O Observatório está no ar, para a nossa alegria! Como está seu domingo, leitor(a)? Espero que esteja ótimo, embora se torne ainda melhor a partir de agora. Hoje vou analisar dois capítulos de uma novela que acabou de estrear e falar sobre um dos livros mais famosos do Brasil.
Mulheres empoderadas existem há muitos séculos, embora apenas hoje este comportamento se torne mais comum na nossa sociedade. Prova disso é a protagonista-título da novela novela das 18h aqui da Cyber TV. Sinhá conta a história de uma jovem advogada que luta a todo custo pela libertação dos escravos, embora seja filha de um fazendeiro explorador do trabalho negro. Além disso, apaixona-se à primeira vista pelo capataz da fazenda, chamado de Malfeitor. A trama se passa na fictícia cidade paulista de Fortuna, em 1879. Estreou na última segunda-feira, 8 de abril, e é escrita por Marcelo Maia (Por Amor, Dois Destinos).
Vamos aos trechos de destaque dos dois primeiros capítulos:
A primeira cena mostra a volta da protagonista, Sinhá, após anos estudando Direito na cidade grande. O porém: a falta da vírgula separando os vocativos (chamamentos).
Por opção do autor, palavras como advogada e você são usadas nas formas da época retratada: adevogada e vosmicê (ou vosmecê).
Assim como no excerto destacado anteriormente, aqui há mais uma amostra do empoderamento da protagonista. Com ideias modernas e liberais, Sinhá se coloca contra os mais tratos ao escravo Justino. O carro em questão é uma charrete – novamente a questão linguística de época. Muito bem!
E Sinhá encarou mesmo o capataz do Barão, terminando assim o primeiro capítulo.
E o capataz teve que abaixar a cabeça para as ordens de Sinhá. Nem mesmo o Barão repreendeu a filha naquele instante.
O delegado e o prefeito, abolicionistas, comemoram a chegada de Sinhá. Pelo visto, essa moça vai dar muita dor de cabeça a seu pai, que é escravagista ferrenho.
Sinhá novamente desafia o pai e vence a discussão.
A novela faz um retrato da realidade brasileira no período anterior à Lei Áurea, quando os movimentos abolicionistas eram fortes e leis anti-escravidão já eram sancionadas. As cenas são sucintas e cotidianas; por outro lado, pede-se cuidado em relação à pontuação nos vocativos. No geral, mais um bom trabalho de Maia.
As aventuras de Sinhá são exibidas nas segundas, quartas e sextas às 18h. Imperdível!
Um dos livros mais conhecidos dos estudantes do último século completa 109 anos em 2019. Popularmente chamado de “Livro de Verbos”, o manual Verbos Portugueses e Rudimentos de Análise Léxica vem sendo utilizado de geração em geração para as aulas de língua portuguesas ou como fonte de consulta para as dúvidas mais comuns do nosso idioma. Ele é muito famoso pela capa amarela.
O autor, Sebastião Viveiros de Vasconcelos (1870-1927), atuou na poesia, na prosa, na filosofia, na oratória, na imprensa e também na educação. Fundou o Colégio Viveiros e foi vice-diretor do Liceu de Humanidades e da Escola Normal que funcionava junto ao primeiro. (Fonte: contracapa interna do livro homenageado, edição 137).
A obra é iniciada com a descrição dos conceitos relacionados aos verbos, como a formação dos tempos simples e dos compostos e os tipos de verbos. Em seguida, no capítulo 2, Viveiros apresenta a conjugação dos verbos regulares, como cantar, vender e partir. Os verbos ter, haver, ser e estar também ganham destaque, por serem os mais utilizados na língua portuguesa. Depois aparecem os verbos irregulares, separados por conjugação. Também se abordam os defectivos, como jazer e falir, e os abundantes, como isentar. O livro é fechado com tópicos de gramática. As edições mais atuais trazem também 100 exercícios para o leitor verificar o que sabe sobre esses “bichos” tão complicados.
Ame ou odeie, mas com certeza você já deve ter visto e até folheado o “Livro de Verbos”. Material obrigatório na estante de toda casa. Não deixe de adquirir o seu, caso não o tenha.
Hoje ficamos por aqui, mas amanhã tem capítulo inédito de Flashback. Não perca! Uma ótima semana pra você!