PARTES DE MIM
NOVELA DE:
RAMON SILVA
ESCRITA POR:
RAMON SILVA
PERSONAGENS DESTE CAPÍTULO
ADRIANA
ALFREDO
BRUNA
CARLITO
CRISTINA
FLÁVIA
GAEL
GLÓRIA
JANDIRA
JULIANA
KARINA
MARTA
MAZÉ
MIGUEL
MURILO
RENATA
RICARDO
ROSANGELA
SOL
VICENTE
PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS:
CORRETORA, DELEGADO, MENDIGA, GÊMEOS (Com, 02, 10, 15 anos)
CENA 01. CASA DE MAZÉ E CARLITO. SALA. INT. NOITE.
Carlito ali deitado puxando um ronco. Mazé chega do trabalho.
MAZÉ — Ai Jesus. Que transporte público é esse? Você cansa mais no transporte do que no trabalho. (Vê Carlito ali) Que isso…? Mas o que é que é isso? Que isso? (Dá tapas nele) Acorda, Carlito!
Ele dá um pulo do sofá.
CARLITO — Ai nega. Que susto você me deu.
MAZÉ — Posso saber o que o senhor faz neste sofá dormindo ao invés de estar trabalhando?
CARLITO — Como assim? Você já sabe o que eu estava fazendo no sofá. Eu estava dormindo, como você mesma disse.
MAZÉ — Não desvia o rumo da conversa não, Carlito. Você não tinha arrumado um emprego?
CARLITO — Tinha.
MAZÉ — E por que não está trabalhando?
CARLITO — Porque eu fui demitido.
MAZÉ — Ah… Mas que novidade. Daqui a pouco não vai mais ter nenhuma firma que te aceite, Carlito! Você não para nem um mês no emprego. Me diga. Como a gente vai sobreviver desse jeito?
CARLITO — Oh, nega
Se aproxima dela.
MAZÉ — Não chega perto de mim e nem encoste em mim!
CARLITO — Que isso, nega. (Puxa do bolso um bolo de dinheiro) Eu sair do emprego, mas peguei esse dinheiro de um trabalho extra que eu fiz aí.
MAZÉ — Que monte de trabalho extra é esse que você faz, Carlito? Toda hora você me aparece que esses bolinhos de dinheiro.
CARLITO — Relaxa, nega. Isso aqui é uma coisa lícita. Eu fiz uns bicos aí na obra da casa da dona Yolanda.
MAZÉ — Sei. Depois eu vou confirmar essa história com a dona Yolanda.
Ela vai para o quarto desconfiadíssima.
CORTA PARA:
CENA 02. APART DE MARTA. QUARTO GÊMEOS. INT. NOITE.
Continuação imediata da última cena do capítulo anterior.
MARTA — Pro seu irmão está com isso aqui dentro de casa…. Só me resta pensar que isso aqui é fruto de roubo.
MIGUEL — O Gael roubando? Não. Ele não faria uma coisa dessas, mãe.
MARTA — E de que forma você explicaria esse monte de coisas aqui?
MIGUEL — Sei lá, mãe. Mas deve haver outra explicação. O meu irmão não! Ele não faria isso!
MARTA — Só nos resta agora esperar o Gael chegar e perguntar ele sobre a procedência dessas coisas.
MIGUEL — Eu sei que ele não roubou.
MARTA — Eu só vou acreditar quando ele chegar e me provar que não meteu a mão nas coisas dos outros. E esse monte de dinheiro?
MIGUEL — Isso ele pode ter sacado no banco.
MARTA — Sim, mas hoje em dia com débito, cheque, por que ele manteria esse dinheiro dentro de casa?
MIGUEL — Não sei. Mas pelo volume é um dinheiro que nós temos Então, trate de descartar hipótese de roubo da sua cabecinha, dona Marta.
Fecha em Marta ali aflita. Instantes. Tensão.
CORTA PARA:
CENA 03. APART DE RICARDO E RÔ. SALA. INT. NOITE.
Ricardo e Karina ali sentados à mesa. Eles estão jantando.
KARINA — Dona Rosangela mais uma vez não vem jantar com a gente.
