PARTES DE MIM

NOVELA DE:

RAMON SILVA

ESCRITA POR:

RAMON SILVA

PERSONAGENS DESTE CAPÍTULO

ADRIANA

ALFREDO 

ANA

BRUNA

CRISTINA

GAEL

GLÓRIA

JULIANA

KARINA

MARIA DE FÁTIMA

MARTA 

MAZÉ

MIGUEL

RENATA

RICARDO

ROSANGELA

SOL

PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS:

2ADVOGADOS, POLICIAL1, DELEGADO. 


CENA 01. DELEGACIA. SALA DO DELEGADO. INT. NOITE.

Continuação imediata da última cena anterior.

DELEGADO—  Tudo faz sentido o que, dona Solange?

SOL               —  Nada não, Delegado! Só estava pensando em voz alta.

DELEGADO—  Ah tá.

Fecha em Marta desconfiada. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 02. APART DE VICENTE E CRIS. SALA. INT. NOITE.

Cristina e Adriana vêm do quarto. 

ADRIANA     —  Mãe, a senhora não entende! Aquela menina não pode trabalhar na construtora!

CRISTINA     —  Mas filha… O estagiário de arquitetura vai trabalhar diretamente com o Vicente. Querendo ou não, a palavra final é dele!

ADRIANA     —  Isso não é justo!

CRISTINA     —  Eu sei, filha. Mas pode deixar que eu vou dar um jeito de você não ficar de fora dessa!

ADRIANA     —  Piada. É isso que eu virei. Eu vi os outros candidatos as vagas de estágio debochando da minha cara.

CRISTINA     —  Chega, Adriana! Eu não quero mais falar sobre isso. Eu vou dar um jeito de te colocar na construtora pra trabalhar diretamente comigo. O que você acha?

ADRIANA     —  Tá bom! Comigo lá dentro da construtora vai ficar mais fácil se livrar daquela tal de Karina.

CRISTINA     —  E pode contar com a minha ajuda! Eu sou completamente contra essa menina trabalhar na construtora.

CORTA PARA:

CENA 03. DELEGACIA. ANTE SALA. INT. NOITE.

Glória, Alfredo e o Advogado chegam.

ADVOGADO1    —      Vocês fiquem aqui. Qualquer informação só poderá ser dada depois de entendermos o que está acontecendo.

GLÓRIA        —  Tá bom. Vai lá e tira a minha filha dessa delegacia.

O advogado bate na porta da sala do Delegado e entra.

ALFREDO     —  O que pode ter acontecido pra Sol ter vindo parar na Delegacia?

GLÓRIA        —  Não sei, Alfredo. E você ainda me mandando ter calma com esse sumiço da Sol.

ALFREDO     —  Mas como que eu poderia imaginar, Glória que a saída pra espairecer da Sol resultaria nisso?

Miguel, Gael e o Advogado chegam.

GAEL            —  É naquela sala ali.

ADVOGADO2    —      Obrigado.

Ele entra na sala.

MIGUEL        —  Dona Glória?

GLÓRIA        —  Miguel? Faz tempo que não nos vemos.

MIGUEL        —  Pois é. Mas e a senhora como está?

GLÓRIA        —  Aflita com a Sol dentro daquela sala, mas estou indo.

MIGUEL        —  A Sol tá lá dentro da sala do delegado também?

GLÓRIA        —  Está sim. Por quê?

MIGUEL        —  Minha mãe também está lá dentro.

GLÓRIA        —  Mas o que será que a Sol e a sua mãe fizeram para estar juntas na sala do delegado?

Fecha em Alfredo olhando os gêmeos. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 04. DELEGACIA. SALA DO DELEGADO. INT. NOITE.

Advogado1 ali para defender Sol. E Advogado2 para defender Marta. Delegado sentado.

ADVOGADO1    —      Então, Delegado? Por que a minha cliente está aqui?

DELEGADO—  As clientes de ambos estão aqui porque estavam brigando na orla do Leblon.

ADVOGADO2    —      Brigando?

DELEGADO—  Exatamente. Estávamos esperando a chega de vocês para sabermos por qual motivo. E então? Quem começa a explicar?

MARTA        —  Eu posso começar.

DELEGADO—  Prossiga dona Marta.

