PARTES DE MIM

NOVELA DE:

RAMON SILVA

ESCRITA POR:

RAMON SILVA

PERSONAGENS DESTE CAPÍTULO

ADRIANA

ALFREDO 

ANA

CARLITO

CRISTINA

ENRICO

GAEL

GLÓRIA

JOANA

JULIANA

KARINA

MARIA DE FÁTIMA

MARTA 

MAZÉ

MIGUEL

MURILO

RICARDO

ROSANGELA

SOL

VICENTE

PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS:

DELEGADO, DIRETOR (JORNAL), FUNCIONÁRIO  (JOALHERIA) E ZÓI. 


CENA 01. APART DE MARTA. QUARTO MARTA. INT. DIA.

Continuação imediata da última cena do capítulo anterior. Miguel ainda com os recortes de jornal nas mãos.

MIGUEL        —  (P/si, ainda confuso) Mas o que isso faz aqui nesta caixinha…? Por que a dona Marta guardaria uma coisa dessas? A não ser que… Isso aqui tenha alguma importância pra ela.

Ele coloca as fotos sobre a cama todas alinhadas e arremata.

MIGUEL        —  (P/si) Não posso tirar nada daqui pra ela não desconfiar, mas posso tirar uma foto pra investigar isso com mais calma.

Ele bate algumas fotos no cel. de todo o material que Marta possui em sua caixinha. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 02. TRÍPLEX DE SOL. SALA ENORME. INT. DIA.

Juliana ali a passar o aspirador de pó no chão. Glória e Alfredo descem a escada.

GLÓRIA        —  Ai gente, mas que barulheira é essa? (Aproxima-se de Ju e a cutuca) Juliana.

JULIANA      —  (Grita) Oi, dona Glória.

GLÓRIA        —  (Grita) Desliga isso.

JULIANA      —  (Grita) Desculpe, dona Glória. Mas eu não estou ouvindo o que a senhora tá falando.

Alfredo toma as rédeas da situação e desliga o aspirador.

JULIANA      —  Ah, era isso que a senhora queria?

GLÓRIA        —  Era, mas você não se deu conta.

JULIANA      —  Desculpa, dona Glória.

GLÓRIA        —  Chame a Maria que eu preciso conversar com ela.

JULIANA      —  Ih, dona Glória. Infelizmente no momento não será possível.

GLÓRIA        —  Por quê?

JULIANA      —  A Maria saiu e não disse pra onde ia.

GLÓRIA        —  Mas é de uma petulância essa empregada! Pra onde será que ela foi?

CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 03. LEBLON.CAFETERIA DE LUXO. INT. DIA.

Marta ali sentada aflita a olhar para o relógio. Maria de F. chega.

MARTA        —  Finalmente! Pensei que não viria.

MARIA DE F.—  E você queria o quê? Que eu saísse da casa da Sol assim sem mais nem menos? O meu disfarce correria risco.

MARTA        —  Mas e aí, como estão as coisas por lá?

MARIA DE F.—  Tudo na mesma. O Alfredo querendo voltar com ela, mas a Sol ainda hesitando.

MARTA        —  (Surpresa) O Alfredo tá morando na casa dela?!

MARIA DE F.—  Tá. Eu não te falei?

MARTA        —  Não! Lembrou até de falar a cor dos móveis, do piso, mas esqueceu de dizer que o Alfredo está morando lá!?

MARIA DE F.—  Desculpe. Eu achei que isso não tinha relevância!

MARTA        —  Tem. Tem muita relevância. Mas vamos ao que interessa. Essa outra empregada faz o que lá?

MARIA DE F.—  A Juliana agora é quem faz de tudo lá. Eu só cuido da cozinha.

MARTA        —  Droga! Isso não é bom.

MARIA DE F.—  Por quê?

MARTA        —  Estava com umas ideias aí, mas agora acho que vou ter que mudar de plano.

MARIA DE F.—  Mas que plano?

Marta começa a falar o plano fora de áudio. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 04. JOALHERIA. FRENTE. EXT/ INT. DIA.

CAM mostra o carro dos capangas de Ratão se aproximando em baixa velocidade. O carro estaciona. Corta para dentro do carro:

CARLITO      —  Escuta, playba. Você vai ter que entrar aí dentro dessa joalheria.

