PARTES DE MIM

NOVELA DE:

RAMON SILVA

ESCRITA POR:

RAMON SILVA

PERSONAGENS DESTE CAPÍTULO

ADRIANA

ALFREDO

ANA

BRUNA

CARLITO

CRISTINA

FLÁVIA

GAEL

GLÓRIA

JANDIRA

JOÃO

JULIANA

KARINA

MARTA

MAZÉ

MIGUEL

MURILO

RENATA

RICARDO

ROSANGELA

SOL

VICENTE

 

CENA 01. CONSTRUTORA MACEDO. SALA VICENTE. INT. DIA.

Ana ali sentada a mexer no notebook.

ANA              —  (P/si) Não é possível que não tenha nenhuma pista. O seu Vicente é bom em esconder as coisas, hein! Talvez ele tá até botando chifres na dona Cristina e ela nem imagina.

Ela fica ali a sorrir. Instantes depois…

ANA              —  (P/si, mexendo no notebook) Chega, Ana! Foco! Concentra que a dona Cristina vai querer chegar e ver o resultado.

Ela fica ali a mexer no notebook. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 02. RIO DE JANEIRO. CRISTO REDENTOR. EXT. DIA.

Continuação imediata da cena 22 do capítulo anterior. Sol ali ainda desconfiada. Glória se aproxima.

GLÓRIA        —  Aquele rapaz ali não era/

SOL               —  (Corta) Pelo jeito não, mãe. Ele disse que não me conhecia.

GLÓRIA        —  Mas não é aquele mesmo rapaz da orla, que quase pisou no cachorro e aí esbarrou com você?

SOL               —  É, mas ele disse que não me conhece!

GLÓRIA        —  Ih… Mal chegou ao Rio e já tá assim, é?

SOL               —  Assim como?

GLÓRIA        —  Sendo ignorada por todos!

SOL               —  Ah, mãe! Pelo amor de Deus, né!

GLÓRIA        —  Pelo amor de Deus, por quê?

Sol vai caminhando e Glória vai atrás falando fora de áudio. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 03. APART DE FLÁVIA. SALA. INT. DIA.

Flávia ali sentada pensativa. Jandira vem do quarto. Olha a filha ali pensativa e arremata.

JANDIRA      —  Tá aí com essa cara de quem comeu e não gostou por quê?

FLÁVIA        —  A senhora sabe muito bem porquê.

JANDIRA      —  Filha, se é a respeito de ficar saindo, pode ficar tranquila que agora eu vou te dizer pra onde estou indo e há que horas eu volto. Tá bom assim pra você?

FLÁVIA        —  Não é isso, mãe. É aquela nossa discussão de hoje mais cedo.

JANDIRA      —  Sobre?

FLÁVIA        —  Tá com Alzheimer, é? Sobre aquele negócio do Murilo ficar perguntando sobre o pai dele.

JANDIRA      —  Ah sim. Pelo visto as compras te fizeram bem mesmo. Nunca vi você falar que está pensando no assunto.

FLÁVIA        —  É que minha amiga abriu os meus olhos.

JANDIRA      —  A sua amiga? Eu aqui sempre falando isso e foi a sua amiguinha que abriu os seus olhos? Ah faça-me o favor, né, Flávia!?

FLÁVIA        —  Posso terminar?

JANDIRA      —  Prossiga.

FLÁVIA        —  Ela me fez enxergar que realmente o que a senhora diz é verdade. Eu não vou conseguir manter essa mentira por muito mais tempo. O Murilo tá crescendo e ele não é bobo.

JANDIRA      —  Não é de hoje que eu falo isso, mas você me escuta? Claro que não!

Fecha em Flávia ali aflita. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 04. PRÉDIO DE MARTA. FRENTE. EXT/ INT. DIA.

Carro de Adriana se aproxima. Ela para. Corta para dentro do carro: Miguel ali sério a olhar para frente.

MIGUEL        —  Obrigado pela carona.

Ele abre a porta e vai sair, quando ela o segura pelo braço.

ADRIANA     —  Espera! Nós precisamos conversar!

MIGUEL        —  Se for pra falar sobre a Karina pode esquecer.