RICARDO — Pois é, filha. Sua mãe ultimamente tem priorizado mais o trabalho do que a família.
KARINA — E eu não sei? Toda vez que eu tento conversar com ela, ela praticamente me ignora e fica trabalhando pro computador.
RICARDO — A sua mãe está ficando viciada em trabalho.
KARINA — A famosa workaholic.
RICARDO — E isso não está certo. Ela tem que dar mais atenção pra família.
KARINA — Eu sei, pai. Mas se a carreira é tão importante pra ela, nós temos que respeitar isso.
Fecha em Ricardo indignado.
CORTA PARA:
CENA 04. APART DE FLÁVIA. SALA. INT. NOITE.
Flávia, Vicente e Murilo sentados à mesa jantando.
MURILO — Pai, eu posso te fazer uma pergunta?
VICENTE — Claro, meu filho. O que você quer saber?
MURILO — Por que o senhor nunca dorme em casa e quando vem, passa rápido e vai embora?
Vicente engole seco e olha pra Flávia que também está desconfortável.
FLÁVIA — Filho, vamos conversar sobre isso outro dia, que tal?
MURILO — Não. Eu não sei quando ele vai aparecer de novo.
FLÁVIA — Filho, esse assunto não é pra ser falado a mesa.
MURILO — Que saco!
VICENTE — Filho, eu prometo que depois eu te explico quando eu tiver mais tempo.
MURILO — Só quero ver. O senhor e a mamãe adoram me enganar.
FLÁVIA — Você viu a mamãe, Vicente?
VICENTE — Vi. Assim que cheguei ela estava lá embaixo conversando com um cara.
FLÁVIA — Mamãe conversando? Nunca!
VICENTE — Você me entendeu, né, Flávia?!
Ela cai na real.
CORTA PARA:
CENA 05. APART DE VICENTE E CRIS. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.
Cristina e Adriana sentadas a mesa jantando.
ADRIANA — Não tô gostando do seu Vicente não jantar com a gente todos os dias.
CRISTINA — Eu também não, filha. Mas se é negócios que ele está fazendo, nós temos que entender.
ADRIANA — Mas que cliente é esse, mãe?
CRISTINA — Não sei não, minha filha.
ADRIANA — Como assim a senhora não sabe? Vocês dois que são donos da construtora Macedo, não são?
CRISTINA — Claro.
ADRIANA — Então a senhora também deveria saber desse cliente.
CRISTINA — Mas o Ricardo disse que esse cliente só quer falar com ele.
ADRIANA — A senhora sabe o nome desse cliente?
CRISTINA — Não.
ADRIANA — Então eu acho que a senhora deveria investigar na empresa.
CRISTINA — Verdade. Amanhã mesmo eu vou mandar a Ana descobrir quem é esse cliente misterioso do Ricardo.
CORTA PARA:
CENA 06. APART DE MARTA. SALA. INT. NOITE.
Marta e Miguel ali sentados. Marta nervosa.
MARTA — Cadê o Gael que até agora nada?
MIGUEL — Calma, mãe.
MARTA — Calma nada! Se o Gael estiver por aí aprontando, ele vai sair dessa casa! Eu que não vou querer ele aqui dentro da minha casa fazendo besteira por aí.
MIGUEL — Eu tenho certeza que há uma explicação plausível pra isso, mãe.
MARTA — Assim espero, né, Miguel? Assim espero.
Fecha em Miguel ali aflito.
CORTA PARA:
CENA 07. MANSÃO MORAES. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.
Glória ali jantando. Sol vem da sala de estar.
SOL — Pronto, mãe. Marquei a nossa visita pra amanhã.
GLÓRIA — Que bom.
SOL — E aí eu estava pensando: nós vamos de avião, de carro?
GLÓRIA — Você sabe muito bem que eu não vou de avião de jeito nenhum! Nós Isso aconteceu há anos atrás. Agora as coisas estão mais tecnológicas e seguras.
GLÓRIA — Não. De jeito nenhum eu piso em um avião de novo! Só eu sei o que passei naquela vez.
SOL — É… Eu conheço bem essa história. Papai contava essa história dando altas gargalhadas.
GLÓRIA — É, pra ele era fácil. Estava acostumado a voar, agora eu não.