GAEL            —  Vocês não estão querendo que eu assalte a joalheria a mão armada, né?

CARLITO      —  Claro que não! Esse seria o jeito mais tolo de se fazer.

GAEL            —  O que vocês querem que eu faça então?

CARLITO      —  Assim que eu gosto. Tá vendo, Zói? O Playba resolveu cooperar.

ZÓI                —  (Sorrir) Mas ele sabe qual era as consequência se não entrar na parada.

CARLITO      —  Escuta bem o que eu vou te falar, playba. Presta bem a atenção que eu não vou falar duas vezes…

Carlito fora de áudio começa a dar as coordenadas a Gael. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

                                

CENA 05. CONSTRUTORA MACEDO. RECEPÇÃO. INT. DIA.

Ricardo ali conversando com Karina. Ana focada no trabalho e na conversa. (Karina com a mochila, na qual há uma garrafinha de água. Mochila seguirá com ela até o término de suas cenas na construtora.)

RICARDO     —  Filha, eu tô torcendo muito pra que você consiga essa vaga.

KARINA       —  Eu também, pai. A construtora Macedo é referência, então trabalhar aqui com toda certeza será o maior aprendizado.

ANA              —  Diga isso na entrevista e eles te contratam na hora.

RICARDO     —  O que, Ana?

ANA              —  Se ela disser tudo isso na entrevista, podem ter certeza que ela tá dentro!

RICARDO     —  Mas não é com bajulação que a gente consegue as coisas.

ANA              —  Eu sei. Mas se as coisas não tiveram boas, uma bajulaçãozinha não vai matar ninguém.

KARINA       —  (Sorrir) Se eu entrar, quero trabalhar com você. Divertida.

ANA              —  Obrigada. Gostei de você também. Pra você ver como esse mundo é louco, não é mesmo? Quando que poderíamos imaginar que o diretor financeiro, que leva tudo a sério teria uma filha tão agradável.

KARINA       —  Ah, obrigada, Ana.

RICARDO     —  Olha, logo que vocês duas já estão se dando bem, fiquem aí conversando que eu preciso terminar uns balancetes.

Ricardo vai para sua sala.

KARINA       —  Mas e então, Ana? Você trabalha aqui muito tempo?

ANA              —  Não muito. Mas tempo o suficiente pra saber de todos os babados dessa construtora.

KARINA       —  Ah, é?

ANA              —  É, menina. Aqui acontece cada coisa que você nem imagina.

Adriana chega de óculos de sol e ao ver Karina ela para, tira o óculos e arremata.

ADRIANA     —  Mas o que essa garota tá fazendo aqui na construtora dos meus pais?

Karina vira-se para Adriana e as duas se encaram seriamente. Instantes. Suspense. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 06. JOALHERIA. FRENTE. EXT. DIA.

Clima de tensão! Gael salta do carro. Ele usando um óculos com a armação mais grossa que o normal. Ele atravessa a rua e entra na joalheria. CAM mostra o carro dos capangas. Carlito abaixa o vidro e fica a olhar para a joalheria sorrindo.

ZÓI                —  Será que o playba vai dar conta, chefe?

CARLITO      —  Claro que vai. Até porque nós explicamos bem como tudo funcionaria pra ele.

CORTA PARA:

CENA 07. CONSTRUTORA MACEDO. RECEPÇÃO. INT. DIA.

Continuação imediata da cena 05. Mesmo climão no ar. Adriana e Karina a se encararem seriamente. Ana sem entender o que está acontecendo.

KARINA       —  Estou aqui como candidata a vaga de estágio.

Adriana dá uma gargalhada maligna.

ANA              —  (P/si, faz sinal da cruz) Jesus tem misericórdia!

ADRIANA     —  Mas o que que foi, hein? Você agora que ser uma subordinada a mim nessa construtora?

KARINA       —  Não vejo porque ser subordinada a você se estamos no mesmo patamar!

ADRIANA     —  Mas não estamos mesmo, meu amor! Eu sou filha dos donos e você não passará de uma mísera estagiária!

