CENA 01. APARTAMENTO GIOCONDA. SALA. INT. DIA.
Gioconda e Armando terminam de tomar o café. Lena abre a porta. Carlos Eduardo entra com muita ira. Carly fica vendo a cena do lado de fora.
ARMANDO
Você aqui, seu moleque?
Os dois homens se encaram. Gioconda e Lena assustadas. Carly vibra.
CARLOS EDUARDO
Você pode me tirar qualquer coisa, menos a Gioconda! Essa mulher é minha!
ARMANDO
Nunca foi e nunca vai ser. Vê se te enxerga. Mal saiu das fraldas, e já quer uma senhora que tem idade pra ser sua mãe?
CARLOS EDUARDO
Mas ela não é a minha mãe, portanto posso e quero ficar com ela, sim. E não é você, com sua arrogância, que vai me impedir.
GIOCONDA
Acho bom que se acalmem e conversem civilizadamente.
CARLOS EDUARDO
Não existe conversa civilizada com esse canalha de quem me envergonho de ter como pai. Eu cheguei primeiro, e eu te amo de verdade. Esse aí só quer te usar, como faz com todo mundo. E depois, sabe o que vai acontecer? Ele te mata como fez com minha mãe.
ARMANDO (tom)
Não vou mais ouvir seus insultos. Saia desta casa ou chamo a polícia!
GIOCONDA
Armando, também não é assim que se resolve. Carlos, coloca na sua cabeça que eu nunca te dei esperanças. (mente) Eu amo o seu pai, e você vai ter que se conformar.
CARLOS EDUARDO
Só fala isso pra agradar a ele.
GIOCONDA
Não, Carlos. Por favor, saia da minha casa e não volte nunca mais. Pelo bem de todos.
CARLOS EDUARDO
Pelo bem dele. (a Armando) O que é teu já tá guardado. (novamente a Gioconda) Não vou desistir de você. Espero que se arrependa, antes que seja tarde demais.
Carlos Eduardo sai, ao mesmo tempo que Carly entra.
ARMANDO (irritado)
O que está fazendo aqui? Foi você que trouxe ele?
CARLY
Nossa! Isso é maneira de me receber?
ARMANDO
Não testa minha paciência!
CARLY
Vim com ele, por quê? Foi muito bom ver o showzinho de pai e filho. (a Gioconda) Se prepara, queridinha! Nós duas somos apenas parte da coleção de mulheres do Armandão. (ri)
ARMANDO
Gioconda, não leva em consideração o que essa guria diz. Vou dar um jeito nela. Me encontra daqui a uma hora na Aquapaper.
Armando pega Carly pelo braço e a arrasta pra fora. Gioconda anda atrás deles.
GIOCONDA
O que está fazendo, Armando? Solta ela…
Armando, Carly e Gioconda saem de cena. Lena fecha a porta, passada com o que aconteceu.
CENA 02. HOSPITAL. FRENTE. EXT. DIA.
Música: Lady In Red – Chris de Burgh. O carro de Gioconda entra pelo portão e se encaminha para o estacionamento externo.
CENA 03. HOSPITAL. CORREDOR. INT. DIA.
Música em fade. Jô conversa com Sandro no corredor.
SANDRO
Em primeiro lugar nas pesquisas! Brasileiro gosta mesmo de se iludir com bandido que faz cara de santo. O Armando não pode ganhar!
JÔ
Já tô imaginando como vai ser o governo. Adeus, liberdade de expressão!
SANDRO
Se depender de nós, ele vai pra cadeia antes das eleições.
JÔ
Tomara! Vou amar fazer uma entrevista exclusiva com ele no xilindró.
Gioconda entra apressada. Ela vê Sandro e Jô e se junta a eles.
GIOCONDA
Sandro, que bom! Não deu pra vir antes. Onde ele está?
SANDRO
Em observação, lá dentro. Ainda não pode receber visitas.
