PARTES DE MIM

NOVELA DE:

RAMON SILVA

ESCRITA POR:

RAMON SILVA

PERSONAGENS DESTE CAPÍTULO

ADRIANA

ALFREDO 

ANA

BRUNA

CARLITO

CRISTINA

FLÁVIA

GAEL

GLÓRIA

JULIANA

KARINA

MARTA 

MAZÉ

MIGUEL

MURILO

RENATA

RICARDO

ROSANGELA

SOL

VICENTE

PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS:

EQUIPE CIRÚRGICA, HOMEM, IMPRENSA, PARAMÉDICOS.

CENA 01. APART DE FLÁVIA. SALA. INT. NOITE.

Flávia e Vicente ali sentados.

FLÁVIA        —  Estranho o Murilo não ter saído do quarto pra comer.

VICENTE      —  Vai ver a sua mãe falou pra ele que eu estava aqui e ele não quis sair do quarto pra não dar de cara comigo.

FLÁVIA        —  Ai, meu amor, eu me sinto tão mal com tudo isso.

VICENTE      —  Se sente mal por que, Flávia? A culpa disso tudo é minha! Eu que não deveria ter essa vida dupla. Eu deveria ter largado a Cristina e ter vindo morar com você quando Murilo nasceu.

FLÁVIA        —  É, meu amor. Eu sempre sonhei com isso, mas infelizmente esse dia nunca chegou e agora resultou nisso estamos vivendo.

VICENTE      —  Uma pena eu ter deixado as coisas chegarem a esse ponto, mas agora eu estou pronto para consertar os meus erros!

Flávia sorrir e dá um beijinho nele.

CORTA PARA:

CENA 02. RIO DE JANEIRO. AVENIDA. EXT/ INT. NOITE.

Continuação imediata última cena do capítulo anterior. Carro de Alfredo ali ainda capotado com as rodas para cima. Corta para dentro do carro: ele ali desacordado, sangue escorrendo de sua cabeça. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 03. HOTEL DE LUXO. FACHADA. EXT. NOITE.

Carro de Sol ali estacionado. Sol e Glória saem do hotel vestidas elegantemente. 

SOL               —  Não sei pra que essa demora toda pra escolher esse vestidinho aí.

GLÓRIA        —  Ah, Sol… Me deixa, hein! Me deixa que eu tenho direito de demorar! Você mesma demora pra caramba! Não vem agora querendo dar uma de que se decide rápido, que isso você não faz!

SOL               —  Só acho que foi tempo demais à toa. Pra escolher esse vestidinho aí eu demoraria no máximo uns dez minutos!

GLÓRIA        —  Sei. Não vou nem argumentar pra gente não jantar uma de cara feia pra outra. Mas aonde é esse restaurante mesmo?

SOL               —  Não é muito longe daqui.

GLÓRIA        —  Não sei pra que sair do hotel pra jantar se aqui dentro tem um restaurante maravilhoso!

SOL               —  Ah, mãe, pelo amor de Deus! A senhora gostou tanto desse hotel que parece que quer viver aqui o resto da vida! O que é que custa a gente sair de vez em quando e fazer alguma coisa diferente num lugar diferente?

GLÓRIA        —  Tudo bem, Sol. Você venceu. Mas se o restaurante for uma droga, se prepare pra ouvir umas poucas e boas!

As duas entram no carro com Sol arrematando.

SOL               —  Já estou ouvindo e olha que senhora mal saiu do hotel e nem viu o restaurante ainda!

O carro dá a partida e vai se afastando. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 04. APART DE VICENTE E CRIS. SALA. INT. NOITE.

Cris ali sentada pensativa… Adriana vem do quarto.

ADRIANA     —  Ah, já chegou, né? Onde a senhora foi que eu te procurei e a empregada disse que a senhora tinha saído?

CRISTINA     —  Fui resolver umas coisinhas…

ADRIANA     —  E essas coisinhas não se chamam Vicente, encrenca, não né?

CRISTINA     —  Claro que não, filha! Tinha até esquecido que aquele ser que se chama Vicente existe!

ADRIANA     —  Não fala assim, mãe.

CRISTINA     —  Ah, filha… Não vamos ficar aqui falando no seu pai, né? Com tanto assunto bom pra conversar, tem que ser justamente sobre ele?

ADRIANA     —  Não. Podemos conversar sobre outra coisa então.

CRISTINA     —  Então diga aí o que devemos conversar.

ADRIANA     —  Podemos conversar sobre a construtora.