KARINA       —  Vejo que você se garante muito por ser filha dos donos… Que tal sair do casulo? Que tal competir pela vaga honestamente? Se você é tão boa assim, não deveria se garantir por ser filha dos donos.

CAM mostra a reação de Ana gostando da resposta à altura de Karina.

ADRIANA     —  (Levanta o tom de voz) Escuta aqui, garota!  Você está dentro da empresa da minha família!

KARINA       —   (Tom de voz alto) Mas isso não blhe dá o direito de querer humilhar as pessoas!

Vicente e Enrico saem da sala.

ENRICO        —  Mas que gritaria é essa?

VICENTE      —  Mas o que tá acontecendo aqui?

Closes alternados em Adriana e Karina se encarando com ódio nos olhos. Instantes. Suspense. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 08. JOALHERIA. INT. DIA.

Alguns clientes ali. Um funcionário aborda Gael.

FUNCIONÁRIO  — Boa tarde.

GAEL            —  Boa tarde.

FUNCIONÁRIO  —Como posso ajudar?

GAEL            —  Bom…

Ele trava e não consegue falar.

CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 09. JOALHERIA. FRENTE. INT. DIA.

Cena flashback.

Gael ali recebendo as coordenadas de Carlito. Zói só prestando atenção.

CARLITO       —   Fica atento, playba. O que você vai ter que fazer é usar esse óculos.

Carlito passa o óculos de grau com a armação mais grossa que o normal a Gael.

GAEL             —   Mas pra que esse óculos?

CARLITO       —   Esse óculos possui uma escuta e uma micro câmera localizada nessa voltinha do seu nariz.

GAEL             —   Tá. Deixa eu ver se entendi. Você quer que eu entre na joalheria e filme tudo? Isso é loucura! Eu vou ser preso!

CARLITO       —   Não vai não, playba! Escuta só. O que você vai fazer é entrar lá e dialogar com algum funcionário que você quer comprar um anel para sua noiva. E enquanto ele conversa com você, você pode olhar as saídas de ar, o posicionamento das câmeras de segurança e aonde fica localizado o alarme.

GAEL              —  Saída de ar, alarme? Mas pra quê?

CARLITO       —   Playba, só faça o que eu estou mandando!

GAEL             —   Tá bom. Mas que fique registrado que é só isso que eu vou fazer.

CARLITO       —   Só precisamos de você porque olha essa cara…. (Aponta para Zói)

ZÓI                —   O que é que tem a minha cara?

CARLITO       —   Se você me entra numa joalheria as pessoas logo vão achar que é marginal!

ZÓI                —   Ei! Eu tô ouvindo, tá!?

CARLITO       —   Agora vai lá, playba. E faça um bom serviço.

Gael salta do carro e atravessa a rua e entra na joalheria. Carlito pega um notebook para analisar as imagens da câmera no óculos.

Fim do insert.

CORTA PARA:

CENA 10. JOALHERIA. INT. DIA.

Continuação imediata da cena 08. Gael ainda travado.

FUNCIONÁRIO  — Você está bem?

GAEL            —  Sim, eu estou bem.

FUNCIONÁRIO  — Deseja uma água, um café…?

GAEL            —  Uma água seria bom.

FUNCIONÁRIO  — Acompanhe-me, por favor.

Os dois vão até o balcão e Gael é servido com um copo d’água. Ele fica olhando para cima e avista as saídas de ar e algumas câmeras. O funcionário percebe e logo estranha.

FUNCIONÁRIO  — Mas e então? O senhor está à procura do que exatamente?

GAEL            —  Bom, na verdade, eu estou à procura de um anel para a minha noiva.

FUNCIONÁRIO  — Ah sim. E qual é a faixa etária de sua noiva.

GAEL            —  20 anos.

FUNCIONÁRIO — Acho que eu sei o que ela pode gostar. Acompanhe-me, por favor.

Os dois seguem para a vitrine das joias. O vendedor começa a falar fora de áudio. Gael não para de olhar para saber onde estão as coisas. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 11. CONSTRUTORA MACEDO. RECEPÇÃO. INT. DIA.

Continuação imediata da cena 07.

ADRIANA     —  Essa garota aí!