GIOCONDA
Quando a Leila me ligou… O Armando me prendeu na minha casa com os assuntos dele…
JÔ (provoca)
Realmente os assuntos do doutor candidato são bem mais interessantes que o estado do seu melhor amigo.
GIOCONDA
Você está querendo insinuar o quê? Que eu não me importo com o Bruno? Quem você pensa que é pra duvidar da nossa amizade de décadas?
JÔ
Uma mulher que sofre ao ver o homem que ama tentando se matar por causa de outra.
SANDRO
Jô, se controla! Aqui não é lugar.
GIOCONDA
Agora eu quero saber. De onde você tirou que eu e Bruno nos amamos? Nunca houve nada entre a gente.
JÔ
Da sua parte, é claro que não. Uma mulher mimada que despreza o amor de um bom homem, pra se oferecer pra tudo que é rapaz. Você acha que não ia descobrir? Rolou até gravidez… (leva um tapa de Gioconda) Ficou ofendidinha? (revida) Bateu, levou! Vadia!
SANDRO (tom)
Jô, vai lá pra fora!
JÔ
Você vai defender essa…?
SANDRO (tom)
Não me faz perder a paciência! Dá uma volta até ela sair.
JÔ
Foi você que colocou o Bruno lá dentro. (sai)
SANDRO
Desculpa. Ela não tinha o direito…
GIOCONDA
Tudo bem. Já estou acostumada a todo mundo me julgar. (pausa) Precisa acreditar em mim, Sandro. Nunca tive nada com o Bruno, a não ser amizade. Essa moça tá com ciúmes dele.
SANDRO
Não me entenda mal, mas… nunca notou nada diferente dele pra você?
GIOCONDA
Você está me perguntando se ele nunca guardou esperanças em relação a mim? Não, que eu tenha visto nesses anos todos. Foi só amizade. (pausa) Bem, acho que foi inútil vir aqui. Volto amanhã. E, por favor, deixa essa louca bem longe de mim.
SANDRO
Sim, Gioconda. E me desculpa mais uma vez.
GIOCONDA
Não tem de quê.
Ela dá as costas e sai pela porta no fundo. Estêvão vem do outro lado e se junta a Sandro.
ESTÊVÃO
Aquela não é a Gioconda?
SANDRO
É, sim. Passou rápido pra ver o Bruno, mas a Jô fez questão de estragar tudo. Tiveram uma briga.
CENA 04. HOSPITAL. FRENTE. CARRO. EXT. DIA.
Gioconda entra aflita. Põe as mãos na cabeça.
GIOCONDA (VO)
O Bruno apaixonado por mim? Não pode ser. É só uma loucura da jornalistazinha em seu ataque de ciúmes. Não, Bruno é só um bom amigo. Não se deixa levar pela Jô, Gioconda.
Gioconda liga o carro e parte com ele.
CENA 05. CASA HELENA. FRENTE. EXT. NOITE.
Música: On My Own – Montezuma. Anoitece. Imagem da fachada da casa.
CENA 06. CASA HELENA. SALA JANTAR. INT. NOITE.
A música para. Amanda e Régis se servem. Ângela de pé num canto, com expressão sombria.
AMANDA
Tô torcendo pro Bruno sair dessa. Leila me disse que tem mulher envolvida nisso. Me dá até calafrios.
RÉGIS
E o Rubens saiu da cadeia.
AMANDA
Pois é, foi mara. Mamãe deve estar puta.
RÉGIS
Com certeza. Ela não quer a felicidade de ninguém, né?
AMANDA
Ângela, você viu a vovó hoje? (Ângela não reage) Ângela? Acorda, Ângela!
ÂNGELA (susto)
Que foi? Algum fantasma?
RÉGIS
A gente tá perguntando da vovó. Você viu ela?
ÂNGELA (treme, medo)
Ela teve que fazer uma viagem e não sabe quando volta.
AMANDA
Que estranho! Ela não esconderia da gente.
RÉGIS
Tem coisa aí.
