PARTES DE MIM

NOVELA DE:

RAMON SILVA

ESCRITA POR:

RAMON SILVA

PERSONAGENS DESTE CAPÍTULO

ADRIANA

ANA

ALFREDO

CARLITO

CRISTINA

FLÁVIA

GAEL

GLÓRIA

JANDIRA

JULIANA

KARINA

MARTA

MAZÉ

MIGUEL

PEDRO

RENATA

RICARDO

ROSANGELA

SOL

VICENTE

PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS:

ARMANDO, HOSTESS, RODRIGO.

CENA 01. BARRA SHOPPING. INT. DIA.

Shopping cheio. Flávia e Renata ali caminhando, já com algumas sacolas.

FLÁVIA        —  Ai amiga, as coisas lá em casa não estão nada boas.

RENATA       —  Por que, amiga? Aconteceu alguma coisa?

FLÁVIA        —  A minha mãe agora deu pra implicar no meu relacionamento secreto com o Vicente.

RENATA       —  Mas ela sempre fez isso!

FLÁVIA        —  Eu sei. Mas agora é diferente, né? O Murilo tá com oito anos, ele tá percebendo o que tem alguma coisa acontecendo.

RENATA       —  Pelo jeito essa conversa vai ser longa. Vamos comer alguma coisa?

FLÁVIA        —  Claro.

As duas caminham para a praça de alimentação.

CORTA PARA:

CENA 02. APART DE MARTA. SALA. INT. DIA.

Continuação imediata da cena última cena do capítulo anterior.

MIGUEL        —  E agora, mãe? O que eu faço?

MARTA        —  Como assim o que você faz? Vai atrás do seu irmão!

Ele sai correndo e Marta fica ali aflita.

MARTA        —  (P/si) Ai meu Deus. Era só o que me faltava a essa altura do campeonato eles brigarem!

Ela fica ali aflitíssima. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 03. PRÉDIO DE MARTA. GARAGEM. INT. DIA.

Gael dá a partida no carro e Miguel entra na frente e arremata.

MIGUEL        —  Espera aí, Gael! A gente precisa conversar!

GAEL            —  Eu não tenho nada pra conversar com você! Sai da minha frente!

MIGUEL        —  Não. Eu não saio daqui até a gente conversar! Não fui eu que falei nada pra dona Marta. Muito pelo contrário. Eu estava tentando tirar essa ideia de que você tinha roubado aquelas coisas da cabeça dela!

GAEL            —  Não vem querendo me enganar com essa sua imagem de bom moço não, que eu não acredito em você! E saia da minha frente senão eu vou passa por cima!

MIGUEL        —  Espera aí, cara!

Gael avança com o carro e para.

GAEL            —  Eu tô avisando, Miguel! Sai da minha frente!

MIGUEL        —  Espera cara, vamos conversar!

Gael acelera e quando Miguel se dá conta que ele não vai parar, se joga no chão e ele sai feito um louco da garagem. Fechamos em Miguel ali no chão aflito e assustado. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 04. UNIVERSIDADE NOVO RIO. FACHADA. EXT. DIA.

Continuação imediata da cena 19 do capítulo anterior.

KARINA       —  O que você quer comigo?

ADRIANA     —  Eu queria te pedir uma coisa, posso?

KARINA       —  Claro.

ADRIANA     —  Eu notei que você é ótima em interiores e queria a sua ajuda, pode ser?

KARINA       —  Mas você está pedindo ajuda justo pra mim?

ADRIANA     —  Sim. Por quê? Qual é o problema?

KARINA       —  Você é uma das melhores da turma.

ADRIANA     —  Sim, mas até os melhores têm dificuldades. E então, você aceita me ajuda?

KARINA       —  Tudo bem.

As duas entram na universidade conversando fora de áudio. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 05. HOTEL DE LUXO. QUARTO. INT. DIA.

Sol ali sentada mexendo no cel. Glória olhando o frigobar.

GLÓRIA        —  Esse hotel aqui é dos bons mesmo, hein!

SOL               —  (Olhando pro cel.) Por quê?

GLÓRIA        —  Até chocolate suíço tem dentro desse frigobar.

SOL               —  (Olhando pro cel.) É… Esse é um dos melhores hotéis da região.

GLÓRIA        —  O que tanto você ver nesse celular?

SOL               —  Aqui, achei. Eu estava procurando um designer de interiores.

