PARTES DE MIM

NOVELA DE:

RAMON SILVA

ESCRITA POR:

RAMON SILVA

PERSONAGENS DESTE CAPÍTULO

ADRIANA

ALFREDO 

BRUNA

CARLITO

CRISTINA

FLÁVIA

GAEL

GLÓRIA

ISABELITA

JANDIRA

JOANA

JULIANA

KARINA

MARIA DE FÁTIMA

MARTA 

MAZÉ

MIGUEL

RENATA

RICARDO

ROSANGELA

SOL

VICENTE

PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS:

2ADVOGADOS e ARMANDO.


CENA 01. RIO DE JANEIRO. EXT. AMANHECER.

Takes descontínuos do amanhecer na cidade maravilhosa.

CORTA PARA:

CENA 02. TRÍPLEX DE SOL. SALA DE JANTAR. INT. DIA.

Maria de F. colocando a comida sobre a mesa. Glória desce a escada.

MARIA DE F.—  Bom dia, dona Glória.

GLÓRIA        —  Bom dia, Maria. E a Juliana, já chegou?

MARIA DE F.—  Olha, dona Glória. Pelo jeito ela ainda não chegou não.

GLÓRIA        —  Essa Juliana não é mole, não! Ela acha que eu estou de brincadeira com ela. Menina mais irresponsável!

Sol e Alfredo descem a escada.

MARIA DE F.—  (OFF) Os dois descendo a escada juntos? Eles mal se falavam até ontem. E olha como ela está sorrindo.

SOL               —  Bom dia, gente.

MARIA DE F.—  Bom dia, Sol, Alfredo.

GLÓRIA        —  Bom dia, filha. Nossa! Vocês dois ontem conversaram a noite toda, hein!

ALFREDO     —  Ih… Então a dona Glória ouviu tudo.

GLÓRIA        —  Ouvi mesmo!

SOL               —  Ai, mamãe. Depois do que aconteceu ontem nós tínhamos muito o que conversar!

GLÓRIA        —  Verdade, filha.

MARIA DE F.—  (OFF) O que será que aconteceu ontem?

SOL               —  Maria, esse suco está péssimo, ou o copo tá com esse gosto ruim!

MARIA DE F.—  Desculpe, Sol. Eu vou trocar.

Ela pega o copo de Sol e vai para a cozinha. A família continua a conversar fora de áudio. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 03. TRÍPLEX DE SOL. COZINHA. INT. DIA.

Maria vai direto para a pia lavar o copo.

MARIA DE F.—  (P/si) Do jeito que falam parece que ontem houve uma reviravolta aqui. Mas o quê?

Ela seca o copo e o coloca sobre a mesa. Há uma jarra e suco ali e ela o enche. Certifica-se de que não há ninguém a observando, tira o pó branco do bolso e despeja no suco uma colher de sopa. E mistura tudo. 

MARIA DE F.—  (P/si) Mesmo a Marta não aparecendo ontem lá no quiosque e não atendendo as minhas ligações… Eu tenho que continuar com o nosso plano.

Ela vai para a sala.

CORTA PARA:

CENA 04. TRÍPLEX DE SOL. SALA E DE JANTAR. INT. DIA.

Alfredo, Sol e Glória ali sentados à mesa conversar. Maria vem e dá o copo de suco a Sol.

SOL               —  Obrigado, Maria.

MARIA DE F.—  De nada.

Ela permanece ali.

ALFREDO     —  Só sei que depois dessa nós temos muito o que conversar. Não só nós dois, mas a família toda.

GLÓRIA        —  Verdade. (Percebe Maria ali) O que você ainda faz aqui, Maria? Ouvindo a nossa conversa?

MARIA DE F.—  Desculpe, dona Glória. Estarei na cozinha, qualquer coisa só me chamar.

Ela segue para a cozinha, mas volta e fica escondida a ouvir. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 05. APART DE RICARDO E RÔ. SALA. INT. DIA.

Karina ali sentada aflita. Rô vem do quarto arrumada para o trabalho.

ROSANGELA —O que foi, filha? Você parece preocupada.

KARINA       —  E estou preocupada mesmo! Liguei mais de dez vezes e meu pai não atende.

ROSANGELA —Filha, respeita também esse tempo que seu pai está dando.

KARINA       —  Ele está dando um tempo no casamento, não de ser meu pai!

ROSANGELA —Eu sei, minha filha. O que eu quero dizer é que ele pode não está com cabeça pra atender celular agora.

KARINA       —  Tô com medo de ter acontecido alguma coisa com ele.

ROSANGELA —Não pense o pior, filha. Eu tenho certeza que seu pai está bem.

Fecha em Karina aflita. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 06 RIO DE JANEIRO. AVENIDA. INT/ EXT. DIA.