MARTA        —  Eu estava caminhando pela orla tranquilamente, quando um jovem desmazelado quase me atropelou com um daqueles terríveis patinetes elétricos. E esbarrei nela. Mas acho que um esbarrão que não foi minha culpa, foi o motivo pra ela vir pra cima de mim e/

SOL               —  (Corta) Larga de ser mentirosa sua desgraçada! Você sabe muito bem que nós temos muita coisa a resolver!

ADVOGADO1    —      Sol, por favor. Depois você fala.

DELEGADO—  Contenha sua cliente. Continue, dona Marta.

MARTA        —  Foi então que ela me atacou e começou a falar um monte de coisas e eu não entendi nada. Ela tava me acusando de alguma coisa sendo que eu nunca vi essa mulher na minha vida.

DELEGADO—  Pois bem, dona Solange. Agora é a sua vez.

SOL               —  Até a parte em que ela esbarrou comigo por causa do jovem no patinete é verdade. Agora, o resto é tudo uma mentira deslavada. Essa mulher, foi minha empregada há vinte anos atrás. Época em que morávamos em São Paulo ainda. Ela esperou os meus filhos nascerem e depois os sequestrou!

DELEGADO—  Dona Solange, a senhora tem certeza do que está falando? São acusações gravíssimas!

SOL               —  Eu sei que é essa mulher mesmo! A polícia investigou por meses, mas não encontraram uma pista concreta para prendê-la. Na época, a polícia só soube que ela veio para o Rio de Janeiro porque foram até a rodoviária e confirmaram a informação.

DELEGADO—  A senhora está portando algum documento, dona Marta? E Sol também. Eu preciso de um documento seu.

MARTA        —  Sim. 

Ela tira da bolsa e passa ao delegado. Sol passa a identidade ao delegado.

DELEGADO—  Vou pedir para checarem no sistema.

O delegado sai da sala. Sol e Marta se encaram. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 05. DELEGACIA. ANTE SALA. INT. NOITE.

Delegado dirige-se até o balcão. Gael aproxima-se dele.

GAEL            —  Com licença, Delegado.

DELEGADO—  Pois não?

GAEL            —  A minha mãe está aí dentro e eu queria/

DELEGADO—  (Corta) Lamento, mas eu não posso passar nenhuma informação!

GAEL            —  Mas delegado/

DELEGADO—  (Corta) É contra a lei informar o que acontece dentro da sala do delegado durante um depoimento.

Gael desiste e se aproxima dos demais.

DELEGADO—  (P/Policial) Eu preciso que você cheque no sistema se há alguma informação com os nomes dessas duas mulheres.

POLICIAL1   —  Sim senhor.

O delegado volta pra sala.

MIGUEL        —  Não conseguiu nada, né, Gael?

GAEL            —  Não. O cara se recusou a dizer.

GLÓRIA        —  E enquanto isso a gente fica aqui sem saber o que tá acontecendo.

CORTA PARA:

CENA 06. APART DE RICARDO E RÔ. SALA. INT. NOITE.

Karina vem da cozinha com um copo de suco e se senta no sofá. Rô chega do trabalho.

ROSANGELA —Olá, filha.

KARINA       —  Oi, mãe. Nossa a senhora tá chegando bem tarde hoje, hein.

ROSANGELA —Pois é, filha. Mas hoje por incrível que pareça não foi por causa do trabalho.

KARINA       —  Ah não? Isso sim é uma novidade.

ROSANGELA —Engraçadinha. E seu pai já chegou?

KARINA       —  Sim. Ele táesperando a senhora no quarto.

ROSANGELA —Ai meu Deus. O que é dessa vez, hein?

KARINA       —  Não sei, mãe. Ele só me pediu pra falar isso pra senhora.

ROSANGELA —Deixa eu ver o que ele quer agora.

Ela vai para o quarto.

KARINA       —  (P/si) Estranho ela não ter comentado nada do aniversário de casamento. Espero que ela não tenha esquecido. Imagine a mancada que seria.

CORTA PARA:

CENA 07. APART DE RICARDO. QUARTO CASAL. INT. NOITE.

Ricardo ali olhando-se no espelho vestido elegantemente. Rô entra.

ROSANGELA —Pra que essa produção toda? E esse monte de perfume é esse? Parece que você estava submerso numa banheira de perfume.

RICARDO     —  Como assim, Rosangela? Eu achei que você ia chegar e dizer outra coisa. 

ROSANGELA —Que outra coisa?

RICARDO     —  (Decepcionado) Eu nem sei porque eu perco o meu tempo! Você só pensa em trabalho mesmo. Porque lembraria de uma data que pelo menos pra mim é super importante.

