PARTES DE MIM

NOVELA DE:

RAMON SILVA

ESCRITA POR:

RAMON SILVA

PERSONAGENS DESTE CAPÍTULO

ADRIANA

ALFREDO 

BRUNA

CARLITO

CRISTINA

ENRICO

FLÁVIA

GAEL

GLÓRIA

ISABELITA

JANDIRA

JOANA

JULIANA

KARINA

MARIA DE FÁTIMA

MARTA 

MIGUEL

RENATA

RICARDO

ROSANGELA

SOL

VICENTE

PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS:

PEGUETE DE JANDIRA E ZÓI. 

CENA 01. PRÉDIO DE MARTA. FRENTE. EXT. DIA.

Maria de F. ali escondida do outro lado da rua.

MARIA DE F.—  (P/si) Se Marta tá pensando que vai me deixar de fora das novidades ela tá muito enganada! Eu hein! Eu tenho que ficar por dentro de tudo que tá acontecendo. Afinal de contas, os próximos passos terão que ser decididos por nós duas. E eu tô sem dinheiro também! Inventar de ir em clube de stripper dá nisso. Você pode entrar com um milhão no bolso, mas quando sai, está com os bolsos vazios!

CORTA PARA:

CENA 02. LEBLON. JOALHERIA. INT. DIA.

Sol e Karina ali a olhar um colar de diamante, encantadas.

SOL               —  Olha como é brilhante!

KARINA       —  Pois é. Eu nunca compraria um colar desses!

SOL               —  Mas por que, Karina? Você é simplesinha demais, hein!

KARINA       —  Não é questão de ser simples. É que morando no Rio de Janeiro dá medo de sair nas ruas até com um anel de latão!

SOL               —  (Sorrir) Anel de latão. Só você mesmo! (P/Atendente) Eu vou levar esse.

Sol vai para o caixa com o atendente e Karina fica ali a olhar as alianças de casamento, noivado

KARINA       —  (P/si) Será que eu nunca vou usar um desses? Poxa, ninguém pede minha mão. #TôTristeComIsso

CORTA PARA:

CENA 03. APART DE FLÁVIA. SALA. INT. DIA.

Continuação não imediata da última cena do capítulo anterior. Flávia e Enrico sentados.

FLÁVIA        —  Olha, Enrico, eu acho que não rolou mal-entendido algum. Muito pelo contrário, pra mim o jantar não poderia ter sido melhor.

ENRICO        —  É, pode ser que eu tenha confundido as coisas. Agora, que com a chegada da sua mãe ao restaurante foi uma saia justa, isso ninguém pode negar! 

FLÁVIA        —  Concordo! Até porque pegou muito mal ela não ter sido avisada.

ENRICO        —  Verdade. Pelo que meu pai falou dela, eu nunca pensei que ela poderia ser o oposto daquilo que eu ouvi. Ela é elegante, fina, chique.

FLÁVIA        —  Olha, Enrico. Eu sinto muito em decepcionar você, mas isso foi só ontem, tá? Se você cruzar com a mamãe por aqui hoje, ela estará completamente diferente de ontem.

ENRICO        —  Ah, tá! Entendo. Então percebi uma coisa oposta. Eu sei que essa é uma pergunta meio indiscreta, mas… Você não teria nenhuma irmã pra me apresentar não?

FLÁVIA        —  (Séria) Enrico, eu adorei a sua visita, mas agora você precisa ir!

ENRICO        —  Tudo bem. E desculpe se isso soou estranho pra você!

Ele sai. Flávia respira fundo e fica ali séria. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 04. ESTRADA DE TERRA DESERTA. INT. DIA.

Jandira e seu Peguete ali no carro estacionado a conversar.

JANDIRA      —  Saiba que eu só te chamei porque queria entregar o vestido.

PEGUETE     —  Ah sim. E só pra me entregar o vestido precisava vir pra esse lugar deserto? Fala logo que você não me resiste.