Ricardo ali a dormir no carro. Ele acorda assustado.

RICARDO     —  (P/si, assustado) Meu deus! A construtora! Eu não posso chegar atrasado hoje.

Ele liga o carro, mas um policial bate no vidro do carro.

RICARDO     —  (P/si) Essa não! (Abaixa o vidro) Pois não, Policial?

POLICIAL     —  O senhor poderia por gentileza retirar a chave da ignição e sair do veículo?

RICARDO     —  Claro!

Ricardo faz o que foi pedido e sai do veículo.

POLICIAL     —  O que o senhor fazia dentro do carro?

RICARDO     —  Eu? Eu parei aqui porque estava procurando uma coisa.

POLICIAL     —  Ah sim. E essa coisa que o senhor procurava sumiu durante a noite toda?

Fecha em Ricardo aflito. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 07. APART DE MARTA. SALA. INT. DIA.

Mazé ali pensativa. Ela colocando a mesa do café.

MAZÉ            —  (P/si) É… Vida que segue. Se ele escolheu trilhar esse caminho, eu só posso lamentar a terrível escolha dele.

Miguel e Gael vêm do quarto. Ambos com olheiras terríveis.

MIGUEL        —  Bom dia, Mazé.

GAEL            —  Bom dia.

MAZÉ            —  Bom dia, meninos. Pelas carinhas de vocês vejo com não pregaram o olho essa noite.

MIGUEL        —  Não mesmo! A noite ontem foi tão surpreendente e reveladora que não conseguimos dormir.

MAZÉ            —  Como assim, gente? O que aconteceu?

GAEL            —  Senta que a história é longa.

MAZÉ            —  (Senta-se à mesa) Ih… Tô começando a achar que a coisa é grave!

MIGUEL        —  Grave não, Mazé. É gravíssima!

Fecha em Mazé curiosa. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 08. TRÍPLEX DE SOL. COZINHA. INT. DIA.

Maria de F. ali a ouvir a conversa.

SOL               —  (OFF) Aquela desgraçada vai pagar sim pelo que fez! Ela roubou dois bebês recém-nascidos! Ela tirou da gente a oportunidade de vermos os nossos filhos dar o primeiro passo, dizer as primeiras palavras….

MARIA DE F. —(P/si) Vish! Então a casa caiu.

Juliana entra.

JULIANA      —  A casa caiu pra quem, Maria?

MARIA DE F.— (Assusta-se) Juliana. Oi.

JULIANA      —  Bom dia. A casa caiu pra quem?

MARIA DE F.—  Um babado fortíssimo que aconteceu ontem com a patroa.

JULIANA      —  Ah é? Mas tem alguma coisa a ver com o bandido que roubou ela?

MARIA DE F.—  Não! Acho que é alguma coisa que aconteceu há muitos anos atrás. Agora eu sugiro que você vá se trocar logo, que a dona Glória já estava perguntando sobre você.

JULIANA      —  É. Deixa eu ir lá.

Ela vai para o quartinho de empregada.

MARIA DE F.—  (P/si) Enxerida essa garota! Já chega se metendo aonde não deve! Marta foi pega… Quem diria que depois de vinte anos um dia ela seria presa?

CORTA PARA:

CENA 09. APART DE MARTA. SALA. INT. DIA.

Continuação não imediata da cena 07. Conversa a meio.

MAZÉ            —  Misericórdia! Então vocês não são filhos legítimos da dona Marta?

MIGUEL        —  Pois é, Mazé. Pra você ver como a nossa vida pode mudar completamente da noite pro dia.

MAZÉ            —  Meu Deus, mas como isso é possível? Quando eu vim trabalhar aqui nessa casa o seu Marcílio disse que vocês eram filhos dele.

GAEL            —  Ele nos amava, mas não somos filhos biológicos dele.

MAZÉ            —  A dona Marta… Isso é quase que inacreditável! Ela não teria…

MIGUEL        —  Pior que teve, Mazé! Nós ainda não sabemos porque, mas ela nos sequestrou na maternidade! 

GAEL            —  Com menos de um dia de vida e nós já estávamos causando discórdia!

Mazé e Miguel sorriem.

CORTA PARA:

CENA 10.  BARRACÃO VELHO. INT. DIA.

Armando ali amarrado. Carlito deitado num colchão velho. 

ARMANDO   —  (Debocha) Você tá pensando que engana alguém, né, Carlito? Ou devo dizer: Ratão Máster?

CARLITO      —  Olha que uma pessoa nas suas condições não tem espaço algum para fazer piadinhas.

ARMANDO   —  Fala a verdade, Ratão. Você tá encalacrado, não é? Por que outro motivo você estaria aqui nesse fim de mundo?

CARLITO      —  É. Estou sendo procurado pela polícia. Tá feliz agora que sabe porque estou aqui?