ÂNGELA
Com licença. Vou ver se a mãe de vocês já chegou. (sai)
AMANDA
Ela tá muito esquisita.
CENA 07. CASA HELENA. GARAGEM. CARRO HELENA. EXT. NOITE.
Jairo e Helena cochicham dentro do veículo.
HELENA
Se alguém perguntar por ela, diz que viajou e que não sabe quando volta. Ouviu bem?
JAIRO
Sim, senhora.
HELENA
Ninguém pode saber o que aconteceu hoje nessa casa. Zilda teve o que mereceu.
JAIRO
Mas ela era sua mãe.
HELENA
Mãe? Mãe não trai a filha. (pausa) Agora vou entrar como se nada tivesse acontecido. Se você ou a Ângela abrir a matraca, mato os dois!
Jairo tem calafrios. Helena sai e se encaminha para a entrada da casa.
CENA 08. CASA NOÊMIA. SALA. INT. NOITE.
Noêmia e Zoraide assistem à novela na TV.
ZORAIDE
Não vejo a hora de essa mulherzinha morrer. Ainda bem que o último capítulo já tá chegando. Tenho raiva dela. Falando nisso, a Zilda te procurou?
NOÊMIA
Não. Acho que tomou vergonha na cara e desistiu de botar a mão no formigueiro. Melhor assim. Pelo menos a filha dela não vem mais atrás de mim.
ZORAIDE
Ela, pode ser. Mas a Jô não vai desistir de descobrir essa história tintim por tintim.
NOÊMIA
Acho que eu mesma vou ter que calar a boca dela.
ZORAIDE
Do que tá falando, amiga? Não tá pensando em…
NOÊMIA
Matar? Claro que não. Lá sou mulher de sujar as mãos de sangue? É apenas um corretivo para mocinhas fuxiqueiras como ela.
ZORAIDE
Credo! Assim você me assusta. Quero morrer sua amiga.
CENA 09. HOSPITAL. QUARTO BRUNO. INT. DIA.
No dia seguinte. Bruno dorme ligado a aparelhos. Sons de bipes. Ana entra e fecha a porta. Aproxima-se de Bruno. Segura suas mãos e começa a orar.
ANA
Senhor, faça com que o Bruno possa se recuperar e esquecer a Gioconda pra sempre. Ele merece ser feliz. É só o que Lhe peço. Amém.
Beija a mão de Bruno e acaricia sua testa.
CENA 10. PENSÃO ZORAIDE. QUARTO SANDRO. INT. DIA.
Jô e Sandro sentados no chão, próximos à cama. Eles folheiam documento a documento sobre Armando.
SANDRO
Você acha que com isso aí a gente consegue colocá-lo na cadeia?
JÔ
Na cadeia, não sei. Mas a gente acaba rapidinho com a reputação dele. Olha só isso: lavagem de dinheiro com um deputado chamado Pedro Murilo da Costa. Não por acaso, este é cunhado do candidato a vice-presidente.
SANDRO
Marco Rangel.
JÔ
Que também está envolvido nos trambiques do Armando. Cúmplice no roubo de terras. Neste outro papel, olha aqui… Transferência ilegal das terras de Goiânia do nome do Franco Novak para o de Armando Alighieri.
SANDRO
Canalha de uma figa!
JÔ
Há também terras e outros bens em nomes de laranjas, como Soraya Alighieri, Wilson Werner, Carlos Augusto Savala, Regina Petrocelli… Tudo pilantra da pior espécie. Dizem que a mulher do Carlos Augusto é amante do Armando em São Paulo.
SANDRO
Você falou na Soraya. Se ela morreu, quem herdou as terras dela foi o filho, não?
JÔ
Seria, se o Armando não tivesse falsificado a assinatura dela num testamento que deixava tudo para ele. O filho ficou com uma mão na frente e outra atrás. Aqui está a prova.
SANDRO
Quem te mandou isso?