JANDIRA      —  Que isso? Que convencido você, hein! Saiba que você não é lá essas coisas.

PEGUETE     —  Ah não? Não foi o que pareceu ontem.

JANDIRA      —  Ontem eu estava emocionalmente vulnerável. E você aproveitou-se disso.

PEGUETE     —  (Sorrir) Tá bom. Mas me conta. Como foi lá no restaurante?

JANDIRA      —  Você tinha que tá lá pra ver a cara do pessoal. Eu sabia que o Vicente tinha feito a minha caveira com o filho dele, por isso eu me comportei como nunca…

PEGUETE     —  (Sorrindo) Ele deve ter ficado bolado.

JANDIRA      —  Bolado foi pouco. O filho dele me adorou. Ele não falou uma palavra comigo depois de ontem.

PEGUETE     —  Azar o dele! Já eu quero falar muitas palavras com você, principalmente as safadas!

Ele começa a beijá-la e os dois ficam ali no maior amasso. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 05. HOSPITAL. QUARTO. INT. DIA.

Marta, Miguel e Gael ali.

MARTA        —  Meu filho, o que você tem que fazer agora é denunciar a pessoa que fez essa covardia com você.

GAEL            —  Não, mãe. Deixa isso pra lá!

MARTA        —  Como: deixa isso pra lá? Te deram uma surra e você não quer que os responsáveis sejam punidos por isso?

GAEL            —  Olha, mãe. Eu só acho que isso não vai nos levar a nada. A polícia tem tantas coisas mais importantes pra cuidar do que o caso de um jovem que levou uma surra.

MARTA        —  Olha, Gael… Você é inacreditável!

Atenção Sonoplastia: Cel. de Marta começa a tocar. Ela o pega. CAM detalha a tela do cel. com o nome. Maria de Fátima.

MARTA        —  (P/gêmeos) Eu preciso atender.

Ela sai já falando.

MARTA        —  (Ao cel.) Alô?

GAEL            —  Você nem pra me ajudar a tirar da cabeça da dona Marta essa ideia de denunciar?

MIGUEL        —  Eu? Por que eu me meteria?

GAEL            —  É, mas na hora de insinuar que eu estava merecendo a surra, você não hesitou!

MIGUEL        —  Claro. Você acha que vai continuar por muito tempo assim, Gael!?

GAEL            —  E… Lá vem! Pode parar! Pode parar que sermão já basta o da dona Marta!

MIGUEL        —  Como se adiantasse alguma coisa, né?! O vida louca aí nunca ouve ninguém!

Fecha em Gael sério. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 06. HOSPITAL. CORREDOR. INT. DIA.

Enfermeiros e médicos passando. Alguns figurantes ali sentados ao fundo. Marta ali a falar ao cel.

MARTA        —  (Ao cel.) O que você quer Maria de Fátima?

MARIA DE F.—  (OFF) Olha, já está até falando o meu nome sem desdém… Acho que prevejo um progresso na nossa relação.

MARTA        —  (Ao cel.) Para com a gracinha que eu tenho mais o que fazer. Estou num hospital.

MARIA DE F.—  (OFF) O que você faz no hospital? Não me diga que os caras que você foi procurar te deram uma surra?

MARTA        —  (Ao cel.) Claro que não idiota! O Gael foi pego por um grupo de bandidos e eles deram uma surra no meu menino.

MARIA DE F.—  (OFF) O menino é da Solange Moraes, mas vamos ao que interessa. Como foi lá com os caras?

MARTA        —  (Ao cel.) Ele disse que assim que fizer o serviço, vai entrar em contato. 

MARIA DE F.—  (OFF) Você acha que eles vão fazer o serviço certo?

MARTA        —  (Ao cel.) Claro! Mandei eles darem um susto dos bem dados naquela ridícula! Depois disso, ela nunca mais vai querer botar os pés nessa cidade de novo.