ROSANGELA —Do que você está falando Ricardo?

RICARDO     —  Nada não, Rosangela! Você como sempre deve tá com problemas na redação e esqueceu.

ROSANGELA —Olha, meu amor… Eu realmente estou com problemas na redação. Você acredita que a Demônia da Joana puxou o meu tapete e está no cargo que eu ocupava?

RICARDO     —  É sempre a mesma coisa.

Ricardo pega uma mala e começa a colocar suas rupas dentro.

ROSANGELA —Espera aí, Ricardo. O que você está fazendo?

RICARDO     —  Estou indo embora!

ROSANGELA —Mas por que isso agora, Ricardo?

RICARDO     —  Eu juro que eu tentei, Rosangela. Mas mesmo a esperança sendo a última que morre, a minha já morreu faz tempo!

ROSANGELA —Mas do que é que você estava falando, homem!

RICARDO     —  (Firme) Do nosso aniversário de vinte e dois anos de casados!  Mas como sempre você tem outras prioridades. Dentre elas a redação é a primeira.

ROSANGELA —(Segura ele pelo braço) Pera aí, Ricardo. Não faça isso, meu amor. Eu preciso de você! Justo agora que eu levei uma rasteira na redação com quem eu vou poder contar se você me abandonar?!”

RICARDO     —  Não sou eu quem abandonou esta relação e sim você! E não se preocupe. Se a redação é mais importante do que qualquer outra coisa na sua vida… Então apoie-se nela porque pra mim basta!!!

Ele fecha a mala com dificuldade de tão cheia e sai do quarto com Rosangela trás dele arrematando.

ROSANGELA —Espera aí, Ricardo! Não tem porque fazer isso!

CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 08. APART DE RICARDO E RÔ. SALA. INT. NOITE.

Ricardo com a mala vem do quarto e Rosangela atrás dele. Karina se assusta.

KARINA       —  Que isso, gente? Mas o que está acontecendo?

ROSANGELA —Fala pro seu pai que é loucura ele sair de casa!

KARINA       —  Como assim sair de cada?

RICARDO     —  Filha, você mais do que ninguém viu que eu sempre aturei o vício da sua mãe em trabalho. Sempre aturei muita coisa, mas tem uma hora em que você não aguenta mais.

KARINA       —  Mas pra onde o senhor vai, pai?

RICARDO     —  Eu fico em algum hotel!

KARINA        —(Chora) Vocês podem me explicar porque de uma hora pra outra o papai tá saindo de casa?

RICARDO     —  Pergunta pra sua mãe!

Ricardo pega sua mala e sai.

KARINA       —  Espera aí, pai!

Rosangela se deslumbra em lágrimas.

ROSANGELA —(Chorando) Eu não acredito que eu fui uma desgraçada pra esse casamento!

KARINA       —  Que isso, mãe? Não fale assim!

Karina abraça a mãe e fica ali aflita. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 09. APART DE RENATA. SALA. INT. NOITE.

Bruna vem do quarto com o cel. em mãos, aflita. Renata entra.

BRUNA         —  Nossa, Mãe! Finalmente. Estava aqui super preocupada com a senhora.

RENATA       —  Eu estava com uma amiga.

BRUNA         —  Ah, para! A senhora tava de fofoquinha com a Flávia, não atendeu as minhas ligações e eu aqui super preocupada?

RENATA       —  Eu não estava com a Flávia.

BRUNA         —  Ah não? Com quem estava então? Porque até onde eu sei a Flávia é sua única amiga.

RENATA       —  Amiga mesmo é a Flávia. Mas a Rosangela, que trabalha com seu pai na redação também pode ser considerada uma amiga.

BRUNA         —  E o que a senhora estava fazendo com essa Rosangela?

RENATA       —  Conversando.

BRUNA         —  Sobre?

RENATA       —  Aí você não acha que quer saber demais não?

BRUNA         —  Ah vai, mãe. Fala.

RENATA       —  Não!

Renata vai para o quarto e Bruna permanece ali desconfiada.

BRUNA         —  (P/si) Não quer falar? Não tem problema não! De um jeito ou de outro eu vou descobrir mesmo.

CORTA PARA:

CENA 10. LEBLON. QUIOSQUE. EXT. NOITE.

Maria de F. ali sentada tomando uma água de coco.