JÔ
Também tenho meus contatos, meu amor. Aliás, já coloquei uns amiguinhos pra investigarem o sumiço da secretária. Com certeza ela sabia de muita coisa e… (passa a mão pelo pescoço, em sinal de morte).
SANDRO
E agora, que ele vive com a Gioconda pra tudo que é canto, também posso ficar na cola dele.
JÔ
Tá, mas tenta manter a frieza. Ele não pode suspeitar de nada. (pausa) Você tá indo lá pro Bruno?
SANDRO
Vou sim. Quer carona?
JÔ
Bem que eu queria, mas tenho outro assunto pra resolver. Vou falar com a Zilda de novo.
SANDRO
Boa sorte!
JÔ
Vou precisar.
MERCEDES (bate à porta e entra)
Ai, desculpa! Não sabia que você estava com ele, Jô.
JÔ (guarda os papéis no dossiê)
Já acabamos. Vou aproveitar que chegou, pra me arrumar. O trabalho me espera. Depois a gente se fala, Sandro. Tchau, Mercedes!
MERCEDES
Tchau, querida! (Jô sai) Sandro, me conta essa história de amigo que tentou se matar. Fiquei chocada quando o Germano me contou.
Sandro e Mercedes se sentam na cama e conversam.
CENA 11. PENSÃO ZORAIDE. COZINHA. INT. DIA.
Jô entra. Abre a geladeira e pega uma jarra de suco. Zoraide cozinha no fogão. Jô enche um copo e bebe.
JÔ
Oi, Zô! Preparando coisa boa?
ZORAIDE
Macarronada com salmão, camarão e molho branco.
JÔ
Hummm! Vai ficar uma delícia. Vou sair agora, mas deixa um pouco pra mim. Minha barriga até roncou. (celular toca; atende) Alô?
ÂNGELA (VO, telefone)
Alô! É o celular da Jô?
JÔ
Sim. Quem tá falando?
ÂNGELA (VO, telefone)
Sou a empregada da dona Zilda, a Ângela.
JÔ
Aconteceu alguma coisa?
ÂNGELA (VO, telefone)
Aconteceu. Me encontra aqui em casa assim que puder.
JÔ
Tem alguém aí?
ÂNGELA (VO, telefone)
Não. Dona Helena acabou de sair com o motorista. Tô sozinha.
JÔ
Tá bom. Me espera. (desliga) Vou lá, Zoraide. Beijo!
Jô beija Zoraide no rosto, guarda a garrafa na geladeira e sai. Zoraide sorri e continua a cozinhar.
CENA 12. AQUAPAPER. SALA ARMANDO. INT. DIA.
Sonoplastia: suspense. Armando entra na sala e fecha a porta. Senta-se na cadeira e faz uma ligação pelo celular.
ARMANDO
Sou eu. Tenho ordens pra vocês… Sim, quero que levem a morta e enterrem em Volta Redonda… Nas minhas terras… Wilson vai com vocês. Já falei com ele… Na volta, já sabem… Se livrem dele e deixem o corpo no meio da estrada, sem que ninguém veja… Pago na volta.
Armando termina a ligação e desliga o celular. A sonoplastia para.
CENA 13. CASA HELENA. QUARTO ÂNGELA. INT. DIA.
Ângela entra com Jô no local e fecha a porta.
ÂNGELA (tremendo)
Dona Helena não pode desconfiar.
JÔ
O que aconteceu com a Zilda, Ângela?
ÂNGELA
Ontem veio um homem pra conversar com a dona Zilda. Dona Helena chegou, não gostou nada e botou o cara pra correr. Aí elas duas tiveram uma discussão feia e…
JÔ
E? Por favor, Ângela, me conta.
ÂNGELA (chora)
A bruxa matou a dona Zilda. Atirou nela.
JÔ
Ela matou a própria mãe? Helena é mais perversa do que eu podia imaginar. Fala mais.
ÂNGELA
Ela fez o Jairo, o motorista, sumir com o corpo junto com ela. Depois me fez limpar o sangue do chão e ameaçou matar nós dois.
