CENA 1. CABANA ABANDONADA. CÔMODO PRINCIPAL. INTERIOR. NOITE.
INSTRUMENTAL – Tenso leve.
Rômulo aproxima-se de Ariana, que prossegue sentada ao chão.
RÔMULO – Tenho que admitir que você é muito esperta, Cláudia.
EUGÊNIA (corrige) – Eugênia! (T) Agora, vamos dar um jeito de se abrigar por aqui e amanhã de manhã a gente sai, vamos esperar a poeira baixar. Tá vendo como é bom eu ter a guarda da garota? Se tivesse investido nisso em vez da professorinha, já teríamos feito isso antes.
RÔMULO – Mal posso esperar para pegar logo aqueles diamantes, vou tratar de ir depressa para a Suíça e me livrar dessa gentalha daqui do Brasil.
Os dois sorriem, satisfeitos.
CORTA PARA:
CENA 2. RESIDÊNCIA DE EUGÊNIA E ÍTALO. FACHADA. EXTERIOR.
Alguns peritos do IML carregam o corpo de Ítalo num enorme saco preto até o rabecão. Um policial aproxima-se de Pandora e Célio.
POLICIAL – A gente já está investigando o caso. Por acaso, vocês têm alguma informação sobre o crime?
PANDORA – Eu acho que foi a esposa dele quem o matou, eles não são boas pessoas.
CÉLIO – Eles têm uma filha adotava, Ariana, e a menina sumiu. A guarda dela agora é nossa e nossa filha desapareceu.
POLICIAL – É provável que tudo esteja interligado e nós vamos investigar tudo. Obrigado pelos esclarecimentos.
O policial se retira. Assustada, Pandora abraça Célio.
CORTA PARA:
CENA 3. DELEGACIA DE POLÍCIA. CELA DE BENÍCIO. INTERIOR.
Uma policial aproxima-se da cela de Benício, onde entrega a marmita da janta.
POLICIAL 1 – Essa será sua última marmita. Amanhã de manhã você vai ser posto em liberdade, não há mais nenhuma prova contra você.
Benício sorri e recebe sua comida. Na cela da frente, Fidel faz a mesma ação.
POLICIAL 2 – Você tem muita sorte, parece que tem gente querendo te defender, gente grande. Te mandaram uma comida bem especial.
FIDEL (sorri com bazófia) – Pois é, não é todo mundo que tem o conhecimento que eu tenho. Pode crer que não vou demorar a sair daqui.
O vilão senta-se em sua cama e começa a desempacotar sua luxuosa marmita.
CORTA PARA:
CENA 4. CLÍNICA PARTICULAR. SALA DE ESPERA. INTERIOR.
Sueli encara a médica, tensa.
MÉDICA – Calma, sua filha só precisa de uma transfusão de sangue para se curar. A má notícia é que o tipo de sangue dela não tem estoque aqui na clínica, a gente precisa de um doador.
VLADIMIR – O tipo de sangue dela é aquele raro? Eu uma vez me acidentei e descobri que meu sangue é daquele raro, agora não me recordo qual o nome.
MÉDICA – Tipo B? Se o seu tipo sanguíneo realmente for esse raro, então você pode fazer uma doação para salvá-la.
NICOLE – E o que estão esperando para fazer os exames de compatibilidade?
A médica leva Vladimir embora. Nicole e Yasmin tentam acalmar Sueli.
CORTA PARA:
CENA 5. CLÍNICA PARTICULAR. LEITO DE JOEL. INTERIOR.
SONOPLASTIA: Sandy, Lucas Lima – Areia.
Com os olhos marejados, Galeno aproxima-se do leito de Joel, que encontra-se sedado.
GALENO (emocionado) – Você foi o primeiro cara de quem eu realmente gostei, o primeiro que foi recíproco. Mesmo com todas as nossas desavenças, os problemas que enfrentamos, eu posso dizer que te amo, Joel. Espero que você se saia bem dessa, sem nenhuma sequelas, para podermos continuar juntos.
Galeno segura na mão de Joel e sente um leve aperto. Ele sorri, emocionado.
CORTA PARA:
CENA 6. POUSADA. QUARTO DE REBECA. INTERIOR.
Rebeca acomoda-se em sua cama, chocada.
REBECA – Por que você não me contou isso antes, Célio? Eu precisava saber logo de imediato.
CÉLIO – Eu não queria te assustar, repensei muito antes de vir te dizer. Eu nem queria deixar Pandora sozinha, mas precisava vir te dar essa notícia pessoalmente.
REBECA – Não vou ter sossego até saber que Ariana está bem. (afaga o peito) Com a minha filha nas garras daquela malévola eu não vou ter tranquilidade.
CÉLIO – Infelizmente, não posso ficar muito, Pandora ficou um pouco chcoada com o que viu. Preciso cuidar dela, mas não vou te deixar faltar apoio. Te ligo quando chegar em casa.