KARINA       —  Eu estava aqui quieta na minha conversando com a Ana quando ela chegou querendo me humilhar!

VICENTE      —  Mas o que que é isso? Isso aqui é um ambiente corporativo! Se vocês têm desavenças, que elas sejam resolvidas fora da empresa!

KARINA       —  Desculpe, senhor. Eu não queria causa nenhuma confusão.

ADRIANA     —  Pagar uma de santinha agora é moleza! Mas na hora de querer me afrontar não pensou duas vezes!

KARINA       —  Você acha mesmo que eu vou ficar calada com você me humilhando!? Nunca! Eu não abaixo a cabeça pra ninguém! Muito menos pra você!

Ricardo sai de sua sala.

RICARDO     —  Gente, mas o que está acontecendo?

VICENTE      —  Essas duas aqui acham que estão numa feira!

RICARDO     —  Karina, filha. O que você já fez?

KARINA       —  Eu não fiz nada! Essa garota que já chegou aqui me humilhando porque é filha dos donos da construtora!

ADRIANA     —  (Arrogante) É filha do Ricardo. Deveria ter imaginado uma coisa dessas!

VICENTE      —  Escuta aqui, Adriana. Se você acha que vai tratar mal as pessoas só porque é filha dos donos, você está muito enganada! Essa construtora foi erguida com respeito aos nossos colaboradores acima de tudo!

ADRIANA     —  A garota já chega armando o maior barraco e você ainda briga comigo?

VICENTE      —  As duas estão erradas! E fim de papo!

Vicente volta para sua sala. Adriana furiosa vai para a sala de Cristina.

RICARDO     —  Filha, pelo amor de Deus. Não me chegue arrumando confusão.

KARINA       —  Mas pai, foi ela que chegou/

RICARDO     —  (Corta) Em casa a gente conversa sobre isso!

Ricardo vai para sua sala. Permanecem ali somente Enrico, Karina e Ana.

ENRICO        —  Gostei de você. Qual é mesmo o seu nome?

KARINA       —  Karina.

ENRICO        —  Muito prazer, Karina. Eu sou Enrico. Infelizmente meio irmão da insuportável da Adriana. Devo lhe dizer… Uma pessoa que já chega colocando a Adriana no seu devido lugar, logo ganha crédito comigo.

Enrico volta para a sala de Vicente.

ANA              —  Um gato ele, né, menina?

KARINA       —  É. E totalmente diferente da Adriana.

ANA              —  Mas sabe porque isso, menina? É que ele é filho do seu Vicente de outro relacionamento.

CORTA PARA:

CENA 12. CONSTRUTORA MACEDO. SALA DE CRIS. INT. DIA.

Cristina ali de costas para a porta a ouvir um rock pesadão no fone de ouvido. Ela vira a cadeira e Adriana está ali a olhar para ela seriamente.

CRISTINA     —  (Assusta-se) Ai que susto, Adriana! (Tira dos fones) 

ADRIANA     —  A maior confusão rolando na recepção e a senhora aí ouvindo música?

CRISTINA     —  Confusão? Mas confusão com quem?

ADRIANA     —  Confusão comigo! A senhora não imagina quem está aí pra fazer entrevista de estágio.

CRISTINA     —  Quem?

ADRIANA     —  A Karina!

CRISTINA     —  Aquela que você odeia por causa do Miguel?

ADRIANA     —  A própria!

CRISTINA     —  Mas o que ela tá fazendo aqui?

ADRIANA     —  Não, e tem mais. A senhora não adivinha de quem ela é filha.

CRISTINA     —  De quem?

ADRIANA     —  Do Ricardo!

CRISTINA     —  Era só o que me faltava!

ADRIANA     —  Olha aqui, mãe. Eu não quero essa menina trabalhando aqui!

CRISTINA     —  Pode deixar, filha. Pode deixar que eu vou fazer de tudo pra ela ser reprovada!

Fecha em Adriana ali furiosa. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 13. CAFETERIA DE LUXO. INT. DIA.

Marta e Maria de F. ali sentadas a conversar.

MARIA DE F.—  Mas você não acha que isso é um pouco demais não?

MARTA        —  Claro que não! Quando se tem o inimigo por perto, você não pode marcar bobeira.