GLÓRIA        —  Pra quê?

SOL               —  Como “pra quê”? Pra ajudar a gente a decorar a nossa casa da melhor maneira possível.

GLÓRIA        —  Mas esse designer cobra caro?

SOL               —  Não sei. Isso eu vou discutir com ele no almoço.

GLÓRIA        —  Que almoço?

SOL               —  Que nós acabamos de marcar.

Sol vai para a suíte.

GLÓRIA        —  (P/si) Como esse povo de hoje em dia é rápido, não?

CORTA PARA:

CENA 06. JORNAL. COPA. INT. DIA.

Rosangela ali a tomar um cafezinho, pensativa. Alfredo entra e vai preparar um (cafezinho) para ele também.

ALFREDO     —  E aí, Rosangela? Pensando na matéria que escreveu ontem?

ROSANGELA —         Não. Eu na verdade estou pensando em umas coisas que andam acontecendo em casa.

ALFREDO     —  Ah sim. E você quer conversar sobre?

ROSANGELA —         Ah não, Alfredo. Eu não vou ficar falando dos meus problemas pessoais com o meu chefe.

ALFREDO     —  Que isso, Rô? Nós somos amigos, não somos?

ROSANGELA —         Somos.

ALFREDO     —  Então. Amigos são pra essas coisas mesmo.

Uma figurante entra e arremata.

FIGURANTE —  Alfredo, o Sérgio quer falar com você agora.

ALFREDO     —  (P/Figurante) Fala pra ele que eu já estou indo.

FIGURANTE —  Tá bom.

Ela sai da copa.

ALFREDO     —  A chefia tá me chamando. A nossa conversa vai ter que ficar pra depois.

ROSANGELA —         Tudo bem. Vai lá ver o que o chefe máster quer.

Alfredo sai e Rosangela fica ali pensativa a tomar seu cafezinho. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 07. UNIVERSIDADE NOVO RIO. SALA DE AULA. INT. DIA.

Sala com poucas pessoas. Adriana e Karina ali sentadas. Karina termina de fazer alguns cálculos matemáticos.

KARINA       —  É desse jeito aqui que se faz.

ADRIANA     —  Ah sim. Agora eu entendi. Não sei pra que matemática em arquitetura!

KARINA       —  Mas é necessário. Sem a matemática, nós não saberíamos quantos metros de tal material precisaríamos.

ADRIANA     —  Verdade. Às vezes eu acho que escolhi o curso errado, sabe?

Miguel chega meio atordoado.

MIGUEL        —  Meu amor, eu preciso desabafar!

ADRIANA     —  Claro, Miguel. Mas que cara é essa? O que aconteceu?

MIGUEL        —  Algumas coisas aí. (P/Karina) Oi, Karina. Desculpa não ter falado contigo.

KARINA       —  Não. Tudo bem.

ADRIANA     —  (P/Karina) Depois a gente continua, tá, Karina?

KARINA       —  Tá bom.

ADRIANA     —  Vem, meu amor.

Os dois saem da sala de aula. Karina fica ali sem entender nada. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 08. APART DE MARTA. SALA. INT. DIA.

Marta ali em pé. Inquieta, anda de um lado para o outro. Mazé chega do mercado com algumas sacolas.

MAZÉ            —  Shiii… Pela cara tô vendo que aconteceu alguma coisa. E essa coisa não foi nada boa.

MARTA        —  Não foi mesmo! A palavra certa é: Péssimo!

MAZÉ            —  E como todas as coisas que andam acontecendo nessa casa tem a ver com o Gael, aposto que isso também foi com ele. Acertei, não acertei?

MARTA        —  (Meneia a cabeça que sim) Ele ouviu uma conversa minha com o Miguel aqui na sala e ficou muito invocado porque o Miguel me ajudou e foi ele que me deu a ideia de mexer nas coisas dele. O Miguel até tentou explicar, mas o Gael não quis ouvir e disse que ele poderia esquecer que tinha um irmão.

MAZÉ            —  Ei tá…! Essa é a primeira vez que isso acontece. E do jeito que o Gael é, ele vai mesmo levar isso a sério. Vai ficar um bom tempo agora com raiva do irmão.

MARTA        —  O pior é que o Miguel saiu daqui feito louco atrás do irmão dele e não me ligou dando notícias até agora.

MAZÉ            —  A senhora ligou pra ele?

