“Onde as Ruas Não Tem Nome”
[CENA 01 – CASA DE SAMUEL/ SALA/ TARDE]
(Daniel continua olhando para Henrique em frente a sua porta, ainda sem saber o que fazer)
HENRIQUE – Tá, sei que eu devia ter avisado, porém, achei melhor fazer uma surpresa.
DANIEL – É que… não posso sair agora.
HENRIQUE – Está ocupado?
DANIEL – Não, quer dizer… estou olhando a casa. Meu pai saiu e…
HENRIQUE – E que você mente mal. Vamos só dar um passeio comigo. Garanto a você que sairemos como amigos, sem ninguém desconfiar de nada. (a vontade de Daniel é em não aceitar, mas, como precisa ganhar a confiança de Henrique para conseguir apagar o vídeo, acaba aceitando)
DANIEL – Não posso demorar muito.
HENRIQUE – Prometo a você que será só um passeio. (sorri, Daniel volta para a sala, pega seu celular, verifica se havia mensagem de Dácio)
DANIEL – (já que não tinha nenhuma mensagem, ele mesmo digita uma para Dácio) “Estou saindo com o Henrique, se eu não puder responder, você já sabe!” (guarda o celular e volta para a porta) Vamos, então?
HENRIQUE – Vamos. (Dácio fecha a porta e sai com Henrique)
[CENA 02 – LANCHONETE DO IVO/ TARDE]
(Dácio continua sem saber o que dizer, chega uma mensagem em seu celular)
DÁCIO – (lendo a mensagem, também desviando da encarada de Eduardo, guarda o celular novamente) Eu não sei de onde você tirou essa ideia, Eduardo.
EDUARDO – Não adianta inventar desculpas, Dácio. Desde que eu cantei a primeira vez aqui na lanchonete com a Cássia, que estranhei algo nela. Ela está usando a voz da Letícia para ganhar o programa. Agora eu preciso saber como ela está fazendo isso?
DÁCIO – (ver que não tem outro jeito a não ser contar a verdade) Está bem, você está certo. A Cássia está usando a Letícia para ganhar o programa. Elas estão usando um aparelho que eu inventei.
EDUARDO – Sabia! Isso é trapaça, Dácio. Se a produção descobre, a Cássia será eliminada.
DÁCIO – Você vai denunciá-la?
EDUARDO – A minha vontade é essa. Porém, eu quero saber o porquê de a Letícia ter aceitado isso?
DÁCIO – Letícia é inocente demais. E Regina fez a cabeça dela, dizendo que esse é o sonho da irmã, e que ela precisava ajudá-la.
EDUARDO – Mas se eu não me engano, a Letícia também sonha em ser cantora. O que a impede é a doença dela.
DÁCIO – É usando isto que a Regina conseguiu convencê-la. Como a Cássia é saudável, tem mais chance de ganhar este programa.
EDUARDO – É saudável, mas não canta. Quem devia estar no lugar dela é a Letícia.
DÁCIO – Letícia tem esperança que depois da irmã, ela quem irá cantar no próximo ano. Só que eu tenho as minhas dúvidas, de que talvez não resista até o ano que vem.
EDUARDO – Ela voltou a piorar?
DÁCIO – Cada dia ela piora, mesmo dizendo que está bem. É por isso que eu a ajudo a dublar a irmã, porque de certa forma, eu tô ajudando a Letícia a realizar o sonho dela. Veja o quanto de seguidores a Cássia ganhou desde que ganhou o programa. A torcida que ela conquistou, os elogios…
EDUARDO – Só que ela não merece nada disso. É a Letícia que merece esse carinho todo. Tá, suponhamos que a Cássia ganhe o programa. O que ela pretende fazer depois? Vai ficar usando a voz da Letícia para sempre?
DÁCIO – Isso eu não sei. Na verdade, acho que elas estão interessadas apenas no prêmio em dinheiro. Se a Cássia vai continuar ou não a carreira de música, não sei.
EDUARDO – Mesmo assim, minha vontade é de denunciá-la.