JÔ
Você viu ela matando?
ÂNGELA
Não, mas o Jairo viu a dona Helena com a arma na mão e a dona Zilda caída.
JÔ
Você não quer vir comigo e fazer uma denúncia contra ela?
ÂNGELA
Não! Dona Helena acaba comigo! Foi por isso que te chamei. Porque você pode me ajudar, sem que a dona Helena saiba.
JÔ
Mas ela tem que ir presa. Só assim ela para de colocar a vida de todo mundo em risco. Onde está o Jairo?
ÂNGELA
Com ela. Mas, por favor, não fala com ele. O Jairo é amante dela. A Helena descobre rapidinho.
JÔ
Olha, você pode contar tudo o que sabe numa denúncia anônima. A gente alega que você sofreu ameaças e a polícia te protege. O que não pode é esconder um crime tão hediondo e deixar a Helena matar mais gente. Se você não for, eu mesma tenho que avisar ao delegado. Como jornalista, não posso esconder um assassinato.
ÂNGELA
Eu não posso! (anda de um lado a outro) Mas você pode. Procura o Ivan.
JÔ
Que Ivan?
ÂNGELA
O homem que veio ontem. (dá um papel) Aqui tá o telefone dele. Copiei da agenda da dona Zilda antes de você chegar.
CENA 14. HOSPITAL. QUARTO BRUNO. INT. DIA.
Sonoplastia: dramática. Gioconda entra no quarto e se aproxima de Bruno, que dorme. Ela pega na mão dele. Chora. Bruno acorda lentamente. Gioconda enxuga as lágrimas e se alegra.
BRUNO
Gioconda?
GIOCONDA
A Leila me falou que você tinha vindo pra cá.
BRUNO (estranha)
Onde estou?
GIOCONDA
No hospital. Você tentou acabar com a própria vida. Quando soube, achei que ia perder você… um amigo de tantos anos.
BRUNO
É… Cansei de viver. Tudo perdeu a graça quando…
GIOCONDA
Você é uma pessoa tão alegre, solidária… A Jô me culpa de você estar aqui.
BRUNO
Você não me falou que ia se casar… com o Armando.
GIOCONDA
Foi tudo tão de repente. Não tive tempo.
BRUNO
Ele não é bom pra uma mulher como você. Ele é tudo aquilo que eu… o Fábio nunca seria.
GIOCONDA
O Sandro e a Jô disseram a mesma coisa. Mas agora já está feito. Me senti tão mal quando a Leila… Teve mais algum motivo pra você…?
ANA (entra, simpática)
Gioconda, você por aqui?
GIOCONDA
Oi, Ana! Aproveitei pra ver meu amigo enquanto não tinha ninguém.
ANA
E conseguiu fazer o Bruno acordar. (a Bruno) Você meteu um susto na gente, tá? Magoei!
BRUNO
Não tinha a intenção de machucar vocês. Não tem desculpa o que fiz. Mas… (chora compulsivamente)
GIOCONDA
O pior já passou. Agora levanta a cabeça e segue sua vida em frente.
ANA (abraça Bruno)
Nós estamos do seu lado.
GIOCONDA
Eu tenho que ir. Bruno, se der, vou voltar mais tarde pra te fazer companhia. Não faz nenhuma loucura, pelo amor de Deus. Com licença, Ana.
ANA
Toda.
Gioconda vai até a porta. Vira-se novamente e vê Bruno. Sente-se culpada. Em seguida vai embora e fecha a porta. Ana consola Bruno.
CENA 15. HOTEL. QUARTO IVAN. INT. DIA.
Vestido com um roupão, Ivan apara a barba em frente ao espelho. Toca a campainha. Ele deixa a tesoura sobre uma mesinha e abre a porta. CLOSES alternados entre ele e Jô.
Efeito de fim de capítulo: imagem congela em Ivan; FADE TO BLACK. Sonoplastia: vento.