PARTES DE MIM

NOVELA DE:

RAMON SILVA

ESCRITA POR:

RAMON SILVA

PERSONAGENS DESTE CAPÍTULO

ADRIANA

ALFREDO

BRUNA

CARLITO

CRISTINA

FLÁVIA

GAEL

GLÓRIA

JANDIRA

JULIANA

KARINA

MARTA

MAZÉ

MIGUEL

MURILO

RENATA

RICARDO

ROSANGELA

SOL

VICENTE

PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS:

CORRETORA, DELEGADO, MENDIGA, GÊMEOS (Com, 02, 10, 15 anos)

CENA 01. CASA DE MAZÉ E CARLITO. SALA. INT. NOITE.

Carlito ali deitado puxando um ronco. Mazé chega do trabalho.

MAZÉ            —  Ai Jesus. Que transporte público é esse? Você cansa mais no transporte do que no trabalho. (Vê Carlito ali) Que isso…? Mas o que é que é isso? Que isso? (Dá tapas nele) Acorda, Carlito!

Ele dá um pulo do sofá.

CARLITO      —  Ai nega. Que susto você me deu.

MAZÉ            —  Posso saber o que o senhor faz neste sofá dormindo ao invés de estar trabalhando?

CARLITO      —  Como assim? Você já sabe o que eu estava fazendo no sofá. Eu estava dormindo, como você mesma disse.

MAZÉ            —  Não desvia o rumo da conversa não, Carlito. Você não tinha arrumado um emprego?

CARLITO      —  Tinha.

MAZÉ            —  E por que não está trabalhando?

CARLITO      —  Porque eu fui demitido.

MAZÉ            —  Ah… Mas que novidade. Daqui a pouco não vai mais ter nenhuma firma que te aceite, Carlito! Você não para nem um mês no emprego. Me diga. Como a gente vai sobreviver desse jeito?

CARLITO      —  Oh, nega

Se aproxima dela.

MAZÉ            —  Não chega perto de mim e nem encoste em mim!

CARLITO      —  Que isso, nega. (Puxa do bolso um bolo de dinheiro) Eu sair do emprego, mas peguei esse dinheiro de um trabalho extra que eu fiz aí.

MAZÉ            —  Que monte de trabalho extra é esse que você faz, Carlito? Toda hora você me aparece que esses bolinhos de dinheiro.

CARLITO      —  Relaxa, nega. Isso aqui é uma coisa lícita. Eu fiz uns bicos aí na obra da casa da dona Yolanda.

MAZÉ            —  Sei. Depois eu vou confirmar essa história com a dona Yolanda.

Ela vai para o quarto desconfiadíssima.

CORTA PARA:

CENA 02. APART DE MARTA. QUARTO GÊMEOS. INT. NOITE.

Continuação imediata da última cena do capítulo anterior.

MARTA        —  Pro seu irmão está com isso aqui dentro de casa…. Só me resta pensar que isso aqui é fruto de roubo.

MIGUEL        —  O Gael roubando? Não. Ele não faria uma coisa dessas, mãe.

MARTA        —  E de que forma você explicaria esse monte de coisas aqui?

MIGUEL        —  Sei lá, mãe. Mas deve haver outra explicação. O meu irmão não! Ele não faria isso!

MARTA        —  Só nos resta agora esperar o Gael chegar e perguntar ele sobre a procedência dessas coisas.

MIGUEL        —  Eu sei que ele não roubou.

MARTA        —  Eu só vou acreditar quando ele chegar e me provar que não meteu a mão nas coisas dos outros. E esse monte de dinheiro?

MIGUEL        —  Isso ele pode ter sacado no banco.

MARTA        —  Sim, mas hoje em dia com débito, cheque, por que ele manteria esse dinheiro dentro de casa?

MIGUEL        —  Não sei. Mas pelo volume é um dinheiro que nós temos Então, trate de descartar hipótese de roubo da sua cabecinha, dona Marta.

Fecha em Marta ali aflita. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 03. APART DE RICARDO E RÔ. SALA. INT. NOITE.

Ricardo e Karina ali sentados à mesa. Eles estão jantando.

KARINA       —  Dona Rosangela mais uma vez não vem jantar com a gente.

RICARDO     —  Pois é, filha. Sua mãe ultimamente tem priorizado mais o trabalho do que a família.