Fecha em Sol sorrindo e Glória não gosta nadinha. Instantes.
CORTA PARA:
CENA 08. APART DE ALFREDO E RENATA. SALA. INT. NOITE.
Alfredo, Renata e Bruna sentados à mesa jantando. Bruna ao cel.
ALFREDO — Eu não consigo me conformar com certas coisas!
RENATA — Como assim, meu amor? Do que é que você está falando?
ALFREDO — Da Bruna.
BRUNA — O que é que tem eu?
ALFREDO — Você não sai desse celular nem na hora das refeições.
BRUNA — Ah pai… Pelo amor… Descola de mim.
ALFREDO — Olha aí, Renata. Olha como ela tá falando. Você tá andando com algum playboyzinho por aí?
BRUNA — Que playboyzinho o que, pai? Eu vi isso numa série.
RENATA — Filha, mas nesse ponto aí eu tenho que concordar com o seu pai. Você precisa largar esse celular.
BRUNA — Tá bom.
Ela larga o cel. sobre a mesa.
BRUNA — Pronto. Estão felizes agora? Sobre o que vamos conversar?
ALFREDO — Que tal como você está indo na escola e suas notas?
Ela que estava bebendo suco, logo engasga.
RENATA — Que isso, filha?
ALFREDO — Isso só serviu pra provar ainda mais a minha teoria de que você está um caos na escola.
BRUNA — Tá bom, pai. O senhor venceu. Eu estou com dificuldades em matemática.
ALFREDO — Ótimo ouvir isso. Agora vamos.
BRUNA — Pra onde?
ALFREDO — Estudar! (P/Renata) Fica aí, meu amor. Nós temos que trabalhar o bicho chamado matemática.
Os dois saem da sala e Renta fica ali sem entender nada. Instantes.
CORTA PARA:
CENA 09. RIO DE JANEIRO. EXT. NOITE.
Takes descontínuos do passar de algumas horas.
CORTA PARA:
CENA 10. PRÉDIO DE FLÁVIA E RICARDO. FACHADA. EXT. NOITE.
Atenção Edição: Ligar no áudio com a cena anterior.
Jandira conversando com o mesmo homem. Vicente sai do prédio. Ela dispensa o homem e se aproxima de Vicente.
JANDIRA — E aí empresário da construção? Como você está?
VICENTE — Estou bem, Jandira. Obrigado por perguntar. E você como está?
JANDIRA — Eu estou levando, né? Vendo o meu neto ficar falando no pai que só aparece à noite pra jantar todo dia.
VICENTE — Ah, Jandira… Não vamos ter essa conversa de novo, né?
JANDIRA — Vamos! Vamos sim ter essa conversa de novo! Até quando você pretende ficar enganando o meu neto? O que você e a Flávia fazem com ele não é justo.
VICENTE — Eu sei que não é justo. Mas como é que você quer que eu explique pra ele que eu tenho outra família?
JANDIRA — Outra família não. Outra família é essa aqui! Aquela lá é a sua verdadeira família! Eu sempre falei com a Flávia, mas ela nunca me ouve. O fogo foi tanto que acabou engravidando de homem casado.
VICENTE — Não vem querendo dá uma de santinha não, que isso você não é e todo muno sabe!
JANDIRA — Claro que todo mundo sabe! Eu não sou como você que vive por aí de aparências e enganando uma pobre criança!
VICENTE — E você então? Que fica por aí se agarrando com homens que tem idade pra serem seus filhos!? E olhe se não tiverem idade para serem seus netos!
JANDIRA — Retire o que disse!
VICENTE — Não retiro! Não retiro!
Ele entra no carro, dá a partida e vai se afastando.
JANDIRA — (P/si, indignada) Sujeitinho mais insuportável!
Ela entra no prédio. CAM mostra o carro de Rosangela se aproximando. Ele entra na garagem do prédio. Instantes.
CORTA PARA:
CENA 11. APART DE RICARDO E RÔ. SALA. INT. NOITE.
Sala escura. Rô chega do trabalho e acende a luz. Ricardo ali sentado.
RICARDO — Olá, Rosangela. Boa noite.
ROSANGELA — (Se assusta) Ai que susto, Ricardo!