ADRIANA     —  Não é sobre isso. É que eu tive uma ideia que pode juntar as nossas mães e elas pararem com essa rixa de uma vez por todas.

MIGUEL        —  Acho meio difícil.

ADRIANA     —  Escuta só o que eu tenho a dizer. Eu quero promover um jantar em minha casa e convidar vocês, o que você acha?

MIGUEL        —  E você acha mesmo que a sua mãe vai concordar com uma coisa dessas?

ADRIANA     —  Acho!

MIGUEL        —  Bom, se ela concordar, eu topo.

ADRIANA     —  Que bom, meu amor. Fico feliz em ouvir isso.

Ela fecha os olhos pra dar um beijinho de despedida nele, mas ele sai e ela fica ali toda murcha. Miguel entra na portaria do prédio.

Corta para fora do carro: Ela dá a partida e o carro se afasta. CAM mostra Miguel ali da portaria a olhar pra ver o carro dela, ele certifica-se de que o carro foi mesmo e entra no prédio.

CORTA PARA:

CENA 05. LEBLON. RESTAURANTE CHIQUE. FRENTE. EXT. DIA.

Vicente e Cristina saem do restaurante e vão em direção ao carro, que está estacionado ali.

VICENTE      —  Devemos convir de que esse almoço foi um erro!

CRISTINA     —  Não acho não.

VICENTE      —  Jura? Achei que você tinha odiado.

CRISTINA     —  Não. Até que eu gostei de ter ouvido isso, sabe? Assim eu pude comprovar o que já andava imaginando.

VICENTE      —  O quê?

CRISTINA     —  Que o nosso casamento só está de pé ainda por causa dos negócios.

VICENTE      —  Não é isso, Cris.

CRISTINA     —  Chega, Vicente! Vamos voltar logo que a minha tarde na construtora vai ser uma correria só!

Eles entram no carro e nisso.

CORTA PARA:

CENA 06. APART DE MARTA. SALA. INT. DIA.

Mazé ali varrendo. Miguel entra.

MIGUEL        —  Oi, Mazé.

MAZÉ            —  Oi, Miguel.

MIGUEL        —  Dona Marta não tá em casa não?

MAZÉ            —  Ela foi no banco resolver alguns probleminhas, mas daqui a pouco ela tá de volta.

MIGUEL        —  Ah sim.

MAZÉ            —  Fiquei sabendo o que aconteceu entre você e o Gael.

MIGUEL        —  Pois é. E o pior de tudo é que o Gael é irredutível quando se trata dessas coisas!

MAZÉ            —  Foi o que eu disse pra dona Marta. Se ele fala que vai fazer alguma coisa, ele vai fazer mesmo!

MIGUEL        —  Pode crer. E eu fico aqui com essa culpa me corroendo por dentro. Eu fico pensando: se eu não tivesse dado a ideia pra dona Marta, nada disso estaria acontecendo agora.

MAZÉ            —  Sim, talvez não ia acontecer, mas não tem como a gente saber. Talvez você não teria dado a ideia, mas dona Marta teria sozinha… É uma porção de coisas que poderia ter acontecido.

MIGUEL        —  É, pensando por esse lado você tem razão, Mazé! Agora eu vou tomar um banho e descansar um pouco.

MAZÉ            —  Vai lá.

Ele vai para o quarto.

MAZÉ            —  (P/si) Coitadinho… Tá arrasando com tudo isso. Eu sei que deve ter sido um baque forte pro Gael ser acusado assim também, mas bem que ele poderia ser mais tolerante.

Ela volta a varrer a sala. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 07. CASA DE CARLITO E MAZÉ. COZINHA. INT. DIA.

Continuação não imediata da cena 12 do capítulo anterior. Carlito e Juliana ali sentados à mesa. Conversa a meio.

CARLITO      —  Filha, eu sei que não sou e nunca fui um bom, pai. Mas daí você ficar desconfiando de mim… Eu não sei se aguento isso!

JULIANA      —  Pai, desculpa. Eu não deveria ter falado desse jeito com o senhor.

CARLITO      —  Não, tudo bem, minha filha.