CRISTINA     —  Ai, filha, poxa…. Vamos conversar sobre uma coisa que não envolva seu pai e nem trabalho.

ADRIANA     —  Ah, sim… Então talvez devemos falar sobre uma proposta que a senhora fez ao meu pai.

Fecha em Cristina que olha para a filha seriamente. Instantes. Suspense. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 05. APART DE MARTA. SALA. INT. NOITE.

Marta ali sentada pensativa, maquiavélica.

MARTA        —  (P/si) Tenho que pensar em alguma coisa pra jogar essa garota pra fora da jogada e o Miguel não cometer uma burrada! Ele não pode terminar com a Adriana por causa de uma possível paixonite.

Gael chega da praia.

MARTA        —  Olha quem resolveu aparecer. Posso saber aonde o senhor estava?

GAEL            —  Eu tava na praia aproveitando um pouco.

MARTA        —  Ah sim, mas custava me avisar antes? 

GAEL            —  Ah, mãe pelo amor de Deus, né!? Eu falei pra Mazé que eu estava indo para a praia, pensei que ela tinha te falado.

MARTA        —  Não. Ela não me falou. Agora pra você ver… Meu filho prefere dar satisfações a criada do que a mim que carreguei durante nove meses na barriga!

GAEL            —  Larga de ser dramática, pelo amor de Deus!

Ele vai para o quarto com ela arrematando.

MARTA        —  Dramática… Fala isso porque você ainda não tem filhos pra se preocupar com eles. Quando tiver, vai entender.

Ela se certifica de que ele não está ouvindo e arremata.

MARTA        —  (P/si) Espero que o Gael não esteja como o irmão dele. Miguel ultimamente tá só desgosto com essa crise no noivado com a Adriana. Mas no que depender da mamãe aqui, os dois nunca vão se separar!

CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 06. RIO DE JANEIRO. AVENIDA. INT/ EXT. NOITE.

Local do acidente. Carro de Sol. As duas ali trafegando em baixa velocidade devido ao congestionamento. Muitos curiosos ali. 

SOL               —  Nossa! Mas que movimentação é essa?

GLÓRIA        —  Deve ter acontecido algum acidente. Quando ver esse monte de gente aglomerado, nunca é coisa boa!

Corta para fora do carro: carro se aproxima ainda mais. As duas veem o carro ali capotado.

SOL               —  Pera aí! Eu conheço esse carro!

Atenção Edição: Entra aqui um FLASH INSERT da cena 20 do capítulo 17.Somente as imagens da hora em que Sol vê Alfredo passando de carro.

GLÓRIA        —  Para de Show, Solange! Agora você conhece tudo?

Ela para o carro no acostamento.

GLÓRIA        —  O que você tá fazendo, Solange? Por que você parou aqui? Larga de ser maluca!

SOL               —  Aquele carro parecia ser do Alfredo.

Ela sai do carro e vai correndo para a cena do acidente. Corta para fora do carro: Glória sai do carro arrematando.

GLÓRIA        —  (P/si) Tá ficando insuportável já essa paranoia dela com o Alfredo!

Glória vai em direção a cena do acidente. Corta para a cena do acidente: alguns homens ali tentando ver se Alfredo está com vida, várias pessoas a volta. Sol vem passando por todos.

SOL               —  (Apressada) Dá licença! Dá licença! Licença! Licença!

Ela chega até o carro e olha.

SOL               —  (P/si) É o carro do Alfredo.

HOMEM        — A senhora conhece ele?

Ela se agacha e não consegue ver nada.

SOL               —  Não tô conseguindo ver.

O homem liga a lanterna do cel. e passa a ela, que coloca a lanterna bem no rosto de Alfredo vendo ele todo ensanguentado e desacordado.

SOL               —  (Entra em desespero, chora) É o Alfredo! É o Alfredo!

Glória passa pelos curiosos e logo vem acudir a filha.

GLÓRIA        —  O que aconteceu, filha?

SOL               —  É o Alfredo, mãe! Ele tá morto aí dentro do carro!

GLÓRIA        —  (Aflita) Jesus Amado!

SOL               —  (Desesperada) Temos que ligar pro resgate! Temos que ligar pro resgate!

GLÓRIA        —  Calma, Sol! Calma!

HOMEM        —  Nós já ligamos! Eles já estão a caminho!

Glória abraça a filha que está abaladíssima. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 07. CASA DE CARLITO E MAZÉ. SALA. INT. NOITE.

Carlito, Mazé e Ana ali sentados assistindo TV. Mazé pê da vida. Juliana chega.

