NO CAPÍTULO ANTERIOR

Ariana é levada para um orfanato público;

Sueli consegue convencer Grazi a não cometer um aborto e tenta comprar Maurício para convencê-la definitivamente;

Galeno e Joel tomam sorvete juntos e se beijam em público;

Rômulo entrega uma caixa de bombons envenenados para Soraia e os dois discutem fortemente sobre seu casamento.

 

 

 CENA 1. COBERTURA SOLTEIRO DE PAULA. QUARTO DE SORAIA. INTERIOR. NOITE. 

INSTRUMENTAL – Maldades.

Soraia tenta puxar o pé de Rômulo, mas ele recua, afastando-se. Ela rasteja-se pelo chão em direção ao marido, até que perde as forças. Rômulo a observa agonizar, satisfeito, até que Soraia não consegue mais respirar e perde os sentidos. O vilão tateia a esposa com o pé e percebe que ela está imóvel. Rômulo a encara fixamente por instantes até que Fidel bate na porta e entra em seguida.

FIDEL – Fiquei na moita e ouvi vocês gritando. Como a discussão terminou, dei um tempo e vim.

RÔMULO – Eu não queria ter feito isso, mas foi essencial. Agora, todos pensarão que ela morreu de tanto beber.

Fidel retira do bolso da calça uma seringa com álcool e entrega ao patrão. Rômulo pega o objeto e abaixa-se até a esposa, fazendo o furo em sob o dedão do pé direito. Após injetar todo o líquido, o vilão limpa a seringa com um pano e a devolve para Fidel. Sérios, eles trocam olhares.

CORTA PARA:

 

 CENA 2. COBERTURA SOLTEIRO DE PAULA. QUARTO DE SUELI. INTERIOR. 

SUELI (ao celular) – E então, o que me diz? Você vai fazer o que eu pedi?

MAURÍCIO – Eu posso até tentar conversar com Grazi, mas não vou aceitar seu dinheiro. A decisão é dela e eu não quero ter essa responsabilidade. Fala pra ela me dar um toque que eu converso com ela.

SUELI – Tudo bem. (coça a cabeça) Eu vou dizer pra ela entrar em contato contigo. Boa noite.

Sueli desliga. Aflita, ela senta-se em sua cama e reflete.

CORTA PARA:

 

 CENA 3. RESIDÊNCIA DE REBECA. SALA DE ESTAR. INTERIOR. 

Rebeca e Benício dividem o sofá.

BENÍCIO – Não vou falar do passado, sei que não vai adiantar de nada. Vim aqui pra te dar apoio, eu sei que você não tá lidando bem com essa situação, pra mim também não tá legal. Somos mais fortes juntos.

REBECA – Eu não consigo mais confiar. Mesmo depois daquela história com Eugênia, não consigo mais acreditar no que você diz sentir por mim, eu não te conheço mais.

BENÍCIO – Não vou forçar, mas você tem que crer que isso deve ter sido armação de alguém que não nos quer mais. Eugênia, Pandora talvez, alguém que queira ficar com Ariana por interesse.

REBECA – Posso até deixar você ficar um pouco aqui, só que isso não significa que estamos juntos novamente. Vou deixar você ficar aqui só porque tô me sentindo só.

Benício abre um breve sorriso e abraça Rebeca, que corresponde ao afeto.

CORTA PARA:

 

 CENA 4. COBERTURA SOLTEIRO DE PAULA. QUARTO DE SORAIA. INTERIOR. DIA SEGUINTE. 

O corpo de Soraia está caído no chão. Ouvimos batidas na porta. Após vários toques, Yasmin entra com um cesto de roupas de limpas e, ao ver Soraia caída, deixa o objeto cair no susto.

INSTRUMENTAL – Impacto.

YASMIN (nervosa) – Dona Soraia? A senhora tá bem?

A empregada aproxima-se, mas não toca no corpo. Desesperada, Yasmin sai correndo do cômodo.

