Boa noite, querido(a) leitor(a). Hoje o Observatório começa com a resenha de um novo trabalho de Anderson Silva. Neste, pelo menos de início, não tem nenhuma música pra animar. É a história de um professor que descobriu ser um Pai de Carnaval. Vamos em frente, que atrás fica gente tóxica doida pra acabar com nossa alegria. Xô, recalque! (risos)


Pai de Carnaval estreou ontem (31) à noite, no canal DNA — Dramaturgia Novos Autores. Anderson Silva promete uma pegada leve e jovem, comum em tramas como Minha Canção e No Rumo da Vida. Vamos aos trechos de destaque do episódio inicial:

O professor Júlio, protagonista, narra os elementos necessários para introduzir sua história. Tudo bem criativo, mas um ponto me incomodou um pouco. Vírgulas unem frases que não tinham relações umas com as outras e deixavam as sentenças longas demais. Eu trocaria as “intrusas” por pontos, quando necessário. A leitura ganharia um ritmo mais compassado e fluido.

Como visto antes, Júlio gosta de aproveitar a vida e de curtir noitadas com as mulheres. Mal imagina ele que isso lhe custará consequências drásticas. Por isso nunca esqueça as camisinhas nem as vírgulas dos vocativos. Imagine que Kadu diga a Peter Blackwell que já jantou e que a frase seja escrita sem a vírgula do vocativo. Olhe a situação embaraçosa que pode se formar:

Kadu acabou de comer Peter.     😮
Kadu acabou de comer, Peter.     😉

Unanimidade nacional em matéria de fetiche! Que homem hétero não sonha em ser “cuidado” por uma enfermeira? A turma homo também sonha com seu enfermeiro especial, não é? Pois bem, assim foi a diversão do professor fantasiado de si mesmo.

Morto!!! Imaginando na TV a cena hilária e “tosca” de Roberto fantasiado de bebê. O Twitter explodiria em risos e comentários sarcásticos. Anderson caprichou no humor nesta sequência.

Astrolozilda, tenho uma missão pra você: fazer o mapa astral do mais novo bebê de… Carnaval é em fevereiro ou março; somando nove meses temos um ser de Escorpião ou Sagitário. Leitor, JAMAIS se esqueça de usar camisinha na hora H ou terá surpresas nem sempre agradáveis. Isso sem falar na questão da saúde.

Depois de ler a cena acima, como eu queria que aparecessem umas vinte mulheres acusando Roberto de ser o pai de seus filhos. Irresponsável e leviano com a situação de Júlio. Fiquei com raiva. Aff. Enquanto isso, na cena seguinte, Júlio faz teste de HIV para se certificar de que a saúde está em dia, apesar da farra de carnaval. Um exemplo a ser seguido.

Os anos passaram. De repente, Júlio se vê diante de um jovem muito parecido com ele. Isso prova que ele é filho do professor com a “anja”? Aguarde e leia os próximos capítulos, sempre aos sábados à noite.

O autor narra a trajetória de dois professores e melhores amigos, ao mesmo tempo que discute temas importantes da nossa sociedade, como o uso do preservativo nas relações sexuais, a paternidade inesperada e o cuidado com a saúde em relação às DSTs. Anderson Silva mostra seriedade e sobriedade ao discuti-los em meio às situações engraçadas e até revoltantes. O professor consciente, mas que se “liberta” das responsabilidades no carnaval, contrasta com o colega leviano e descompromissado. Pai de Carnaval é leitura obrigatória para quem acompanha as obras do Mundo Virtual. Muito bom, Anderson! Gostei muito deste episódio.

Leitor(a), aprecie também Minha Canção, aqui na Cyber.


No programa da semana passada, vimos alguns elementos sobre coesão textual, desta vez unida com outro tema essencial para um bom texto: a coerência. Hoje trago mais dicas de como deixar seu texto mais fluido e interligado.

1) Evite repetir as palavras. Use sinônimos ou expressões de sentido equivalente.

O gato preto é considerado por muitos um símbolo de má sorte. Muitas pessoas evitam brincar com um gato preto ou mesmo olhar para ele. Outras pessoas acreditam que ele limpa o ambiente de energias negativas. (Texto pouco funcional, não?)

O gato preto é considerado por muitos um símbolo de má sorte. Há quem evite brincar com o felino ou mesmo tocá-lo. Outras pessoas acreditam que ele limpa o ambiente de energias negativas. (Bem melhor)

2) Evite mudar de assunto bruscamente. Isto pode fragmentar a informação que você deseja passar e deixa seu texto incoerente e sem unidade.

A vacinação é muito importante para evitar doenças. Casos de sarampo, por exemplo, têm avançado pelo Brasil. Lívia escreve livros eróticos sobre CEOs no Wattpad. Henry Cavill é seu muso inspirador.

Que relação tem o sarampo com os quinhentos mil tons cavillianos de cinza de Lívia? Escritor(a) e/ou estudante, definir um assunto é muito importante para um bom desenvolvimento textual. Os subtemas precisam estar de acordo com o tema principal. Você não vai querer que seu livro seja uma “mistureba” de bolo, farofa, ovo podre, cuscuz e sopa na mesma panela, não é? Eca! Que nojo!

3) Evite redundâncias. Pleonasmo não é bonito (aliás, o nome é tão feio quanto o significado). A coesão e a coerência agradecem.

Erradicar pela raiz (porque ninguém erradica pela fruta)
Subir para cima (subir pra baixo, só nas obras de Escher)
Entrar para dentro (já li isso em webnovelas)
Dançar a dança, comer a comida, beber a bebida
Duas metades iguais (porque uma metade é maior que a outra, só que não)
Baseado em fatos reais (existe fato imaginário?)

Com estes itens, você já consegue dar ao seu texto um ritmo mais fluente e tem mais chance de emocionar seu leitor. Lembre-se do ditado: a união faz a força. É a coesão que transforma o texto de um amontoado de frases soltas para uma mensagem com vida própria.


O Observatório termina por aqui, mas na semana que vem tem mais. Carmen Sánchez fará uma visita especial no quadro Resenha. Adivinhou qual será a próxima obra em análise?

Tenha uma ótima semana de leituras! Abração!

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