CENA 01. ESCOLA DE MÚSICA. RECEPÇÃO. INT. NOITE.

Um casal de policiais à paisana entra no local e se aproxima de Rubens.

POLICIAL MULHER
O senhor está preso por assédio e tentativa de estupro contra uma menor. (ao outro policial) Por favor.

RUBENS
Só pode ser um engano. Não me envolvo com menores.

Sonoplastia: suspense. O policial põe os braços de Rubens pra trás e o algema. Ana surge na recepção e fica estatelada com o que vê.

ANA
O que significa isso?

RUBENS
Estão me prendendo, Ana. (aos policiais) Eu sou inocente!

Os policiais levam Rubens. Ana segue os três.

ANA
Alguém pode me explicar o que tá acontecendo?

CENA 02. ESCOLA DE MÚSICA. FRENTE. EXT. NOITE.

Rubens é levado até o carro da polícia, onde é colocado. Ana tenta falar com os policiais, mas estes não lhe dão atenção. O carro parte.

ANA
Ai, meu Deus!

BRUNO (sai da escola e vai até Ana)
Por que essa gritaria lá dentro?

ANA
Prenderam o Rubens. Foi aquela menina.

BRUNO
A Kika?

ANA
Ela se passou por menor de idade e denunciou o Rubens.

BRUNO
Não pode ser. Falaram mesmo que era acusação de uma menor? Que ele seduziu?

ANA
Foi isso mesmo.

BRUNO
Temos que descobrir pra onde levaram o Rubens.

ANA
Só vamos descobrir quando ele ligar. O jeito é a gente esperar lá dentro.

CENA 03. CASA NOÊMIA. SALA. INT. NOITE.

A sonoplastia para. Alice dá um copo de água para Noêmia, que já saiu da crise de tosse e segue sentada no sofá. Zilda e Zoraide de pé perto das demais.

NOÊMIA (a Zilda)
Não esperava sua visita.

ZILDA
Por mim, eu não viria nunca mais. Mas temos uma conversa pendente que não pode mais esperar, pelo bem de todas nós.

ALICE
Dona Zilda, acha que é hora mesmo? Mamãe ficou nervosa. Você viu.

ZILDA
Há coisas que não podem mais esperar. Meu assunto com sua mãe envolve o futuro de muita gente. Talvez… a vida de alguns.

NOÊMIA
Filha, me deixa sozinha com ela. Vai com a Zoraide e dá uma olhada na boate.

ALICE
Não sei se é o melhor.

NOÊMIA
Eu sei o que tô fazendo, Alice. Não quero que você também se envolva no meu assunto com Zilda.

ALICE
Já que é assim… Se acontecer alguma coisa, me liga na hora. Vou levar o celular.

Alice pega o celular sobre uma mesinha de canto e sai com Zoraide. CLOSES alternados entre Noêmia e Zilda.

CENA 04. RESTAURANTE. SALÃO. INT. NOITE.

Um garçom serve vinho a Gioconda e Armando, e se distancia.

GIOCONDA
Fico muito lisonjeada pelo convite, ainda mais vindo de alguém tão importante e prestigiado quanto você.

ARMANDO
O prazer é todo meu. Não é sempre que se janta com uma mulher tão bela.

GIOCONDA
Muito obrigada! Mas não sou digna de um elogio da sua parte.

ARMANDO
Por que não? (analisa-a com o olhar) Sabia que minha finada Soraya tinha belas amigas, mas não alguém tão excepcional quanto você. Vocês eram muito amigas, não?

GIOCONDA
Colegas, mais exatamente. Amigas é um termo forte demais pra nós duas. Que Deus a tenha.

ARMANDO
Meu filho Carlos Eduardo também gostou muito de você.

GIOCONDA
Posso te garantir que não é mútuo…

ARMANDO (corta)
Não peça desculpas. Não convidei você pra cá, pra falarmos do que ele pensa ou não de você.

GIOCONDA
Então?

ARMANDO
Como todo homem de negócios, preciso de uma companheira à altura. Somos viúvos, então nada nos impede. E eu estou muito interessado em você.

GIOCONDA
Não sei o que dizer. Eu mal o conheço, doutor Armando.

ARMANDO
Armando. Apenas Armando. Jamais conheci uma deusa tão vibrante, tão envolvente quanto você. E foi à primeira vista. Você não me conhece, mas vai ter o prazer de me conhecer. Quero que se case comigo.