DÁCIO – Eu te entendo, sério. Fico torcendo para que a Cássia perca, e a Letícia não precise mais cantar naquele hospital, porque vejo que isso não está a ajudando. Eu também já pensei em denunciar tudo, e acabar logo com isso, mas… toda vez que eu lembro da alegria da Letícia cantando, dos olhos dela brilhando quando a irmã avança de fase, é como se ela também estivesse avançando, sabe?!. Mesmo que ninguém um dia saiba que a voz é dela, o fato de a Cássia ter chegando até onde chegou, com a voz da Letícia, já é uma vitória para ela. E no fundo, acredito até que isso dê esperança a ela, já que acredita que o ano que vem, será a sua vez.
EDUARDO – (olha para o relógio) Tenho que ir, se não ultrapasso o tempo limite das entregas. (levanta da mesa)
DÁCIO – Bem, você sabe toda a verdade agora. Eu não vou dizer para você não denunciar a Cássia, cabe a você decidir isso. Só quero que saiba que, pondo o fim no sonho dela agora, também estará pondo o fim no sonho da Letícia. (Eduardo fica pensativo e sai em seguida)
[CENA 03 – CASA DE LUANA/ SALA/ TARDE]
LUANA – E isso importa para a senhora?
VERÔNICA – Sim, afinal sou sua mãe.
LUANA – Você age como mãe só quando convém.
VERÔNICA – Eu só quero saber o que minha filha anda fazendo. Caso apareça algum problema, eu possa saber o que fazer. Vai que esse rapaz te sequestra nessa viagem?
LUANA – A senhora tá viajando agora.
VERÔNICA – Nunca se sabe, filha. Vai que após esses anos todo, ele não conseguiu te esquecer, e por você ter se separado do Felipe, viu essa a oportunidade perfeita.
LUANA – Eu decidi viajar com o Sérgio por opção própria, tá. Eu confio nele, e ele jamais faria nada que me machucasse. Pelo contrário, ele sugeriu essa viagem para me ajudar.
VERÔNICA – Te ajudar com o que?
LUANA – A refletir sobre algo que eu descobri, que pode mudar a vida de algumas pessoas.
VERÔNICA – Aquela história de novo do segredo que pode afetar duas pessoas que você conhece?
LUANA – Sim.
VERÔNICA – Esse segredo deve ser bem cabuloso, para você ter que fazer uma viagem para refletir sobre isso.
LUANA – Eu posso mudar a vida dessas pessoas, mãe. Preciso pensar o que eu devo fazer, para não magoar nenhuma.
VERÔNICA – Se você me contasse que segredo é esse, eu talvez te ajudaria a tomar uma decisão.
LUANA – Não, obrigada. Melhor esse segredo ficar guardado só comigo. (sai da sala, em direção ao seu quarto, Verônica senta-se no sofá, pensativa)
[CENA 04 – CASA DE MANUELA/ SALA/ TARDE]
(Manuela continua olhando para Tiago, surpresa)
TIAGO – Vai me deixar entrar ou não?
MANUELA – Eu estou ocupada agora, Tiago. Estou estudando.
TIAGO – E você não podia me dizer isso por mensagem?
MANUELA – Eu deixei meu celular no quarto, desconectei de tudo. Preciso focar nos estudos.
TIAGO – (se aproxima dela) Eu sinto sua falta, Manu. Na escola a gente quase não conversou, você não respondeu minhas mensagens.
MANUELA – Desculpa, Tiago. É que realmente esta semana não dá. Enquanto não passar esse final de semana, não posso dar atenção a ninguém.
TIAGO – Não sei para que esse foco todo. Se você conseguir passar, não vai poder cursar ainda. (fica um pouco chateado) Mas, como você quiser. Não vou atrapalhar em seus estudos. (vai embora, Manuela percebe que ele ficou chateado, pensa em chamá-lo, acaba desistindo, fecha a porta, volta para a sala e volta a estudar)
[CENA 05 – RUA/ TARDE]
(Daniel e Henrique continuam caminhando, Henrique é o único animado)
HENRIQUE – Eu particularmente não curto muito esses jogos de família, de amigo secreto. Porque as únicas coisas que os parentes sempre gostam de comprar é roupa. (percebe que Daniel parece não estar prestando muita atenção) O que está acontecendo? (começa a ficar sério) Dácio?