Ela fica ali a sorrir maligna. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 07. CONSTRUTORA MACEDO. ESTACIONAMENTO. INT. DIA.

Carro de Enrico se aproxima e entra na vaga. Ele salta e vai em direção ao elevador arrematando.

ENRICO        —  (P/si) Que otário! O que você tá fazendo, Enrico? A Flávia é a mulher do teu pai. Eu sei. Mas ela é tão doce, linda… Não, para! Eu não posso chegar assim e logo de cara dar em cima da mulher do meu pai! É muita mancada da minha parte!

Ele aperta o botão para chamar o elevador.

ENRICO        —  (P/si) Mas ao mesmo tempo eu gostei dela logo de cara! Mas eu não posso! Por isso mesmo que a Lindsay me largou. Eu tenho que parar de se apaixonar pelas mulheres na primeira vez que as vejo! Principalmente quando a mulher é do seu pai.

O elevador chega e ele entra.

CORTA PARA:

CENA 08. LEBLON. JOALHERIA. FRENTE. EXT. DIA.

Sol e Karina saem da joalheria.

KARINA       —  Me responde uma coisa aqui, Sol… Essas compras são por que, hein?

SOL               —  Como assim, Karina? Eu só senti vontade de comprar! O que mais poderia ser?

KARINA       —  Ah, sei lá. Talvez você esteja comprando alguma coisa por causa do Alfredo.

SOL               —  Ai, Karina, para com isso. Você tá igual mamãe! Mamãe tá aí no seu corpo! Larga esse espírito de dona Glória, hein!

KARINA       —  (Sorrir) Mas é sério… Tem certeza que não tem nada a ver com o Alfredo?

SOL               —  Claro que não! Agora vamos.

As duas vão caminhando. CAM mostra o carro dos capangas de Ratão em baixa velocidade. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 09. APART DE RENATA. SALA. INT. DIA.

Renata encaminhando-se até a porta, quando a abre, Flávia logo entra arrematando. 

FLÁVIA        —  Amiga eu preciso desabafar!

RENATA       —  Calma, Flávia! O que aconteceu?

FLÁVIA        —  Naquela hora em que estávamos conversando no celular, você não vai acreditar quem era que estava tocando a campainha.

RENATA       —  Quem?

FLÁVIA        —  O Enrico!

RENATA       —  Filho do Vicente?

FLÁVIA        —  O próprio!

RENATA       —  O que ele foi fazer lá se o Vicente está na construtora?

FLÁVIA        —  Ele disse que foi conversar comigo porque não queria que um mal-entendido estremecesse a nossa relação.

RENATA       —  Mas como assim, Flávia? Que relação é essa que ele falou?

FLÁVIA        —  Olha, Renata… Só sei que depois ele me cantou jogando charme pra mim perguntando se eu não tinha uma irmã para apresentar a ele!

RENATA       —  (Brinca) E não é que o novinho tá interessado mesmo em você? 

FLÁVIA        —  Ah, para com isso, Renata! Você consegue perceber a gravidade disso? Eu estou com o pai dele e ele gosta de mim!

RENATA       —  O que você tem que fazer é se afastar do Enrico então.

FLÁVIA        —  Mas como eu posso fazer isso sem que o Vicente perceba?

RENATA       —  Aí você me pegou.

Fecha em Flávia super aflita com a situação. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 10. JORNAL. REDAÇÃO. INT. DIA.

Alfredo ali sentado perto de Rosangela.

ALFREDO     —  Nossa! É muito bom voltar aqui. Sinto uma falta dessa redação.

ROSANGELA —Imagino! Eu não sei se aguentaria ficar mais de uma semana longe daqui.

ALFREDO     —  É, mas você tem que ver isso, Rô. Trabalho demais não é saudável!

ROSANGELA —Eu sei, Alfredo. Só estou esperando mais uma vez a diretoria decidir se a promoção para o cargo de editora chefe rola ou não.

Atenção Sonoplastia: cel. de Rosangela começa a tocar.