MARIA DE F.—  Mas aí já é maldade demais.

MARTA        —  O que está acontecendo com você, Maria? Não foi você que voltou há meses atrás disposta a acabar comigo? Queria porque queria vingança e agora tá aí hesitando em fazer uma coisa simples!

MARIA DE F.—  Ah, claro. A coisa mais simples do mundo é envenenar alguém para ficar cego!

MARTA        —  Fala baixo! Quer que toda a cafeteria escute!? E outra, você está sendo paga. Aliás, muito bem paga por sinal!

MARIA DE F.—  Tá, e como seria isso?

Marta tira da bolsa um saquinho com pó branco e passa a Maria de F.

MARTA        —  Guarda isso rápido!

MARIA DE F.—  É isso aqui que eu vou ter que colocar na bebida dela?

MARTA        —  Isso, mas dê um jeito de fazer isso sem que ninguém perceba que é você!

MARIA DE F.—  Pode deixar!

Fecha em Marta ali maligna. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 14. JORNAL. REDAÇÃO. INT. DIA.

Rosangela e todos os outros funcionários ali trabalhando a todo vapor. Joana chega com o diretor do jornal. Joana com seu típico sorriso de deboche.

DIRETOR      —  Um minutinho da atenção de todos, por favor.

Todos param suas atividades e prestam atenção no diretor.

DIRETOR      —  Rosangela, venha aqui, por favor!

Ela sem entender, aproxima-se dele e encara Joana.

DIRETOR      —  Bom, gente. Desde que o Alfredo sofreu aquele acidente que o deixaria ausente do jornal por tempo indeterminado, ele sempre fez questão de deixar claro que a Rosangela seria a profissional mais qualificada e capaz de assumir as responsabilidades em eventuais ausências suas. Nós acatamos o que o Alfredo disse e resolvemos colocar a Rosangela no cargo de editora chefe. Porém, ela não alcançou os resultados esperados pela diretoria.

Rosangela olha seriamente Joana.

JOANA          —  Não me olhe com essa cara.

DIRETOR      —  Por esse motivo, toda a diretoria reuniu-se para decidir o que poderíamos fazer. E analisando a experiência, o currículo da Joana… Decidimos por unanimidade que ela será a nova editora chefe do jornal até a volta do Alfredo.

Todos surpresos com a revelação. Rosangela nem se abala. Joana sorrindo debochadamente. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

1º INTERVALO COMERCIAL

CENA 15. JORNAL. REDAÇÃO. INT. DIA.

Continuação imediata da cena anterior.

DIRETOR      —  Rosangela, eu sinto muito, mas foram tantos erros que toda a diretoria estava insatisfeita.

ROSANGELA —Não, tudo bem. (Sarcasmo) A Joana realmente é pessoa mais qualificada pra isso.

Rosangela sai da redação.

DIRETOR      —  Então, Joana. A equipe está sob os seus cuidados e sua supervisão agora.

JOANA          —  Mais uma vez obrigada pela confiança.

DIRETOR      —  Prove que não estamos errados ao escolher você e você estará mais do que nos agradecendo.

Diretor sai da redação.

JOANA          —  (P/si) Pode deixar, senhor diretor. Agora sim esse jornal vai decolar com a minha gestão.

Algumas figurantes se aproximam de Joana para parabenizá-la. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 16. TRÍPLEX DE SOL. SALA ENORME. INT. DIA.

Sol desce a escada. Glória e Alfredo vem da cozinha.

SOL               —  Mamãe, estou saindo.

GLÓRIA        —  Vai aonde, filha?

SOL               —  Que pergunta é essa, mamãe? A senhora mesma não disse que o delegado ligou avisando que tinha novidades no caso do roubo dos meus pertences?

GLÓRIA        —  Ah, é, filha. Eu por um instante esqueci.

SOL               —  E a senhora vem comigo?

GLÓRIA        —  Não, filha. Eu vou ficar em casa. Mas o Alfredo pode ir.

Os dois ficam sem graça.

ALFREDO     —  Acho melhor não, dona Glória.

SOL               —  Não, a mamãe tem razão. Acho que um homem ao meu lado nesse momento é melhor do que a mamãe.

