Olá, leitor(a) do Observatório! Hoje tem Vernissage, Eduardo Moretti e muito mais. Preparado(a) pra muita coisa boa? Vamos lá!

 


Hoje vou falar dos diversos usos dos verbos TER e HAVER. Esta dupla dinâmica costuma causar muitas dúvidas na hora de escrever, não é mesmo? Por isso vamos ficar por dentro de algumas regras relacionadas a eles.

1) TER no sentido de possuir:

Neste primeiro caso, o verbo é conjugado normalmente.

Márcio tem uma casa na praia e outra no campo.
Regina e Sérgio têm vários cães em seu sítio.
Suzana tinha um namorado chamado Vítor.

Importante:

TEM (sem acento) = singular.
TÊM (com acento) = plural.

 

2) TER e HAVER no sentido de existir ou acontecer:

Estes verbos sempre são usados na forma singular, independente de existir um ou mais elementos.

Tem um gato sobre a mesa.
Havia um beija-flor bebendo água lá fora.
Tinha dezenas de cadernos muito baratos na liquidação feita pela papelaria.
Havia vários homens e poucas mulheres correndo na pista hoje cedo.

 

Portanto a frase “Haviam dois pratos na pia.” está incorreta, pois estamos falando de existência e não de posse.

Porém o verbo EXISTIR é conjugado normalmente: “Existiam dois pratos na pia.”.

 

3) HAVER no sentido de tempo passado:

Este verbo também é usado somente no singular, neste caso:

vários meses que não vou àquela livraria.
O gato fugiu duas semanas.
Havia muito tempo que Jardel não vinha ao restaurante.

 

O verbo FAZER também pode ser usado com este fim, sendo usado sempre no singular:

Faz muitos anos que não neva por aqui.

 

Jamais use a palavra atrás junto com o verbo HAVER nas expressões de tempo! Use um ou outro.

Murilo e Wanda se casaram vinte anos atrás.
ou
Murilo e Wanda se casaram vinte anos atrás.

 

4) TER e HAVER como verbos auxiliares:

Aqui os verbos são conjugados normalmente. Se os verbos principais que os seguem estiverem no particípio, a indicação será de uma ação passada.

Eles haviam visto um ônibus caído no rio.
Eles têm comido frango todos os dias.
Eu terei partido para a Rússia, quando o filme estrear.

 

Se os verbos principais estiverem no infinitivo e o auxiliar for HAVER, a indicação será de uma ação futura.

Mônica de ler meu livro hoje à noite. (= lerá)
Priscila e Marco Antônio hão de viajar logo para a Austrália. (= viajarão)

 

Se os verbos principais estiverem no infinitivo e o auxiliar for TER, a indicação será de obrigação ou dever.

Todos têm de respeitar os animais.
Glória teve que procurar um doador para sua irmã, que está à espera de um rim novo.

 

5) HAVER com o sentido de obter, considerar, pensar, conduzir-se ou acertar contas:

O verbo também é conjugado neste caso.

Eles houveram-na a garota mais popular da escola. (= consideraram-na)
Mário houve-se com o assassino de sua esposa. (= acertou contas)
Os alunos daquela escola geralmente hão bons resultados no ENEM. (= obtêm)

 

6) Expressões úteis com HAVER:

Haja vista… = Veja…
Ele há por bem… = Ele decide…
Há mister… = É necessário…

Lembrando que mister é oxítona com E aberto e sem acento, então nada de falar ou escrever como se fosse senhor em inglês, hein!?

 

Bem, é isso. No próximo programa, vamos falar sobre outro tema polêmico da nossa língua: o uso do hífen.

 


Na semana passada comecei a apresentar alguns comandos muito utilizados em roteiros. Hoje seguem mais alguns. Para começar, vamos à “família” Dolly – nome técnico dado à grua e ao veículo que transporta a câmera e seu operador, a fim de movimentar a imagem numa direção desejada pelo roteirista. DOLLY é diferente de ZOOM, no qual a movimentação é feita somente pela lente da câmera.

 

1) DOLLY BACK = a câmera se afasta do objeto ou do personagem. Pense numa câmera na traseira de um trem. Ela filma uma personagem de pé na estação. De repente o trem parte e a imagem da moça se “afasta”.

2) DOLLY IN = a câmera se aproxima do objeto ou do personagem. Pense no efeito contrário. Uma câmera na frontal do trem registra sua aproximação em relação à mesma personagem de pé na estação. Foi recentemente usada no primeiro capítulo da novela Dom de Amar, resenhado aqui no programa.

3) DOLLY OUT = a câmera se afasta, recua, até abandonar a cena. Pense numa câmera presa a um balão. Conforme ele sobe, os personagens que estão no solo se “afastam” até sumir.

4) DOLLY SHOT = a câmera se aproxima e/ou se afasta do objeto “aleatoriamente”, podendo fazê-lo em qualquer direção (horizontal, vertical ou inclinada).