A mocinha assente. Célio dá um selinho na testa da irmã e deixa o quarto. Inquieta, Rebeca levanta-se da cama e caminha de um lado para o outro.
INSTRUMENTAL – Investigação.
Rebeca corre até sua mochila e tira seu notebook, ligando-o. Enquanto o aparelho liga, ela alcança seu celular e caça até encontrar o número de Rômulo. Na tela no notebook, a mocinha abre o navegador de internet e procura por um rastreador de chamadas. Com um cabo USB, ela interliga o celular ao notebook e realiza uma ligação para Rômulo.
CORTE IMEDIATO PARA:
CENA 7. CABANA ABANDONADA. CÔMODO PRINCIPAL. INTERIOR.
INSTRUMENTAL CONTÍNUO. Rômulo improvisa um lugar para dormir com alguns pedaços de papelão. De repente, seu celular começa a tocar e ele corre para alcançá-lo no bolso de seu blazer. Ao ver o nome de Rebeca no visor, o vilão cancela a ligação.
RÔMULO – Droga! Esqueci do meu celular, não posso deixar ele assim, tenho que evitar ser rastreado.
Entre os objetos deixados sobre o balcão, Rômulo procura até achar um martelo e o utiliza para esfarelar seu aparelho telefônico.
CORTA PARA:
CENA 8. CABANA ABANDONADA. CÔMODO PRINCIPAL. INTERIOR. AMANHECER.
Eugênia deixa o banheiro da cama completamente arrumada usando uma elegante roupa branca bastante justa.
EUGÊNIA – Espero que esteja preparado para partir. Esse será o dia que mudará nossas vidas.
RÔMULO – Já nasci pronto para isso. Por mim, podemos ir embora daqui agora mesmo.
Closes alternados.
CORTA PARA:
CENA 9. CABANA ABANDONADA. FACHADA. CARRO DE EUGÊNIA. EXTERIOR.
Eugênia abre os vidros do carro e o prepara para partir. A vilã toma um cuidado ao ver um táxi cruzar a estrada ali próximo. Ela volta a cuidar de seu carro e, num susto, Rebeca a segura pelos cabelos e puxa-a para si.
REBECA – Eu sabia que ia encontrar você e Rômulo juntos, vocês são farinha do mesmo saco.
EUGÊNIA – O que você quer aqui? (se liberta) Não era você que tinha tudo e não precisava se rebaixar? Tá fazendo o quê aqui, então?
REBECA – Não se faça de desentendida, você sabe bem. Eu vim atrás de Ariana, (bate no peito) minha filha. Sei que você está com ela.
EUGÊNIA – A filha não é sua, ela é minha. Você esqueceu quem está com a guarda dela agora? (ri) Ela é minha filha, aceita que perdeu.
REBECA – Se for usar isso como critério, então, agora a mãe dela é Pandora. Você perdeu a guarda de Ariana, nem pra isso você serviu.
EUGÊNIA – Como? (pasma) Não, não… isso só pode ser blefe seu, eu não acredito que essa enfermeira mundana conseguiu a guarda e…
REBECA – Claro que é verdade, eu não sou mentirosa, baixa feito você. O problema é que você é incapaz de fazer qualquer coisa de forma honesta, e ter a guarda de uma criança é uma responsabilidade grande demais para uma trambiqueira feito você.
EUGÊNIA (alterada) – E quem é você pra falar de mentira, de honestidade? Você é quem? Uma ninguém, uma zero à esquerda, uma professorinha irrisória que me dá sono só de pensar no seu casamento e na sua vida. Quem é você na fila para o céu?
REBECA (sorri) – Uma ninguém que você sempre quis ser, não é? Desde sempre você tentou ter tudo o que eu queria, me afastou do homem que eu amo, da minha filha, até minha casa você insistiu em comprar pra me imitar. Eu sou o que você quer ser.
EUGÊNIA – Cala essa boca! (berrando) Cala a boca!
INSTRUMENTAL – Ação.
De surpresa, a vilã acerta um forte tapa em Rebeca, virando-lhe o rosto. A malvada avança e começa a puxar os cabelos de Rebeca, que consegue se defender dando uma rasteira na malvada, pondo por cima. Prendendo os braços de Eugênia com o peso de seus joelhos, Rebeca desfere uma forte bofetada no rosto da malvada, que começa a rosnar.
REBECA – Isso era o que eu devia ter feito desde o primeiro dia em que te conheci, quem sabe assim você se mancava e seguia sua própria vida sem transformar a minha no inferno que você a fez se tornar.
Irritada, Rebeca acerta mais dois tapas em Eugênia, fazendo sua boca escorrer sangue.
EUGÊNIA (furiosa) – Maldita! Eu ainda vou acabar com você, vou acabar com a sua vida e com todos que você ama. Você vai ver!