GIOCONDA
Mas isto é muito precipitado, Armando. Não me leve a mal.

ARMANDO
Pense bem. Você terá um marido poderoso e protetor, e eu terei uma companheira à minha altura. Além disso, protegerei seus segredos mais obscuros. Mas se recusar…

GIOCONDA (gela)
O que quer dizer com se eu recusar?

ARMANDO
Terei que desmascará-la pra toda a sociedade. Soraya me contou algumas coisas sobre o passado de vocês. Coisas que podem me prejudicar em todos os sentidos. E eu não posso arriscar a reputação por conta de caprichos impulsivos de adolescentes. Você não tem escolha, Gioconda.

Gioconda pensativa e Armando ameaçador.

CENA 05. RESTAURANTE. FRENTE. CARRO GIOCONDA. EXT. NOITE.

Sandro observa a movimentação dentro do restaurante. Não percebe nada de anormal. Liga para Jô pelo celular.

SANDRO
Alô, Jô?… Sim, estou com a Gioconda… Não, do lado de fora. Ela ficou lá dentro com o Armando Alighieri… Coisa boa não é… Quando eu voltar, te conto… Tá bom…

Sandro desliga o celular e o guarda no bolso do paletó. Volta a observar o restaurante.

CENA 06. CASA NOÊMIA. SALA. INT. NOITE.

Zilda e Noêmia sentadas no sofá. Conversa tensa.

ZILDA
O que eu quero é colocar um fim nesse assunto. Minha filha está ficando descontrolada por conta dessa situação com a Gioconda e o Estêvão. Qualquer dia ela vai tentar matar um deles, se é que já não fez. Preciso da sua ajuda.

NOÊMIA
Você quer que eu enfrente a Helena, depois de tantos anos?

ZILDA
Não. Eu quero que você me conte exatamente o que aconteceu no dia do parto, quem estava lá, quem te procurou antes ou depois… Só assim posso esclarecer as intrigas que surgiram daí.

NOÊMIA
E o que ganho com isso? Hein!? Você não imagina o quanto sofri nesses anos todos, vivendo com um peso enorme na consciência e tendo que esconder meu passado da filha que amo. Até que ela descobriu e ficou magoada comigo com razão.

ZILDA
E por que não aproveita a chance de tirar o peso que está sobre você e de fazer as pazes com sua filha? (pausa) Noêmia, você não teve escolha. Elas te obrigaram a sumir com a criança.

NOÊMIA
Como você acabou de dizer, fui obrigada mesmo. E agora quer que eu desmascare todas elas? Se sua filha sai dos eixos e resolve me matar, estou acabada.

ZILDA
Não. Minha filha, pelo menos, não vai fazer nada contra você. Seria uma confissão de culpa. Helena é manipuladora demais pra assumir a culpa de alguma coisa.

NOÊMIA
E o que você quer que eu faça?

CENA 07. CASA HELENA. SALA. INT. DIA.

Leila fala ao telefone. Estêvão está perto dela.

LEILA (chocada)
Preso?… Não, tô indo pra aí agora… Obrigada, Ana!

Leila desliga o aparelho e se aproxima de Estêvão.

ESTÊVÃO
Quem foi preso?

LEILA
O Estêvão. Uma garota acusou ele de assédio. Quero ir lá.

ESTÊVÃO
Sim, vamos.

LEILA
Vou pegar a bolsa lá em cima. Me espera no carro.

Leila sobe as escadas correndo. Helena entra e estranha a expressão de Estêvão.

HELENA
O que deu na Leila?

ESTÊVÃO (mente)
Uma amiga da faculdade sofreu um acidente, e ela quer vê-la. Vou com ela.

HELENA
Ou será que foi o namoradinho cafajeste que foi preso, e você não quer me falar?

ESTÊVÃO
Para de ficar pensando o pior das pessoas, Helena. É por isso que vai acabar ficando sozinha e sem seus filhos.

HELENA
Pensando o pior? Sim, penso mesmo. Ele não é homem pra nossa filha. Paguei, sim, uma menina pra acusar o canalha de assédio.

ESTÊVÃO
Eu não posso acreditar que teve coragem de…

HELENA
Tive! Pelos meus filhos sou capaz até de matar. E você não ouse tirá-lo de trás das grades, ou o próximo velório será…

LEILA (corta, enquanto desce as escadas e vai até Helena)
Você odeia seus filhos, isso sim!

HELENA
Não diga bobagens, Leila!