JULIANA      —  É que as coisas aqui em casa não estão nada bem! Por isso eu estou doida pra arrumar um emprego, mas não aparece nada.

CARLITO      —  Filha, eu sei que nós estamos passando pela pior crise dentro dessa casa, mas eu faço o que posso! Sempre que faço algum bico por aí eu trago o dinheiro e entrego a sua mãe.

JULIANA      —  Eu sei, pai. É que eu não me sinto confortável com essa situação, sabe? A mamãe e a Ana ajudando aqui dentro de casa e eu aqui o dia todo. Eu me sinto como se fosse uma inútil.

CARLITO      —  Que isso, minha filha? Não fale uma coisa dessas! É só você esperar com paciência que eu tenho certeza que o serviço vai aparecer!

Fecha em Juliana ali aflita. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 08. JORNAL. REDAÇÃO. INT. DIA.

Redação cheia. Todos ali focados no seu trabalho. CAM mostra Alfredo lendo a reportagem de Rosangela.

ALFREDO     —  (P/si) Ótimo! Reportagem perfeita.

Ele se levanta e vai até a mesa de Rosangela.

ALFREDO     —  O texto da reportagem está excelente como sempre!

ROSANGELA — Que bom que você gostou, Alfredo.

ALFREDO     —  Impossível não gostar. Você realmente é a profissional mais dedicada que nós temos aqui.

ROSANGELA — Espero que a diretoria enxergue isso e me dê a promoção.

ALFREDO     —  Eu também. Seria tão bom dividir essa função com mais alguém. Eu estou sozinho tendo que coordenar uma equipe gigantesca.

ROSANGELA — Eu nem ganhei a promoção ainda, mas se ganhar, sei como a gente poderia fazer para tornar as coisas mais eficientes aqui dentro.

ALFREDO     —  Sério? Me conte mais então.

ROSANGELA — Nem pensar! Vou esperar o resultado. Se eu for promovida eu falo!

ALFREDO     —  E se não for… Eu continuo aqui feito louco coordenando esse povo, né?

ROSANGELA — Não. Pode deixar que mesmo não ganhando a promoção eu te conto depois no que eu pensei.

ALFREDO     —  Vou fingir que acredito em você.

Ele volta para sua mesa e Rosangela fica ali sorrindo. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 09. APART DE RENATA. SALA. INT. DIA.

Bruna ali na porta com João, que está indo embora.

BRUNA         —  Obrigado por ter feito o trabalho comigo, João.

JOÃO            —  Que nada. Sempre que quiser formar dupla comigo, pode chamar.

BRUNA         —  E pode ter certeza que eu vou chamar mesmo, hein!

JOÃO            —  Pode chamar. Bom, agora deixa eu ir porque minha mãe deve tá preocupada. Tchau.

Ele vai beijar ela, mas ela dá um abraço nele e fecha a porta arrematando.

BRUNA         —  Tchau, João. Até amanhã.

Renata vem do quarto.

RENATA       —  Ué. Cadê o João?

BRUNA         —  Acabou de sair.

RENATA       —  Garoto bom. Gostei dele.

BRUNA         —  Ah é? Que bom!

RENATA       —  É esse tipo de garoto aí que as meninas têm que gostar.

BRUNA         —  Por quê?

RENATA       —  E ainda me pergunta. Você acha mesmo que um jovem que não quer nada com nada vai chegar a algum lugar? Nunca! Agora um jovem como o João sim vai ter um futuro promissor!

BRUNA         —  Shiii…. Então meu futuro vai ser péssimo!

RENATA       —  Com você eu nem falo mais nada!

Fecha em Bruna passada com o que ouviu da mãe. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 10. RIO DE JANEIRO. CRISTO REDENTOR. EXT. DIA.

Sol ali confusa olhando a vista. Glória se aproxima bebendo água.

GLÓRIA        —  Credo! Uma garrafinha de água custa uma fortuna aqui em cima. Eles aproveitam que essa vista aqui é linda pra cobrar esses preços abusivos. (Percebe a filha estranha) Que foi, minha filha? Que cara é essa?

SOL               —  Cara de quem ainda não entendeu porque aquele jovem disse não me conhecer.