ROSANGELA—É minha mãe me ligando via chamada de vídeo ainda. Ele sabe que há essa hora eu estou trabalhando.

Ela atende.

ROSANGELA—Oi, mãe!

ISABELTIA   —  Ah, resolveu me atender, é?

ROSANGELA —Se a senhora não sabe, eu sou muito ocupada. Inclusive estou ocupada agora mesmo.

ISABELITA   —  Ah claro. Você sempre está ocupada. Vive ocupada até mesmo pra sua família. Ontem eu liguei pra minha neta e ela disse que você ainda não tinha chegado em casa. E já eram quase dez da noite.

ROSANGELA —Mãe a senhora sabe que vida de jornalista não é moleza.

ISABELITA   —  Eu sei, Rosangela! Mas se fosse uma coisa que acontecesse eventualmente, estaria tudo bem. Mas isso vive acontecendo rotineiramente. Olha, eu não sei até quando o Ricardo vai suportar ser jogado para segundo plano!

ROSANGELA—Tá bom, mãe! Agora eu preciso desligar! Tchau!

ISABELITA   —  Tchau! E vê se vai pra casa mais cedo hoje.

Ela desliga.

ROSANGELA —Inacreditável que a Karina foi fazer fofoquinha pra mamãe!

ALFREDO     —  E você acha que sua mãe tá errada? Ela está certíssima!

Corta para a mesa de Joana:

JOANA          —  (P/si) Como se já não bastasse ser uma péssima gestora, ainda conversa, fala ao celular. É o fim desse jornal!

CORTA PARA:

CENA 11. CONSTRUTORA MACEDO. SALA DE CRIS. INT. DIA.

Cristina ali a trabalhar. Vicente entra.

VICENTE      —  Licença, Cristina. Será que a gente poderia conversar?

CRISTINA     —  Ora o que te traz até aqui? Já que nós nunca mais olhamos um para a cara do outro.

VICENTE      —  Eu sei que é uma situação desconfortável e constrangedora. Mas querendo ou não nós ainda temos que administrar essa construtora juntos!

CRISTINA     —  Diga logo o que você quer Vicente, que eu não tenho tempo a perder!

VICENTE      —  Então… Eu queria conversar com você sobre o divórcio!

CRISTINA     —  Sem chances!

VICENTE      —  Espera aí, Cristina! Você não deixou nem eu falar!

CRISTINA     —  Claro! Essas coisas tem que ser conversadas na presença dos advogados de ambos!

VICENTE      —  É nessas horas que a gente percebe porque o nosso casamento não deu certo!

Ele sai com ela arrematando.

CRISTINA     —  Ah, então agora a culpa de você não ter conseguido guardar seu pinto dentro das calças é minha? Ah faça-me o favor, né, Vicente! 

Ela fica ali séria. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 12. LEBLON. RUA. EXT. DIA.

Carlito e Zói ali parados encostados no carro a observar uma loja de roupas do outro lado da rua.

ZÓI               —  E então, chefe? Qual vai ser a da parada?

CARLITO      —  Nós vamos ficar aqui, esperando as madames saírem da loja e atacamos.

ZÓI                —  Só isso?

CARLITO      —  É.

ZÓI                —  Eu pensei que era mais complexo.

CARLITO      —  É claro que a gente tem que tomar cuidado pra não fazer merda, mas fora isso… É moleza.

ZÓI                —  Fiquei sabendo que ontem o chefe dormiu lá na casa de Ratão Máster… O que foi? A patroa encrencou, é?

CARLITO      —  Desde quando isso te interessa? Desde quando isso interessa aos moradores daquela cabeça de porco?

ZÓI                —  Desculpa, chefe. Foi mal aí.

Carlito vê sol e Karina saindo da loja.

CARLITO      —  Foco! Alvo a vista!

Eles atravessam a rua e seguem perseguindo as duas, que estão distraídas.