DANIEL – (ouvindo-o agora) Oi?
HENRIQUE – O passeio está cansativo para você?
DANIEL – Não. É que estou com medo do meu pai chegar e não me encontrar em casa.
HENRIQUE – Só dizer que estava em um passeio com um amigo, o que tem demais nisso.
DANIEL – Melhor voltarmos.
HENRIQUE – Está bem. (os dois caminham por um tempo em silêncio, Henrique quebra o silêncio) Sou eu, né? Você não queria passear comigo, eu que forcei. Estou sendo um saco, desde que cheguei.
DANIEL – Não, você não tem culpa. Eu que não verdade não estou dando a atenção que você merece.
HENRIQUE – Eu sei que talvez não possamos ter nada novamente, mas… eu gosto de você, Daniel. (Daniel presta atenção em Henrique, e ambos param de andar) Eu pensei que depois que minha família fosse embora, conseguiria te esquecer, mas não consegui. O que eu sinto por você continua o mesmo.
DANIEL – (olhando nos olhos dele, tentando saber se o que ele dizia é verdade) Mas infelizmente, você foi né. Me deixou aqui, sofrendo…
HENRIQUE – Me desculpa, de verdade. Eu me arrependo da idiotice que eu fiz. Não devia ter sido tão babaca, quanto eu fui. (Daniel começa a ficar confuso com os sentimentos que sente) Eu fiquei com medo de te perder para outro.
DANIEL – Você me perdeu a partir do momento que você foi embora, me deixando sozinho. Porque se você me quisesse de verdade, teria encontrado um jeito de continuar comigo, mesmo morando longe.
HENRIQUE – Eu tinha medo, de que nosso relacionamento longe um do outro não desse certo. De que com o passar do tempo, você sentisse vontades e eu não estaria ao seu lado para satisfazê-las.
DANIEL – Você acha que eu teria coragem de te trair?
HENRIQUE – Não sei. Talvez chegaria um momento que você não aguentaria e precisasse de alguém…
DANIEL – Realmente você não me conhece. Eu nunca trairia você, nem cogitaria isso. Sabe muito bem que existe outras maneiras para amenizar essa vontade… (se aproxima dele, e diz baixinho) … sexo virtual é uma delas.
HENRIQUE – Não é a mesma coisa, Daniel. O contato pele a pele, sentiríamos falta disso.
DANIEL – Está bem, então vamos mudar um pouco o jogo. Você conseguiria controlar sua vontade ou você iria procurar alguém para satisfazê-la com você? (Henrique não responde de imediato)
HENRIQUE – Todos temos necessidades, que precisam ser satisfeitas…
DANIEL – Tá vendo. Então não venha colocar a culpa de termos terminado em cima de mim. Que o único responsável aqui é você. (volta a andar, apresado. Henrique continua parado, observando-o)
Anoitecendo…
[CENA 06 – CASA DE PEDRO/ SALA/ NOITE]
(Paula está na sala vendo TV, praticamente sozinha)
PAULA – (com tédio, olha ao redor da sala, e mesmo com o som da TV, a percebe silenciosa) Quando silêncio, meu Deus! (desliga a TV, levanta e começa a andar pela sala) Será que devo fazer uma visita para o Junior? Não, melhor não. Ele deve estar cansado. (anda um pouco pela sala, olha para o teto, para a mobília, com tédio) Tem nada para se fazer aqui… acho que eu preciso mesmo de uma viagem. (pega seu celular e liga para Carla) Oi, irmã. Como é que vocês estão? (continua andando sala) Eu estou bem, e não se preocupa. Já superei aquilo que aconteceu. Na verdade, estou ligando porque gostaria de saber se eu podia passar o final de ano aí? É, aqui tá chato demais sozinha. Está bem então. Não, vou logo esperar as férias do meu trabalho, e viajo para aí.
[CENA 07 – CASA DE DÁCIO/ Q. DE DÁCIO/ NOITE]
(Dácio e Daniel estão conversando por vídeo chamada)
DÁCIO – Deixei a decisão com o Eduardo. E no fundo, torço para que ele denuncie Cássia. Isso logo acaba, a Letícia vai poder se tratar tranquila, e quem sabe consegue passar um tempo mais com a gente. (o percebe meio desligado) Tudo bem?