KARINA       —  E eu não sei? Toda vez que eu tento conversar com ela, ela praticamente me ignora e fica trabalhando pro computador.

RICARDO     —  A sua mãe está ficando viciada em trabalho.

KARINA       —  A famosa workaholic.

RICARDO     —  E isso não está certo. Ela tem que dar mais atenção pra família.

KARINA       —  Eu sei, pai. Mas se a carreira é tão importante pra ela, nós temos que respeitar isso.

Fecha em Ricardo indignado.

CORTA PARA:

CENA 04. APART DE FLÁVIA. SALA. INT. NOITE.

Flávia, Vicente e Murilo sentados à mesa jantando.

MURILO       —  Pai, eu posso te fazer uma pergunta?

VICENTE      —  Claro, meu filho. O que você quer saber?

MURILO       —  Por que o senhor nunca dorme em casa e quando vem, passa rápido e vai embora?

Vicente engole seco e olha pra Flávia que também está desconfortável.

FLÁVIA        —  Filho, vamos conversar sobre isso outro dia, que tal?

MURILO       —  Não.  Eu não sei quando ele vai aparecer de novo.

FLÁVIA        —  Filho, esse assunto não é pra ser falado a mesa.

MURILO       —  Que saco!

VICENTE      —  Filho, eu prometo que depois eu te explico quando eu tiver mais tempo.

MURILO       —  Só quero ver. O senhor e a mamãe adoram me enganar.

FLÁVIA        —  Você viu a mamãe, Vicente?

VICENTE      —  Vi. Assim que cheguei ela estava lá embaixo conversando com um cara.

FLÁVIA        —  Mamãe conversando? Nunca!

VICENTE      —  Você me entendeu, né, Flávia?!

Ela cai na real.

CORTA PARA:

CENA 05. APART DE VICENTE E CRIS. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.

Cristina e Adriana sentadas a mesa jantando.

ADRIANA     —  Não tô gostando do seu Vicente não jantar com a gente todos os dias.

CRISTINA     —  Eu também não, filha. Mas se é negócios que ele está fazendo, nós temos que entender.

ADRIANA     —  Mas que cliente é esse, mãe?

CRISTINA     —  Não sei não, minha filha.

ADRIANA     —  Como assim a senhora não sabe? Vocês dois que são donos da construtora Macedo, não são?

CRISTINA     —  Claro.

ADRIANA     —  Então a senhora também deveria saber desse cliente.

CRISTINA     —  Mas o Ricardo disse que esse cliente só quer falar com ele.

ADRIANA     —  A senhora sabe o nome desse cliente?

CRISTINA     —  Não.

ADRIANA     —  Então eu acho que a senhora deveria investigar na empresa.

CRISTINA     —  Verdade. Amanhã mesmo eu vou mandar a Ana descobrir quem é esse cliente misterioso do Ricardo.

CORTA PARA:

CENA 06. APART DE MARTA. SALA. INT. NOITE.

Marta e Miguel ali sentados. Marta nervosa.

MARTA        —  Cadê o Gael que até agora nada?

MIGUEL        —  Calma, mãe.

MARTA        —  Calma nada! Se o Gael estiver por aí aprontando, ele vai sair dessa casa! Eu que não vou querer ele aqui dentro da minha casa fazendo besteira por aí.

MIGUEL        —  Eu tenho certeza que há uma explicação plausível pra isso, mãe.

MARTA        —  Assim espero, né, Miguel? Assim espero.

Fecha em Miguel ali aflito.

CORTA PARA:

CENA 07. MANSÃO MORAES. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.

Glória ali jantando. Sol vem da sala de estar.

SOL               —  Pronto, mãe. Marquei a nossa visita pra amanhã.

GLÓRIA        —  Que bom.

SOL               —  E aí eu estava pensando: nós vamos de avião, de carro?

GLÓRIA        —  Você sabe muito bem que eu não vou de avião de jeito nenhum! Nós Isso aconteceu há anos atrás. Agora as coisas estão mais tecnológicas e seguras.

GLÓRIA        —  Não. De jeito nenhum eu piso em um avião de novo! Só eu sei o que passei naquela vez.

SOL               —  É… Eu conheço bem essa história. Papai contava essa história dando altas gargalhadas.