MARTA        —  Liguei, mas ele deixou o celular em casa hoje.

MAZÉ            —  Aí complica tudo.

Fecha em Marta aflitíssima. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 09. UNIVERSIDADE NOVO RIO. CANTINA. INT. DIA.

Cantina bastante movimentada. Miguel e Adriana ali sentados conversando.

MIGUEL        —  Foi horrível, meu amor. Ele disse que eu poderia esquecer que tenho um irmão.

ADRIANA     —  Imagino como deve ter sido. Mas não fica assim não, meu amor. Eu tenho certeza que o Gael falou isso da boca pra fora! Daqui a pouco vocês se entendem.

MIGUEL        —  Não. Você não conhece o Gael. Quando ele fala uma coisa, pode ter certeza que é assim que vai ser!

ADRIANA     —  Bom, meu amor. Nesse caso então você vai ter que sei lá… Tentar conversar com ele.

MIGUEL        —  (Determinado) É isso mesmo que eu vou fazer! Nós somos irmãos e não podemos ficar brigados por causa de uma besteira como essa!

ADRIANA     —  É isso aí! Assim que se fala!

CAM mostra Karina escondida a observar os dois. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 10. CONSTRUTORA MACEDO. SALA DE CRIS. INT. DIA.

Cristina ali sentada, distante (em pensamento) e Ricardo falando e mostrando no notebook um gráfico. Para ela, fora de áudio, mas nós ouvimos o que ele diz nitidamente.

RICARDO     —  Como você pode ver aqui nesse gráfico, nós estamos gastando demais com coisas desnecessárias. E se não mudarmos este quadro, a empresa tende a aumentar cada vez mais em suas despesas e consequentemente acabar nas ruínas! (Percebe que Cris está distante) Você está ouvindo o que eu estou falando, Cristina?

CRISTINA     —  (Cai na real) Ah sim… Eu entendi tudo que você disse.

RICARDO     —  Ah é? Porque não foi o que pareceu.

CRISTINA     —  Desculpa, Ricardo. Mas é que esse cliente que o Vicente tá jantando todos os dias está me deixando com uma pulga atrás das orelhas.

RICARDO     —  E por que você não pergunta a ele quem é esse cliente misterioso?

CRISTINA     —  E adianta? Não! O Vicente não me fala nada!

RICARDO     —  Aí fica difícil.

CRISTINA     —  Eu até pedi para Ana tentar descobrir alguma coisa, mas eu acho que ela não vai conseguir nada.

RICARDO     —  Cristina, eu se fosse você tentaria de alguma forma descobrir quem é essa pessoa sem que ele saiba.

Fecha em Cristina pensativa. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 11. CONSTRUTORA MACEDO. SALA VICENTE. INT. DIA.

Vicente ali sentado quando arremata.

VICENTE      —  (P/si) Tô desconfiando que a Cris tá querendo saber quem é o “cliente”. Como é que eu faço pra sair dessa agora, hein? Se eu não parar com isso o quanto antes ela vai desconfiar mais ainda. Seu burro! Como eu sou burro! Eu não deveria ter inventado nada sobre cliente. Eu poderia ter falado qualquer outra coisa, menos cliente. Agora eu vou ter que arrumar um cliente fantasma pra ela não desconfiar de nada.

Ele fica ali pensativo, sério. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 12. BARRA SHOPPING. PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO. INT. DIA.

Local cheio. Renata e Flávia ali sentadas tomando suco e comendo sanduíche natural.

RENATA       —  Mas amiga, a sua mãe não tem moral alguma pra falar de você! Ela é a mulher mais louca com a idade que ela tem que eu conheço!

FLÁVIA        —  Pois é, né, amiga. Mas é como diz o ditado: pimenta nos olhos dos outros é refresco…

RENATA       —  Mas se bem que parando pra pensar… Você nunca pensou em contar toda a verdade pro Murilo?

FLÁVIA        —  Pensar eu até pensei, mas não tem a menor condição de contar pra um menino de oito anos que o pai dele é “bígamo”.

RENATA       —  É, realmente ele ainda é muito pequeno pra saber disso.

FLÁVIA        —  Só que ao mesmo tempo eu fico morrendo de pena dele. Poxa, o Vicente nunca vai na escolinha ver o menino jogando bola. Aí eu sempre tenho que inventar uma desculpa. Ele tá crescendo desconfiado.