DANIEL POR VÍDEO – Sim, só fiquei pensando na conversa que eu tive com o Henrique hoje à tarde.
DÁCIO – E como foi o passeio com ele?
DANIEL POR VÍDEO – Minha vontade era de nem ter aceitado esse passeio. Aceitei mesmo só para tentar ganhar a confiança dele, mas foi perda de tempo. O Henrique continua o mesmo.
DÁCIO – Pior que eu ainda nem tive tempo para tentar invadir as redes sociais dele, e tentar descobrir algo.
DANIEL POR VÍDEO – Não se preocupa, isso na verdade é um problema meu, nem queria te envolver nisso.
DÁCIO – Só que eu quero te ajudar, viu. Pode deixar, que amanhã vou tentar encontrar algo. (o ver sorrindo) Que bom que te fiz sorri. Significa que não está mais pensando nele.
DANIEL POR VÍDEO – Não, na verdade estou pensando em você aqui no meu quarto.
DÁCIO – Bom pensamento esse, acho que vou fazer o mesmo.
DANIEL POR VÍDEO – Quanto tempo mais teremos que ficar afastado?
DÁCIO – Tempo suficiente para conseguirmos uma prova contra ele. Depois, mataremos as saudades um do outro.
DANIEL POR VÍDEO – Olha que a saudade aqui tá enorme… vamos precisar de muito tempo para matá-la.
DÁCIO – Depois que resolvermos isso, tempo é o que não vai faltar para nós. (os dois sorriem) Agora, quero voltar ao assunto do pensamento… (fecha os olhos) …tô imaginando você aqui do meu lado, me fazendo carinho…
DANIEL POR VÍDEO – (fecha os olhos, sorri também) Você também tá aqui do meu lado, e estamos sem roupas…
DÁCIO – (abrindo os olhos) Que pensamento ousado esse o seu?! E o que é que estamos fazendo sem roupa?
DANIEL POR VÍDEO – (ainda de olhos fechados, coloca a mão dentro de seu short) O que você acha?
DÁCIO – (sorri, volta a fechar os olhos) Sendo assim, estamos tirando a roupa aqui também… (coloca a mão dentro do short)
[CENA 08 – SÍTIO DE FREDERICO (MINAS)/ Q. DE CARLA/ NOITE]
(Carla está sentada na cama, Miguel sai do banheiro, enrolado de toalha)
MIGUEL – Que bom que sua irmã virá passar as festas de final de ano com a gente. (tira a toalha, começa a enxugar algumas partes do corpo)
CARLA – Também estou feliz que ela vem pra cá. Ao menos, vou poder passar uma festa com a família reunida.
MIGUEL – Não diz isso, sabe como eu fico.
CARLA – Só quero aproveitar o tempo que eu tenho, Miguel. (levanta e se aproxima dele) Não quero mais falar de doença, do tempo que me resta… (pega a toalha das mãos dele, joga em cima da cadeira e o abraça) …só quero viver. Quero aproveitar o belo marido que a vida meu deu. (o beija)
MIGUEL – (encerrando o beijo) Não temos que jantar com a sua família?
CARLA – Creio que eles podem nos esperar por alguns minutos! (volta a beijá-lo, Miguel vai empurrando Carla até a cama, os dois caem em cima dela, Miguel como já estava sem roupa, começa a tirar a roupa de Carla)
[CENA 09 – LANCHONETE DE IVO/ NOITE]
(Samuka e Mônica estão na lanchonete, tomando um sorvete)
MÔNICA – (olhando para a máquina de karaokê) Desde que eu entrei e coloquei o olho naquela máquina, não paro de pensar em nós cantando uma.
SAMUKA – E você acha que eu te trouxe nessa lanchonete só para tomarmos um sorvete?!
MÔNICA – Quando você conheceu está lanchonete?
SAMUKA – Um amigo me mostrou.
MÔNICA – Melhor lugar da cidade, é uma lanchonete de karaokê. (olha ao redor da lanchonete) Logo se percebe que aqui é bem movimentado, olha só tá lotada.