RICARDO — Calma. Tá se assustando à toa assim por quê?
ROSANGELA — À toa. Você aí feito sei lá o que no escuro, me assusta e diz que eu estou me assustando à toa?
RICARDO — Estava te esperando.
ROSANGELA — Pra quê?
RICARDO — Para conversarmos.
ROSANGELA — Sinto muito, Ricardo. Mas eu trabalhei até tarde. O que eu preciso agora é de um banho e depois cama.
Ele vai para o quarto, Ricardo fica ali insatisfeito.
CORTA PARA:
CENA 12. LEBLON. ORLA. EXT. NOITE.
Gael ali caminhando bebendo vodca na garrafa. Ele se senta num banco e ali fica bebendo. Miguel vem caminhando de longe, quando avista o irmão. Ele se aproxima rapidamente.
MIGUEL — Gael? Por que você tá desse jeito, meu irmão?
GAEL — (Bêbado) Eu sou um merda, Miguel.
MIGUEL — Que isso, Gael? Não fale uma coisa essas. Por que você sumiu cara?
GAEL — (Bêbado) Eu estava por aí resolvendo algumas coisas.
MIGUEL — Que coisas?
GAEL — (Bêbado) Não te interessa.
MIGUEL — Vamos?
GAEL — (Bêbado) Pra onde?
MIGUEL — Como assim: pra onde? Vamos pra casa. Vem eu te ajudo.
Miguel vai carregando o irmão.
MIGUEL — E cadê seu carro, Gael?
GAEL — (Bêbado) Tá ali mais à frente.
CORTA PARA:
CENA 13. APART DE RICARDO E RÔ. QUARTO CASAL. INT. NOITE.
Ricardo ali sentado sério. Rô sai da suíte enrolada na toalha.
ROSANGELA — Que cara é essa, Ricardo? Parece que comeu e não gostou.
RICARDO — Essa é a cara de um homem que raramente janta com sua esposa.
ROSANGELA — Ah que isso, Ricardo? Por que o drama agora?
RICARDO — Ah… Então você acha que isso é drama? Você tá colocando o trabalho acima de sua família e eu estou com drama?
ROSANGELA — Ricardo, tenta entender que eu estou vivendo um momento maravilhoso na minha carreira. Eu nunca estive tão perto de receber uma promoção como estou agora.
RICARDO — Esse que é o problema, né, Rosangela? Você sempre quer avançar mais e mais na sua carreira.
ROSANGELA — E você acha que eu tô errada por isso?
RICARDO — Não. Mas eu acho que você não deveria colocar isso a frente de sua família.
ROSANGELA — Isso é passageiro, meu amor. Assim que conseguir a promoção, vou ver se tiro umas férias pra gente curtir juntinhos em Fernando de Noronha. O que você acha, hein?
Ela vai beijar ele, mas ele se recusa levantando e sai arrematando.
RICARDO — (Duvida) Sei.
Ele sai e ela bufa. Instantes.
CORTA PARA:
INTERVALO COMERCIAL
CENA 14. APART DE MARTA. SALA. INT. NOITE.
Marta ali sentada aflita. Miguel chega com Gael.
MARTA — (Se desespera) Meu Deus. O que aconteceu com o seu irmão, Miguel?
MIGUEL — Nada não, mãe. Ele só tá bêbado.
MARTA — Gael, nós precisamos ter uma conversa seríssima!
MIGUEL — Agora não, né, mãe? Ele não está em condições alguma de ter essa conversa hoje.
MARTA — Tem razão, meu filho.
MIGUEL — Me ajuda a colocar ele na cama.
Os dois vão para o quarto carregando Gael.
CORTA PARA:
CENA 15. CASA DE CARLITO E MAZÉ. COZINHA. INT. NOITE.
Mazé e Carlito ali jantando.
MAZÉ — Tô preocupada com a Juliana. Ela não chegou até agora.
CARLITO — Se preocupa não nega. Ela deve tá atrás de serviço.
MAZÉ — Mas até essa hora.
JULIANA — (OFF) Oh de casa. Alguém aí?
CARLITO — Aqui filha, na cozinha.
Ju vem da sala.