GLÓRIA        —  É, pra ele era fácil. Estava acostumado a voar, agora eu não.

Fecha em Sol sorrindo e Glória não gosta nadinha. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 08. APART DE ALFREDO E RENATA. SALA. INT. NOITE.

Alfredo, Renata e Bruna sentados à mesa jantando. Bruna ao cel.

ALFREDO     —  Eu não consigo me conformar com certas coisas!

RENATA       —  Como assim, meu amor? Do que é que você está falando?

ALFREDO     —  Da Bruna.

BRUNA         —  O que é que tem eu?

ALFREDO     —  Você não sai desse celular nem na hora das refeições.

BRUNA         —  Ah pai… Pelo amor… Descola de mim.

ALFREDO     —  Olha aí, Renata. Olha como ela tá falando. Você tá andando com algum playboyzinho por aí?

BRUNA         —  Que playboyzinho o que, pai? Eu vi isso numa série.

RENATA       —  Filha, mas nesse ponto aí eu tenho que concordar com o seu pai. Você precisa largar esse celular.

BRUNA         —  Tá bom.

Ela larga o cel. sobre a mesa.

BRUNA         —  Pronto. Estão felizes agora? Sobre o que vamos conversar?

ALFREDO     —  Que tal como você está indo na escola e suas notas?

Ela que estava bebendo suco, logo engasga.

RENATA       —  Que isso, filha?

ALFREDO     —  Isso só serviu pra provar ainda mais a minha teoria de que você está um caos na escola.

BRUNA         —  Tá bom, pai. O senhor venceu. Eu estou com dificuldades em matemática.

ALFREDO     —  Ótimo ouvir isso. Agora vamos.

BRUNA         —  Pra onde?

ALFREDO     —  Estudar! (P/Renata) Fica aí, meu amor. Nós temos que trabalhar o bicho chamado matemática.

Os dois saem da sala e Renta fica ali sem entender nada. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 09. RIO DE JANEIRO. EXT. NOITE.

Takes descontínuos do passar de algumas horas.

CORTA PARA:

CENA 10. PRÉDIO DE FLÁVIA E RICARDO. FACHADA. EXT. NOITE.

Atenção Edição: Ligar no áudio com a cena anterior.

Jandira conversando com o mesmo homem. Vicente sai do prédio. Ela dispensa o homem e se aproxima de Vicente.

JANDIRA      —  E aí empresário da construção? Como você está?

VICENTE      —  Estou bem, Jandira. Obrigado por perguntar. E você como está?

JANDIRA      —  Eu estou levando, né? Vendo o meu neto ficar falando no pai que só aparece à noite pra jantar todo dia.

VICENTE      —  Ah, Jandira… Não vamos ter essa conversa de novo, né?

JANDIRA      —  Vamos! Vamos sim ter essa conversa de novo! Até quando você pretende ficar enganando o meu neto? O que você e a Flávia fazem com ele não é justo.

VICENTE      —  Eu sei que não é justo. Mas como é que você quer que eu explique pra ele que eu tenho outra família?

JANDIRA      —  Outra família não. Outra família é essa aqui! Aquela lá é a sua verdadeira família! Eu sempre falei com a Flávia, mas ela nunca me ouve. O fogo foi tanto que acabou engravidando de homem casado.

VICENTE      —  Não vem querendo dá uma de santinha não, que isso você não é e todo muno sabe!

JANDIRA      —  Claro que todo mundo sabe! Eu não sou como você que vive por aí de aparências e enganando uma pobre criança!

VICENTE      —  E você então? Que fica por aí se agarrando com homens que tem idade pra serem seus filhos!? E  olhe se não tiverem idade para serem seus netos!

JANDIRA      —  Retire o que disse!

VICENTE      —  Não retiro! Não retiro!

Ele entra no carro, dá a partida e vai se afastando.

JANDIRA      —  (P/si, indignada) Sujeitinho mais insuportável!

Ela entra no prédio. CAM mostra o carro de Rosangela se aproximando. Ele entra na garagem do prédio. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 11. APART DE RICARDO E RÔ. SALA. INT. NOITE.

Sala escura. Rô chega do trabalho e acende a luz. Ricardo ali sentado.

RICARDO     — Olá, Rosangela. Boa noite.