SAMUKA – Meu amigo também me disse que durante as Quintas, aqui lota mesmo. É uma das noites onde casais corajosos sobem naquele palco e cantam.
MÔNICA – Será que somos um casal corajoso?
SAMUKA – Será que somos? Acho que só saberemos se subirmos naquele palco e cantarmos para este pessoal.
MÔNICA – Você me ganhou na palavra palco. (os dois sorriem, levantam e caminham até a máquina, Mônica que procura as músicas) Nossa, quanta música boa!
SAMUKA – Né. Fique à vontade para escolher.
MÔNICA – Será que podemos cantar só uma? Porque minha vontade é de montar uma playlist aqui e cantar todas.
SAMUKA – Acho que não tem limite. Fique à vontade bebê! (Mônica se anima e começa a selecionar várias músicas)
MÔNICA – É hora do show! (dar play na música, vão para o palco, pegam o microfone e começam a cantar)
[CENA DE MÚSICA – WHERE THE STREETS HAVE NO NAME (U2)]
[SAMUKA]
I wanna run, I want to hide 1
I wanna tear down the walls
That hold me inside
I wanna reach out
And touch the flame
Where the streets have no name
[MÔNICA]
I wanna feel, sunlight on my face 2
I see the dust cloud disappear
Without a trace
I wanna take shelter
From the poison rain
Where the streets have no name
[SAMUKA E MÔNICA]
Where the streets have no name 3
Where the streets have no name
We’re still building, then burning down love
Burning down love, and when I go there
I go there with you, it’s all I can do
[SAMUKA]
The city’s a flood and our love turns to rust 4
We’re beaten and blown by the wind
Trampled in dust
I’ll show you a place
High on a desert plain
Where the streets have no name
[SAMUKA E MÔNICA]
Where the streets have no name 5
Where the streets have no name
We’re still building, then burning down love
Burning down love, and when I go there
I go there with you, it’s all I can do
[MÔNICA]
Our love turns to rust 6
We’re beaten and blown by the wind
Blown by the wind, oh, and I see our love
See our love turn to rust
[SAMUKA E MÔNICA]
Oh, we’re beaten and blown by the wind
Blown by the wind
Oh, when I go there, I go there with you
It’s all I can do
1. Samuka e Mônica retiram o microfone do suporte, os colocam de lado, e ficam um de frente para o outro. Se animam de acordo com o ritmo da música. Samuka começa a cantar.
2. Mônica e Samuka começam a andar pelo palco, ainda um olhando para o outro.
3. Os dois se divertem, e quase esquecem que a lanchonete inteira esta vendo os dois se apresentarem.
4. Samuka se aproxima de Mônica, e canta no mesmo microfone que o dela. Depois se afasta, e volta a cantar no dele.
5. Mônica e Samuka animam o pessoal da lanchonete, que todos começam a bater palmas.
6. Os dois encerram a música um de frente para o outro, plateia vibra com a apresentação e energia dos dois que se divertiram a música inteira.
[CENA 10 – CASA DE DÁCIO/ SALA/ NOITE]
(Cássia está na sala, deitada no sofá ouvindo música, campainha toca, como ela está com o fone de ouvido no volume máximo, não ouve)
REGINA – (vindo da cozinha, repara a filha deitada no sofá) Não tá ouvindo a campainha tocar, Cássia. (Cássia também não escuta a mãe, Regina abre a porta) Você rapaz? Minha filha continua pedindo pizza a você?
EDUARDO – Eu não vim deixar nenhuma pizza. (vai entrando sem pedir permissão) Na verdade, vim conversa com vocês. (caminha até o sofá, Cássia o vê, levanta e tira os fones)
CÁSSIA – (sorrindo) Eduardo, você veio me ver?
REGINA – Ei, rapaz… não é assim que as coisas funcionam. Você não pode ficar entrando na casa dos outros desse jeito.
EDUARDO – Sei que vocês duas estão trapaceando no programa de música.
REGINA – Nós trapaceando? Do que você está falando rapaz?
EDUARDO – (olha para a Cássia) Eu sei que você está usando a voz da Letícia para conseguir avançar no programa. (Regina e Cássia ficam surpresas)
Contínua no Capítulo 64…