CORTA PARA:

CENA 13. HOSPITAL. QUARTO. INT. DIA.

Miguel e Gael ali.

MIGUEL        —  Ninguém tira da minha mente que você está assim todo machucado porque está metido com gente que não deve!

GAEL            —  Quem é você? Meu pai por acaso? Fala igual velho!

MIGUEL        —  (Sorrir) Não sacrifica, Gael! Você me entendeu!

GAEL            —  Cara, você pode pensar o que quiser pensar. O fato é que eu não estou envolvido com ninguém!

MIGUEL        —  Tá, mas e o tal amigo que pediu pra você fazer uma coisa e você não estava se sentindo confortável com o pedido dele?

GAEL            —  Cala a boca! Eu falei isso só pra você!

MIGUEL        —  Ah, então tem mesmo alguma coisa a ver com esse amigo misterioso… Eu sabia!

GAEL            —  Olha, Miguel… É muito complicado. Eu não quero que você se envolva nisso!

MIGUEL        —  Mas eu estou aqui pra te ajudar! Eu sou seu irmão! Você pode contar comigo! Talvez eu possa fazer alguma coisa pra te ajudar!

GAEL            —  Infelizmente não pode não. Tem coisas que só nós mesmos é que podemos resolver! E eu quero que você fique longe disso e não comente nada com ninguém.

Fecha em Miguel aflito com a situação. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 14. LEBLON. OUTRA RUA. EXT. DIA.

Clima de tensão! Sol e Karina ali caminhando. CAM mostra Carlito e Zói se aproximando na “miúda”,

SOL               —  Então amanhã você volta?

KARINA       —  Volto. Volto e não sei bem como serão as coisas. Só de pensar que vou encontrar com a Adriana de novo depois de tudo que aconteceu…

SOL               —  Por que você não deixa essa Adriana pra lá e foque somente em você? Eu sei que pode ser difícil, mas…

Ela é interrompida por Carlito e Zói, que as abordam. Carlito pega as sacolas de Karina e Zói fica com as de Sol.

ZÓI                —  (Puxando as sacolas das mãos de Sol) Perdeu, madame! Perdeu!

SOL               —  (Gritando) Ai, me solta! Solta as minhas coisas!

CARLITO      —  (P/Sol) Acho bom a madame deixar o Rio de Janeiro antes que aconteça algo muito pior! Se eu ver a madame na minha frente de novo… Vai pra cidade do pé junto!

Os dois voltam correndo.

KARINA       —  (Assustada) E agora, Sol? O que a gente faz?

Closes alternados em Sol e Karina ali assustadas com o assalto. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

INTERVALO COMERCIAL

CENA 15. HOSPITAL. RECEPÇÃO. INT. DIA.

Marta ali a pegar um copo d’água, quando seu cel. começa a tocar.

MARTA        —  (Ao cel.) Alô?

CARLITO      —  (OFF) Madame, serviço executado com sucesso!

MARTA        —  (Ao cel.) Ótimo! Continuem assim que vocês terão muitos outros serviços comigo.

Ela desliga.

MARTA        —  (P/si) Essa foi só a primeira, Sol… A primeira de muitas outras que idem de vir… Sua vida vai virar um inferno! Mas perto dos meus filhos, você não chegará!

Ela fica ali maligna. Instantes. Suspense. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 16. TRÍPLEX DE SOL. SALA ENORME. INT. DIA.

Glória ali sentada a ler um jornal. Juliana a tirar poeira dos móveis. Sol e Karina entram ainda assustadas com o assalto.

SOL               —  Mamãe, pelo amor de Deus! Eu preciso de uma água com açúcar!

GLÓRIA        —  Calma, Solange! O que aconteceu minha filha!

SOL               —  Fala você Karina que eu não estou em condições!

KARINA       —  Nós fomos assaltadas!

GLÓRIA        —  Mas como assim assaltadas?

SOL               —  Como? Levaram tudo! Tomei um prejuízo de vinte mil reais!