ROSANGELA — (Se assusta) Ai que susto, Ricardo!

RICARDO     —  Calma. Tá se assustando à toa assim por quê?

ROSANGELA — À toa. Você aí feito sei lá o que no escuro, me assusta e diz que eu estou me assustando à toa?

RICARDO     —  Estava te esperando.

ROSANGELA — Pra quê?

RICARDO     —  Para conversarmos.

ROSANGELA — Sinto muito, Ricardo. Mas eu trabalhei até tarde. O que eu preciso agora é de um banho e depois cama.

Ele vai para o quarto, Ricardo fica ali insatisfeito.

CORTA PARA:

CENA 12. LEBLON. ORLA. EXT. NOITE.

Gael ali caminhando bebendo vodca na garrafa. Ele se senta num banco e ali fica bebendo. Miguel vem caminhando de longe, quando avista o irmão. Ele se aproxima rapidamente.

MIGUEL        —  Gael? Por que você tá desse jeito, meu irmão?

GAEL            —  (Bêbado) Eu sou um merda, Miguel.

MIGUEL        —  Que isso, Gael? Não fale uma coisa essas. Por que você sumiu cara?

GAEL            —  (Bêbado) Eu estava por aí resolvendo algumas coisas.

MIGUEL        —  Que coisas?

GAEL            —  (Bêbado) Não te interessa.

MIGUEL        —  Vamos?

GAEL            —  (Bêbado) Pra onde?

MIGUEL        —  Como assim: pra onde? Vamos pra casa. Vem eu te ajudo.

Miguel vai carregando o irmão.

MIGUEL        —  E cadê seu carro, Gael?

GAEL            —  (Bêbado) Tá ali mais à frente.

CORTA PARA:

CENA 13. APART DE RICARDO E RÔ. QUARTO CASAL. INT. NOITE.

Ricardo ali sentado sério. Rô sai da suíte enrolada na toalha.

ROSANGELA —         Que cara é essa, Ricardo? Parece que comeu e não gostou.

RICARDO     —  Essa é a cara de um homem que raramente janta com sua esposa.

ROSANGELA —         Ah que isso, Ricardo? Por que o drama agora?

RICARDO     —  Ah… Então você acha que isso é drama? Você tá colocando o trabalho acima de sua família e eu estou com drama?

ROSANGELA —         Ricardo, tenta entender que eu estou vivendo um momento maravilhoso na minha carreira. Eu nunca estive tão perto de receber uma promoção como estou agora.

RICARDO     —  Esse que é o problema, né, Rosangela? Você sempre quer avançar mais e mais na sua carreira.

ROSANGELA —         E você acha que eu tô errada por isso?

RICARDO     —  Não. Mas eu acho que você não deveria colocar isso a frente de sua família.

ROSANGELA —         Isso é passageiro, meu amor. Assim que conseguir a promoção, vou ver se tiro umas férias pra gente curtir juntinhos em Fernando de Noronha. O que você acha, hein?

Ela vai beijar ele, mas ele se recusa levantando e sai arrematando.

RICARDO     —  (Duvida) Sei.

Ele sai e ela bufa. Instantes.

CORTA PARA:

INTERVALO COMERCIAL

CENA 14. APART DE MARTA. SALA. INT. NOITE.

Marta ali sentada aflita. Miguel chega com Gael.

MARTA        —  (Se desespera) Meu Deus. O que aconteceu com o seu irmão, Miguel?

MIGUEL        —  Nada não, mãe. Ele só tá bêbado.

MARTA        —  Gael, nós precisamos ter uma conversa seríssima!

MIGUEL        —  Agora não, né, mãe? Ele não está em condições alguma de ter essa conversa hoje.

MARTA        —  Tem razão, meu filho.

MIGUEL        —  Me ajuda a colocar ele na cama.

Os dois vão para o quarto carregando Gael.

CORTA PARA:

CENA 15. CASA DE CARLITO E MAZÉ. COZINHA. INT. NOITE.

Mazé e Carlito ali jantando.

MAZÉ            —  Tô preocupada com a Juliana. Ela não chegou até agora.

CARLITO      —  Se preocupa não nega. Ela deve tá atrás de serviço.

MAZÉ            —  Mas até essa hora.

JULIANA      —  (OFF) Oh de casa. Alguém aí?