MAZÉ — Graças a Deus você chegou, minha filha.
CARLITO — Sua mãe tava aqui preocupada com você.
JULIANA — Eu fui naquela entrevista que eu falei pra vocês.
MAZÉ — Mas e aí, minha filha? Como foi?
JULIANA — Péssimo. Eu ainda fiz um treinamento, e mesmo assim não fui aprovada.
CARLITO — Mas você recebeu pelo dia, né?
JULIANA — Recebi nada. Eu trabalhei de graça.
CARLITO — Mas isso é um absurdo! Aonde foi esse treinamento? Eu vou lá tirar umas satisfações com o dono!
MAZÉ — Não vai fazer nada não, Carlito! Deixa isso pra lá. Juliana ainda não conseguiu nada, mas eu tenho certeza que a porta de emprego pra ela ainda vai se abrir.
Fecha em Carlito ainda indignado. Instantes.
CORTA PARA:
CENA 16. APART DE MARTA. QUARTO GÊMEOS. INT. NOITE.
Gael ali dormindo. Marta e Miguel ali olhando ele dormir.
MARTA — O seu irmão não tem jeito mais não. Só Jesus mesmo.
MIGUEL — Que isso, mãe? Não fale assim. Eu tenho certeza que ele ainda vai se encontrar e parar com isso.
MARTA — O pior é que eu agora vou ter que ficar até amanhã sem saber o que significa esse monte de dinheiro e essas joias.
MIGUEL — É, mais um dia sem saber não mata ninguém, né?
MARTA — Verdade.
MIGUEL — Eu acho que vou dormir na sala hoje. Se não, corro o risco de acordar alcoolizado.
MARTA — Para de bobeira garoto.
MIGUEL — Para de bobeira o que, mãe? Olha o ar como está poluído. É bem capaz de eu chegar perto do fogão amanhã e o apartamento todo explodir.
Os dois saem do quarto.
CORTA PARA:
CENA 17. MANSÃO MORAES. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.
Sol ali em pé bebendo uma xícara de café.
SOL — (P/si) Amanhã eu vou conhecer a minha nova casa. Não vejo logo a hora. Rio de Janeiro, aí vou eu…
Fecha nela que sorrir. Instantes.
CORTA PARA:
CENA 18. RIO DE JANEIRO. EXT. AMANHECER.
Takes descontínuos completíssimos do amanhecer no Rio. Nascer do sol, pássaros voam no céu. Instantes.
CORTA PARA:
CENA 19. LEBLON. AVENIDA À BEIRA DA PRAIA. EXT. DIA.
Atenção Edição: Ligar no áudio com a cena anterior.
Carro de Sol vindo. Ela e Glória olhando as paisagens e o mar maravilhadas. Elas acenam para as pessoas na orla que respondem.
CORTA PARA:
CENA 20. LEBLON. PRÉDIO CHIQUE. FACHADA. EXT. DIA.
Atenção Edição: Ligar no áudio com a cena anterior.
Uma corretora de imóveis ali na calçada a esperar. Carro de Sol aproxima-se. Ela e Glória saltam.
SOL — Você deve ser a corretora Marina.
CORRETORA — Isso, sou eu mesma.
Elas se cumprimentam com um apero de mãos.
CORRETORA — Como foi de viagem.
SOL — Foi bem graças a Deus.
GLÓRIA — É, mas bem que nós poderíamos ter morrida na serra das Araras com essa péssima motorista aqui. Aquilo lá é ultrapassagem pra se fazer em lugar perigoso?
SOL — Ai, mamãe chega. Nós já conversamos sobre isso, eu já me desculpei. O que mais a senhora quer que eu faça?
GLÓRIA — Tenha mais responsabilidade ao volante. Eu não sair de São Paulo pra morrer no Rio de Janeiro.
Sol percebe que a corretora está sem graça.
SOL — É aqui nesse prédio que fica o tríplex?
CORRETORA — Sim, é aqui mesmo. Eu aposto que vocês vão adorar a casa.
SOL — Pelo que eu vi nas fotos vou adorar mesmo!
GLÓRIA — Vamos parar com a conversinha paralela e entrar logo.
Elas entram no prédio.