REBECA – Admite que você tem inveja. Fala a verdade, eu quero ouvir!
EUGÊNIA – Você é uma maluca, doente, acha que as pessoas estão te perseguindo quando, na verdade, você é uma pessoa patética.
A mocinha acerta mais um forte tapa no rosto da rival, então começa a espremer seu maxilar com a mão, fazendo Eugênia gemer. Ao longe, Rômulo vê a confusão por uma janela quebrada.
REBECA – Confessa! Assume! Quero ouvir da sua boca porquê você me odeia.
EUGÊNIA – Me solta! (se debate) Tá doendo, me solta.
REBECA – Fala! Confessa!
EUGÊNIA (berrando) – Tá bom. Eu te odeio, eu odeio sua família.
Rebeca a solta.
EUGÊNIA – Eu nunca tive uma família, por isso tive uma inveja instantânea quando te vi pela primeira vez. Minha mãe era uma irresponsável, meu pai eu nunca conheci, meus irmãos me usavam de saco de pancadas, por isso eu fugi de casa quando terminei o ensino médio e foi quando conheci Ítalo. (se emociona) Tudo o que eu queria na vida era ter uma família de verdade, um lar… igual o seu.
Tocada, Rebeca se levanta, libertando Eugênia. Aos prantos, a vilã afaga os braços avermelhados. Eis que Rômulo surge com um revólver em mãos e o apontando para a mocinha, que ergue os braços.
RÔMULO – Sai daqui, Rebeca, você não pode atrapalhar os nossos planos.
REBECA – Eu só vim buscar minha filha. Deixa eu ir embora com Ariana.
RÔMULO – Claro que não. Dê meia volta e vá embora, quero que você volte a pé pra cidade. Vai, anda! Senão eu vou lá dentro e atiro na menina.
REBECA – Tudo bem, tudo bem! Eu te obedeço, mas não faz nada com ela.
Rebeca vira-se e começa a caminhar. Rômulo ajuda Eugênia a se levantar sem tirar a mira de Rebeca, que caminha pela estrada até perder-se de vista.
CORTA PARA:
CENA 10. CABANA ABANDONADA. FACHADA. EXTERIOR.
INSTRUMENTAL – Maldades.
Rômulo carrega Ariana desacordada até o banco de trás do carro de Eugênia, onde entra no banco do carona em seguida. O veículo não demora a partir.
RÔMULO – Foi realmente melhor irmos no seu carro, a polícia ainda esteve estar no meu encalço. Nunca que vou deixar eles me pegarem.
EUGÊNIA – Não se preocupe com isso, seus problemas não têm como se agravar mais ainda, já providenciei isso.
RÔMULO – O que você quer dizer com isso? Não entendi.
EUGÊNIA – Mandei uma encomenda pro seu capacho, usei um pseudônimo. Ele nunca mais poderá dizer nada sobre você nem sobre ninguém.
RÔMULO (pasmo) – O quê? Você mandou comida envenenada?
Eugênia solta uma estridente risada. Ariana começa a acordar, zonza.
RÔMULO – Como você pôde fazer isso? Quem te autorizou?
EUGÊNIA – Que reação é essa? Ele não era só um empregadinho? Não fará falta a ninguém.
RÔMULO – Fidel era meu empregado de confiança, a única pessoa em quem eu confiava totalmente.
EUGÊNIA – Confiava, é? (sorri) Pela sua reação, parece que ele era bem mais do que isso. Fala a verdade, vocês eram amantes, né? A sua cara não é a de quem perdeu um empregadinho qualquer.
O vilão saca seu revólver e aponta para a cabeça de Eugênia. Ariana assiste a tudo.
RÔMULO – Para esse carro, agora! Encosta!
EUGÊNIA (assustada) – Que isso? Surtou?
RÔMULO (gritando) – Para e desce, agora!
Eugênia obedece e encosta o veículo no acostamento. Os vilões desembarcam do automóvel enquanto Eugênia prossegue sob a mira do revólver.
RÔMULO – Vai andando, segue em frente. Não olhe para trás senão eu atiro na sua cabeça.
EUGÊNIA – Você acha que vai me dispensar igual como fez com Rebeca?
RÔMULO – Vai logo! Ou você me obedece (engatilha a arma) ou eu estouro seus miolos.
Ariana assiste a tudo, atemorizada. Eugênia vira-se e começa a caminhar lentamente. De repente, vemos uma arma em sua cintura. Num momento ágil, a vilã discretamente alcança seu revólver e vira-se apressada. Rômulo percebe sua movimentação e os dois atiram simultaneamente. A vilã é atingida por um tiro no pescoço, mas consegue acertar um no braço de Rômulo. Close em Ariana, completamente chocada com a cena. Eugênia cai no chão, derrubando seu revólver. Rômulo geme de dor, levando a mão ao ferimento sangrento. A vilã respira ofegante, então começa a ter dificuldade e tosse, expelindo sangue. O malvado corre de volta para o carro e encontra Ariana passando mal também, tendo bastante dificuldade pra respirar.