CARLITO      —  Aqui filha, na cozinha.

Ju vem da sala.

MAZÉ            —  Graças a Deus você chegou, minha filha.

CARLITO      —  Sua mãe tava aqui preocupada com você.

JULIANA      —  Eu fui naquela entrevista que eu falei pra vocês.

MAZÉ            —  Mas e aí, minha filha? Como foi?

JULIANA      —  Péssimo. Eu ainda fiz um treinamento, e mesmo assim não fui aprovada.

CARLITO      —  Mas você recebeu pelo dia, né?

JULIANA      —  Recebi nada. Eu trabalhei de graça.

CARLITO      —  Mas isso é um absurdo! Aonde foi esse treinamento? Eu vou lá tirar umas satisfações com o dono!

MAZÉ            —  Não vai fazer nada não, Carlito! Deixa isso pra lá. Juliana ainda não conseguiu nada, mas eu tenho certeza que a porta de emprego pra ela ainda vai se abrir.

Fecha em Carlito ainda indignado. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 16. APART DE MARTA. QUARTO GÊMEOS. INT. NOITE.

Gael ali dormindo. Marta e Miguel ali olhando ele dormir.

MARTA        —  O seu irmão não tem jeito mais não. Só Jesus mesmo.

MIGUEL        —  Que isso, mãe? Não fale assim. Eu tenho certeza que ele ainda vai se encontrar e parar com isso.

MARTA        —  O pior é que eu agora vou ter que ficar até amanhã sem saber o que significa esse monte de dinheiro e essas joias.

MIGUEL        —  É, mais um dia sem saber não mata ninguém, né?

MARTA        —  Verdade.

MIGUEL        —  Eu acho que vou dormir na sala hoje. Se não, corro o risco de acordar alcoolizado.

MARTA        —  Para de bobeira garoto.

MIGUEL        —  Para de bobeira o que, mãe? Olha o ar como está poluído. É bem capaz de eu chegar perto do fogão amanhã e o apartamento todo explodir.

Os dois saem do quarto.

CORTA PARA:

CENA 17. MANSÃO MORAES. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

Sol ali em pé bebendo uma xícara de café.

SOL               —  (P/si) Amanhã eu vou conhecer a minha nova casa. Não vejo logo a hora. Rio de Janeiro, aí vou eu…

Fecha nela que sorrir. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 18. RIO DE JANEIRO. EXT. AMANHECER.

Takes descontínuos completíssimos do amanhecer no Rio. Nascer do sol, pássaros voam no céu. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 19. LEBLON. AVENIDA À BEIRA DA PRAIA. EXT. DIA.

Atenção Edição: Ligar no áudio com a cena anterior.

Carro de Sol vindo. Ela e Glória olhando as paisagens e o mar maravilhadas. Elas acenam para as pessoas na orla que respondem.

CORTA PARA:

CENA 20. LEBLON. PRÉDIO CHIQUE. FACHADA. EXT. DIA.

Atenção Edição: Ligar no áudio com a cena anterior.

Uma corretora de imóveis ali na calçada a esperar. Carro de Sol aproxima-se. Ela e Glória saltam.

SOL               —  Você deve ser a corretora Marina.

CORRETORA —         Isso, sou eu mesma.

Elas se cumprimentam com um apero de mãos.

CORRETORA —         Como foi de viagem.

SOL               —  Foi bem graças a Deus.

GLÓRIA        —  É, mas bem que nós poderíamos ter morrida na serra das Araras com essa péssima motorista aqui. Aquilo lá é ultrapassagem pra se fazer em lugar perigoso?

SOL               —  Ai, mamãe chega. Nós já conversamos sobre isso, eu já me desculpei. O que mais a senhora quer que eu faça?

GLÓRIA        —  Tenha mais responsabilidade ao volante. Eu não sair de São Paulo pra morrer no Rio de Janeiro.

Sol percebe que a corretora está sem graça.

SOL               —  É aqui nesse prédio que fica o tríplex?

CORRETORA —         Sim, é aqui mesmo. Eu aposto que vocês vão adorar a casa.

SOL               —  Pelo que eu vi nas fotos vou adorar mesmo!

GLÓRIA        —  Vamos parar com a conversinha paralela e entrar logo.

Elas entram no prédio.