GLÓRIA        —  Ah, Sol, deixa isso pra lá. Você sabe como esses jovens são estranhos.

SOL               —  Eu sei. Mas naquele dia que nós nos esbarramos lá na orla, ele me parecia ser diferente.

GLÓRIA        —  Diferente como?

SOL               —  Ah sei lá. Acho que ele não é como os jovens normalmente são.

GLÓRIA        —  Agora tá dando pra ficar achando o que as pessoas são ou não são sem ao menos conhecer? Ah… Para com isso, Sol!

SOL               —  Ah não sei não, mãe!

GLÓRIA        —  Larga esse garoto e vamos embora daqui antes que eu seja assaltada de novo!

SOL               —  (Preocupada) Como assim assaltada, mamãe? Nós temos que ir pra delegacia!

GLÓRIA        —  Não, Sol. Eu disse assaltada porque as coisas aqui são um absurdo!

SOL               —  Ah, tá. Mas do jeito que a senhora fala até parece que aconteceu uma tragédia.

As duas se afastam do Cristo. CAM dá um close bonito no Cristo ali de braços abertos. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 11. CONSTRUTORA MACEDO. RECEPÇÃO. INT. DIA.

Ana ali a trabalhar. Vicente e Cristina chegam do almoço.

CRISTINA     —  Alguém ligou, Ana, enquanto estava na rua?

ANA              —  Não senhora.

As duas olham pra Vicente que sorrir.

CRISTINA     —  O que foi, Vicente?

VICENTE      —  Eu é que pergunto. Não vai pra sua sala?

CRISTINA     —  Sim… Deixa eu ir lá.

Ela vai pra sua sala. Vicente olha pra sala dela, se aproxima de Ana e fala em tom baixo.

VICENTE      —  (Tom baixo) Olha só, Ana. Eu sei que esse almoço teve outro propósito, portanto, fique atenta! Fique atenta porque se eu descobrir que você anda mexendo nas minhas coisas a mando da Cristina, você estará no olho da rua!

Ele vai pra sua sala e Ana permanece ali com os olhos arregalados. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 12. LEBLON. ORLA. EXT. DIA.

Karina ali caminhando pensativa. INSERT do áudio de Miguel arrematando.

MIGUEL        —  (OFF) Obrigado mesmo, Karina. É sempre bom saber que eu posso contar com pessoas assim como você.

Obs: áudio extraído da cena 09 do capítulo anterior.

KARINA       —  (P/si, apaixonada) Ai, ai, Miguel… Você sempre poderá contar comigo!

Ela se senta em um banco ali.

CORTA PARA:

CENA 13. HOTEL DE LUXO. FRENTE. EXT/ INT. DIA.

Carro de Sol se aproxima e para. Corta para dentro do carro:

GLÓRIA        —  Por que você parou aqui ao invés de parar na garagem?

SOL               —  Eu parei aqui pra senhora sair.

GLÓRIA        —  Mas e você?

SOL               —  Eu? Eu vou dar uma volta.

GLÓRIA        —  Então eu vou com você.

SOL               —  Não! Eu preciso sair sozinha!

GLÓRIA        —  Tudo bem. Só não demora muito, hein!

Glória sai do carro. Corta para fora do carro: Sol acelera e se distancia.

GLÓRIA        —  (P/si) Vai ficar estranha assim lá na… Nunca vi! Foi só chegar ao Rio que a Sol ficou desse jeito. Vá entender o que se passa na cabeça dela.

Glória entra no hotel.

CORTA PARA:      

CENA 14. LEBLON. AVENIDA. INT. DIA.

Carro de Sol. Ela ali ao volante quando arremata.

SOL               —  (P/si) Dona Glória agora só quer ficar atrás de mim. Eu hein! Eu tô precisando de um tempo só pra mim! Sem ela falando na minha orelha todos aqueles exageros de sempre!

CORTA PARA:

INTERVALO COMERCIAL

CENA 15. APART DE MARTA. SALA. INT. DIA.

Mazé ali tirando pó. Marta chega da rua.

MARTA        —  Cheguei, Mazé.

MAZÉ            —  O banco estava muito cheio?