JULIANA      —  (Feliz) Boa noite, família.

MAZÉ            —  Olha só quem resolveu aparecer.

CARLITO      —  Vai com calma, meu amor.

MAZÉ            —  Que calma o quê, Carlito?! (P/Juliana) Posso saber aonde a senhorita estava até essa hora?

JULIANA      —  A Ana não disse que eu fui a praia?

MAZÉ            —  Dizer ela até disse, mas mesmo assim eu tenho as minhas desconfianças!

JULIANA      —  Mãe, por favor, né! Olha como eu estou chegando em casa. A senhora acha que eu poderia estar em que lugar vestida desse jeito?

MAZÉ            —  Não sei. Mas só por um detalhe que eu desconfio. Você não é de sair sem me dizer pra onde vai. Mas por coincidência dessa vez você não disse.

JULIANA      —  Eu estava na praia com algumas amigas. Pelo amor de Deus, mãe. Eu não preciso explicar mais nada. Eu tenho a minha consciência limpa de que não estou escondendo nada de ninguém.

Juliana vai para o quarto.

CARLITO      —  Tá feliz agora, nega? Ela não está escondendo nada da gente.

MAZÉ            —  Ainda tenho as minhas dúvidas!

Mazé vai para o quarto.

ANA              —  E de pensar que toda essa cena só porque a menina resolveu sair sem avisar e ir à praia… Vocês têm que entender que a Juliana já é uma mulher adulta!

CARLITO      —  Entender eu até entendo. O problema é a Mazé que acha que a Juliana é uma menininha de dez anos de idade!

Fecha em Carlito ali refletindo.

CORTA PARA:

CENA 08. APART DE VICENTE E CRIS. SALA. INT. NOITE

Continuação imediata da cena 03. Clima de tensão!

CRISTINA     —  Eu não acredito que seu pai foi choramingar pra você sobre isso! 

ADRIANA     —  Ele comentou comigo sim. E eu gostei da atitude dele. A senhora só me contou o lado da história que lhe convinha.

CRISTINA     —  Que isso, Adriana? Que modo de falar comigo é esse? Eu sou sua mãe garota!

ADRIANA     —  Desculpa, mãe. Eu posso ter exagerado. Poxa, mas a senhora não acha que o que fez não foi errado não?

CRISTINA     —  Sinceramente? Não! Não me arrependo nem um pouco de ter feito essa proposta!

ADRIANA     —  Poxa, mãe, tenta entender o lado do meu pai, né? Vocês dois ergueram aquela construtora juntos. Imagine o que ele deve ter sentido quando a senhora fez essa proposta absurda.

CRISTINA     —  Absurda? Eu não posso acreditar que você está do lado do seu pai!

ADRIANA     —  Mãe, não se trata de ficar do lado de ninguém! Eu só acho que o que a senhora fez não foi correto!

CRISTINA     —  Logo que é assim, então tenta ver o meu lado também! Seu pai sempre foi um homem galinha! E eu tenho as minhas desconfianças de que ele tem outra!

ADRIANA     —  Tá, mãe, mas a senhora não tem como provar isso!

CRISTINA     —  Não tenho ainda! Mas não vou medir esforços até conseguir!

Fecha em Adriana aflita com a situação. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 09. RIO DE JANEIRO. EXT. NOITE.

Takes descontínuos do Rio de Janeiro a noite. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 10. RIO DE JANEIRO. AVENIDA. EXT. NOITE.

Continuação não imediata da cena 06. Uma equipe de paramédicos já ali fazendo a remoção de Alfredo de dentro o carro. Sol e Glória aflitas ali a acompanhar o trabalho da equipe. Os paramédicos colocam Alfredo numa maca. Movimentação da imprensa ali. Alguns repórteres, cinegrafistas, fotógrafos…

SOL               —  (P/paramédico, desesperada) Ele tá vivo, moço? Pelo amor de Deus, diga que ele tá vivo!

O paramédico checa o pulso dele e arremata.

PARAMÉDICO   — Sim, ele está vivo.

SOL               —  (Aliviada) Graças a Deus!

GLÓRIA        —  (P/si) Mas pelo jeito o acidente foi grave.

SOL               —  (P/Paramédico) Pra onde vocês vão levar ele?

PARAMÉDICO   — Pra um hospital público aqui perto.

SOL               —  Nem pensar. (P/Glória) Vamos levar ele pro hospital que a gente tem convênio, mãe?

GLÓRIA        —  Claro.