RENATA       —  Com toda razão, né amiga!? Você tá num beco sem saída e não vai conseguir alimentar essa mentira por muito mais tempo não.

Fecha em Flávia ali aflita. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 13. CASA DE CARLITO E MAZÉ. SALA. INT. DIA.

Carlito ali deitado no sofá assistindo TV. Juliana vem da cozinha com baldes e vassouras. Ela para perante o pai que fica sem entender nada.

CARLITO      —  Que isso, minha filha? Que baldes e que vassouras são essas?

JULIANA      —  É pro senhor e pra mim.

CARLITO      —  Como assim?

JULIANA      —  Logo que estamos aqui sem fazer nada aí eu pensei: “que tal a gente faxinar a casa e livrar a dona Mazé de fazer isso no fim de semana?”.

CARLITO      —  Eu? Limpar a casa? Minha filha você sabe muito bem que eu estou com problema na lombar. Eu não posso fazer esse tipo de esforço.

JULIANA      —  Ah, não pode não, é?

CARLITO      —  Claro que não.

JULIANA      —  Não foi o que a mamãe me disse.

CARLITO      —  O que a linguaruda da Mazé falou pra você?

JULIANA      —  Olha como fala da mamãe! Ela disse que o senhor estava até trabalhando na obra da casa da dona Yolanda. Aí eu pensei: se ele tá trabalhando na obra, pode muito bem pegar numa vassoura.

CARLITO      —  Pois é, minha filha, mas você pensou errado. Pensou errado porque eu não posso te ajudar.

JULIANA      —  Mas por que não, pai? Se o senhor está aí deitado!

CARLITO      —  (Se levanta) Estava! Estava deitado! Agora eu tenho que sair pra resolver uns negócios aí!

Ele vai para o quarto.

JULIANA      —  (P/si, indignada) Sempre correndo pra não ajudar com as tarefas de casa.

CORTA PARA:

CENA 14. CASA DE CARLITO. QUARTO CASAL. INT. DIA.

Clima de suspense! Carlito entra e fecha a porta. Pega um saco plástico preto na gaveta do criado mudo e vai até o guarda roupa aonde pega uma coisa e coloca dentro do saco preto, mas não conseguimos identificar o que é.

CARLITO      —  (P/si) Preciso tomar mais cuidado com isso. Se a Mazé ou a Ju descobrem isso aqui… Eu tô frito!

Ele sai do quarto com o saco preto. Instantes. Suspense. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 15. APART DE FLÁVIA. SALA. INT. DIA.

Jandira ali andando de um lado para o outro.

JANDIRA      —  (P/si) Eu não posso deixar o meu neto continuar sendo enganado por esses dois… Não posso! O coitadinho fica perdidinho da Silva com esses sumiços do canalha bígamo do Vicente! Que raiva que eu tenho da Flávia ter se deitado com esse homem! Maldita hora que ela fez isso!

Atenção Sonoplastia: cel. de Jandira começa a tocar. Ela atende.

JANDIRA      —  (Ao cel.) Alô? Ah, é você. Como estou? Vestida! Ah é? Então você quer me ver despida. Então vamos marcar naquele mesmo local de semana passada. Então tá. Até daqui a pouco. E oh… Não vá me apresentar mixaria, hein!

Ela desliga e sai para a rua sorrindo.

CORTA PARA:

CENA 16. UNI NOVO RIO. ESTACIONAMENTO. EXT. DIA.

Vários carros ali estacionados. Pedro ali mexendo no porta malas de seu carro. Carro de Gael se aproxima, entra na vaga, ele salta e vem até Pedro.

PEDRO          —  Que demora foi essa cara? Pela hora que você disse que tava saindo de casa, dava pra fazer umas cinco vezes da sua casa pra cá.

GAEL            —  Foi mal, cara. Mas é que eu nunca imaginei que guardar essas coisas pra você me deixaria com tantos problemas!

PEDRO          —  Como assim, cara?

GAEL            —  A minha mãe mexeu nas minhas coisas junto com o canalha do meu irmão. E ainda me acusaram de ter roubado isso!

PEDRO          —  Poxa, cara… Se eu soubesse que daria esse rolo todo não teria pedido pra você guardar pra mim!

GAEL            —  Não tem problema não, cara. Pelo menos eu pude ver o que a minha família pensa de mim.