MARTA        —  Até que não. Alguma novidade nesse tempo que eu fiquei fora?

MAZÉ            —  Nada demais. Só que o Miguel tentou falar com o Gael e ele não quis ouvir.

MARTA        —  Ih… Olha! O Gael é fogo! Infelizmente essa história agora vai render!

MAZÉ            —  Concordo. Gael quando coloca alguma coisa na cabeça não há quem tire!

MARTA        —  Eu acho que o Gael só teria jeito se ele arrumasse uma namorada.

MAZÉ            —  Uma namorada? Mas como uma namorada ajudaria?

MARTA        —  Ah sei lá! Se ela fosse uma moça direita e que colocasse alguma coisa na cabeça dele, já ajudaria e muito!

MAZÉ            —  Pensando por esse lado, até que a senhora tem razão.

CORTA PARA:

CENA 16. CONSTRUTORA MACEDO. SALA RICARDO. INT. DIA.

Ricardo ali analisando alguns gráficos na tela do notebook.

RICARDO     —  (P/si) Tem alguma coisa aqui que não tá certo.

Ana entra sem bater já arrematando.

ANA              —  Ricardo, eu preciso da sua ajuda urgentemente.

Reação de Ricardo que se assusta.

RICARDO     —  (Assustado) Que isso, Ana? Isso lá é jeito de entrar na sala dos outros?

ANA              —  Desculpa, Ricardo. É que eu preciso muito da sua ajuda.

RICARDO     —  Precisa da minha ajuda pra quê?

ANA              —  É aquela mesma história que você já sabe sobre o tal cliente.

RICARDO     —  Alguma novidade?

ANA              —  Sim. A dona Cristina chamou o seu Vicente pra almoçar com ela.

RICARDO     —  (Surpreso) O que? Todo mundo sabe que a Cris não almoça com o Vicente, ó (estala os dedos) faz tempo.

ANA              —  Eu sei, todo mundo sabe e eu acho que o próprio sabe!

RICARDO     —  Como assim?

ANA              —  É que com isso, ela disse que era pra mim dar uma olhada na sala dele pra ver se achava alguma coisa a respeito do tal cliente.

RICARDO     —  E você achou alguma coisa?

ANA              —  Não. Mas o pior ainda está por vir. O seu Vicente chegou do almoço e falou longe da dona Cristina que se ele descobrir que eu tô bisbilhotando as coisas dele… Eu vou tá no olho da rua!

RICARDO     —  Nossa! Você tá num beco sem saída, hein!

ANA              —  Pois é. Aí eu fico pensando: se eu contar pra dona Cristina vai dá problema, se o continuo e o seu Vicente descobre, vai dá problema do mesmo jeito!

Fecha em Ana ali aflitíssima. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 17. IPANEMA. PEDRA DO ARPOADOR. EXT. DIA.

Local deserto. Gael ali sentado pensativo.

GAEL            —  (P/si, intrigado) Por que será que aquela mulher disse que me conhecia? Eu nunca vi ela na minha vida. Será que eu já a vi e não estou reconhecendo? (Muxoxa) Ah… O que isso importa!?

Ela pega uma pedrinha e joga longe.

GAEL            —  (P/si) Por que será que eu não sou feliz? Tanto na minha vida social quanto na família eu sou infeliz… Será que isso está certo? Será que eu nasci pra ser assim? Ou eu que não tô sabendo viver da maneira correta?

Ele fica ali intrigadíssimo. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 18. APART DE FLÁVIA. SALA. INT. DIA.

Jandira ali sentada mexendo no cel. Flávia chega com Murilo vestido com o uniforme do judô.

MURILO       —  Cheguei, vó.

JANDIRA      —  Que bom que o meu netinho querido chegou. E como foi a aula hoje?

MURILO       —  Boa. Eu aprendi um monte de coisas.

JANDIRA      —  Que bom, querido!

MURILO       —  Eu vou mostrar pra senhora.

FLÁVIA        —  Não! Pode ir pro banho que você tá todo suado!

MURILO       —  Ah poxa…. Eu crente que ia mostrar pra vó os golpes que eu aprendi hoje.