CORTA PARA:
CENA 21. TRÍPLEX. SALA ENORME. INT. DIA.
Atenção Edição: Ligar no áudio com a cena anterior.
Elas entram. Sol e Glória ficam impressionadas.
GLÓRIA — Nossa. Olha o tamanho dessa sala.
SOL — Pois é. Parece que essa sala chega ser maior do que da nossa mansão em São Paulo.
GLÓRIA — Com certeza é maior.
CORRETORA — Esse tríplex tem 240 metros quadrados. Divididos em três andares, como o nome já diz. Aqui embaixo temos as salas de estar, jantar e a cozinha enorme. No segundo, vamos pra lá agora.
Elas sobem a escada.
CORTA PARA:
CENA 22. TRÍPLEX. SEGUNDO ANDAR. CORREDOR. INT. DIA.
Atenção Edição: Ligar no áudio com a cena anterior.
Elas ali caminhando.
GLÓRIA — Não me diga que esse corredor enorme aqui é só dos quartos?
CORRETORA — Exatamente. São seis quartos, sendo quatro com suíte.
SOL — Adorei tudo.
CORRETORA — Vamos para o terceiro andar aonde temos uma piscina na cobertura.
SOL — Mas essa piscina ela é coletiva ou particular?
CORRETORA — Particular. Só os moradores do tríplex tem acesso a essa piscina.
SOL — Então vamos logo que eu quero ver essa piscina.
Elas sobem a escada.
CORTA PARA:
CENA 23. TRÍPLEX. TERCEIRO ANDAR. INT. DIA.
Atenção Edição: Ligar no áudio com a cena anterior.
Elas terminam se subir a escada e ficam ali paradas.
CORRETORA — Aqui como vocês podem ver tem essa área que pode ser utilizada para colocar um bar e lá fora temos a piscina.
SOL — Só de olhar daqui eu fiquei encantada com a piscina.
Sol e a corretora vão para a piscina, Glória fica ali.
GLÓRIA — O que não me encantou nenhum pouco foi o valor disso tudo aqui.
Ela vai para fora.
CORTA PARA:
CENA 24. TRÍPLEX. COBERTURA COM PISCINA. EXT. DIA.
Atenção Edição: Ligar no áudio com a cena anterior.
Sol e a Corretora ali olhando a vista maravilhosa da cobertura. Glória se aproxima.
SOL — Olha só essa vista que linda, mãe.
CAM mostra a vista lindíssima, mas não é de frente com a praia.
GLÓRIA — É… Linda. Aposto que o valor é lindo também!
CORRETORA — Não tem nenhuma surpresa, dona Glória. O valor é o mesmo que vocês viram do site.
SOL — Jura? Então precisamos fechar negócio agora mesmo
Fecha em Glória séria.
CORTA PARA:
CENA 25. LEBLON. ORLA. EXT. DIA.
Orla movimentadíssima. Sol e Glória ali caminhando e tomando água de coco.
GLÓRIA — Eu ainda não acredito que você me fez comprar aquela casa enorme.
SOL — Ah mãe, vai se legal morar aqui.
GLÓRIA — Logo que compramos esta casa nós temos que correr ao máximo e se mudar pra lá.
SOL — Eu sei, mas ainda vai demorar um pouco até irmos pra lá, né, mãe? A casa é muito grande.
GLÓRIA — Só o valor que a gente vai gastar mobiliando aquela casa, é o valor de mercado dela.
SOL — Ah, mãe. Larga e ser exagerada.
Corta para um ponto mais à frente das duas: Miguel atravessa a rua e entra na orla e começa a correr. Ele está com short e camiseta, garrafinha presa ao corpo e fone de ouvido. Ele está atlético.
CAM vai alternando entre os dois. Miguel vem se aproximando e se distrai com um cachorro que ele quase o “atropela”.
MIGUEL — (P/cachorro) Toma cuidado aí amiguinho.
Ele esbarra em Sol. Rapidamente tira o fone e arremata.
MIGUEL — Desculpe senhora. Eu juro que não a vi.
Fecha em Sol encarando o FILHO. Instantes. Suspense. Tensão.
CORTA PARA:
FIM DO 9º CAPÍTULO