5) (DOLLY) TRAVELLING = é o movimento horizontal no qual a câmera acompanha os andares dos atores, na mesma velocidade.

Além de nomear clones de ovelhas, cantoras norte-americanas (Dolly Parton) e refrigerantes cujas propagandas pululam insuportavelmente nos intervalos dos programas de TV (risos), DOLLY também pode nomear instruções no roteiro.

Gostou? No próximo programa, vou falar sobre os planos. Afinal, você sabe o que é plano americano? E plano médio? Não perca o Observatório na semana que vem.

 


Hoje resolvi mudar um pouco e fazer uma resenha sobre uma novela já finalizada. Então selecionei um dos títulos que foram ao ar aqui na Cyber TV em 2017. A trama escolhida foi Vernissage, novela de Felipe Veiga.

Daniel e Helena acabaram de se divorciar e agora disputam a galeria de artes do casal. Para complicar a situação, a ambiciosa Fernanda quer se casar com o mocinho, apenas para tomar o estabelecimento para si. Nem que para isso precise tirar a rival do caminho, envenenando-a. Mas ela não conta com o fato de Helena colocar sua irmã gêmea, Heloísa, no testamento. Após viver muitos anos fora do Brasil, Heloísa se apaixona por Daniel, com quem termina feliz no final. Enquanto isso, Fernanda é misteriosamente assassinada. A doce Mirella e o complicado João Victor, dependente de drogas, são os filhos de Daniel e Helena.

Vamos aos trechos de destaque do primeiro e do último capítulo:

 

Na primeira cena, o artista plástico Daniel pinta mais um de seus quadros. A falsa Fernanda entra e conversa com o protagonista sobre como ficará a casa de artes do moço após o divórcio deste e de Helena. Além de pequenos problemas na pontuação (como no vocativo baby), algumas palavras começam com letra maiúscula sem necessidade.

 

Como em toda boa novela, há uma mocinha sonhadora à espera do par perfeito. Em Vernissage, ela é representada por Mirella, a filha dos protagonistas, que preserva sua virgindade até a hora em que se sentir pronta e realizada. Muitos acham sua atitude ultrapassada para o século XXI, mas o tema ainda rende muitas emoções quando o assunto é folhetim.

 

Nos dois trechos acima houve trocas de cenários. Num roteiro, recomenda-se abrir novas cenas sempre que mudar de externa para interna ou de um cômodo para outro.

 

Só por este excerto, Helena já ganhou minha torcida. Esfregou na cara do ex-marido quem é a nova namorada dele e que não vende sua maior paixão na vida (a galeria) por dinheiro nenhum. Só há um problema no texto: algumas falas começam com letras maiúsculas, e outras com minúsculas. Importante uniformizar este detalhe, autor!

 

Helena é mãe de um casal: a já citada Mirella e o encrenqueiro João Victor, que é preso após aprontar mais uma. Na cena seguinte, a artista plástica é chamada pela polícia. E assim terminava o primeiro capítulo, com a imagem de Helena se transformando numa pintura em meio a uma exposição.

 

O capítulo final, de número 50, começa com o desenrolar de um sequestro que termina num diálogo entre dois irmãos (Henrique e Francisco) e com o suicídio do primeiro. Uma cena fortíssima de emoção. Destaque para a personagem Joana e seu reencontro com Olavo, salvo do sequestro.

 

Heloísa e Daniel conversam sobre o assassinato da vilã Fernanda, cujo caso teria sido arquivado pela polícia por falta de provas que relevassem a identidade do assassino.

 

Enfim a mocinha Mirella conheceu o amor através de Rafael. Mas não sem antes muitos encontros e desencontros. Já Paola deu um jeito no rebelde João Victor, após muito sofrimento com as drogas. E agora os dois filhos de Daniel estavam ao pé do altar. E viva o amor!

 

Assim como casamento, final de novela também costuma ter nascimento. Desta vez a sortuda foi a menina Vitória, em mais uma cena emocionante. O primeiro capítulo foi muito bom, mas no último Felipe Veiga caprichou!

 

Olha o crossover aí, gente! Não reconheceu a Isabel e a Lubyanka? Elas são a mocinha e a vilã da novela Por Amor, que entrou no lugar de Vernissage na semana seguinte, em fevereiro deste ano. Bel participou da exposição dada pela amiga Heloísa em homenagem à irmã falecida.

 

E lá vem mais emoção, desta vez a partir deste depoimento de João Victor sobre como conseguiu vencer as drogas. Texto superinspirado. Adorei!

 

Adoro finais bombásticos como este!!! Aprendeu como se faz, Fernanda? Mais um ponto pra Helena. Abraço também pra Ana Júlia do conto Encontro às Escuras, de Isa Miranda!