LEILA
Como pode desejar que seus filhos sejam infelizes, só pra satisfazer seu orgulho ferido? Se achou que ia me separar do Rubens com essa armaçãozinha de adolescente burra…

HELENA (dá um tapa em Leila)
Me respeita, vagabunda! Você só está aqui porque lutei como uma condenada pra tentar manter a sua dignidade. Mas já que prefere agir como uma vadia de rua, então sai da minha casa!

LEILA
Vai ser um prazer.

ESTÊVÃO
Se ela sair, nosso casamento acaba.

HELENA
Faz! Vamos ver se você é homem mesmo. Mas já se prepara pra ter o mesmo fim da Soraya. Não vou avisar duas vezes. Vou subir. Mas quando eu voltar, não quero ver a cara de vocês dois. (sobe furiosa)

ESTÊVÃO
Vamos ver o Rubens, filha.

Estêvão e Leila saem pela porta.

CENA 08. RESTAURANTE. SALÃO. INT. NOITE.

Armando e Gioconda terminam o jantar.

ARMANDO
Quero oficializar o quanto antes nosso casamento. Não posso dar margem às intrigas da concorrência.

GIOCONDA
Se prefere assim… (pausa) Preciso ir, pois já está tarde.

ARMANDO
Quer que eu a leve em casa?

GIOCONDA
Não. Estou com meu segurança e vou com ele.

ARMANDO
Me deixe pelo menos acompanhá-la até seu carro.

GIOCONDA
Já que insiste…

CENA 09. RESTAURANTE. FRENTE. EXT. NOITE.

Armando acompanha Gioconda até o carro dela.

ARMANDO
Vou fazer uma viagem de negócios amanhã, mas na próxima semana já acertamos os preparativos. Jéssica, minha secretária, cuidará disso junto com você e sua empregada.

GIOCONDA
Que seja. De qualquer forma, obrigada pelo jantar.

ARMANDO
Disponha… minha esposa. Boa noite.

GIOCONDA
Até mais ver.

Ele se afasta em direção a seu carro. Gioconda entra no banco do carona. Sandro observa Armando em detalhes.

SANDRO
Algum problema, dona Gioconda?

GIOCONDA
O maior de todos. Me leva pra casa.

SANDRO
Sim, senhora.

Sandro liga o carro e parte com ele.

CENA 10. PENSÃO ZORAIDE. SALA. INT. NOITE.

Jô conversa pelo celular com Sandro. Vicky está ao lado da outra moça.


Não pode ser! Que safado!… Como assim, estranha?… Aposto que ele descobriu antes da gente o segredo que envolve ela, a Helena e sabe-se lá mais quem… Não, não consegui falar disso com o Bruno… É, ele teve problemas e o assunto se desviou… Amanhã tento falar com ele… Zilda? Quem é Zilda?… Ah, a Alice te ligou?… Até que não é uma má ideia… Amanhã mesmo procuro essa dona Zilda… Talvez ela nos conte alguma coisa… Tá bom… Me liga. Tchau!

VICKY
Que história é essa de Helena, Zilda, Bruno?


Uma trama digna de novela de suspense. Qualquer dia te conto. É bomba na certa.

VICKY
E pelo visto o queridinho do Raul também se envolveu nisso.


Que nosso chefe não saiba desse bafafá. Vai que ele resolve defender o Armando mais uma vez, e me proíbe de continuar investigando o nascimento do Sandro.

VICKY
É, isso é bem a cara dele.


Mudando de assunto… como tá aquela história da nova grávida de Taubaté?

VICKY
Aff, uma brincadeira de mau gosto de duas adolescentes que gostam de tirar onda da cara dos outros. Meninas fúteis de classe média.


Como tem gente sem noção por aí.

CENA 11. DELEGACIA. CELA. INT. NOITE.

Leila e Bruno entram na área dos presos. Rubens dentro da cela com outros estupradores e assediadores. Leila dá um selinho em Rubens.

RUBENS
Que bom que chegaram! Me tirem daqui!

BRUNO
A Ana já tá resolvendo com o delegado. Ela veio com a advogada.

RUBENS
A Branca.

LEILA
Já soube o que aconteceu.

RUBENS
Eu não tive culpa. Acredita em mim. Aquela garota me seduziu e…

LEILA
Foi minha mãe que pagou a garota pra te enfiar aí dentro.

RUBENS
Sua mãe?

LEILA
Ela não se conforma com nosso namoro.

