Olá, leitor! Olá, leitora! O Observatório da Escrita está no ar com uma nova resenha. Hoje é dia de analisar uma história exibida aqui na Cyber. No EncicloCyber, vou contar um pouco sobre Iemanjá e sua relação com a literatura. Tem ainda o DicioCyber. Vamos ao programa.

 


Com certeza você já ouviu falar muito em Iemanjá. Ela é um orixá associado originalmente a rios e desembocaduras, mas hoje relacionado à água salgada — daí ser chamada de “rainha do mar”. Também é relacionada à fertilidade, à maternidade, à gênese da vida, à pesca e ao plantio. Seu culto se iniciou na África e foi trazido ao Brasil durante os séculos de tráfico de escravos. Religiões como o candomblé e a umbanda se instalaram e desenvolveram aqui, tornando-se itens importantes da nossa rica e diversificada cultura. Com o tempo, Iemanjá e outros orixás ganharam representantes em outras religiões e manifestações, como o catolicismo e o folclore indígena, através do sincretismo. Assim o culto em Janaína (outro nome do orixá-mãe) se tornou próximo daquele na Virgem Maria, na Nossa Senhora dos Navegantes, na Nossa Senhora da Conceição, na Iara e na figura da sereia. As crenças também foram levadas para outras partes da América do Sul, além dos Estados Unidos e do Caribe.

A popularidade do orixá transcendeu o aspecto religioso, e hoje a imagem doce e terna de Iemanjá é admirada por pessoas de todas as crenças e até por quem não as segue. Em várias épocas do ano, especialmente em 2 de fevereiro — dia dedicado à rainha do mar —, pessoas de todo o Brasil se vestem de branco e deixam presentes para ela no mar. Estes vão desde elaborados buquês de rosas perfumadas até espelhos; tudo para a mãe se embelezar ainda mais. Também é costume oferecer pratos com comida e até imagens. Diz-se que, se o presente seguir pelo mar, é porque agradou à homenageada; se não, a oferenda volta pra beira. O povo também faz orações e simpatias, canta preces e executa outra série de homenagens. Tal celebração também é muito comum na virada do ano.

A música popular brasileira faz citações em canções como Dois de Fevereiro, É Doce Morrer No Mar (ambas de Dorival Caymmi, devoto), Canto de Iemanjá (de Baden Powell e Vinícius de Moraes), Caminhos do Mar (cantada por Gal Costa), O Mar Serenou e Canto de Areia (cantadas por Clara Nunes), Lenda das Sereias (de Marisa Monte), Sexy Iemanjá (de Pepeu Gomes), Iemanja (da norte-americana Melody Gardot), além de muitas outras eternizadas ao longo dos anos. Na literatura, destaca-se Mar Morto (de Jorge Amado). A telenovela Porto dos Milagres (de Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares), recentemente exibida no Canal Viva, também abordou a crença na mãe dos mares. O mesmo ocorreu na minissérie Mãe de Santo, na Rede Manchete, com a atriz Ângela Corrêa no papel da Iemanjá.

Dois de Fevereiro, dia da Rainha
Que pra uns é branca, pra “nóiz” é pretinha
Igual Nossa Senhora, padroeira minha
Banho de pipoca, colar de conchinha
(Trecho da música Baiana, cantada por Emicida e Caetano Veloso)

Desejo boas festividades a todos que seguem Iemanjá e que lhe fazem preces em busca do bem, da paz e da fraternidade. Em primeiro lugar, o respeito e o bom conviver com a diversidade cultural e religiosa neste imenso Brasil!

 


Saindo da religião para as curiosidades numéricas, o dia de hoje tem uma curiosidade interessante. Leia a data no sentido normal e depois no sentido inverso, desconsiderando os espaços:

02 02 2020

Notou que deu a mesma coisa? Interessante, não? Sabia que este fenômeno tem nome?

CAPICUA SIMPLES ou PALÍNDROMO NUMÉRICO é o número ou data que apresenta o mesmo valor quando lido da esquerda pra direita e vice-versa. A capicua perfeita é um palíndromo que considera data e hora. A última deste tipo foi 20/02/2002 – 20:02.

PALÍNDROMO é um termo geral que representa palavras, frases, números, datas, códigos, sequências e outras informações que possuem simetria de leitura, desconsiderando sinais gráficos, espaços e pontuações. Exemplo: Socorram-me, subi no ônibus em Marrocos.