GLÓRIA        —  Como é que é?

SOL               —  O colar que eu comprei foi levado pelos bandidos!

JULIANA      —  O Rio de Janeiro está perdido mesmo!

GLÓRIA        —  Gente, vinte mil reais perdidos assim… Pra bandidagem!

SOL               —  Ah, mamãe, eu estou bem! Obrigado por perguntar!

GLÓRIA        —  Juliana, traz água com açúcar pra essas duas, por favor!

JULIANA      —  Sim, senhora.

Ju vai para a cozinha.

SOL               —  Mamãe, o pior não foi nem o assalto. Sabe o que um dos bandidos falou comigo?

GLÓRIA        —  O quê?

SOL               —  Ele disse que achava melhor eu deixar o Rio de Janeiro antes que acontecesse algo de pior e que se ele me ver na frente dele de novo… Vai ser pior!

GLÓRIA        —  Jesus Amado! Essa cidade tá perdida mesmo!

KARINA       —  Agora que me ocorreu uma hipótese aqui!

SOL               —  Que hipótese?

KARINA       —  Pro bandido ter falado assim… Será que não foi alguém que mandou?

SOL               —  Mas quem? Eu acabei de chegar ao Rio de Janeiro e não fiz inimizade com ninguém!

GLÓRIA        —  É, mas às vezes a falta de um bom dia é o suficiente!

Closes alternados nas três ali apreensivas. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 17. LEBLON. ORLA. EXT. DIA.

Marta ali caminhando na orla, quando pega o cel. e disca.

MARTA        —  (Ao cel.) Maria? Vamos colocar em prática aquilo que nós conversamos na orla ontem. Sim, você vai se infiltrar na casa da Solange. Mas atenção! É pra entrar na casa daquela mulher e acabar com a raça dela!

Ela desliga e fica ali sorrindo malignamente. Instantes. 

CORTA PARA:

CENA 18. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA.

Takes descontínuos de toda a zona sul carioca. Jockey Club, Marina da Glória, Orla do Leblon, Praia de Ipanema. LEGENDA: SEIS SEMANAS DEPOIS. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 19. TRÍPLEX DE SOL. SALA DE JANTAR. INT. DIA.

Sol, Alfredo e Glória sentados à mesa almoçando.

SOL               —  Nossa! A comida está muito boa!

GLÓRIA        —  Está mesmo! Depois que contratamos aquela outra empregada, as coisas aqui melhoraram muito!

ALFREDO     —  Olha, a comida aqui é tão boa que eu acho que já engordei uns dez quilos!

CAM subjetiva entra. Uma mulher vem da cozinha com um pudim e o coloca na mesa. 

ALFREDO     —  Nossa. Desse jeito eu vou sair daqui uma bolota!

GLÓRIA        —  Já estou ficando mal-acostumada!

SOL               —  Sempre tudo divino, perfeito. Parabéns!

CAM revela que a mulher se trata de ninguém mais que Mara de Fátima. Que está com outro visual por sinal. Cabelo pintado e usando óculos.

MARIA DE F.—  (Sorrindo) Obrigada! Eu sempre faço o melhor pra vocês! Afinal… Vocês são a minha família!

Eles ali conversando e sorrindo fora de áudio. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 20. TRÍPLEX DE SOL. COZINHA. INT. DIA.

Juliana ali séria almoçando. Maria de F. vem da sala de jantar.

JULIANA      —  Pelo que ouvi daqui, foram só elogios!

MARIA DE F.—  É, fazer o que, né?! Eles me adoram.

JULIANA      —  Ah sim. (Sarcástica) E que tal largar um pouco essa arrogância, hein? Te garanto que não vai te fazer mal algum!

MARIA DE F.—  Que isso, menina? Eu só estava brincando!

JULIANA      —  (Sarcástica) Eu também!

MARIA DE F.—  Mas e aí, como vai à família?