SOL               —  (P/Paramédico) Leve ele para o hospital Crisjudas.

PARAMÉDICO   — Ok. (P/Equipe) Vamos pessoal.

Eles carregam a maca até a ambulância e a colocam dentro.

GLÓRIA        —  Alguém pode ir com vocês aí na ambulância?

PARAMÉDICO   — Não. Mas vocês podem ir atrás seguindo.

SOL               —  Então vamos, mamãe.

As portas da ambulância se fecham e ela vai se afastando. Sol e Glória entram no carro e saem disparadas atrás da ambulância. CAM mostra o carro ali capotado. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 11. APART DE FLÁVIA. QUARTO MURILO. INT. NOITE.

Murilo ali deitado.

MURILO       —  (P/si, tédio) Que saco não poder sair desse quarto por causa daquele homem. Não tem nada pra fazer aqui.

Flávia entra com Vicente.

MURILO       —  Ah, não! O que esse homem tá fazendo aqui?

FLÁVIA        —  Não fale assim, Murilo! O Vicente é seu pai!

MURILO       —  Não sei que tipo de pai é esse, mas dizem que é!

FLÁVIA        —  Olha aqui, Murilo. Ou você para com a gracinha ou eu acabo com ela te enchendo de chineladas!

VICENTE      —  (Sussurra p/Flávia) Não faça isso, meu amor. O menino já me odeia, se você fizer isso com certeza ele vai ficar com raiva de você também.

MURILO       —  O que vocês querem aqui?

FLÁVIA        —  Seu pai quer conversar com você.

MURILO       —  Não quero falar com ele!

FLÁVIA        —  Pensando que você falaria isso ele teve a ideia de me chamar pra participar. Se eu estiver participando você aceita conversar com ele?

Fecha em Murilo sério. Instantes. Suspense.

CENA 12. APART DE RENATA. QUARTO BRUNA. INT. NOITE.

Bruna ali deitada tristinha…. Renata entra e arremata.

RENATA       —  Filha… Como você tá?

BRUNA         —  Como a senhora acha que eu estou? Os meus pais se separaram!

RENATA       —  Filha, não é uma separação. É só um tempo que nós precisamos pra pensar no nosso casamento.

BRUNA         —  E quem é que me garante que durante esse “tempo” vocês não vão pensar em separação?

RENATA       —  Isso só vai acontecer se realmente o nosso casamento não tiver mais salvação.

BRUNA         —  Eu não consigo entender porque isso!

RENATA       —  Você só vai entender isso quando você estiver casada.  Vai ver que nem tudo é o que parece ser e que é difícil viver a dois. Mesmo com tantos anos de união.

BRUNA         —  Eu quero ver o meu pai.

RENATA       —  Eu não sei pra onde ele foi, mas você pode tentar ligar pra ele.

BRUNA         —  Mãe, a senhora me promete uma coisa?

RENATA       —  Depende do que for.

BRUNA         —  Promete que vai fazer o possível e o impossível para que vocês não se divorciem?

RENATA       —  Claro, minha filha. Eu não quero que tantos anos de união com o seu pai sejam deixados assim do nada.

Fecha em Bruna triste. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 13. APART DE RICARDO E RÔ. SALA. INT. NOITE.

Ricardo ali sentado arrumado elegantemente assistindo TV. CAM deixa evidente que ele está assistindo ao noticiário. Karina ao fundo sentada a mesa trabalhando no projeto do tríplex.

RICARDO     —  (Reclama) Não sei porque mulher tem que demorar tanto pra se arrumar.

KARINA       —  (Olhando p/notebook) São coisas que vocês homens nunca entenderão!

RICARDO     —  Não mesmo. Não tem necessidade desse atraso todo.

Rosangela vem do quarto vestida elegantemente.

KARINA       —  (Impressionada) Nossa! Tá um arraso, hein, mãe!

ROSANGELA —Gostou, filha?

KARINA       —  Adorei!

ROSANGELA —Como é que eu estou Ricardo?

RICARDO     —  (Olhando p/TV) Shiii… Aconteceu um acidente!

CAM detalha a TV com uma repórter arrematando.

REPÓRTER   —  Um grave acidente envolvendo um carro no principal cruzamento da zonal sul do Rio deixou um ferido. Ninguém sabe ao certo como o acidente aconteceu. Segundo informações das pessoas que estavam aqui no local do acidente, quando elas chegaram, o carro já estava capotado. (CAM mostra a equipe trabalhando) Agora como nós podemos ver aqui. Uma equipe está fazendo a remoção do carro para liberar o trânsito. Voltamos a qualquer momento com mais informações.