Você sabia que os palíndromos são muito valorizados na literatura? É que a escrita constrangida ou restrita se utiliza de padrões de efeito estético. Além das frases de leitura espelhada, também se incluem anagramas, aliterações, acrósticos e lipogramas (nos quais se evita ou obriga o uso de uma letra escolhida). Os escritores Georges Perec e Yuen Ren Chao e o grupo OuLiPo são expoentes dessa tendência.

 


Bianca é uma jovem fonoaudióloga em busca do amor. Como é o último dia do ano, duas amigas decidem visitar uma vidente e levam Bianca consigo. No belo chalé, a mística revela o futuro enrolado à mocinha, enquanto a gata Camomila ronrona e se esfrega na mais nova humana à sua frente. Assim começa a trama de Rola ou Enrola, conto que abre a antologia interativa Histórias do Povo, escrita por Raquel Machado e que será lançada em livro físico no segundo semestre; portanto só estará disponível na Cyber TV até então.

De volta pra casa, Bianca, Berenice e Bernadete brindam ao ano novo e logo se encaminham a uma boate onde passam o réveillon. Na área VIP, o destino da protagonista se cruza com o do “lindo moreno”, o Felipe, acompanhado do briguento amigo Carlos. Felipe derrama bebida no vestido branco de Bianca. Resultado: amor à primeira vista. Os pensamentos da moça ao ser beijada pelo galã viraram gelatina. Depois eles trocaram seus contatos e se despediram sem nenhuma palavra ser dita em nenhum instante. No dia seguinte, Bianca ficou em dúvida se ligava para ele ou se deixava o destino agir por si mesmo. E a decisão ficou para o público votar durante duas semanas.

Ontem, dia 1º, foi revelado o final escolhido pelos leitores. Bianca foi convencida pelas amigas a não ligar para Felipe, pois, segundo elas, homens não gostam de mulheres grudentas. O destino terminou de enrolar a vida da moça quando Felipe apareceu em seu consultório para uma consulta: ele era gago.

Histórias do Povo traz seis histórias simples e cotidianas (uma por mês) protagonizadas por mulheres que sonham com o amor ou que apenas vivem a vida com alegria. Raquel desenvolve Rola ou Enrola com uma escrita simples, fluida e cativante, o que faz os leitores, logo no primeiro parágrafo, se apaixonarem e se visualizarem como parte da narrativa. Não é à toa que Raquel vem fazendo muito sucesso no Mundo Virtual com contos como Em Busca da Perfeição e Em Busca do Amor, com direito a prêmios.

Uma novidade muito bacana é a promoção criada pela autora para quem comenta pelo menos numa das postagens da antologia: um livro físico será sorteado no início de julho. Se você é daqueles que adoram presentes literários, vale a pena participar. Basta escrever o que achou do conto do dia e deixar o endereço de e-mail ou o nome de usuário do Instagram. Também é necessário morar no Brasil e seguir a autora no Instagram (@autora.raquel.machado). Não vai ficar fora dessa, né?

O próximo conto, Cenoura ou Bronze, será exibido nos dias 15 (introdução) e 29 (final votado), sempre às 18h. Não perca!

 


Por hoje é só, mas daqui a pouco tem a volta do Cyber Backstage e depois a estreia do Cyber Trends com Alessandro Fonseca. Atrações imperdíveis!

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  • Programa muito fluido….A gente ler e quando percebe já está acabando, infelizmente kk Parabéns!!! Muito bom <3 Ansioso pela próxima edição.

  • Programa muito fluido….A gente ler e quando percebe já está acabando, infelizmente kk Parabéns!!! Muito bom <3 Ansioso pela próxima edição.

    • Oops, desculpa, Samuel rsrsrs. Li rápido e achei que fosse o Everton Brito. No domingo tem programa novo 😉

    • Olá, Eshilley! Isso só a Raquel pode nos responder no decorrer dos episódios de Histórias do Povo. Continue acompanhando a antologia, que ainda vem muita coisa boa. Um abraço! 😉

    • Olá, Eshilley! Isso só a Raquel pode nos responder no decorrer dos episódios de Histórias do Povo. Continue acompanhando a antologia, que ainda vem muita coisa boa. Um abraço! 😉

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