GLÓRIA        —  Ei! O que tem de errado com a minha companhia?

SOL               —  Nada, mamãe. Nada. Vamos, Alfredo.

Os dois saem.

GLÓRIA        —  (P/si) Sinto uma aproximação desses dois no ar. (Feliz) Ai, que maravilha. Tudo que eu queria era esse casal junto de novo.

CORTA PARA:

CENA 17. JOALHERIA. FRENTE. INT. DIA.

Carlito e Zói ali a observar as imagens de Gael na joalheria.

ZÓI                —  E aí, chefe? Acha que vai ser fácil?

CARLITO      —  Com certeza não. Nós vamos precisar de mais cérebros nesta operação. E cérebros mais inteligentes, claro.

ZÓI                —  Até agora eu não entendi nada.

CARLITO      —  Na hora certa você e o mundo saberão! Com as imagens do playba, cada passo desse plano deve ser milimétricamente calculado. Nada pode dar errado.

ZÓI                —  É verdade. Mas também, depois desse golpe, estaremos milionários, hein, chefe!

CARLITO      —  Eu não diria milionários. Mas bem de vida sim.

CAM mostra a tela do notebook. Com Gael ali olhando tudo ao redor dentro da joalheria. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 18. JOALHERIA. INT. DIA.

Gael ali analisando um anel de diamantes.

GAEL            —  É. Eu acho que a Adriana ia adorar um desses.

FUNCIONÁRIO  — Então leva pra ela.

GAEL            —  Olha… Eu só estou dando uma olhada mesmo. É no mês que vem que eu quero fazer essa surpresa pra ela.

FUNCIONÁRIO — Ah sim. Então, fique com o meu cartão… Quando vier comprar, terei o maior prazer em atendê-lo.

Gael pega o cartão.

GAEL            —  Obrigado.

FUNCIONÁRIO — De nada. Tenha um bom dia.

Gael sai da joalheria olhando tudo que pode e o funcionário fica desconfiado e dá um sinal para o segurança que fica a olhar Gael saindo da joalheria.

CORTA PARA:

CENA 19. JOALHERIA. FRENTE. EXT. DIA.

Gael sai da joalheria, quando ouve a voz de Carlito.

CARLITO      —  (OFF) Não venha em direção ao carro agora. Tem um segurança da joalheria olhando você. Segue até a rua de trás que a gente se encontra lá.

Gael segue caminhando.

ZÓI                —  (OFF) Caraca, chefe. Eu tô me sentindo naqueles filmes, séries de roubo.

CARLITO      —  (OFF) Cala a boca, Zói.

O carro dá a partida e segue se afastando. CAM mostra o segurança ali a olhar a movimentação na frente da joalheria. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 20. APART DE MARTA. SALA DE JANTAR. INT. DIA.

Mesa repleta de comida. Miguel, pensativo ali sentado à mesa almoçando. Mazé vem da cozinha com uma jarra de suco.

MAZÉ            —  Dona Marta ainda não chegou?

MIGUEL        —  Ainda não.

MAZÉ            —  Estranho. A dona Marta tem saído muito ultimamente. Ela sempre foi de ficar em casa.

MIGUEL        —  Pois é. Acho que a dona Marta tem mais a esconder do que imaginamos.

MAZÉ            —  Como assim, Miguel?

MIGUEL        —  O quê?

MAZÉ            —  O que sua mãe poderia está escondendo?

MIGUEL        —  Nada não, Mazé. Foi só uma coisa aleatória.

MAZÉ            —  Ah tá. Mas e aí, o Gael também ainda não chegou?

MIGUEL        —  O Gael ficou lá embaixo no carro. Talvez de lá, ele deve ter seguido pra casa da namorada.

Marta chega da rua neste exato momento e arremata.

MARTA        —  Como é que é? O Gael tem namorada?

Fecha em Miguel com cara de quem falou demais. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 21. LEBLON. AVENIDA. INT. DIA.

Gael, Carlito e Zói ali dentro do carro. Carlito ao volante. Gael ainda com o óculos.

CARLITO      —  Playba, não foi bem o que eu queria, mas está de bom tamanho.

