Olá, querido(a) leitor(a)! Hoje o Observatório da Escrita está curtinho, mas ainda assim preparado com carinho pra você. O assunto hoje é telenovela, protagonista dos dois quadros do dia. Ficou curioso(a)? Lá vamos nós!

 


Se você é fã de telenovelas e das curiosidades dos bastidores, não deixe de ler Novela – A Obra Aberta e Seus Problemas, de Fábio Costa. Noveleiro e pesquisador desde muito cedo, o autor traz histórias pra lá de interessantes sobre o programa favorito de boa parte dos brasileiros. Os escritores de novelas tentam manter a ordem e a organização, enquanto produzem os capítulos. Mas a vida traz situações que os fazem mudar os rumos das obras: brigas entre atores e/ou diretores, más atuações, pedidos para deixar o elenco, questões climáticas que interferem nas gravações, doenças, gravidezes e até mortes são rotina neste mundo tão fantástico.

Como não se lembrar do assassinato da Daniella Perez em meio a De Corpo e Alma, da gravidez de Regina Duarte durante Carinhoso (na qual ela interpretava uma mocinha virgem), da eliminação de personagens na explosão do shopping de Torre de Babel, do acidente com Eva Wilma na primeira versão de Mulheres de Areia, da doença de Glória Pires durante Cabocla e depois em Belíssima, a censura de Despedida de Casado e do Roque Santeiro dos anos 70, entre outros?

Mais um atrativo: prefácio escrito pelo veterano Lauro César Muniz. Aproveite o preço bem camarada (cerca de 50 reais), para adquirir esta ótima obra.

 


  

Falei em Lauro César Muniz, e é ele que abre o novo quadro. EncicloCyber trará uma pequena biografia de escritores como forma de homenagem. Vamos lá?

Lauro César nascem em 16 de janeiro de 1938 na cidade paulista de Ribeirão Preto. Está na ativa até hoje como escritor de telenovelas, peças de teatro, livros e roteiros de cinema. Iniciou a carreira em 1959, formando-se dramaturgo pela Escola de Artes Dramáticas pouco tempo depois. Em 1963 escreve a famosa peça O Santo Milagroso – depois filmada para o cinema, com Leonardo Villar no elenco.

Estreou como novelista em 1966, com Ninguém Crê em Mim. A partir de então, tem uma carreira bem sucedida em diversas emissoras, ao escrever novelas e minisséries como a trama de época Os Deuses Estão Mortos, a romântica Carinhoso, a saga Escalada, a novela em três épocas O Casarão, a metalinguística Espelho Mágico, a polêmica Os Gigantes, a engraçada Um Sonho a Mais, as ótimas Roda de Fogo e O Salvador da Pátria, a biografia de Chiquinha Gonzaga, a eletrizante Poder Paralelo, entre outras. Máscaras é a última novela escrita até então. Em todas essas tramas, ou quase todas, o ingrediente principal de Lauro César é sair do “arroz com feijão” romântico e colocar altas doses de experimentações e de testosterona. Os personagens masculinos têm bastante destaque em suas tramas, o que não diminui a importância das femininas. E as polêmicas estão sempre presentes, quando se abordam a eutanásia, a máfia, os crimes do colarinho branco, o papel da mulher com o passar das décadas ou o divórcio em uma época em que não era permitido. Isso sem falar na vez em que ele e Cassiano Gabus Mendes foram acusados de fazer propaganda de candidatos à presidência, através de O Salvador da Pátria e Que Rei Sou Eu?, ambas de 1989.

No cinema, se destaca por roteiros de obras como O Crime do Zé Bigorna (que gerou um caso especial e depois o personagem Sassá Mutema), A Super Fêmea (com Vera Fischer), Independência ou Morte (que comemorou o sesquicentenário da Proclamação da Independência do Brasil, em 1972).

Incompreendido por muitos, amado por outros e perseguido pela Censura e pelos defensores da moral, dos bons costumes e do politicamente correto, Lauro César Muniz é um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos.

 


Na próxima semana teremos um programa especial, com direito a resenha em dose tripla. Isso mesmo! Três obras virtuais serão analisadas no mesmo dia. Só pra dar uma palinha, teremos uma novela, uma minissérie e um programa. Boa semana pra você! Até mais!

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