BRUNO
Nós vamos te tirar daí o quanto antes. Fica calmo, que a Branca não costuma falhar.

RUBENS
Se a Helena não comprou o delegado pra me foder.

LEILA
É capaz mesmo. Mas agora ela me expulsou de casa, o papai pediu o divórcio, então não tenho mais que dar satisfação pra ela.

CENA 12. DELEGACIA. CORREDOR. INT. NOITE.

Estêvão e Ana conversam sobre Rubens e Leila.

ESTÊVÃO
Não tenho como agradecer o que está fazendo por eles dois.

ANA
Sou amiga do Rubens há muitos anos. E a Leila é um amor de pessoa, como eu sempre quis pra ele. Torço pelos dois de verdade.

ESTÊVÃO
Você parece ser uma pessoa especial.

ANA
Ai! Assim fico toda toda. Não é sempre que ganho um elogio de um homem tão… A Leila tem sorte de ter você como pai. Pena que não posso dizer o mesmo de sua mulher.

ESTÊVÃO
Ex-mulher. Pedi o divórcio hoje.

ANA
Nossa! Que pena! (sorri) Ou que sorte!

ESTÊVÃO
Levei tempo demais pra romper com uma pessoa que nunca me amou como mereço. Helena sempre teve uma obsessão doentia por mim. Não sei como explicar.

ANA
Ela nunca foi uma pessoa normal, pelo que Leila me falou.

ESTÊVÃO
Não gosto nem de pensar.

CENA 13. CASA NOÊMIA. SALA. INT. NOITE.

Zilda se despede de Noêmia. Ambas de pé perto da porta.

ZILDA
Posso contar com você?

NOÊMIA
Não sei.

ZILDA
Promete pelo menos pensar em tudo que te disse? Nem que seja por sua filha. Ela não merece sofrer por algo que minha filha e as colegas dela te obrigaram a fazer.

NOÊMIA
Tá bom. Vou pensar. Mas não prometo te ajudar em nada.

ZILDA
Você tem meu telefone. Me liga, quando se decidir. Boa noite, Noêmia!

NOÊMIA
Boa noite!

Noêmia abre a porta para Zilda sair. Assim que fecha a porta, tem um calafrio. Faz sinal da cruz.

CENA 14. CASA BRUNO. FRENTE. EXT. DIA.

Música: Good Good-bye – Giuni Russo. Imagem da fachada da casa. Pessoas passeiam pela calçada.

CENA 15. CASA BRUNO. SALA. INT. DIA.

A música para. Bruno, Leila, Estêvão e Ana conversam sentados nos sofás.

BRUNO
A Branca te falou alguma coisa, Ana?

ANA
Ela tá tentando, mas o juiz e o delegado estão irredutíveis.

LEILA
Não duvido que mamãe tenha comprado mais gente pra prejudicar meu namorado.

ESTÊVÃO
Sendo ela quem é, não tenho como discordar.

BRUNO
Não vamos pôr a carroça na frente dos bois. Não podemos acusar a Helena de tudo. Ela não é tão poderosa assim.

LEILA
O problema é que ela tem Armando Alighieri como aliado. E ele, sim, é rico e influente. Já trocaram inúmeros favores.

ANA
Eles até forçaram os filhos a se casar. Lembra, Bruno?

LEILA
Por sorte, eles desistiram a tempo.

ESTÊVÃO
Vou ter que sair. Tenho que arrumar o apartamento pra mudança. Aquele de Ipanema, filha. Depois eu volto. Obrigado por tudo que fizeram por nós e pelo Rubens, Ana!

ANA
Não tem de quê. Amigos do Rubens são meus amigos também.

CENA 16. AQUAPAPER. SALA ARMANDO. INT. DIA.

Armando abre a porta para Helena. Ele fecha a porta e senta-se com ela à mesa.

ARMANDO
A que devo a honra a essa hora?

HELENA
Não me venha com cinismos! Quero saber como foi com a vagabunda italiana.

ARMANDO
Gioconda? Caiu como um patinho. Assim que eu voltar de viagem, oficializo minha parceria… digo, união, com ela.

HELENA
Quanto mais rápido, melhor. Ela que se prepare pra apreciar o gostinho da vingança que tramo contra ela. Sabia que ela terminou de tirar meu marido de mim?

ARMANDO
Seu casamento nunca foi dos melhores.

HELENA
Por culpa da Gioconda. Ela desgraçou com a minha vida desde sempre. E agora se atreve a se meter comigo de novo.