CAM mostra Miguel que vem caminhando distraído. Quando ouve o irmão arrematar. Se esconde.

GAEL            —  Ainda bem que você me ligou hoje pedindo essas coisas.

CAM mostra Miguel ali a observar a cena. Gael entrega a Pedro o colar e o anel.

GAEL            —  Aqui está.

Reação de Miguel surpreso.

MIGUEL        —  (P/si) Então ele não estava mentindo. As coisas são mesmo de um amigo dele.

Ele fica ali surpreso. Instantes. Suspense. Tensão.

CORTA PARA:

INTERVALO COMERCIAL

CENA 17. UNI NOVO RIO. ESTACIONAMENTO. EXT. DIA.

Continuação imediata da cena anterior. CAM alternando nos dois e em Miguel escondido a observar.

PEDRO          —  Cara, me desculpa mesmo. Se eu soubesse que isso te traria tantos problemas, eu teria pedido pra outra pessoa

GAEL            —  Relaxa, cara. Tá tudo bem. Pode deixar que com a minha família eu me entendo.

PEDRO          —  Então nesse caso, eu só tenho a te agradecer. Obrigado, cara. Obrigado mesmo.

GAEL            —  Ah, que isso… Só fiz o que qualquer amigo faria. Agora eu quero saber quando vai sair esse pedido de casamento.

PEDRO          —  Em breve. Em breve. Valeu, cara.

GAEL            —  Valeu.

Pedro entra na universidade e Gael fica ali a sorrir.

GAEL            —  (P/si) Pelo menos em um lugar, as coisas tem que dar certo pra mim.

Ele entra na universidade. Miguel sai do esconderijo e fica ali intrigado. Instantes. Suspense.

CORTA PARA:

CENA 18. CONSTRUTORA MACEDO. SALA VICENTE. INT. DIA.

Vicente ali entregando uma papelada a Ana.

VICENTE      —  E isso aqui você leva para o financeiro.

ANA              —  Entrego ao seu Ricardo ou no departamento?

VICENTE      —  Pode entregar pro analista mesmo. Isso aí é ele quem faz.

Vicente ali a olhar pro notebook e Ana indecisa até que arremata.

ANA              —  Ok. (Sem jeito) Seu Vicente… Posso te fazer uma pergunta?

VICENTE      —  Dependendo do que for…

ANA              —  Estava eu dando uma olhada no cadastro de clientes e eu não vi esse cliente que o senhor está jantando com ele.

VICENTE      —  Mas o que é isso? Que audácia é essa? Você é paga para fazer o que a Cris e eu mandarmos e não ficar xeretando sistema atrás de cliente nenhum!

ANA              —  Desculpa seu Vicente, é que/

VICENTE      —  (Corta) Não interessa! Você está errada! Seja lá o que você ia dizer não tem relevância! Você errou e ponto final! Agora pode sair da minha sala.

ANA              —  Sim, senhor. Com licença.

Ana sai e fecha a porta.

VICENTE      —  (P/si) Mas será possível uma coisa dessas!? (Intrigado) Pera ai… Será que tem dedo da Cris nisso?

Ele fica ali intrigado. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 19. CONSTRUTORA MACEDO. RECEPÇÃO. INT. DIA.

Ana ali colocando as coisas sobre a mesa. Ricardo sai da sala de Cris.

RICARDO     —  Que cara é essa, Ana?

ANA              —  Cara de quem acabou se excedendo nos limites e perguntou demais sobre a vida do chefe.

RICARDO     —  Do Vicente? Mas o que você perguntou?

ANA              —  Sobre o tal cliente.

RICARDO     —  Você ficou maluca, Ana!? Desse jeito ele vai desconfiar que você está investigando.

ANA              —  Mas eu não sei mais o que fazer. Até o fim do dia eu tenho certeza que a dona Cristina vai querer uma resposta e eu não vou ter pra dar.

RICARDO     —  Fica tranquila. Fica tranquila que eu vou te ajudar nessa.

ANA              —  (Feliz) Sério? Ai, obrigado, Ricardo. Essa ajuda veio na hora certa.

RICARDO     —  É, mas não vá se acostumando não que eu só vou te ajudar porque eu também estou curioso pra saber quem é esse tal cliente.

ANA              —  E como é que você vai agir?

RICARDO     —  Um bem detetive nunca revela seus segredos!

Ele vai para sua sala com ela arrematando.

