPE – (batendo na porta) Filha?
ALICE – Rute, a gente se fala daqui alguns minutos, meu pai está aqui, vou ter que desligar. (desliga)
FELIPE – Está pronta?
ALICE – Quase. O senhor não vai para empresa?
FELIPE – Vou mais tarde, hoje eu pensei em te levar para escola.
ALICE – Ah, não precisa. O motorista já está trazendo as meninas, vamos juntos com ele.
FELIPE – Então, eu passo para buscar vocês?
ALICE – Também não precisa, pai. Depois da escola vamos ao shopping.
FELIPE – (decepcionado) Então… boa aula, filha. (caminha em direção à Alice, beija sua testa e sai logo em seguida. Alice continua terminando de se maquiar)
[CENÁRIO 08 – CASA DA LETÍCIA/ SALA – COZINHA]
(Dácio está descendo as escadas em direção a porta, quando ouve seu pai chamando)
HORÁCIO – Dácio? Vai sair sem tomar café?
DÁCIO – Acordei atrasado e preciso correr para não perder o ônibus.
HORÁCIO – Melhor contar outra que essa não vou acreditar.
DÁCIO – Simplesmente não estou com apetite, é isso.
HORÁCIO – Sei… bem, quero que você faça um favor para mim.
DÁCIO – O que?
HORÁCIO – Quero que você pague isso pra mim!
DÁCIO – Só isso?
HORÁCIO – É.
DÁCIO – Então tá, depois que sair da escola, eu pago. Tchau. (guarda o papel que recebeu do pai na mochila e sai. Horácio volta para a cozinha)
REGINA – É, parece que você não controla mais esse garoto.
HORÁCIO – É adolescente, normal ficarem assim. E quanto a suas filhas, porque nenhuma, ou melhor, a única não desceu para tomar café.
REGINA – Cássia está descansando. Ficou até tarde decorando a música para a gravação do programa…
HORÁCIO – Pra que decorar a música se quem canta é a Letícia?
REGINA – Letícia é quem canta, mas a Cássia precisa conhecer bem a letra para gesticular a música corretamente.
HORÁCIO – Os jurados não podem perceber que ela está dublando a voz da irmã, entendi.
REGINA – Se a Cássia ganhar esse programa e faturarmos 500 mil reais… isso ajudaria muito nossa família.
HORÁCIO – Isso tudo vai depender da Letícia e não da Cássia.
REGINA – Letícia fará tudo que fizermos se tocarmos no nome do pai dela.
[QUARTO DA LETÍCIA]
(Letícia está dormindo ainda e está tendo o mesmo sonho das outras vezes. Ela está em um parquinho, brincando com o pai no balançador)
[CENA 09 – COLÉGIO ESTADUAL OLIVEIRA SANTOS/ CORREDORES – SALA DE PEDRO/ DIA]
(Ana e Pedro chegam. Ana tenta ajudar Pedro encontrar à sua sala)
ANA – (caminhando pelos corredores) Pena que você não ficou na mesma sala que a minha.
PEDRO – Pois é.
ANA – Pelo menos podemos ir e vir juntos.
PEDRO – Verdade. (Pedro não estava muito afim de conversar, ele estava observando com detalhe a escola nova, os alunos e curioso para saber quantas amizades faria ali)
ANA – Sala 08. É esta aqui.
PEDRO – Obrigado, Ana. Nossa, essa escola é muito grande.
ANA – É, só não se surpreenda muito, pois ela é só uma escola e como todas as outras, apresenta problemas também. Bem, vou voltar pra minha turma. Se você quiser dar uma passadinha lá depois, é a sala 04.
PEDRO – Está bem. Obrigado novamente, Ana.