CORTA PARA:
CENA 11. DELEGACIA DE POLÍCIA. CELA DE BENÍCIO. INTERIOR.
Uma policial abre a cela e libera a passagem para Benício. Rebeca surge ali e os dois trocam olhares. Após alguns segundos, eles se abraçam demoradamente.
BENÍCIO – Não pensei que você fosse vir me ver.
REBECA – Eu queria, eu precisava te ver, te abraçar.
BENÍCIO – Onde está Ariana? Quero ver nossa filha.
REBECA – Sobre isso, preciso te contar. Vamos até a sala do delegado, ele também precisa ouvir o que eu tenho a dizer.
Os dois são interrompidos pela policial batendo nas grades da cela de Fidel, que prossegue deitado em sua cama. Ele está imóvel.
POLICIAL – Bora, rapaz, tá na hora de acordar. (estrepita as grades com seu cacetete) Levanta, vagabundo aqui não se cria.
A policial aguarda um pouco e, vendo Fidel imóvel, destranca o cativeiro e segue até ele. Verificando seu pulso, constata seu óbito.
POLICIAL (surpresa) – Essa não! Ele não tá respirando, ele está morto.
Rebeca e Benício se assustam.
CORTA PARA:
CENA 12. ESTRADA. CARRO DE EUGÊNIA. INTERIOR.
INSTRUMENTAL – Tensão.
Ariana afaga seu peito, tendo muita dificuldade em respirar. Rômulo a abana.
RÔMULO – O que você tem? A gente precisa ir até a sua mina de diamantes.
ARIANA – Tô sentindo a mesma dor que eu tive antes. Preciso ir no hospital.
RÔMULO – Primeiro você me diz onde é a mina, depois a gente vai à clínica.
O vilão vira-se para o banco da frente, abre todas as janelas e parte dali. Rômulo ainda passa com o carro por cima de Eugênia, arremessando seu corpo até o acostamento.
CORTA PARA:
CENA 13. DELEGACIA DE POLÍCIA. SALA DO DELEGADO. INTERIOR.
DELEGADO (levanta-se) – Se a senhora tem certeza, então nós temos que ir até essa cabana. Eles já devem ter fugido, mas não devem estar tão longe.
REBECA – Eu quero ir, preciso ir ver minha filha. Só vou ficar segura depois que eu me encontrar com ela.
BENÍCIO – Se Rebeca vai, eu também irei. Não vou te deixar só.
DELEGADO – Então, vamos logo!
Todos saem apressados da sala.
CORTA PARA:
CENA 14. ESTRADA. CARRO DE EUGÊNIA. EXTERIOR.
SONOPLASTIA: Alok, Mario Bautista – Toda la noche.
Vemos o carro indo em baixa velocidade pela estrada. Em seu interior, ainda podemos ver Ariana passando mal. Rômulo divide sua atenção com a menina e a estrada.
RÔMULO – Ouve a música, (aumenta o volume do rádio) foca na música. Olha, é bem animada.
Ariana afaga o peito e solta um pequeno grito, então desmaia. Rômulo a encara e, nervoso, joga o carro no acostamento e para, virando-se para a menina.
INSTRUMENTAL – Suspense.
RÔMULO – Ariana, acorda! Você não pode desmaiar agora, eu te levo até o hospital. Eu dou um jeito, mas você vai ficar bem.
A menina não responde. Rômulo tenta reanimá-la e lhe acerta vãs leves bofetadas no rosto. Aflito, ele olha para os lados e busca uma solução. De repente, uma viatura policial vem na direção oposta acompanhada por outras. Na primeira, encontramos Rebeca e Benício e a mocinha rapidamente depara com o carro de Eugênia.
REBECA – Aqui. Esse carro aqui à esquerda é o carro de Eugênia e Rômulo está lá dentro. É aqui, delegado.
O motorista da viatura faz um cavalo de pau na pista e os demais o imitam. Os carros policiais cercam o veículo onde Rômulo está e só então ele percebe a aglomeração ao seu redor. O vilão rapidamente pega seu revólver sobre o balcão do carro e o engatilha. Os policiais começam a saltar armados de seus respectivos veículos.
DELEGADO (no alto-falante) – Renda-se, senhor Rômulo, o senhor está cercado.
RÔMULO (gritando) – Eu não vou me render, Rômulo Solteiro nunca me rende.
DELEGADO – Você está totalmente cercado, se tentar qualquer coisa a gente atira.
RÔMULO (gritando) – Se atirarem, eu me livro da garota. Eu também tenho uma arma.