ARMANDO
Deixa comigo, que eu sei colocar minha futura esposa no seu devido lugar.

HELENA
Acho bom mesmo! Ou eu…

ARMANDO (corta, tom)
Ou o quê? Vai acabar comigo? Você é uma idiota! Não passa de uma louca chiliquenta e mimada que quer tudo aos seus pés.

Helena se levanta e dá um tapa em Armando.

HELENA
Quem você pensa que é pra falar comigo como bem quiser? Acabo com sua carreira de merda em dois segundos. Quer ver?

CENA 17. AQUAPAPER. RECEPÇÃO. INT. DIA.

Jéssica ouve a conversa de Armando e Helena por trás da porta.

JÉSSICA (VO)
Então é isso? Mal acabou com a Soraya, e já vai casar com outra madame de sociedade? Mas isso não vai ficar assim. Acabo com você, Armando.

Helena abre a porta com agressividade e quase esbarra em Jéssica. Sai furiosa. Jéssica finge estar assustada. Armando também sai.

ARMANDO
Jéssica, prepara pra mim…

JÉSSICA (nervosa)
Quem é Gioconda?

ARMANDO
Ah, você ouviu? Que bom, assim economizo reuniões com você. Ela será a futura senhora Alighieri, e você vai ter que engolir.

JÉSSICA (dá um tapa em Armando)
Canalha!

Armando põe a mão no rosto. Puxa Jéssica pelos cabelo com muita força.

ARMANDO
Como ousa me bater, sua vagabunda de merda?

JÉSSICA (chora)
Você tá me machucando.

ARMANDO
E vou machucar mais, até você entender que não passa de uma vadiazinha com quem me divertia e que perdeu a graça. Até a Carly trepa melhor que você. (derruba-a no chão) Vou viajar, e volto no fim de semana. Ai de você se tentar me prejudicar, sua cadela!

Ele chuta a barriga da secretária e sai. Jéssica chora de raiva e de dor. Wilson entra e vê Jéssica naquele estado. Ajuda-a a se levantar.

WILSON
Jéssica?

JÉSSICA (mente)
Me ajuda, Wilson! O bruto do Armando me bateu, só porque falei mal da Soraya.

WILSON (coloca-a no sofá de espera)
Já disse pra você não enfrentar o patrão.

JÉSSICA
Eu sei. Mas é mais forte do que eu.

Wilson abraça Jéssica.

CENA 18. CASA BRUNO. SALA. INT. DIA.

Bruno, Jô e Leila conversam.


Mas essa Helena é osso duro de roer, hein?! Que ela aparece na minha frente, eu meto na cara dela. (se dá conta) Ai, desculpa, Leila!

LEILA
Tudo bem, Jô. É ela que provoca raiva em todo mundo.

BRUNO
Helena nunca foi uma pessoa fácil.


Quero que me conte tudo sobre ela, Bruno. Tô morta de curiosidade.

Branca e Ana entram.

ANA
Oi, gente!

BRUNO
E então? Como está o caso do Rubens?

BRANCA
Conseguimos provar que a acusadora não é menor de idade e que usou identidade falsa pra denunciar o Rubens. Mas o delegado faz questão de mantê-lo na cadeia sob acusação de assédio sexual.

ANA
Ele viu as imagens da câmera, mas prefere acreditar na freira.

BRANCA
Faz o discurso de defensor das feministas, e escolheu um homem inocente pra mártir.


Delegados ficam assim quando querem mostrar serviço. Pilantras! Por que não caçam os estupradores de verdade? Trabalhar, que é bom, nada.

CENA 19. APARTAMENTO GIOCONDA. SALA. INT. DIA.

Gioconda sentada no sofá, com a sensação de que o mundo caiu sobre ela. Lena de pé perto da patroa.

GIOCONDA
Mais uma vez, minha vida está por um fio.

LENA
Como ele teve coragem de te chantagear dessa forma? É muita crueldade para um homem que se diz protetor dos pobres.

GIOCONDA
Só me resta aceitar, ou ele destrói minha vida de vez.

LENA
Devia contar pro Bruno, pra pensarmos em…

GIOCONDA (corta)
Não! Não quero envolvê-lo. Tenho que encarar sozinha. São os fantasmas do passado me perseguindo de novo.

Efeito de fim de capítulo: imagem congela; FADE TO BLACK. Sonoplastia: vento.

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