CORTA PARA:

 

ABERTURA

 

 CENA 5. COBERTURA SOLTEIRO DE PAULA. ESCRITÓRIO. INTERIOR. 

Rômulo e Fidel estão reunidos enquanto o vilão fuma um charuto.

RÔMULO – Tem que ser o mais discreto possível, Fidel. Entendeu? Rebeca não pode nunca saber que eu estava casado, eu vou dizer que fiquei viúvo antes de conhecê-la.

FIDEL – Não se preocupe, patrão, eu já providenciei com aqueles nossos amigos das mídias e a morte de sua esposa vai sair completamente na moita, despercebida.

O vilão sorri e dá um trago, ejetando fumaça em seguida. Eis que Sueli entra repentinamente.

RÔMULO – Que isso, mãe? Que cara é essa?

SUELI – Você não tem noção do que Yasmin acabou de encontrar no quarto de Soraia.

Assustada, Sueli começa a chorar.

CORTA PARA:

 

 CENA 6. ORFANATO PÚBLICO. QUARTO DE ARIANA. INTERIOR. 

Acompanhada por Ítalo, Eugênia entrega uma boneca para Ariana, que a rejeita.

ARIANA – Por que vocês vieram até aqui?

EUGÊNIA – A gente quer que você fique feliz, mesmo estando nesse ambiente.

ARIANA – Não tem como eu ficar feliz, até porque foi por sua causa que meus pais brigaram naquela noite.

ÍTALO – É coisa de adulto, um dia você vai entender. Mas enquanto você for criança a gente quer cuidar de você e te levar pra casa. Que tal?

ARIANA – Levar pra casa de vocês? A única casa que eu quero é a da minha mãe Rebeca e ela não pode agora. Eu quero só a casa dela, real.

Ariana salta da cama e vai embora, deixando Eugênia e Ítalo.

EUGÊNIA (rosna) – Inferno! Eu odeio criança, é a pior coisa que poderia existir.

ÍTALO – Parece que não vai ser fácil conquistar a simpatia dela, ela ficou ressentida.

EUGÊNIA – Por mim, a gente podia botar fogo nisso aqui. (T) Ei, não seria má ideia, né?

ÍTALO – Botar fogo num orfanato? Gênia, isso é brabo. Não acha que é uma crueldade pesada?

A vilã reflete um pouco e solta uma estridente gargalhada.

CORTA PARA:

 

 CENA 7. ORFANATO PÚBLICO. FACHADA. EXTERIOR. 

SONOPLASTIA: Ariana Grande – God is a woman.

Eugênia e Ítalo deixam o prédio do orfanato. Rebeca vem na direção contrária, acompanhada por Célio, e para diante de Eugênia. As duas enfrentam-se com o olhar.

REBECA – Você veio ver minha filha, não é?

EUGÊNIA – Sua filha? (sorri) Que brabinha! Ela não é sua filha, ela é uma menina órfã que eu vou adotar.

REBECA – É mesmo? Isso nós vamos ver.

EUGÊNIA – Só espero que esteja preparada para a guerra, não vai ser fácil pra você vencer as batalhas.

A vilã recua e sai, Ítalo a segue. Close em Rebeca tensa.

CORTA PARA:

 

 CENA 8. PRÉDIO DA COBERTURA SOLTEIRO DE PAULA. FACHADA. EXTERIOR. 

INSTRUMENTAL – Drama.

Vemos uma maca toda coberta por um pano branco sendo levada até uma van estacionada diante da fachada do prédio. Rômulo, Grazi, Sueli e Yasmin vêm logo em seguida e caminham apressados até a van, sendo abordados por um dos paramédicos.

PARAMÉDICO – Parece que ela teve uma overdose de álcool. Sinto muito, nós já a encontramos sem vida.

Dissimulado, Rômulo leva as mãos à cabeça e uma lágrima escorre pelo seu rosto. Grazi e Sueli tentam consolá-lo, só que ele recua e afasta-se. Ao virar-se, vemos um sorriso acender em seu rosto.