MARIA DE F.—  (P/si) Esperei a Marta demais já. Ela não veio, não atende as minhas ligações… Deve ter acontecido alguma coisa. (P/garçom) Traz a conta pra mim, garoto, por favor. 

Ele passa a ela a conta.

MARIA DE F.—  Mas isso tudo por uma água de coco e uns petiscos? Que assalto!

Ela abre a carteira e paga. O garçom se afasta.

MARIA DE F.—  (P/si) Marta não veio e eu ainda levei prejuízo! Ela que sempre paga a conta. Bom, vamos embora que amanhã tem mais.

Dois homens passam perto dela comentando…

HOMEM1      —  Você ficou sabendo das duas madames que caíram na porrada aqui na orla?

HOMEM2      —  Não. Não fiquei sabendo não, cara.

HOMEM1      —  Disseram que a coisa foi feia. Deu até polícia.

Maria de F. fica ali desconfiada. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 11. CASA DE CARLITO E MAZÉ. SALA. INT. NOITE.

Mazé ali sentada a assistir TV. Juliana vem da cozinha com água e um comprimido.

JULIANA      —  Toma o seu remedinho da pressão que deve ser por isso a dor de cabeça!

MAZÉ            —  Obrigada, filha.

Mazé toma o remédio. Ana chega do trabalho.

ANA              —  (Feliz) Boa noite, família!

As duas sérias, olham Ana.

ANA              —  Nossa! Mas que caras são essas?

JULIANA      —  Então você não sabe?

ANA              —  Não sei de que gente? Vocês estão me deixando nervosa.

JULIANA      —  Se acalme, Ana. Nós descobrimos hoje que/

MAZÉ            —  (Corta) Deixa que eu falo com a Ana, filha. Vai lá na cozinha se não a comida vai queimar.

Juliana vai para a cozinha. Ana se senta ao lado de Mazé.

ANA              —  Me conta, tia. O que é que está acontecendo?

MAZÉ            —  Sabe, Ana… É duro quando você descobre uma coisa dessas. O Carlito… Ele é um bandido!

ANA              —  (Reage forte) Como assim bandido, tia?

MAZÉ            —  Tá começando o Jornal agora. Assista que você vai entender.

ANA              —  Gente… De manhã eu saio e tá tudo bem e quando volto a noite essa é a grande notícia do dia.

MAZÉ            —  Pra você ver, Ana! Enquanto nós trabalhamos duro para sobreviver honestamente. O traste do Carlito vivia por aí roubando dos outros!

Fecha em Ana boquiaberta.

CORTA PARA:

CENA 12. RIO DE JANEIRO. EXT. NOITE.

Takes descontínuos da orla de Copacabana, Cristo Redentor iluminado. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 13. DELEGACIA. ANTE SALA. INT. NOITE.

Glória, Alfredo, Miguel e Gael ali aflitos.

MIGUEL        —  Tá demorando muito.

ALFREDO     —  Acalmem-se. Essas coisas demoram mesmo.

GLÓRIA        —  E ainda me entra esse homem com uns papéis que nós não sabemos do que se trata!

CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 14. DELEGACIA. SALA DO DELEGADO. INT. NOITE.

Delegado analisando a documentação traga pelo policial que permanece na sala. Sob os olhares curiosos dos advogados e clientes.

DELEGADO—  É, parece mesmo que o que a dona Solange disse é verdade.

CAM mostra a reação de Marta, nervosa.

ADVOGADO2    —      Como assim, delegado? Não estou entendendo.

DELEGADO—  A sua cliente há vinte anos atrás roubou os filhos dessa senhora!

MARTA        —  (Gritando) Não! Isso não é verdade! Vocês estão armando contra mim! Esses documentos são falsos!

ADVOGADO 2    —      Fique calma, dona Marta! Nós vamos dá um jeito nisso!

DELEGADO—  Não adiante negar, dona Marta! Todas essas informações que nós temos foram coletadas no depoimento da enfermeira que ajudou a senhora no roubo dos bebês. Depoimento esse que inclusive constava até uma prova, mas ela sumiu. Segundo o texto, tratava-se de um áudio no qual a senhora fazia a proposta e negociava com a enfermeira. E o nome da dona Solange Moraes foi citado.

SOL               —  (Dá tapas em Marta) Sua desgraçada! Desgraçada! Por sua causa eu não vi os meus filhos crescerem!

DELEGADO—  (Firme) contenha-se dona Solange! Contenha-se senão a senhora vai fazer companhia pra dona Marta essa noite.