Ao olhar para a viatura, Rômulo encontra Benício. Irritado, o vilão começa a mirar no carro, diretamente em Benício, e com bastante cuidado atira. Rebeca percebe e se abaixa, puxando o mocinho consigo; o disparo estoura os vidros da viatura. Os policiais aproveitam-se da distração de Rômulo e aproximam-se, cercando seu veículo. Armado, o delegado chega perto.
DELEGADO – É melhor o senhor Rômulo Solteiro se render, senão a situação vai ficar bem pior pra ele.
Rangendo os dentes, o vilão larga seu revólver e estica as mãos. O delegado abre a porta do carro e os policiais o levam dali. Rebeca e Benício correm da viatura e vão até o veículo de Eugênia, encontrando Ariana desacordada no banco de trás. Desesperados, eles pedem por ajuda.
CORTA PARA:
CENA 15. CLÍNICA PARTICULAR. SALA DE ESPERA. INTERIOR.
Vladimir está sentado em uma poltrona quando a médica surge. Sueli, Nicole e Yasmin levantam-se para recebê-la.
YASMIN – E aí, doutora? Deu tudo certo?
MÉDICA – Sim, tudo certo. A paciente já está fora de risco e amanhã pela manhã já terá alta.
Todos comemoram, inclusive Vladimir que está sentado com o braço dobrado e um pedaço de algodão no meio. O celular de Sueli toca e ela o retira da bolsa para atender.
SUELI – Alô! (P) Sim, sou eu. Quem gostaria? (T) O quê? Preso?
Sueli se surpreende.
CORTA PARA:
CENA 16. DELEGACIA DE POLÍCIA. CELA DE RÔMULO. INTERIOR.
INSTRUMENTAL – Drama.
Uma policial leva Sueli até a cela de Rômulo, que levanta-se para receber a mãe. Sueli meneia a cabeça para a policial, que os deixa a sós.
SUELI – Nunca imaginei que eu presenciaria uma cena dessas, principalmente com você.
RÔMULO – Eu posso explicar tudo.
SUELI – Não há explicação para esses fatos. (se emociona) Eu me dediquei tanto à sua educação e de sua irmã, fiz o possível e dei o melhor junto com o falecido pai de vocês. Você mentiu durante anos, Rômulo, anos.
RÔMULO – Eu acho que…
SUELI (cortante) – Você não tem que achar nada. Você fez tanta questão de cuidar dos negócios da nossa família pra fazer falcatruas, foi isso que Fidel disse. Você botou um bandido debaixo do nosso teto, eu… eu nunca imaginei que poderia sentir um desgosto tão grande.
RÔMULO – Ah, mãe, por favor, para com esse drama. Eu não tenho, nunca tive paciência pros seus exageros. Chama logo o advogado, eu preciso sair daqui o quanto antes. Não sou homem de ficar preso.
SUELI – Chame você um defensor público, eu não vou mover uma palha pra te tirar daí. No dinheiro do seu pai você não toca mais, eu te renego. Você vai pagar sozinho pelos seus próprios crimes. (T) Você morreu pra mim.
Rômulo toma um choque. Sueli o olha de cima a baixo e se retira. O vilão começa a gritar e implorar pela mãe. No corredor, Sueli sente uma vertigem e apoia-se na parede; a policial rapidamente retorna e lhe oferta ajuda, apoiando-a para que Sueli não caia.
CORTA PARA:
CENA 17. HOSPITAL PARTICULAR. FACHADA. EXTERIOR.
INSTRUMENTAL – Agilidade.
Uma ambulância rapidamente estaciona diante do hospital e os paramédicos descem com Ariana. Rebeca e Benício saltam de uma viatura policial e correm para o interior do prédio.
CORTA PARA a sala de espera, onde o casal aguarda impaciente. Pandora e Célio fazem companhia a eles. Uma médica vem apressada e aproxima-se dos mocinhos.
MÉDICA – Vocês são os acompanhantes da menina Ariana Salgado?
REBECA (preocupada) – Sim. Como ela está, doutora? A gente não sabe o que aconteceu e não recebemos notícias.
MÉDICA – Vocês sabiam que a jovem sofria de um sopro no coração?
BENÍCIO – Sabíamos, ela foi diagnosticada quando fez muito esforço brincando com algumas crianças. É por isso que ela tá mal?
MÉDICA – A gente identificou isso. Ela deve ter passado por alguma emoção muito forte, deve ter sido. Infelizmente, o coração dela não resistiu. Ela já chegou aqui sem vida. Sinto muito.
REBECA – Não… não pode ser verdade, não pode. Eu não acredito nisso.
Desesperada, Rebeca começa a chorar. Mais discreta, Pandora chora apoiando sua cabeça sobre o peitoral de Célio. Rebeca chora mais e Benício a abraça, também aos prantos. Close no casal.
CORTA PARA:
CENA 18. HOSPITAL PARTICULAR. LEITO DE ARIANA. INTERIOR.
INSTRUMENTAL – Tristeza.