Ricardo desliga a TV. Rosangela em estado de choque.

RICARDO     —  Com certeza é algum louco desvairado que dirige por aí como se não houvesse amanhã!

KARINA       —  E pelo jeito a coisa foi feia. Espero que a pessoa esteja bem, viva.

RICARDO     —  Que cara é essa, Rosangela?

ROSANGELA —Aquele carro… Parecia muito com o do Alfredo!

RICARDO     —  Alfredo, aquele cara que veio aqui mais cedo?

ROSANGELA —É.

RICARDO     —  Então liga pra ver se tá tudo bem!

Ela pega o cel. e disca rapidamente. Closes alternados em nos três ali aflitos. Instantes.

CORTA PARA:

INTERVALO COMERCIAL

CENA 14. APART DE MARTA. QUARTO GÊMEOS. INT. NOITE.

Gael sorrindo ali deitado na cama. Miguel entra.

MIGUEL        —  Tá com cara de quem está gostando de alguém.

GAEL            —  Poxa, será que todo mundo nessa casa sabe da minha vida?

MIGUEL        —  Sabe. Você tem que aprender a esconder mais as coisas.

GAEL            —  Sei. Tenho que aprender mesmo. Já que certas pessoas influenciam outras a mexerem no que não lhes pertence.

MIGUEL        —  Olha, eu não vou perder o meu tempo pedindo desculpa porque eu sei que você não vai me desculpar, então continuaremos neste impasse.

GAEL            —  Ouvi a dona Marta conversando com a Mazé que você está com problemas com a Adriana, né?

MIGUEL        —  Pois é, cara. Eu não sei se amo mais a Adriana.

GAEL            —  Que situação, hein!

Miguel meneia a cabeça concordando.

GAEL            —  Mas e aí, essa dúvida surgiu do nada ou tem alguma garota na jogada?

MIGUEL        —  Tem uma garota na jogada.

GAEL            —  Humm… Safadinho! Eu sabia que isso era só pose. Você é demais por debaixo dos panos, hein!

MIGUEL        —  Não é nada disso que você tá pensando não.

GAEL            —  Ah não? Então o que é?

Miguel começa a explicar fora de áudio. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 15. CASA DE CARLITO E MAZÉ. SALA. INT. NOITE.

Ana e Juliana veem da cozinha comendo sanduíches.

ANA              —  Olha, eu fiquei sem saber o que fazer com a tia Mazé aqui. Eu nunca tinha visto a tia Mazé desse jeito.

JULIANA      —  Hoje ela foi demais mesmo. Olha, as vezes eu tenho vontade até de sair de casa por causa disso. Eu sei que mãe sempre quer o melhor pro filho, sempre quer proteger o filho, mas isso já tá me sufocando!

ANA              —  Eu ainda falei com o seu pai que isso era demais pra uma mulher adulta.

JULIANA      —  E ele disse o quê?

ANA              —  Nada! Só ficou balançando a cabeça concordando.

JULIANA      —  (Sorrir) Típico do seu Carlito fazer isso.

ANA              —  Mas agora mudando completamente de assunto. Como foi lá com o bonitão?

Juliana certifica-se de que não tem ninguém ouvindo e arremata.

JULIANA      —  Foi maravilhoso, Ana! Foi uma tarde tão boa que eu esqueci todos os problemas e vivi intensamente aquele momento!

ANA              —  É isso aí prima! Tem que ser assim mesmo! Mas rolou alguma coisa?

JULIANA      —  Espero que com “alguma coisa” você esteja referindo a um beijo. Porque foi a única coisa que rolou.

ANA              —  É claro que eu tô falando de beijo. Maliciosa você, hein!

JULIANA      —  Ah, eu que sou a maliciosa?

As duas ficam ali sorrindo e conversando fora de áudio. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 16. APART DE FLÁVIA. QUARTO-MURILO. INT. NOITE.

Continuação imediata da cena 11.

MURILO       —  Tudo bem.

VICENTE      —  Ótimo!

FLÁVIA        —  (Sussurra p/Vicente) Vá com calma, hein, Vicente!

VICENTE      —  Então, Murilo… Eu na verdade queria saber de você o que eu posso fazer pra você me perdoar por ser tão ausente?

MURILO       —  Eu acho que você já sabe a resposta. Mas já que pergunta eu vou responder. É simples. Eu só quero saber por que o senhor some tanto assim e só aparece de vez em quando?

