Olá, leitor(a). O Observatório da Escrita está no ar com uma nova resenha. Mais uma vez, a série de autoria coletiva é a homenageada do programa. Vamos em frente:

 


Na terça-feira passada (02 de julho), foi exibido o penúltimo conto de Saber Amar: Vou Balançar ao Ritmo do Lustre, de Margareth Brusarosco. Narra-se a história de suas jovens do início do século XX: Isabel e Joana. Enquanto a primeira está prestes a se casar e cumprir o papel então destinado às mulheres, a outra é uma mulher com pensamentos mais atuais sobre o amor e a vida. Vamos aos trechos de destaque:

Como de costume, o conto é introduzido por um dos lindos poemas de Ellen dos Santos feitos especialmente para Saber Amar.

Tudo começa com uma simples troca de olhares entre os noivos, o que era proibido pela cultura “da moral e dos bons costumes” vigentes na década de 1920. Uma mulher poderia ser considerada sem honra caso fosse flagrada em tal ato. Isso porque é a cena mais “inocente” da história apresentada.

A mocinha, Isabel, tinha que aproveitar toda e qualquer chance de ter uns minutos escondida com o pretendente. Para tanto, tinha uma cúmplice e tanto: Joana, sua futura cunhada (e algo mais).

O pai flagrou Isabel em situação constrangedora, mas não a tempo de vê-la com o amado. Com isto, ela conseguiu a desculpa perfeita para enganá-lo, novamente ajudada por Joana.

A partir desta cena, Joana começa a dar mostras de que não é apenas a cunhada cuja amizade com Isabel é estreita. Ela passa a manter comportamento masculino e moderno demais para a época, além de dar a entender que sente algo mais forte pela outra.

Durante uma visita à velha e adoentada mãe do noivo, Isabel se surpreende com o fato de que Joana se pendura e balança no lustre da casa, usando roupas masculinas. O título da obra faz menção não só a este comportamento em si, como também ao espírito livre da moça.

Nas entrelinhas, Joana coloca em prática seu plano de seduzir a amiga, ao oferecer-lhe suas calças. Após isto, preocupada com o estado de Joana, sua mãe a envia para o convento para lhe “dar um jeito”.

Isabel foi levada ao altar, mas se deu conta de que seu coração não queria estar ali, mas balançando em algum lustre. Fugiu da igreja para encontrar-se com aquela que descobrira ser o amor da sua vida. E assim começava mais um romance que enfrentaria todos os preconceitos da época.

A autora ambientou a história das duas jovens na requintada década de 1920. Só isto dá muito o que imaginar sobre a cenografia, o corte de cabelo e o figurino de cada personagem. Que tal Isabel num vestido elegante combinando com seu cabelo chanel, e Joana com os seus curtinhos como os de um homem? Soma-se o clima de filmes de época feitos nos anos 1990 e dos enlatados do cinema mudo, além da maneira singela e admiravelmente bela com que a autora descreve as situações e os personagens. A beleza é a palavra-chave de Vou Balançar ao Ritmo do Lustre. Tudo é bonito, charmoso, sofisticado na ambientação do conto na qual a simplicidade transborda. Não é preciso ostentação literária para mostrar elementos tão ricos. Se você ainda não leu, vale a pena conhecer este conto, clicando aqui. Meus parabéns, Margareth! Espero ver mais textos seus aqui na Cyber TV.

 


Por hoje é só, mas na próxima semana tem mais. A minissérie A Descoberta ganhará a resenha da vez. Não perca!

O Cyber Backstage de hoje também está no ar. Para ler, clique aqui.

 

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