Ariana está deitada sobre a maca. Ao fundo, vemos Rebeca caminhar na direção da menina até ser focada pela câmera. Emocionada, a mocinha segura a mão de Ariana.
REBECA (chorosa) – Eu entendo que todos têm seu tempo, todos têm uma passagem, mas eu não queria que a sua fosse tão breve. Você foi um verdadeiro anjo que apareceu para alegrar minha vida, meus dias, eu fui muito mais feliz a partir do dia em que nos conhecemos. Não sei ao certo como essas coisas funcionam, mas eu espero poder te reencontrar algum dia, e espero que essa data não esteja muito distante.
Rebeca beija a mão da filha e rompe em prantos. Ela começa uma oração.
CAM SE FECHA
CENA 19. CEMITÉRIO PARTICULAR. LÁPIDE DE ARIANA. EXTERIOR. DIA.
INSTRUMENTAL – Triste.
CAM reabre-se no cemitério, descendo lentamente até focar na lápide de Ariana, onde encontramos duas fotos suas: uma com seus pais biológicos e outra com Rebeca e Benício. A mocinha surge trazendo uma flor em punho e a larga sobre o punhado de terra em cima do caixão da menina.
ARIANA (narrando) – Pois é, a vida nem sempre é como nós queremos. Temos que ser gratos pelo que temos e aproveitar enquanto pudemos. Era isso que minha mãe de verdade me dizia.
LETREIRO: Algum tempo depois.
CORTA PARA:
CENA 20. RESIDÊNCIA DE REBECA E BENÍCIO. QUARTO DELES. INTERIOR.
Benício digita algo em seu notebook. Ao fim, vemos ele escrevendo a palavra “fim” e selecionando a mesma para aumentar a fonte. Notamos ele contente. Rebeca chega por trás e o abraça, beijando sua nuca.
ARIANA (narrando) – Meu pai Benício não conseguiu concluir seu livro, ele ficou muito triste depois que eu parti. Ele perdeu o prazo de entrega do livro e levou bronca da editora, mas eles perdoaram. Benício recebeu uma nova chance e resolveu escrever um livro sobre mim, esse ele conseguiu terminar. A minha história comoveu muitas pessoas que o leram e até fez com a busca por crianças para adoção crescessem um pouco na cidade. Mamãe Rebeca ficou muito orgulhosa.
Benício abre seu endereço de e-mail e anexa o arquivo de seu livro no assunto.
CORTA PARA:
CENA 21. DELEGACIA DE POLÍCIA. FACHADA. EXTERIOR. TARDE.
SONOPLASTIA: Black Eyed Peas – Get it.
Rômulo deixa a delegacia escoltado por uma policial. De óculos escuros, o vilão desce os poucos degraus da fachada do prédio e reprofunda numa aglomeração de jornalistas que o rodeiam assim que ele salta do último degrau. De cabeça baixa, Rômulo ignora a todos até ouvir:
REPÓRTER – Rômulo, o que você tem a dizer sobre seu amante que foi morto dentro da delegacia?
Nesse momento, o vilão estagna sua caminhada e olha ao redor, encontrando a repórter que lhe fez a pergunta. Ela mira seu microfone na direção dele.
RÔMULO – Meu amante? Eu não tinha amante nenhum, minha filha. Que espécie de fake news é essa?
REPÓRTER – Seu amante que contou isso pra polícia e já encontraram provas que você tinha caso com vários homens e os matou envenenado. Inclusive, descobriram que foi você quem matou o influencer Teodoro…
RÔMULO (cortante) – Isso é tudo calúnia, eu vou conseguir provar minha inocência. Sou Rômulo Solteiro de Paula, não sou nenhum desses depravados que se envolve com pessoas do mesmo sexo, não sou gay, não.
REPÓRTER – E qual o problema de ser homossexual? É totalmente normal, isso não é demérito para ninguém.
RÔMULO (fazendo birra) – Eu não sou gay, não sou nada disso que estão falando. Eu sou muito heterossexual.
Alguns repórteres caem na risada. Rômulo começa a ficar zonzo e, acima das risadas, apenas ouve outros jornalistas repetindo a palavra “homossexual” contra ele. O vilão olha ao redor e começa a se debater, largando-se da policial e acotovelando os repórteres à sua volta. Começando a dar piti como uma criança mimada, Rômulo perde a compostura e gera risadas, além de mais insinuações sobre sua sexualidade.
ARIANA (narrando) – Rômulo acabou ficando meio doido na cadeia, não tinha ninguém para ajudar ele. Isso que dá reprimir quem você é, pode acabar ficando louco como ele. Ainda bem que Sueli assumiu o comando da empresa da família e permitiu a ajuda de Vladimir para exterminar todas as coisas ilegais que Rômulo fez. Falar a verdade é a maior virtude que alguém pode ter, mamãe Rebeca sempre me dizia.