FLÁVIA        —  Depois meu filho, agora vai direto pro chuveiro!

Ele vai e volta e arremata.

MURILO       —  Mãe?

FLÁVIA        —  O que, Murilo?

MURILO       —  Semana que vem é a final do campeonato. Será que o papai vai?

FLÁVIA        —  Não sei não, meu filho. Você sabe, o seu pai é muito ocupado no serviço. Mas pode ser que ele vá.

MURILO       —  A senhora sempre diz a mesma coisa e ele nunca vai!

Ele vai pro banheiro. Jandira olha pra Flávia com uma cara de desaprovação.

FLÁVIA        —  Não adianta me olhar assim! Não adianta ficar me julgando com esse olhar! Eu sei que tô errada, mas o que eu posso fazer?

Fecha em Jandira meneando a cabeça negativamente Flávia ali aflita. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 19. APART DE VICENTE E CRIS. SALA. INT. DIA.

Adriana ali sentada pensativa.

ADRIANA     —  (P/si) Por que será que o Miguel falou daquele jeito com a Karina? Será que tá rolando alguma coisa? Não. O Miguel é meu noivo. E ele nunca me trocaria por ela. Até que ela é bonitinha, mas o estilo dela é meio brega. Nunca rolaria nada entre esses dois. Isso é coisa da minha cabeça.

Ela pega um livro que estava ao seu lado e começa a ler, depois para e arremata.

ADRIANA     —  (P/si) Espero que seja coisa da minha cabeça!

Ela fica ali grilada. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 20. LEBLON. ORLA. EXT. DIA.

Karina ali sentada pensativa. Sol vem caminhando tomando água de coco e se senta ao seu lado.

SOL               —  Você tá com cara de quem está tirando um tempinho pra pensar na vida.

KARINA       —  Estou mesmo. Sabe, as vezes nós precisamos parar e refletir.

SOL               —  Verdade. Qual é o seu nome?

KARINA       —  Karina.

SOL               —  Ah sim, Karina. Muito prazer. Eu sou a Solange, mas os íntimos me chamam de Sol!

KARINA       —  Ah sim, Solange. Muito prazer.

SOL               —  Vai lá. Diga qual é o seu problema. Eu sou uma boa ouvinte.

KARINA       —  Bom, eu gosto de um cara aí, mas ele tem namorada. E o pior de tudo é que agora eu e a namorada dele estamos próximas sabe?

SOL               —  Sei. Menina, mas que rabuda é essa?

KARINA       —  Pois é. E o pior de tudo é que eu sinto como se ele gostasse de mim também, sabe? Mas aí eu fico pensando: se ele realmente gostasse de mim, ele não teria noivado com ela.

SOL               —  Mas aí é que está. Nós nunca sabemos se é realmente isso. Mas eu sei de uma técnica que pode colocar um fim a essa dúvida.

KARINA       —  Ah é? Então me conte mais.

Sol continua a arrematar fora de áudio. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 21. CONSTRUTORA MACEDO. SALA CRISTINA. INT. DIA.

Clima de tensão e suspense! Cris ali a mexer no notebook.

CRISTINA     —  (P/si) Se ele tá pensando que vai me enganar, quem está muito enganado é ele mesmo!

Cris tem uma reação forte. CAM detalha a tela do notebook. Nome de FLÁVIA aparece ali. Vicente entra com uma pasta em mãos.

VICENTE      —  Cristina, eu preciso que você dê uma olhada nesses documentos. O Ricardo me entregou e disse que era pra dar uma olhada e passar pra você. (Percebe que ela está seríssima) Que cara é essa, Cristina? Aconteceu alguma coisa?

CRISTINA     —  Aconteceu! Olhando aqui no sistema as ligações feitas com o telefone da empresa, constou aqui o nome de uma tal de Flávia!

Vicente fica tenso.

CRISTINA     —  E sabe mais o que consta aqui? Que essa ligação foi feita do seu telefone! Será que você pode me dizer que Flávia é essa, Vicente?

Fecha em Vicente ali visivelmente aflitíssimo. Instantes. Suspense. Tensão.

CORTA PARA:

 

FIM DO 14º CAPÍTULO

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