Olá, leitor(a)! O que você faria se perdesse algum ente querido? Tomaria a vida dessa pessoa a ponto de perder a dignidade apenas pra tentar amenizar a sua dor? Este é o tema do programa de hoje.

 


 

 

Hoje vou comentar sobre um dos mais novos lançamentos da Rajax, a mais nova webemissora do Mundo Virtual — “nasceu” em janeiro de 2020. Após um ano mais focado em entretenimento, embora tivesse produzido uma novela com relativa repercussão, Relações Destrutivas (de Paulinho Perigoso), é em 2021 que a dramaturgia dá os primeiros passos rumo à consolidação.

 

Eleita por voto popular, a série Anjo Noturno é o destaque de hoje. Autoria de Thiago Santos. Vamos às primeiras impressões.

Adivinha como a história começa? Sim, com um flashforward. Na primeira cena, que se passa em 2018, o protagonista se dá conta de que não tem dinheiro para pagar o táxi. Ou seria Uber? De todo modo, ele passa a perna no motorista ao fingir que vai pagá-lo no dia seguinte. Pior: usando a identidade de um cadáver, Felipe Montoya. Então a ação volta para 2015. Discussão em família. Gael rejeita a possibilidade de tornar-se um fora-da-lei como seus pais e irmão gêmeo. Bem na hora, um policial bate à porta em busca de drogas existentes na casa. Genaro, o pai, tenta driblar o oficial, mas se dá mal. Ele e a mulher Fernanda terminam no xilindró. Meses depois, é a vez de Gael pegar drogas em meio às roupas de Felipe, o irmão gêmeo ainda vivo na época. Agora era um pra cuidar do outro, comemorando 18 anos e sem os pais por perto. Gael tenta levar Felipe para um tratamento contra as drogas, mas consegue apenas uma briga de socos e tapas que acaba em tragédia. A casa pega fogo. Só Gael escapa. Um ano depois da tragédia, Gael se culpa pela morte do irmão a ponto de tomar sua personalidade. Prostitui-se nas ruas para se sustentar. Com esse gancho, termina o episódio inicial.

É aí que entra o conflito do personagem: ao tentar fazer a coisa certa, acabou perdendo aquele que mais amava e decidiu também interromper sua própria vida para, de certa forma, perpetuar a “vítima”. Trocar a sua existência pela do outro. Isso vale a pena? Se sim, até que ponto? Gael é um personagem “do bem”, linear, mas que promete ganhar mais camadas nos próximos capítulos, conforme se envolve com o mundo “noturno”. Sobre os outros personagens, todos se mostraram também lineares, maniqueístas e com pouca descrição. Aliás, o principal ponto negativo do capítulo: desenvolveu-se pouco o universo por trás da trama — a missão de cada personagem, o porquê das ações, a ambientação. As ações já se sucediam de forma muito direta, como se estivesse num episódio de meio de temporada. É preciso, numa première, dar todas as informações para que o(a) leitor(a) ganhe intimidade e interesse pela história.

Foram vistas várias inadequações gramaticais, como a falta das vírgulas nos vocativos (chamamentos), a ausência de espaços antes e depois dos travessões e problemas de coerência nas descrições de alguns diálogos, como em:

Curiosa é a quantidade de passagens de tempo. São quatro, e todos para separar sequências. Cuidado com isso, autor. Pode dar a impressão de correria aos fatos que antecederam a atual vida do Gael/Felipe na prostituição. Como dito antes, essa fase poderia ter sido um pouco mais mastigada, elaborada, com calma. Não tem necessidade de pôr o pé no acelerador. Um início com suspense e expectativa deixa os leitores mais ansiosos e presos à trama. Experimenta fazer assim na próxima obra e vai ver como fica melhor. Bem, é isso. Parabéns por sua obra! Fico na torcida por uma evolução constante na sua escrita.

 


 

Vamos à revelação da enquete da semana. A obra que vai ser analisada no domingo que vem é Nove Horas, da OnTV. Emoção à vista!

Que tal escolher a resenha do dia 28? Aí vai! Votação encerrada!

 

 


O Observatório da Escrita fica por aqui. Até a próxima!

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