CORTA PARA:
CENA 22. INSTITUTO DE APOIO À MULHER. SALÃO PRINCIPAL. INTERIOR.
INSTRUMENTAL – Superação.
CAM aproxima-se de um pequeno palanque montado diante de uma plateia cheia de mulheres. Sueli, Vladimir, Nicole e Yasmin estão entre os primeiros. Grazi discursa.
GRAZI (…) – Eu não queria ter de admitir, mas eu tinha repulsa da ideia de ser mãe. Eu tinha tanto nojo da violência que eu sofri que, quando eu vi que poderia sofrer novamente, eu entrei em desespero e corri para a clínica abortiva mais próxima. Quase morri, mas cheguei a sentir alívio quando soube que meu bebê estava morto. Eu não me orgulho disso, jamais, só quero que vocês percebam que não é egoísmo, eu não pensei só em mim. Como eu ia explicar pra essa criança a forma como ela foi gerada? E se eu lembrasse todos os dias da violência que eu sofri? O que ia ser dessa criança se eu não conseguisse fornecer amor a ele ou ela?
Grazi se emociona. A plateia começa a aplaudir, comovida. Aproveitando-se de um momento de menos barulho, Grazi continua.
GRAZI – Eu pensei tanto nessa criança que precisei de tratamento psicológico. Eu não desejo isso a ninguém. (P) Ninguém. E é por conta disso que eu resolvi ajudar, resolvi me tornar palestrante desse assunto, porque eu não quero que mulher nenhuma passe pelo que eu passei. Eu tive assistência da minha família, assistência psicológica, e mesmo assim foi o pior momento da minha vida, como se uma nuvem cinzenta tivesse pairado sobre a minha cabeça. Imagina as mulheres que não têm esse mesmo tipo de ajuda? Elas devem estar sob um tormento quinhentas mil vezes pior e eu quero poder ajudar cada uma delas, se for possível. Obrigada.
A plateia se levanta para ovacioná-la. Grazi sorri perante a reação geral.
CORTA PARA:
CENA 23. INSTITUTO DE APOIO À MULHER. FACHADA. EXTERIOR.
SONOPLASTIA: Rouge – Dona da minha vida.
Grazi sorri para a selfie de uma fã, que lhe dá um rápido abraço e vai embora. Vladimir aproxima-se.
VLADIMIR – Sua palestra foi incrível, meu amor. Fiquei tão orgulhoso e emocionado por te ver falar.
GRAZI – Foi a minha primeira, nunca imaginei ter essa reação. Até já me chamaram para fazer outra palestra numa comunidade pobre, lá no morro, não hesitei.
VLADIMIR – Eita, parece que ela tá ficando muito ocupada, hein? Será que dá tempo de namorar um pouco antes da sua agenda ficar superlotada?
A jovem sorri e Vladimir a agarra, puxando-a para si para lhe dar um ardente beijo na boca.
ARIANA (narrando) – Vladimir teve a bênção de dona Sueli, mesmo depois daquele imprevisto na clínica. Agora, Grazi é uma grande voz para as mulheres, as palestras dela são tão importantes e motivacionais que ela ainda será chamada para discursar na universidade de Harvard. Ops… espero que ela não tenha escutado esse spoiler.
CORTA PARA:
CENA 24. RESIDÊNCIA DE CÉLIO. SALA DE ESTAR. INTERIOR. NOITE.
Pandora termina de se vestir para seu plantão quando Célio entra em casa.
CÉLIO – Você já vai, amor? (fecha a porta) Poxa! Tentei tanto chegar mais cedo pra aproveitar mais tempo com você em casa.
PANDORA – Plantão de doze horas é complicado. (pega sua bolsa) Tenho que ir antes que eu me atrase pra chegar ao hospital.
A enfermeira aproxima-se do marido e lhe dá um selinho. Célio a segura e lhe dá outro selinho. Os selinhos vão se intensificando até que os dois começam a dar um amasso e logo estão tirando as roupas um do outro. Célio suspende Pandora e a coloca no sofá, mas os dois bolam até a mesa de centro, quebrando-a, e se beijando sobre o chão sem se importar.
ARIANA (narrando) – Tio Célio e Pandora continuam na mesma, não tem muito o que falar sobre eles. A única diferença é que agora tio Célio não mora mais sozinho em casa, eles agora têm plateia.
Galeno sai com Dado do hall e, ao flagrarem Pandora e Célio se pegando no chão, o rapaz rapidamente tampa os olhos do sobrinho e o puxa de volta para o hall.
CORTA PARA:
CENA 25. DEFENSORIA PÚBLICA. FACHADA. CALÇADA. EXTERIOR.
SONOPLASTIA: Gilberto Gil – Ok ok ok.
Com uma flor em mãos, Galeno caminha pela calçada de entrada do local de trabalho de Joel. Adiante, podemos ver o assistente social conversando com alguém, de costas para Galeno.
