Olá, querido(a) leitor(a)! O Observatório está no ar. Hoje apresento uma resenha do capítulo inicial de uma novela que acabou de estrear no Mundo Virtual, e as primeiras regras de uso de um sinal de pontuação tão temido: a vírgula. Vamos lá!
Entre Nós conta a história de dois adolescentes que se aproximam e se apaixonam através da música e dos livros. Ambos usam as artes como escape da realidade difícil que vivem. Enquanto Alex tem uma vida aparentemente normal em uma “família perfeita”, embora não tenha uma relação carinhosa com os pais, Daniel tem lidado desde cedo com dificuldades como o vício das drogas e o trabalho precoce.
A trama é escrita por May Margret para a Megapro. O formato de novela literária vem ganhando espaço no Mundo Virtual, através de obras como Roleta Russa e a cancelada Cecília. Por ser poetisa, May adiciona elementos poéticos à narrativa, o que dá um carisma a mais aos personagens e à novela em si. Vamos aos trechos de destaque do capítulo de estreia.
Logo no começo, a autora inicia com um trecho da música How Soon Is Now?, do grupo The Smiths, seguido das primeiras falas do protagonista Alex.
No parágrafo abaixo ocorre a interessante construção em que May descreve a realidade de Alex em texto normal, enquanto exibia os pensamentos dele e as frases de efeito em itálico. Tudo mesclado entre si. Gostei do recurso.
Adivinha quem foi o primeiro personagem que me veio à cabeça ao ler este trecho? Ele mesmo: Kadu e suas inquietações sexuais em plena adolescência, sempre cheias de boas metáforas. O mocinho da história de Francisco Siqueira me conquistou, e acho que Alex fará o mesmo no decorrer dos capítulos.
Alex, através da autora, descreve as mulheres com quem lidava e aquelas com quem sonhava se relacionar, sempre de maneira distante e irrealizável. Não poderia faltar a mocinha que o acompanha como amiga, desde a infância.
Em seguida foi a vez de conhecermos a família: a mãe exigente, o pai desinteressado e o irmão bagunceiro. Novamente o itálico é utilizado para destacar as falas dos personagens e as frases de efeito. Apenas uma observação: o uso “incorreto” das palavras é bem vindo nos diálogos, como em “tou”, mas deve ser evitado nas frases descritivas, como ocorre em “agüentar”. O trema não é mais utilizado na língua portuguesa, a não ser em palavras estrangeiras como Bündchen.
Como dizem as mocinhas das novelas mexicanas, Alex odeia música sertaneja com toda a força da sua alma (risos).
Após conversarem sobre o futuro e a possibilidade de o protagonista ser reprovado novamente, eis que surge o assunto mais esperado do capítulo: Daniel. Pra quem leu a sinopse e/ou viu as chamadas, é ele a pessoa que fará o coração de Alex acelerar de amor. E assim fica a expectativa para o segundo capítulo.
O segundo capítulo também já está no ar. Para ver a página da novela, clique aqui e saiba mais detalhes. Gostei muito da história, May. Parabéns e continue assim!
Vou falar hoje (em duas partes) sobre o sinal de pontuação que mais gera dúvidas durante a escrita: a VÍRGULA. Afinal existe uma quantidade grande de regras para seu uso. Vamos lá!
1) Regra do sujeito:
Não se usa vírgula para separar o sujeito do verbo. O uso indevido do sinal pode gerar problemas na interpretação. Observe:
O ex-presidente, foi preso na quinta-feira. (incoerente)
O ex-presidente foi preso na quinta-feira.
Quando se põe a vírgula após o “sujeito”, podem ocorrer duas situações: ou a frase se torna incoerente, ou o “sujeito” se transforma em um vocativo (chamamento). Compare o exemplo de cima com o que vem a seguir:
Weslley, escreveu Juízo Final? (Weslley é um vocativo)
Weslley escreveu Juízo Final? (Weslley é o sujeito da frase)
Notou a diferença? Viu como uma vírgula presente ou não pode causar múltiplas interpretações? Então cuidado com ela.
2) Regra do vocativo:
Deve-se sempre usar a vírgula para separar o vocativo (chamamento) do resto da frase. Além do exemplo do Weslley no item anterior, segue outro:
Sandro, Jony Stela te espera na sala.
Jony Stela te espera na sala, Sandro.
Na sala, Sandro, Jony Stela te espera.
Sandro, o protagonista de Flashback, é o vocativo. Portanto seu nome exige a proximidade da vírgula, o que não ocorre com o sujeito da frase (Jony Stela, de O Assassino dos Meus Sonhos).
3) Regra do aposto:
Aposto é uma breve explicação que se dá para o termo ou a oração que o antecede. Quando ele vem no meio da frase, deve ser colocado entre vírgulas (embora um par de parênteses também seja válido).
Sabrina, série de Failon Teixeira, concorre ao prêmio Infinity deste ano em algumas categorias.
4) Regra do PORÉM:
Conectivos como mas, porém, logo, então, pois, contudo e semelhantes vêm depois de uma vírgula:
Houve um acidente de carro, mas não houve engarrafamento.
4) Regra do ISTO É:
Locuções denotativas como isto é, ou seja, a saber, por exemplo, a meu ver e semelhantes vêm isoladas entre duas vírgulas:
Duas vezes dois são quatro, ou seja, quatro é o valor de dois elevado ao quadrado.
5) Regra do predicado:
Não se separa o verbo do complemento (nominal ou verbal) entre vírgulas.
Isa Miranda organiza, a nova série antológica. (incoerente)
Isa Miranda organiza a nova série antológica.
Cães têm necessidade, de amor. (incoerente)
Cães têm necessidade de amor.
6) Regra dos itens:
Separamos itens em listagem através de vírgulas, caso haja três ou mais deles:
Fernanda, Giane e Rayssa são filhas de Marta.
Itália, França, Rússia, Romênia. Há pacotes de viagens em promoção para esses lugares.
Carlos se levantou, tomou banho e bebeu café.
Na próxima edição da Nossa Língua, apresento as demais regras essenciais para o uso da vírgula. Ok?
NÃO PERCA EM MAIO!
O Observatório fica por aqui, mas na próxima semana tem mais. No quadro Querido Livro, vou falar sobre um dos livros mais conhecidos dos estudantes. Qual será? Mistério! Boa semana pra você!
