Boa noite, querido(a) leitor(a)! Hoje tem a análise de um capítulo de uma novela da WebMundi, dicas sobre o vocativo e sugestões de leitura de Lyvia Peroba. Preparado(a)? Vamos lá!

 


No último dia 12 de novembro estreou Dom de Amar, a nova novela de Everton Brito. É exibida três vezes por semana no canal WebMundi, sempre às 19h. Para quem não conhece, Everton exibiu a série As Mulheres da Minha Vida há poucos meses, na WebTV. O enredo: Cecílio é um anjo caído do céu que tem a missão de proteger o filho de Marina, jovem viúva e grávida, de todo e qualquer mal – inclusive do vilão Demétrio, com quem ela se envolve, acreditando ser um bom homem. Até que Cecílio se apaixona por Marina e deseja salvá-la da morte já traçada pelo destino. A propósito: o bebê tem uma missão grandiosa no mundo – só não se sabe se será um grande herói ou um ditador.

Vamos aos trechos mais marcantes do primeiro capítulo:

 

No trecho que inicia a novela, algo cai do céu. Será um avião? Um pássaro? Uma granada? O anjo que tanto foi anunciado nas chamadas? Vamos em frente.

 

Note o uso do comando DOLLY IN. Ele indica que a câmera deve se aproximar do ponto desejado – neste caso, o interior do quarto onde estava Melissa, a noiva. DOLLY IN é equivalente ao FORWARD. Neste mesmo excerto, há um erro ortográfico logo no cabeçalho. “Aras” deveria ser escrito com H: haras.

ADICIONAL (26/11/2018): o autor entrou em contato e explicou que Aras na verdade é o primeiro sobrenome da família (Aras Muñoz). Como o roteiro não deixa claro essa informação e o sobrenome não é dos mais comuns, podendo levar os leitores a erros de interpretação como o meu, sugeriria incluir a palavra “família” ou “casa dos” no cabeçalho, para especificar melhor a informação em um primeiro capítulo. Assim:

02. EXT. CASA DOS ARAS MUÑOZ – DIA.

 

Aqui há a falta da crase em aquela. Na expressão “em relação a”, esta última palavra é uma preposição e pede o acento grave na palavra com quem se contrai:

em relação a + aquela = em relação àquela

 

Na fala de Demétrio, sequer se escreve junto e tem o sentido de “nem mesmo”. Falando nele, que cafajeste este personagem! Deu raiva só de ler o diálogo dele com Melissa, que está prestes a se casar com alguém que não a ama – Leandro.

 

Outro personagem digno de ranço é Eduardo. O que será que ele esconde de tão sério, a ponto de manter seu próprio filho doente e até de violentá-lo? Com certeza, é a cena mais chocante do capítulo. Essa história promete dar muito pano pra manga no decorrer dos capítulos.

 

Quem nunca vibrou com um “NÃO!” bem falado por um dos noivos bem na hora H? Tem emoção de sobra, mas faltou um pouquinho de cuidado com a pontuação nas falas do padre e do Leandro. Como o padre fez uma pergunta ao noivo, um ponto de interrogação deveria ter sido colocado no fim da frase, no lugar do sisudo ponto final. E a negativa de Leandro ficou sem nenhuma pontuação. Atenção, autor!

 

Dom de Amar é escrita em formato roteiro. Porém houve na sequência acima uma descrição tão detalhada do que ocorria com o anjo Cecílio, que predominaram a elementos do literário – principalmente na parte das veias que pulsam. Para o roteiro, basta uma descrição sintetizada do que a “câmera” vai mostrar de fato. Uma mexidinha aqui e ali, e fica ótimo. 😉

 

E a tragédia marca o fim do primeiro capítulo: a morte trágica de Leandro num acidente de carro. Ele havia desistido do casamento e estava voltando para encontrar-se com Marina, seu grande amor. Mas o destino lhes pregou uma peça. Note novamente a falta da pontuação na última frase.

 


A convidada de hoje é Lyvia Peroba, escritora e apresentadora de vários sucessos aqui da CyberTV. Vamos ver o que ela indica?

Senhora de José de Alencar e O Rio do Meio de Lya Luft. Senhora porque foi o primeiro romance que li. Fala sobre o amor além dos interesses financeiros. Aurélia Camargo é uma mulher que deve ser refletida nas mulheres de hoje. O Rio do Meio de Lya Luft eu recomendo pra quem ama a escrita, ela conta de onde vem as inspirações de suas histórias e personagens. Uma verdadeira aula literária.

Gostou das dicas da Lyvia? Caso você também queira recomendar alguma leitura, deixe aí embaixo nos comentários ou envie um e-mail para mdknovelas@gmail.com.

 


É hora de falar daquela que considero a mais bela língua do mundo: o português. Como nosso idioma tem mil e um aspectos, no programa de hoje vou focar num tema que gera muita dúvida quando escrevemos: o vocativo. Afinal, o que é isto?

Vocativo é um chamamento, uma invocação. Pode estar adicionado de interjeição (Oh!, Ei!, Oi!) ou não. Ele é separado do resto da oração por vírgulas, a não ser que esteja isolado (como no quarto exemplo). Observe:

Ana Branca, você viu Kadu por aí?
Bom dia, leitores do Cyber Backstage!
Você já leu o episódio passado de Nano, Marion?
Ei! Moça! Você por acaso se chama Giane Gouveia?
Boa tarde, Vlad. Doutor Roberto já o espera no consultório.
Olá, Carla! Como está sua gestação?

 

Ah, mas a vírgula é tão importante assim? Acredite: ela é. Olhe só a mudança de sentido que pode ocorrer, se ela não for colocada:

Você leu a história da boneca Samantha?
Você leu a história da boneca, Samantha?

No primeiro caso, Samantha é o nome da boneca e não representa um vocativo. No outro, foi feita uma pergunta para alguém de nome Samantha – aqui, sim, ocorre o chamamento.

 

Só para você ter uma ideia, até os escritores do Mundo Virtual costumam se enrolar um pouquinho em relação à presença da vírgula nos vocativos. Leiam este comentário feito por Cristina Ravela numa das resenhas feitas no Blog da Zih:

 

Com o trecho a seguir de Dom de Amar, Everton Brito garantiu sua nota 10 na aula de vocativo. Veja a última frase de Demétrio:

Então, leitor(a) e/ou escritor(a), fique sempre de olho pra ver se tem pontuação perto do vocativo. Combinado?

 


O Observatório da Escrita fica por aqui, mas na semana que vem tem mais. Boa semana de muita leitura para você, leitor(a)! 😉

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