ARIANA (narrando) – Meu quase tio Galeno conseguiu se acertar com Joel. Eu não entendo porque os adultos acham ruim o amor deles, mas o bom é que eles aprenderam a lidar com as críticas e estão sempre juntos. Joel nunca mais sofreu dentro do trabalho, pois as pessoas respeitam a posição dele. Acho que não é difícil explicar que ele não tá doente para contaminar as crianças com nada. Ah, e sobre a doença na cabeça, Joel conseguiu se curar bem fácil depois de alguns exercícios mentais, não era nada grave.
Quando Galeno se aproxima de Joel, ele vira-se para o namorado e o surpreende ao segurar uma flor. Os dois sorriem um para o outro, se abraçam e, por fim, se beijam.
CORTA PARA:
CENA 26. PENSÃO DE TAMIRES. SALA DE ESTAR. INTERIOR.
SONOPLASTIA: Ferrugem – Minha namorada.
Vando está varrendo o chão quando Tamires imerge da cozinha.
TAMIRES – Que bonito ver você me ajudando nas tarefas.
VANDO – Falei pra você que eu ia ser um bom marido, não disse? Estou me esforçando.
TAMIRES – É verdade. Ainda não me arrependi de ter te trazido de volta desde que você teve aquele coma alcoólico.
VANDO – Pois é. (sorri) Sei que você ficou desesperada com medo de me perder. Pode confessar, Tami, eu sei que foi exatamente isso mesmo.
Tamires sorri e dá um selinho em Vando, voltando para a cozinha. Solitário, o ex-cachaceiro varre toda a sujeira para debaixo do sofá e acomoda-se confortavelmente no sofá.
CORTA PARA:
CENA 27. IMAGENS GERAIS.
SONOPLASTIA: Troye Siva ft. Ariana Grande – Dance to this.
O céu começa a escurecer, dando lugar à chegada de uma noite radiante e iluminada com a lua e as estrelas sobre as nuvens. As luzes dos prédios se acendem, trazendo ainda mais claridade à noite recifense.
CORTA PARA:
CENA 28. RESIDÊNCIA DE REBECA E BENÍCIO. SALA DE ESTAR. INTERIOR. NOITE.
Impaciente, Benício caminha de um lado para o outro. Eis que Rebeca imerge do hall num belíssimo vestido branco, estando ambos com roupa de gala.
BENÍCIO – Finalmente, meu amor. Pensei que você não ficaria pronta ainda hoje.
REBECA – Eu quis ficar bem bonita para a noite mais especial da sua vida. Quero que seja tudo perfeito até o fim.
BENÍCIO – Eu sou tão sortudo por te ter, você é simplesmente maravilhosa. Te amo.
Rebeca sorri. Puxando Benício pela gola do paletó, a mocinha rouba um demorado selinho.
CORTA PARA:
CENA 29. LIVRARIA. SALÃO PRINCIPAL. INTERIOR. NOITE.
INSTRUMENTAL – Ambiente.
Sob uma sonoplastia refinada, vemos muitas pessoas caminhando pela livraria, todos em roupa de gala. Todos aglomeram-se diante um pequeno palco onde vemos Benício com um microfone na mão. Entre os convidados, podemos ver vários casais ali como Pandora e Célio, Grazi e Vladimir, Galeno e Joel, Tamires e Vando, Nicole e Yasmin acompanhadas por belos rapazes.
BENÍCIO – Bem, gente, antes de fazer o lançamento oficial do livro, quero agradecer a todos por terem vindo. Vocês devem saber do que se trata o livro e eu quero também agradecer a todos por sua participação, todos os que eu convidei pessoalmente estão aqui por fazer parte dessa história que foi o nosso convívio com aquele anjo que foi Ariana, um anjo em nossas vidas.
Todos começam a aplaudir, Célio até assobia. Rebeca sobe ao palco com o livro em mãos, o expondo para todos, que aplaudem ainda mais. Alguns flashes são disparados pelos fotógrafos que acompanham o evento. Rebeca e Benício sorriem e fazem pose. CAM aproxima-se de Rebeca, focando no livro que ela sustenta, onde vemos escrito o título “Ariana: coroa de diamantes”.
SONOPLASTIA: Ariana Grande – God is a woman.
ARIANA (narrando) – Eu agradeço muito por ter conhecido meus pais Rebeca e Benício. Eles não quiseram ter outros filhos depois de mim, preferiram por adotar e levaram para casa uma menina chamada Melissa, muito parecida comigo. Depois adotaram um menino e levaram seus dois irmãos também. Com ajuda de tio Célio, Pandora e Joel, eles conseguiram um alvará para poder mexer na minha mina e extrair riquezas, só que usaram todo o dinheiro levantado para ajudar crianças que não tinham uma família. Eu posso ter sido a coroa de diamantes dessa história, mas os anjos foram eles.
FIM