CORTA PARA:

 

 CENA 9. IMAGENS GERAIS. 

SONOPLASTIA: Elza Soares ft. Ilu Obá de Min – Banho.

CORTA PARA:

 

 CENA 10. CEMITÉRIO PARTICULAR. SALÃO DE VELÓRIO. INTERIOR. NOITE. 

INSTRUMENTAL – Fúnebre.

O caixão de Soraia está com algumas pessoas ao redor enquanto a jovem está sobre ele, falecida. Rômulo está à cabeceira acompanhado por Fidel enquanto encara friamente o corpo da esposa. Sueli aproxima-se, abraçando o filho. De longe, podemos ver Maurício adentrar o recinto. Ele enxerga Grazi ao lado de Nicole e Yasmin e resolve aproximar-se.

GRAZI (surpresa) – Você?

MAURÍCIO – Sei que não é o melhor momento, mas será que a gente poderia conversar? É muito importante.

Os dois trocam olhares. Closes alternados.

CORTA PARA:

 

 CENA 11. ORFANATO PÚBLICO. FACHADA LATERAL. EXTERIOR. 

SONOPLASTIA: Christina Aguilera ft. Demi Lovato – Fall in line.

Eugênia e Ítalo aproximam-se sorrateiramente. Notamos que o vilão carrega um galão com gasolina.

ÍTALO – Gênia, você acha isso certo? Tá cheio de crianças aí dentro, acho que é muito pesado.

EUGÊNIA – Para de reclamar, Ítalo. A gente não vai matar ninguém, é só um foguinho pra salvar aquela garota. E tem mais, o governo tá aí pra isso. Se liberaram verba pra reconstruir aquela merda de museu que eu não sei pra quê serve, então, vão liberar uma verba pra reconstruir isso aqui. Agora vai, anda, passa a gasolina na parede.

Hesitante, Ítalo abre o galão e começa a umectar as paredes. Após todo o galão secar, Eugênia retira um isqueiro do bolso da calça e acende, encostando-o numa parede umedecida. Rapidamente o fogo começa a se alastrar pela estrutura do prédio.

ÍTALO – A gente vai acabar indo pro inferno.

EUGÊNIA (sorridente) – Só quando você entrar ali pra ir resgatar as crianças. O clima perfeito, parece cena de novela.

A vilã começa a rir, mas Ítalo mantém-se sério.

CORTA PARA:

 

 CENA 12. ORFANATO PÚBLICO. QUARTO DE ARIANA. INTERIOR. 

INSTRUMENTAL – Suspense.

As crianças organizam suas camas para irem dormir. Joel está sentado ao lado de Ariana na cama dela.

JOEL – E sua perna, como está?

ARIANA – A doutora vai tirar o gesso amanhã, não dói mais.

JOEL – Você não fica feliz por isso? Sei que não é o melhor momento, mas você deveria estar alegre por poder voltar a andar normalmente.

ARIANA – Tô com saudades dos meus pais, quero sair daqui.

JOEL – Infelizmente, eu não posso fazer nada, depende do juiz. (levanta-se) Vou chamar alguém pra te botar pra dormir, agora preciso ir.

Joel ajuda Ariana a deitar-se sobre a cama e a cobre com o lençol. O assistente social acena e dá as costas. Antes de alcançar a porta, porém, ele para um pouco e vira-se, farejando algo.

JOEL – Será que só eu estou sentindo esse cheiro de coisa queimada? Acho que alguém esqueceu alguma panela no fogo desde o jantar.

De repente, a janela desaba em chamas sobre uma cama vazia e o fogo começa a alargar-se pelo piso do quarto, cercando as crianças. Todos os menores se amedrontam e correm para um canto do cômodo, protegendo-se das chamas. Ariana salta da cama, só que não consegue firmar o pé engessado no chão e cai no chão, onde permanece. Close nela aflita.

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