NO CAPÍTULO ANTERIOR

Benício se irrita com Fidel e, com Célio, segue Rômulo quando este vem buscar Rebeca depois de ela ter alta médica;

Por intermédio de Rômulo, Joel descobre as mentiras inventadas por Eugênia para conseguir a guarda provisória de Ariana e repassa tudo ao juiz;

Eugênia enfrenta Rômulo e, furioso, o vilão diz a Fidel que irá se livrar deles;

Rômulo avisa a Rebeca que lhe devolverá a liberdade caso ela aceite se casar com ele.

 

 

 CENA 1. FLAT DE RÔMULO. QUARTO DE REBECA. INTERIOR. NOITE. 

INSTRUMENTAL – Tensão.

REBECA – Por que você quer tanto que eu fique presa? Não basta a minha palavra?

RÔMULO – Quero me certificar de que você vai corroborar com meus planos. Se você aceitar a minha proposta, garanto que você terá sua liberdade de volta.

REBECA – Tudo bem, então. Pelo bem de todos, eu aceito me casar com você.

RÔMULO – Ótimo. Tenho certeza de que você não irá se arrepender dessa escolha. A gente poderá ser uma família muito unida quando Ariana estiver conosco.

Rômulo tenta beijar Rebeca, mas ela vira o rosto para ele. O vilão deixa o prato com comida sobre a cama e deixa o quarto. Solitária, Rebeca acomoda-se sobre o colchão e começa a chorar.

CORTA PARA:

 

 CENA 2. COBERTURA SOLTEIRO DE PAULA. QUARTO DE GRAZI. INTERIOR. 

INSTRUMENTAL – Delicado.

Nicole senta-se na cama ao lado de Grazi.

NICOLE – Você não ficou feliz que seu filho andou chutando? Qualquer mãe no seu lugar estaria saltando de felicidade.

GRAZI – Toda vez eu lembro da violência que eu sofri. Vladimir e a psicóloga conseguiram me fazer crer que a criança não tem nenhuma culpa do ocorrido, mas é inevitável que eu sinta o mesmo asco que senti quando essa criança foi gerada depois daquela bendita festa. Ainda preciso superar tudo isso e não está sendo fácil.

NICOLE – Espero que você saiba que eu vou estar para sempre contigo. Nunca vou te abandonar, amiga, estarei aqui.

Nicole abraça Grazi que, emocionada, chora em silêncio.

CORTA PARA:

 

 CENA 3. FLAT DE RÔMULO. SALA DE ESTAR. INTERIOR. 

INSTRUMENTAL – Maldades.

Fidel traz um cigarro para Rômulo, que acende com seu isqueiro e começa a fumar.

FIDEL – Quer que eu encomende outra caixa de bombons daquelas?

RÔMULO – Dessa vez, não. (dá um trago) Minha irmã tá encabulada com essa história dos bombons e eu preciso me livrar de dois ao mesmo tempo. Você precisa invadir a casa deles, amanhã mesmo, e dar um fim definitivo nos dois. Certifique-se de que Ariana vai sair sã e salva, com ela não pode acontecer absolutamente nada.

FIDEL – E qual é a ideia? Como é que eu vou acabar com os dois sem deixar rastro?

RÔMULO – Já pensei em tudo, acertaremos duas bolas com a mesma tacada. (ri e dá um trago) O plano tem que sair exatamente como eu vou te dizer, aí vamos incriminar aquele imbecil do ex de Rebeca, que é outro que insiste em ser uma pedra no meu sapato. Na cadeia, ele não poderá mais atrapalhar meus planos de novo.

Close em Rômulo decidido. O vilão expele fumaça pela boca.

CORTA PARA:

 

 CENA 4. PENSÃO DE TAMIRES. QUARTO DE PANDORA. INTERIOR. 

Galeno adentra o quarto de Pandora e encontra apenas Dado.

DADO – Mainha tá no banheiro vestindo uma roupa, disse que só sai quando você chegar.

GALENO (tom alto) – Pandora, já tô aqui. Cadê o vestido, hein? Quero ver o que você comprou.

SONOPLASTIA: FRIMES – Fadinha.

Pandora abre a porta do banheiro do quarto e aparece com um justo vestido branco com a saia transparente e uma fenda horizontal que revela sua barriga. Ao ver a irmã, Galeno permanece boquiaberto.

GALENO (chocado) – Menina, que isso? Que vestido (pausadamente) bafônico!

PANDORA – A senhora é uma bicha velha mesmo, hein? Essa expressão é tão 2012. O que importa é que eu amei esse vestido e vou usá-lo amanhã na minha cerimônia com Célio.

Eufórico, Galeno abraça Pandora, que sorri.

CORTA PARA:

 

ABERTURA

 

 CENA 5. COBERTURA SOLTEIRO DE PAULA. FACHADA. EXTERIOR. DIA SEGUINTE. 