CORTA PARA:

CENA 21. TRÍPLEX. SALA ENORME. INT. DIA.

Atenção Edição: Ligar no áudio com a cena anterior.

Elas entram. Sol e Glória ficam impressionadas.

GLÓRIA        —  Nossa. Olha o tamanho dessa sala.

SOL               —  Pois é. Parece que essa sala chega ser maior do que da nossa mansão em São Paulo.

GLÓRIA        —  Com certeza é maior.

CORRETORA —         Esse tríplex tem 240 metros quadrados. Divididos em três andares, como o nome já diz. Aqui embaixo temos as salas de estar, jantar e a cozinha enorme. No segundo, vamos pra lá agora.

Elas sobem a escada.

CORTA PARA:

CENA 22. TRÍPLEX. SEGUNDO ANDAR. CORREDOR. INT. DIA.

Atenção Edição: Ligar no áudio com a cena anterior.

Elas ali caminhando.

GLÓRIA        —  Não me diga que esse corredor enorme aqui é só dos quartos?

CORRETORA —         Exatamente. São seis quartos, sendo quatro com suíte.

SOL               —  Adorei tudo.

CORRETORA — Vamos para o terceiro andar aonde temos uma piscina na cobertura.

SOL               —  Mas essa piscina ela é coletiva ou particular?

CORRETORA —         Particular. Só os moradores do tríplex tem acesso a essa piscina.

SOL               —  Então vamos logo que eu quero ver essa piscina.

Elas sobem a escada.

CORTA PARA:

CENA 23. TRÍPLEX. TERCEIRO ANDAR. INT. DIA.

Atenção Edição: Ligar no áudio com a cena anterior.

Elas terminam se subir a escada e ficam ali paradas.

CORRETORA —         Aqui como vocês podem ver tem essa área que pode ser utilizada para colocar um bar e lá fora temos a piscina.

SOL               —  Só de olhar daqui eu fiquei encantada com a piscina.

Sol e a corretora vão para a piscina, Glória fica ali.

GLÓRIA        —  O que não me encantou nenhum pouco foi o valor disso tudo aqui.

Ela vai para fora.

CORTA PARA:

CENA 24. TRÍPLEX. COBERTURA COM PISCINA. EXT. DIA.

Atenção Edição: Ligar no áudio com a cena anterior.

Sol e a Corretora ali olhando a vista maravilhosa da cobertura. Glória se aproxima.

SOL               —  Olha só essa vista que linda, mãe.

CAM mostra a vista lindíssima, mas não é de frente com a praia.

GLÓRIA        —  É… Linda. Aposto que o valor é lindo também!

CORRETORA —         Não tem nenhuma surpresa, dona Glória. O valor é o mesmo que vocês viram do site.

SOL               —  Jura? Então precisamos fechar negócio agora mesmo

Fecha em Glória séria.

CORTA PARA:

CENA 25. LEBLON. ORLA. EXT. DIA.

Orla movimentadíssima. Sol e Glória ali caminhando e tomando água de coco.

GLÓRIA        —  Eu ainda não acredito que você me fez comprar aquela casa enorme.

SOL               —  Ah mãe, vai se legal morar aqui.

GLÓRIA        —  Logo que compramos esta casa nós temos que correr ao máximo e se mudar pra lá.

SOL               —  Eu sei, mas ainda vai demorar um pouco até irmos pra lá, né, mãe? A casa é muito grande.

GLÓRIA        —  Só o valor que a gente vai gastar mobiliando aquela casa, é o valor de mercado dela.

SOL               —  Ah, mãe. Larga e ser exagerada.

Corta para um ponto mais à frente das duas: Miguel atravessa a rua e entra na orla e começa a correr. Ele está com short e camiseta, garrafinha presa ao corpo e fone de ouvido. Ele está atlético.

CAM vai alternando entre os dois. Miguel vem se aproximando e se distrai com um cachorro que ele quase o “atropela”.

MIGUEL        —  (P/cachorro) Toma cuidado aí amiguinho.

Ele esbarra em Sol. Rapidamente tira o fone e arremata.

MIGUEL        —  Desculpe senhora. Eu juro que não a vi.

Fecha em Sol encarando o FILHO. Instantes. Suspense. Tensão.

CORTA PARA:

FIM DO 9º CAPÍTULO

 

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