Vicente fica sem saber o que dizer e Flávia intervém.

FLÁVIA        —  Olha, filho… Não tem uma pergunta menos complicada não?

MURILO       —  Eu não entendo aonde vocês veem tanta complicação nesta simples pergunta.

VICENTE      —  O menino tem razão, Flávia! Ele quer saber da verdade… E é isso que ele vai ficar sabendo agora!

Fecha em Flávia que arregala os olhos de preocupação. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 17. HOSPITAL CRISJUDAS. FRENTE. EXT. NOITE.

Clima de tensão! Ambulância chega e rapidamente os paramédicos saltam e começam a remover Alfredo de dentro da ambulância, é neste momento em que o carro de Sol chega. Sol e Glória saltam e vem seguindo os paramédicos para dentro do hospital. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 18. HOSPITAL CRISJUDAS. RECEPÇÃO. INT. NOITE.

Atenção Edição: Ligar no áudio com a cena anterior.

Recepção vazia. Eles entram e passam por uma porta. Sol e Glória vão também, mas um paramédico as proíbe.

PARAMÉDICO   — Vocês não podem passar daqui! Agora deixe com a gente!

SOL               —  Cuidem bem dele!

PARAMÉDICO   — Faremos o possível!

Eles vão e Glória traz sol para o sofá e a coloca ali sentada e se senta também.

SOL               —  Se eles demorarem muito eu não sei se vou aguentar de tanta preocupação.

GLÓRIA        —  Calma, Sol. A única coisa que nós podemos fazer agora é ficar aqui em oração pelo Alfredo.

Glória vai falar com a Recepcionista fora de áudio.

Fecha em Sol ali aflitíssima. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 19. APART DE RICARDO E RÔ. SALA. INT. NOITE.

Rosangela ainda ali a tentar ligar. Ricardo e Karina o seu lado.

ROSANGELA — Nada! Só cai na caixa postal.

RICARDO     —  Então tem mesmo alguma coisa de errado.

KARINA       —  Tenta ligar pra esposa dele.

RICARDO     —  Verdade, filha. Boa ideia.

ROSANGELA —Vou ligar pra ela.

Rosangela fica ali discando.

CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 20. APART DE RENATA. SALA. INT. NOITE. / APART DE RICARDO E RÔ. SALA. INT. NOITE.

Atenção Edição: Ligar no áudio com a cena anterior.

Renata vem do quarto de Bruna e se senta. Seu cel. começa a tocar.

RENATA       —  (P/si) Que número é esse, gente? Nunca vi. (Ao cel.) Alô?

Atenção Edição: A tela fica partida ao meio entre os dois cenários. Ricardo e Karina aparecem atrás de Rô, curiosos.

ROSANGELA —(Ao cel.) Oi. É a Renata, esposa do Alfredo? 

RENATA       —  (Ao cel.) Sim sou eu. Quem é que tá falando?

ROSANGELA —(Ao cel.) Meu nome é Rosangela. Eu trabalho com o Alfredo. Estou ligando pra perguntar se você sabe onde o Alfredo está?

RENATA       —  (Ao cel.) Não. Não sei não.

ROSANGELA —(Ao cel.) Ah sim. Você não tem nem noção de onde ele possa estar?

RENATA       —  (Ao cel.) Não. Mas por que o interesse?

ROSANGELA —(Ao cel.) É que acabou de passar uma reportagem de um carro que capotou num cruzamento e o carro parecia muito ser do Alfredo!

RENATA       —  (Ao cel., preocupada) Ai meu Deus!

CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 21. RIO DE JANEIRO. EXT. NOITE.

Clima de tensão. Takes descontínuos da Orla do Leblon, Lagoa, Marina da glória, Jockey Club. Instantes. 

CORTA PARA:

CENA 22. HOSPITAL CRISJUDAS. CENTRO CIRÚRGICO. INT. NOITE.

Atenção Edição: Ligar no áudio com a cena anterior.

Uma equipe ali realizando a cirurgia em Alfredo bastante machucado. De repente o aparelho começa a apitar uma instabilidade nos batimentos cardíacos. Toda a equipe rapidamente começa a fazer os procedimentos. Cirurgião na massagem cardíaca, assistentes preparando o desfibrilador. Cirurgião pega o equipamento e dá uma descarga em Alfredo que não responde. Ele faz novamente o procedimento e nada. CAM fecha em Alfredo ali sem batimentos cardíacos. Instantes. Suspense. Tensão. 

CORTA PARA:

FIM DO 24º CAPÍTULO

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