No gramado do prédio, nos aproximamos de um banco onde Grazi e Vladimir estão sentados.

VLADIMIR – Percebi que estão me dando rotas mais difíceis e para bairros mais perigosos, acho que é um alerta.

GRAZI – O mais seguro seria você deixar esse emprego, tenho medo que possam te fazer algo por nós estarmos investigando.

VLADIMIR – Não posso largar, não tenho com o que me sustentar. E eu comecei agora, se eu sair, não vou receber nada.

GRAZI – Sinto muito. Vamos continuar investigando, mas de forma mais sútil. Não quero que nenhum mal te aconteça, Vlad.

Grazi repousa a mão sobre a nuca de Vladimir e eles trocam olhares. O motoboy aproxima-se e dá um beijo na boca da jovem, que se entrega.

CORTA PARA:

 

 CENA 6. CARTÓRIO MUNICIPAL. ENTRADA. FACHADA. EXTERIOR. 

Célio caminha de um lado para o outro, impaciente. Benício, Galeno, Tamires e Vando o fazem companhia.

CÉLIO – Não entendo porque Pandora está demorando tanto, até parece um casamento de verdade.

TAMIRES – Do jeito que Pandora é doida, ela deve estar levando a sério como um casamento de verdade.

VANDO – Você lembra de como foi o nosso, Tami? Foi o dia mais feliz da minha vida.

TAMIRES – O meu também.

VANDO – Sério?

TAMIRES – É. Só porque eu não sabia o inferno que viria depois. Desencosta de mim, oferenda.

Tamires se afasta de Vando. Eis que um carro estaciona diante do cartório e Pandora desembarca com seu belo vestido. Célio a encara, admirado. A jovem vem com um buquê e trazendo Dado consigo.

CÉLIO – Pandora, você está linda. Está parecendo uma noiva de verdade.

PANDORA – E não era pra parecer? Não é todo dia que a gente se casa, né, eu quis caprichar.

CÉLIO – Vamos entrar logo, senão perdemos a hora que eu marquei para o nosso casamento.

Todos seguem para o interior do cartório.

CORTA PARA:

 

 CENA 7. CARTÓRIO MUNICIPAL. SALÃO PRINCIPAL. INTERIOR. 

Célio termina de assinar a habilitação de casamento e passa a caneta para Pandora assinar. Assim que ela termina, os dois viram-se para o funcionário do cartório.

FUNCIONÁRIO – Agora que vocês já assinaram a habilitação de casamento, já são oficialmente marido e mulher. Meus parabéns.

PANDORA – Você não vai dizer que o noivo já pode beijar a noiva? Esperei o dia inteiro por isso.

GALENO – Eu falei que isso aqui não era um casamento de verdade.

CÉLIO – Meu bem, a gente só assinou um papel, não é nada demais. Sei que você esperava um casamento de novela, mas não é isso. Nosso casamento é mais por interesse, lembra?

PANDORA (cabisbaixa) – Tudo bem, eu entendo. Me empolguei muito.

CÉLIO – Que bom que você compreende. Agora, tenho que ir. Benício e eu temos um assunto de extrema importância para resolver e não podemos esperar mais para ir, você atrasou.

PANDORA – O quê? Você vai sair antes de me ver jogar o meu buquê?

BENÍCIO – Pandora, nós temos que resolver um negócio que é muito importante. Depois, você e Célio poderão ficar juntos e aproveitar o casamento, agora nós temos que ir embora.

CÉLIO – Fora que só tem Tamires pra pegar o buquê. Qual é a graça?

Célio dá um selinho em Pandora e vai embora acompanhado por Benício. Triste, a jovem vira-se para os demais personagens e figurantes presentes ali no salão do cartório.

TAMIRES – Eu tava ansiosa pra pegar o buquê, queria ver se desencalhava.

VANDO – Poxa, Tami. Você só me magoa cada vez mais.

GALENO – Vai, mana, joga, vamo ver se Tamires me vence nesse joguinho.

Pandora vira-se de costas e conta até três para atirar o buquê. Galeno e Tamires se esticam para pegá-lo, mas as flores caem no colo de uma figurante que aguarda atendimento. Todos viram-se para ela.

FIGURANTE – Eu só queria autenticar a nova cópia do meu RG.

CORTA PARA:

 

 CENA 8. RESIDÊNCIA DE EUGÊNIA E ÍTALO. FACHADA. EXTERIOR. 

INSTRUMENTAL – Tenso leve.

Fidel observa a residência de Eugênia e Ítalo pela calçada do outro lado da rua. Ao ver Ítalo entrando em casa, Fidel tira o celular do bolso da calça e realiza uma ligação.

FIDEL – Ele acabou de entrar em casa, está voltando da escola para onde levou a menina. Já posso dar início ao plano? (P) Beleza. Prepare-se, chefe, vou começar logo.