Para acompanhar mais sobre Vernissage, clique aqui. Uma ótima pedida para o fim de ano. Uma novela com muito drama, romance, suspense e carregada de emoções. Torcendo para o autor Felipe Veiga voltar em breve com mais uma novela especial. Quem sabe com Jogo da Verdade?

Na próxima semana é a vez de resenhar sobre outra obra encerrada. Qual será? Faça suas apostas.

 


A indicação de hoje fica por conta do escritor Eduardo Moretti, conhecido por inúmeros trabalhos no Mundo Virtual e no Wattpad, como Garota de Ipanema, Terror Story e A Vida Ensina. Vai que é tua, Eduardo!

“Hoje eu gostaria de indicar um livro maravilhoso que tem instigado bastante as minhas noites de sono, que é: Jack, O Estripador – Rastro de Sangue, da jovem autora Kerri Maniscalco, do Tennessee, EUA.

Todo mundo sabe que Jack, O Estripador é um nome bem conhecido. Ele foi um notório assassino de mulheres que nunca foi pego pela polícia Londrina. Mas eis que surge uma jovem curiosa e interessada em medicina que decide caçar o misterioso homicida. O livro que é repleto de mistério, suspense e claro, assassinatos, parte dessa premissa.

Sinopse: Audrey Rose Wadsworth, nossa heroína, estuda medicina legal e forense, que era uma área muito recente e improvisada para a era vitoriana de Londres. Escondida do pai e junto com seu tio, já que o pai tem verdadeiro pavor do mundo que existe fora de sua casa e nem imagina os interesses sherlookianos da filha. Audrey tem espírito aventureiro e não se importa de ter sangue sob as unhas ou cheirar a formol. Ela tem verdadeiro fascínio pelos mistérios do corpo humano, mas pela época é impedida de frequentar aulas formais por ser mulher. E você acha que isso a deterá?

Umas das coisas que o livro tem de bom e que me chamou bastante a atenção, é a forma como a autora faz a personagem Audrey, questionar as convenções da época, e o fato dela não se conformar com elas. Audrey é mulher, sim, é feminina, ela tem interesses em roupas bonitas, maquiagem, mas se quiser estudar corpos ou ajudar a polícia, ela bate o pé também por esse direito, que sempre lhe é negado por quase todos os homens ao seu redor. Apenas seu tio, também médico, a ajuda e compreende. Então tem aquela sagacidade da mocinha que não é nem um pouco ingênua e que sabe muito bem o que quer e luta por isso, proncipalmente pra conquistar seu espaço. E a Audrey é apaixonante!

E é com os crimes desse serial killer que tem tirado o sossego dos moradores de Londres, Jack, O Estripador, que Audrey vê a sua chance de usar todo o seu conhecimento e quem sabe fazer justiça. Ela se junta com Thomas, que é um personagem irritante, inteligente e charmoso, e juntos os dois começam a se esgueirar pelas vielas escuras de Londres em busca do assassino. Nem preciso dizer que os dois chegam a flertar e se esquecem um pouco do criminoso, mas logo eles voltam a focar no que realmente interessa na trama.

A ambientação do livro e da época foi muito bem feita. A autora explora cheiros, cores, texturas dos lugares, e em especial das cenas do crime. O livro é bastante envolvente, eu já passei da metade e ainda estou em êxtase com a leitura, que é gostosa, atraente e dinâmica. Enfim, eu super indico essa leitura que com toda certeza fará todos viajarem nela. O livro tem uma edição maravilhosa em capa dura pela Dark Side e também esta disponível em e-book para compra na Amazon. Vale muito a pena, e essa foi a minha dica de hoje, espero que tenham gostado e leiam! Ler é vida! Beijos no coração de todos.”

Muito obrigado por sua contribuição, Edu! Desejo muito sucesso nos seus trabalhos e nas suas conquistas. Até a próxima!

 


Você sabe o que é pulular? Há poucos dias eu não sabia. Graças a um comentário de um outro escritor da Cyber TV, fiquei curioso pela palavra e pesquisei seu significado. Nossa língua portuguesa é assim: todos os dias é possível aprender coisas novas.

Pulular significa brotar, espalhar-se, infestar, abundar. Pode ser usado como verbo intransitivo ou transitivo direto.

Pululam livros bons e ruins no Wattpad.
Flores pululam nas árvores durante a primavera.
Bárbara pulula novas intrigas pela vizinhança.

 

Vamos a mais uma palavra. Afinal o que significa a palavra incognoscível, que deu nome a uma série aqui da Cyber TV?

Incognoscível significa aquilo que não se pode conhecer através da razão e da inteligência. Sinônimo de inconhecível e de desconhecível. Pode ser usado como adjetivo puro ou substantivado.

Fenômenos incognoscíveis ocorrem com frequência naquelas terras.
O incognoscível nos fascina.

 


E o Observatório da Escrita de hoje chega ao fim. Daqui a pouco a gente se encontra no Cyber Show, que hoje está recheado de atrações. Até já!

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