MARTA        —  Como é que é? Eu não vou ser presa, vou?

ADVOGADO 2    — Com todas essas provas, dona Marta. Infelizmente a senhora terá que passar a noite aqui na cadeira. Amanhã entramos com o pedido do habeas corpus.

MARTA        —  Eu não vou passar a noite nesse moquifo!

SOL               —  Você merecia coisa pior sua vagabunda!

MARTA        —  Que isso? Pode isso Delegado? Eu estou sendo agredida verbalmente por essa mulher!

DELEGADO—  (P/Policial) Leve a dona Marta para a nova instalação dela!

O policial algema Marta e a leva.

MARTA        —  Isso não ai ficar assim! Não vai! Eu estou sendo injustiçada!

Ela sai com o policial.

CORTA PARA:

CENA 15. DELEGACIA. ANTE SALA. INT. NOITE.

Marta sai algemada com o policial e logo é abordada por Glória, Alfredo, Miguel e Gael.

MIGUEL        —  Mãe, pelo amor de Deus!

GAEL            —  O que aconteceu, mãe?

Marta olha com ódio para Alfredo e Glória.

GLÓRIA        —  Espera aí. Marta?

ALFREDO     —  A infeliz responsável pelo roubo dos meus filhos!

O policial a leva.

GLÓRIA        —  Justiça finalmente sendo feita!

MIGUEL        —  O que a nossa mãe fez pra tá sendo presa, Gael?

GAEL            —  Não sei, Miguel! Vamos esperar o advogado sair da sala do delegado.

Advogado2 sai da sala do delegado. Miguel e Gael o abordam.

MIGUEL        —  E então?

GAEL            —  Por que a nossa mãe tá sendo presa?

Closes alternados em todos. Instantes. Suspense.

CORTA PARA:

CENA 16. DELEGACIA. SALA DO DELEGADO. INT. NOITE.

Sol, Advogado1 e Delegado ali sentados.

SOL               —  Então é só eu assinar esses documentos e estou liberada?

DELEGADO—  Sim. Mas fique atenta por que com certeza dona Marta vai querer processá-la por ter a agredido.

SOL               —  Se vocês não tivessem chegado eu juro que não sei aonde pararíamos!

ADVOGADO1    —      Mas que loucura toda essa história.

Sol termina de assinar os documentos.

DELEGADO—  Prepare-se psicologicamente, dona Solange.

SOL               —  Por quê?

DELEGADO—  Há dois jovens gêmeos ali fora. Com certeza são os seus filhos.

Sol leva a mão até aboca de espanto.

CORTA PARA:

CENA 17. RUA DESERTA. CARRO. INT/ EXT. NOITE.

Carro estacionado. Ricardo ali já bêbado tomando uísque na garrafa mesmo.

RICARDO     —  (P/si) Como ela pôde esquecer depois de vinte e dois aniversários juntos? Tudo pra ela é aquela maldita redação!

Ele dá a partida no carro. 

RICARDO     —  (P/si) Vamos nos divertir! (Grita) Uuuuh

Corta para fora do carro: o carro vai se afastando fazendo ziguezague na rua. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 18. DELEGACIA. ANTE SALA. INT. NOITE.

Sol e Advogado1 saem da sala do delegado, ela chorando a olhar para os gêmeos 

MIGUEL        —  (Surpreso) Então quer dizer que a Sol é a nossa mãe?

ADVOGADO2    —      Sim. Vocês não têm porque duvidar. Foram apresentadas provas consistentes que incriminam e muito a dona Marta.

GAEL            —  Então… Nós vivemos vinte anos sob mentiras?

ADVOGADO2    —      É o que parece, Gael!

Os gêmeos olham para Sol, que está chorando muito.

SOL               —  Meus… Filhos! Alfredo. Nossos filhos!

ALFREDO     —  Sim, Sol! Eu ouvi.

Ela abre os braços e caminha em direção aos gêmeos e os dois chorando muito também caminham em direção a ela e os três se abraçam.

SOL               —  Meus filhos!

Alfredo aproxima-se e se junta aos três.

ALFREDO     —  Família unida novamente!

GLÓRIA        —  (Emocionada) Vinte anos e tudo se resolveu! Obrigado, meu Deus!

CAM foca no abraço da família unida depois de vinte anos. Instantes. Emoção.

CORTA PARA:

FIM DO 51º CAPÍTULO

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