ANA – De nada. (Ana sorri para Pedro e o mesmo retribui) Até mais tarde. (Ana vai para a sua turma. Pedro entra na sala, já tem alguns alunos dentro, Pedro dá um sorriso a todos, porém é ignorado. Caminha pela sala e logo encontra um lugar para sentar. Ele organiza suas coisas sobre a mesa, e volta a observar os grupinhos que estavam conversando na sala)
[CENA 10 – CENTRO EDUCACIONAL GUSTAVO AUGUSTO/ CORREDOR – BANHEIRO FEMININO/ DIA]
(Alice e suas amigas estão caminhando pelo corredor. Tiago ver Alice e corre até ela)
TIAGO – Alice, precisamos conversar sobre o que aconteceu ontem à noite. (Alice continua caminhando e conversando com suas amigas) Alice? Você ouviu o que eu disse? (ela continua ignorando) Me perdoa, eu sei que eu fiz burrada, não devia ter dito aquilo… (ela o ignora) Você vai fazer esse joguinho agora? (as três entram no banheiro feminino, e Tiago fica parado em frente a ele confuso)
ALICE – (rindo com suas amigas) Se ele quis me trocar por uma fulaninha que aguente agora.
RUTE – Você vai continuar com isso por quanto tempo?
ALICE – Pra sempre. Pra mim Tiago é um estranho agora.
ÉSTER – E se ele te esquecer?
ALICE – Fará um favor pra mim. Me poupa de ter que ouvir ele atrás de mim.
RUTE – Duvido que você aguente isso por muito tempo.
ÉSTER – Verdade, sem contar que o Tiago não é de se jogar fora assim. Eu fosse você, daria apenas um castigo nele, e depois voltava a usar aquele corpinho.
ALICE – Parece que vocês não me conhecem, meninas. Eu odeio traições. E não perdoou, nem se vier da minha própria família.
[CENA 11 – CASA DO PEDRO/ SALA/ DIA]
(Carla está no sofá, pensativa. Paula chega em casa nesse momento)
PAULA – Que bom que tá aí. Combinei com meu namorado para ele jantar aqui com a gente. (Carla não ouve a irmã) Carla? Está me ouvindo?
CARLA – Oi, Paula. Desculpa, não vi quando você chegou.
PAULA – Percebi. Estava pensando em que?
CARLA – Nada importante.
PAULA – Bem, como estava te contando, combinei com meu namorado para vir jantar com a gente. Quero apresentar ele pra vocês.
CARLA – Que bom, já era tempo. (levanta, e vai em direção à cozinha)
PAULA – (indo atrás da irmã) E sobre os exames, o médico já marcou?
CARLA – Ainda estou esperando uma ligação dele.
PAULA – Quando estiver tudo marcado, quero ir com você. Não quero te deixar sozinha nesse momento.
CARLA – Obrigada, irmã. Agora, me ajuda a prepara o almoço, ainda não fiz nada, e quero que esteja tudo pronto quando o Pedro chegar do colégio.
[CENA 12 – EMPRESA/ SALA DE FELIPE/ DIA]
(Felipe está digitando algo no computador. Do nada ele tem uma lembrança com a Carla. Logo após, para tudo que estava fazendo, pega seu celular que estava sobre a mesa e sai da sala apressado)
[CENA 13 – CASA DA ALICE/ SALA/ DIA]
(Miguel está na sala pensando em Carla, Viviane vem descendo as escadas e interrompe as lembranças de Miguel)
VIVIANE – Pensado na amiga de ontem, querido?
MIGUEL – Sim. Acho que não fiz bem em aparecer de surpresa na casa dela ontem
VIVIANE – Vocês brigaram?
MIGUEL – Diria que comecei errado. O tempo pode ter passado, mas ela continua a mesma cabeça dura. Não muda de opinião assim tão fácil.
VIVIANE – Paciência filho, se você realmente gosta dessa garota, as coisas vão se ajeitar e tudo vai terminar bem.
MIGUEL – Assim espero, tia.
[CENA 14 – CASA DA CARLA/ COZINHA – EXTERNO DA CASA/ DIA]
(Felipe estaciona o carro um pouco a frente da casa da Carla, só que do outro lado da rua. Ele fica um pouco dentro do carro, parece nervoso. Respira fundo, abre a porta e vai em direção a casa dela. Carla e Paula continuam na cozinha. A campainha toca)
PAULA – Ué, será que é o Junior?
CARLA – Eu vou lá ver. (limpa as mãos em um pano, e caminha em direção à porta) Você?
FELIPE – (nervoso) Oi.
Continua no Capítulo 04…