GAEL            —  Você queria que eu perguntasse ao vendedor aonde ficava o alarme da joalheria?!

CARLITO      —  Eu sei, playba. Eu sei que não era fácil, mas você deveria ter andando mais lá dentro.

GAEL            —  Pelo menos vocês agora têm as imagens dos filtros de ar e do posicionamento das câmeras de segurança.

CARLITO      —  Isso é o que nos deixa feliz.

GAEL            —  Agora então eu tô livre de vocês, né?

CARLITO      —  Não sei. Isso vai depender da boa vontade do Ratão Máster em te liberar.

Fecha em Gael sério. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 22. CONSTRUTORA MACEDO. SALA VICENTE. INT. DIA.

Enrico sentado. Vicente andando de um lado para o outro invocado.

VICENTE      —  O que essas duas fizeram dentro da empresa foi inadmissível!

ENRICO        —  Eu sei, pai. Mas o senhor sabe como a Adriana é. Ela sempre gostou de pisar nas pessoas.

VICENTE      —  Mas as duas tem que se segurar. Ambiente corporativo não é para se lavar roupa suja.

ENRICO        —  Pois é, pai. Mas o pior é que os representantes da empresa não estão ajudando.

VICENTE      —  Mas isso aconteceu por causa da Cristina que não sabe separar a vida profissional da vida pessoal!

ENRICO        —  Exatamente o que a Adriana fez aqui hoje.

VICENTE      —  É, mas não é porque a Adriana é filha dos donos que ela vai fazer isso. Ela será punida caso continue a agir dessa maneira.

ENRICO        —  Só espero que haja ética e transparência nessa seleção dos estagiários.

VICENTE      —  Claro que haverá! Se estiverem estudantes mais qualificados do que a Adriana, ela está fora!

ENRICO        —  Pelo senhor eu sei. Mas e a Cristina?

CORTA PARA:

CENA 23. DELEGACIA. SALA DO DELEGADO. INT. DIA.

Delegado ali de pé. recebe Sol e Alfredo.

DELEGADO—  Como vocês estão?

ALFREDO     —  Bem.

SOL               —  Bem. Agora melhor ainda com a notícia de que vocês têm a suspeita de quem seja.

DELEGADO—  Sim. Sente-se.

Todos se sentam.

SOL               —  Mas delegado, vocês demoraram muito com isso.

DELEGADO—  Desculpe, dona Solange. Mas o problema é que a violência no Rio de Janeiro está cada vez pior. Consequentemente, as delegacias ficam abarrotadas de denúncias e ainda tem a falta policias…

ALFREDO     —  Deplorável um estado como o Rio de Janeiro sofrer com a falta de segurança pública!

DELEGADO—  Pois bem, dona Solange. A senhora e aquela outra menina que sofreram o assalto, correto?

SOL               —  Sim.

DELEGADO—  E ela não veio?

SOL               —  Não. Eu até liguei pra ela, mas ela estava em um compromisso inadiável.

DELEGADO—  Tudo bem. Depois nós falamos com ela então. Assistam o vídeo.

O delegado vira o monitor do computador com o vídeo da câmera de segurança que registrou o assalto. Ele dá pause no vídeo no momento em que o rosto de Carlito fica evidente.

DELEGADO—  Olhe bem pra esse homem.

SOL               —  É ele mesmo delegado!

Closes alternados em Sol, Alfredo e no Delegado. CAM foca na tela do computador com a imagem de Carlito e o delegado fala em off.

DELEGADO—  (OFF) Agora pegamos vocês.

CORTA PARA:

FIM DO 46º CAPÍTULO

A Widcyber está devidamente autorizada pelo autor(a) para publicar este conteúdo. Não copie ou distribua conteúdos originais sem obter os direitos, plágio é crime.

Pesquisa de satisfação: Nos ajude a entender como estamos nos saindo por aqui.

Publicidade

Inscreva-se no WIDCYBER+

O novo canal da Widcyber no Youtube traz conteúdos exclusivos da plataforma em vídeo!

Inscreva-se já, e garanta acesso a nossas promocionais, trailers, aberturas e contos narrados.

Leia mais Histórias

>
Rolar para o topo