ANA              —  Hum…. Tá todo trabalhado no mistério hoje, hein!

CORTA PARA:

CENA 20. HOTEL DE LUXO. QUARTO. INT. DIA.

Sol ali perante o espelho terminando de se arrumar. Sob o olhar de Glória.

SOL               —  Ai, mãe. Não sei porque eu tô tão nervosa.

GLÓRIA        —  Calma, Sol. Pra que tudo isso se você vai ver o designer de interiores? Quem olha você assim até parece que vai ter um encontro romântico.

SOL               —  E vou!

GLÓRIA        —  (Estranha) Como é que é?

SOL               —  Eu tenho que conhecer bem o designer pra saber se ele é mesmo a pessoa certa pra decorar a nossa nova casa.

GLÓRIA        —  Só espero que esse rapaz aí saiba mesmo o que faz! Pelo que você me disse ele é novinho!

SOL               —  É verdade. Ele tem vinte e oito anos.

GLÓRIA        —  Shiii… É recém-formado. Com certeza nós vamos ser cobaias desse rapaz!

SOL               —  (Pega bolsa) Tá, mãe. Até mais tarde.

GLÓRIA        —  Vai lá, filha. Espero que esse jovem saiba realmente o que ele faz!

Sol sai. Glória olha pra porta.

GLÓRIA        —  (P/si) Agora que a Sol saiu, eu mereço um banho de espuma naquela banheira maravilhosa!

Ela vai para a suíte.

CORTA PARA:

CENA 21. LEBLON. RESTAURANTE CHIQUE. SALÃO. INT. DIA.

Restaurante cheio, clima sofisticado. Sol chega ao restaurante e fala com a Hostess

HOSTESS     —  Olá, boa tarde.

SOL               —  Boa tarde. Eu estou procurando a mesa sete. Ela foi reservada pelo Rodrigo.

HOSTESS     —  Ah sim. Me acompanhe, por favor.

As duas vão até uma mesa na qual, um jovem com estilo brega está sentado tomando água.

HOSTESS     —  (P/Sol) Fique à vontade, senhora. Qualquer coisa é só chamar.

SOL               —  Obrigado.

Ela se afasta.

RODRIGO     —  Você deve ser a Sol, né, minina?

SOL               —  Sim sou eu! Você é o Rodrigo, né?

RODRIGO     —  Claro que sou eu. Sente-se.

Ela estica a mão para cumprimentá-lo e ele dá dois beijinhos no rosto de Sol, que surpresa se senta.

SOL               —  Confesso que estou surpresa com o seu jeito.

RODRIGO     —  Como assim? Só por que eu estou dando pinta?

SOL               —  Não. Não é por isso não. Eu sou pela liberdade! Seja o que você quiser desde que você se senta bem. Eu estou surpresa porque eu imaginava uma pessoa totalmente diferente fisicamente.

RODRIGO     —  (Mente) Minina, mas eu não sou assim não. Essa roupa aqui é pra disfarçar.

SOL               —  Mas disfarçar de quê?

RODRIGO     —  (Mente) É que eu sou muito famoso aqui no Leblon entre as madames. E se elas me encontrarem na rua, eu não consigo me encontrar com mais cliente nenhuma. Porque eu sou muito disputado entes elas.

SOL               —  Ah, que bom saber disso.

Rodrigo continua a falar fora de áudio. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 22. CASA DE CARLITO E MAZÉ. COZINHA. INT. DIA.

Juliana ali a faxinar o armário, ela para e arremata intrigada.

JULIANA      —  (P/si, intrigada) Muito estranho…. Por que será que ele correu da faxina com desculpa de dor na lombar e depois me sai com aquele saco preto? Será que o pai tá escondendo alguma coisa de mim e da mãe?

Ela fica ali intrigada. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 23. BECO. EXT. DIA.

Beco com alguns bandidos ali. Carlito vem se aproximando e as pessoas começam a fugir dele. Que vem caminhando seriamente. Ele encontra Armando que arremata.

ARMANDO  —  Olha só quem está aqui. Quem está vivo sempre aparece, né.

CARLITO      —  Quero saber se vocês têm alguma coisa aí pra mim. Tô precisando de grana.

ARMANDO  —  É? Então você veio no lugar certo.

Closes alternados em Armando e Carlito. Instantes. Suspense. Tensão.

CORTA PARA:

 

FIM DO 11º CAPÍTULO

 

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