O vilão desliga o celular e aproxima-se da residência.

CORTA PARA:

 

 CENA 9. FLAT DE RÔMULO. QUARTO DE REBECA. INTERIOR. 

Rômulo destranca a porta do quarto de Rebeca e entra com uma vasilha com frutas cortadas.

RÔMULO – Resolvi não ir trabalhar para ficar e cuidar de você. Acordou bem hoje?

REBECA – Estou com um pouco de dor na perna, onde sofri aquela queimadura, mas tô bem. Só queria sair daqui logo.

RÔMULO – Amanhã irei ao cartório marcar uma hora para a gente ir se casar. Fique contente, sua liberdade vai cantar.

O interfone começa a tocar e Rômulo deixa as frutas com Rebeca e sai. O vilão caminha pelo hall até a sala, onde atende o aparelho.

RÔMULO – Pronto.

PORTEIRO – Seu Rômulo, tem um rapaz aqui embaixo querendo falar com o senhor. Ele se identificou como Benício e disse que só sai daqui quando falar com o senhor.

RÔMULO (surpreso) – Benício? Diga a ele que me aguarde, eu vou somente me vestir e desço para ir falar com ele. Vou colocá-lo em seu devido lugar.

Rômulo põe o interfone no gancho e segue de volta ao hall.

CORTA PARA:

 

 CENA 10. FLAT DE RÔMULO. SAGUÃO PRINCIPAL. PORTARIA. INTERIOR. 

Diante do porteiro, Benício parece impaciente.

BENÍCIO – Ele tá demorando, né?

PORTEIRO – São muitos andares até a cobertura, o elevador deve estar demorando.

BENÍCIO – Cobertura, é?

INSTRUMENTAL – Suspense.

Nesse momento, podemos enxergar Célio atrás da porta da escadaria de serviço e o vemos se virar e correr escada acima. A porta do elevador abre-se para Rômulo, que vem de roupa trocada.

RÔMULO – Posso saber o que tanto você deseja falar comigo? Será que não conversamos o suficiente?

BENÍCIO – Eu exijo saber onde Rebeca está. O que você fez para que ela me rejeitasse dessa maneira?

Benício e Rômulo encaram-se seriamente.

CORTA PARA:

 

 CENA 11. RESIDÊNCIA DE EUGÊNIA E ÍTALO. SALA DE ESTAR. INTERIOR. 

INSTRUMENTAL CONTÍNUO. Fidel invade sorrateiramente a residência e tira um revólver da cintura. Ítalo está sentado no sofá e logo nota sua presença, porém recua ao ver a arma apontado para si.

ÍTALO – Qual é, cara? Que arrumação é essa?

FIDEL – Fica quietinho, pro teu próprio bem. Eu vim só fazer um serviço que me mandaram.

EUGÊNIA (surgindo) – Ítalo, o que tá acontecendo?

Fidel esconde-se atrás da parede e quando Eugênia passa é surpreendida por uma coronhada na cabeça, pancada que a faz desmaiar. Ítalo se desespera.

FIDEL – Arrasta ela pra cozinha, leva ela pra lá! Faz o que eu tô mandando senão eu meto a bala nos dois agora mesmo.

Com as mãos para cima, Ítalo o obedece e começa a arrastar o corpo de Eugênia pelo hall até a cozinha. Chegando lá, num susto, o rapaz é surpreendido com uma nova coronhada que o faz desfalecer ao lado da amante. Fidel segue até a janela e fecha todas, assim como a porta dos fundos. O vilão segue até o fogão e acende todas as bocas, deixando o gás escapar. Por fim, Fidel pega uma chave universal em seu bolso, deixa o cômodo e podemos ouvir o som da porta sendo trancada. Close em Eugênia e Ítalo desmaiados.

CORTA PARA:

 

 CENA 12. FLAT DE RÔMULO. HALL DO CORREDOR. INTERIOR. 

INSTRUMENTAL – Ação.

Célio desce do elevador e caminha apressado até a única porta daquele hall. Ele tenta abrir, mas a porta está trancada. Então, ele começa a bater na porta enquanto chama o nome da irmã.

CORTA PARA a sala de estar do flat, onde Rebeca caminha, com um pouco de dificuldade pelo ferimento na perna. Ao identificar a voz do irmão, a mocinha corre até a porta.

REBECA – Célio? É você?

CÉLIO – Sim, sou eu, vim te resgatar. Tem alguma chave aí para você poder abrir a porta?

Rebeca olha ao redor e encontra uma chave presa na fechadura. A professora consegue girá-la e abre a porta, correndo para abraçar o irmão. Após, eles se encaram.

CÉLIO – Benício e eu viemos te salvar, mana. Vamos, nós não temos muito tempo pra sair.

Close em Rebeca satisfeita.

SONOPLASTIA: Luan Santana – 2050.

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