JULIANA      —  Bem. Obrigado por perguntar.

MARIA DE F.—  O seu pai já aceitou você trabalhar na casa de “madame”, como ele diz?

JULIANA      —  Ele ainda está em fase de aceitação. Mas eu não tô nem aí! Eu é que não vou deixar de trabalhar por que ele não quer.

MARIA DE F.—  É isso aí!

CORTA PARA:

CENA 21. UNIVERSIDADE NOVO RIO. CANTINA. INT. DIA.

Karina entra na cantina e vê Miguel com Adriana no maior Love. Ela se volta e esbarra em Gael.

KARINA       —  Desculpa, Gael.

GAEL            —  Não. Tudo bem.

Ele se aproxima do irmão e a cunhada.

GAEL            —  Vocês estão apaixonados demais! Chaga a dar ânsia!

MIGUEL        —  Ânsia me dá quando eu ouço você na cama ao lado falando com a Juliana.

ADRIANA     —  Ah é. Em falar na Juliana, quando que vamos poder conhecê-la?

MIGUEL        —  É mesmo! Eu tô começando a achar que essa Juliana é fantasma!

GAEL            —  Ela existe, tá bom? Só que ela é um pouco tímida.

MIGUEL        —  Tão tímida que nem a dona Marta sabe do namoro de vocês dois.

GAEL            —  No momento certo ela vai ficar sabendo, assim como todos vão!

CORTA PARA:

CENA 22. APART DE RENATA. SALA. INT. DIA.

Bruna ali deitada com fone de ouvido e a mexer no cel. Renata chega da rua.

RENATA       —  (P/si) Mas será possível que agora ela só fica desse jeito?

Ela vai até Bruna e puxa o fone dela.

RENATA       —  Bruna, levanta desse sofá e vai na casa do seu pai!

BRUNA         —  Eu já disse que não vou lá!

RENATA       —  Ah, mas você vai sim!

BRUNA         —  Me dê então um bom motivo pra eu ir na casa daquela mulher!

RENATA       —  Você não está indo por causa dela! Você vai por causa do seu pai! Esses dias eu estive conversando com ele… Você precisava ver como ele tá triste! Poxa, ele foi até o colégio e você o ignorou!

BRUNA         —  Tá, mãe! Eu sei que passei dos limites, que não deveria ter tratado ele daquela forma, mas/

RENATA       —  (Corta, firme) Mas nada! Chega de desculpinha! Você vai ver o seu pai e ponto final!

CORTA PARA:

CENA 23. CONSTRUTORA MACEDO. SALA RICARDO. INT. DIA.

Ricardo ali a falar com Isabelita via chamada de vídeo.

RICARDO     —  Dona Isabelita, a senhora tem certeza que quer mesmo fazer isso?

ISABELITA   —  Claro que tenho!

RICARDO     —  Mas a senhora não precisa abandonar o conforto da casa da senhora por causa da Rosangela.

ISABELITA   —  Meu filho… Você sempre tentando não deixar a gente preocupada. Mas eu sei que vocês estão precisando de mim! Eu estou muito preocupada com o rumo que o casamento de vocês está tomando. A Rosangela tá cada vez pior! Eu tenho certeza que comigo aí na casa de vocês, eu vou colocar ela nos eixos!

RICARDO     —  Se a senhora acha mesmo necessário vir. Então seja bem-vinda!

ISABELITA   —  Obrigado, genro querido! Só preciso resolver algumas questões aqui antes de ir.

CORTA PARA:

CENA 24. TRÍPLEX DE SOL. SALA ENORME. INT. DIA.

Alfredo desce a escada e a campainha toca. Ela vai atender a porta. Bruna está ali.

ALFREDO     —  (Surpreso) Bruna?

BRUNA         —  Será que a gente pode conversar, pai?

Fecha em Alfredo feliz. Instantes. Suspense. Tensão.

CORTA PARA:

FIM DO 44º CAPÍTULO

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