ARMANDO   —  Ainda não. Eu te conheço, ratão. Eu sei que você é só isso. Você já deveria ter me matado se quisesse! Por que me mantem preso aqui nesse barracão caindo aos pedaços?

CARLITO      —  Você é bem direto, Armando! Vai direto ao ponto!

ARMANDO   —  Comigo é assim mesmo, sem enrolação! O que você quer de mim?

CARLITO      —  Você sumiu antes da ideia da maior bocada do século porque se meteu aonde não devia. Mas estamos com um plano aí e eu quero que você participe dele!

Fecha em Armando sério a olhar Carlito. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 11. TRÍPLEX DE SOL. COBERTURA. EXT. DIA.

Sol e Alfredo ali a olhar a vista.

SOL               —  Sabe, Alfredo… Eu sinceramente nunca pensei que um dia me sentiria tão bem assim.

ALFREDO     —  A sensação de ver, tocar nos nossos filhos de novo… É inexplicável!

SOL               —  É verdade. Eu não conseguir dormir essa noite.

ALFREDO     —  Eu também não. Por isso que eu disse que deveríamos um ter a companhia do outro.

SOL               —  Engraçadinho. Eu sei muito bem o que você queria com aquele papinho.

ALFREDO     —  E então? Eu tenho alguma chance?

SOL               —  Digamos que elas ainda são minúsculas, mas tem sim.

ALFREDO     —  Que bom. Já é um bom começo!

SOL               —  Agora eu quero me concentrar em fazer justiça e poder recuperar o tempo perdido ao lado dos meus filhos.

CORTA PARA:

CENA 12. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA.

Atenção Sonoplastia: All Star – Cássia Eller.

Takes aéreos descontínuos da cidade maravilhosa. Letreiro: DIAS DEPOIS.

CORTA PARA:

CENA 13. TRÍPLEX DE SOL. SALA ENORME. INT. DIA.

Atenção Edição: Ligar no áudio com a cena anterior.

Glória e Sol abrem a porta e Miguel entra de mala e cuia.

SOL               —  (Feliz) Filho, você veio mesmo!

MIGUEL        —  Claro! Afinal de contas agora eu conheci a minha verdadeira família!

GLÓRIA        —  Que bom. Mas e o Gael?

MIGUEL        —  Então…

SOL               —  Quando vem com esse então é porque não é coisa boa.

MIGUEL        —  O Gael não quis vir!

GLÓRIA        —  Mas por quê?

MIGUEL        —  Ele disse que queria ficar, mas não falou o motivo. 

SOL               —  Poxa, que pena. Eu queria tanto que a toda a família estivesse aqui morando juntos.

MIGUEL        —  A verdade é que o Gael ficou mais surpreso com todas essas revelações do que eu. 

GLÓRIA        —  Você desconfiava de alguma coisa, Miguel?

MIGUEL        —  Eu encontrei uma caixinha preta no quarto dela, na qual tinham vários recortes de jornais.

SOL               —  Recortes de jornais?

MIGUEL        —  É. E todos eles eram de manchetes sobre o sequestro dos bebês.

SOL               —  Então a desgraçada ficou aqui se mantendo informada todos esses anos.

GLÓRIA        —  É, mas agora é só alegria. (Entusiasmada) Meu neto veio morar com a gente, Sol.

Os três ficam ali conversando felizes, sorrindo. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 14. DELEGACIA. SALA DE VISITAS. INT. DIA.

Gael ali sentado sério. Marta vem algemada acompanhada de um polícia. 

MARTA        —  Filho, você veio me ver.

Ele não olha para ela.

MARTA        —  Poxa, Gael. Você veio até aqui para me ignorar?

GAEL            —  Não sei nem com que cara eu posso te olhar! Você tem noção da monstruosidade que fez?

MARTA        —  Filho, você tem que me ouvir/

GAEL            —  (Corta, firme) Ouvir o quê? Mentiras e mais mentiras?!  Agora só falta me dizer que armaram isso contra você!

MARTA        —  Mas é claro que armaram! Olha bem pra mim, Gael. Você acha mesmo que eu seria capaz de fazer uma coisa dessas?

GAEL            —  Acho! Acho inclusive que o seu casamento com o mau pai de criação, Marcílio foi fachada! Você era pobre. Casou-se com ele por causa de dinheiro!

MARTA        —  (Chora) Olha o que você está falando, meu filho. Você tá me rebaixando por causa de uma louca que acha que vocês são os filhos dela!

GAEL            —  Olha, eu nem sei o que vim fazer aqui.

MARTA        —  Veio me ver. Veio me dar apoio contra essa injustiça!

GAEL            —  Não! Eu vim aqui porque eu queria olhar bem nos seus olhos e perguntar… Por quê?

Fecha em Marta séria a encarar o filho. Instantes. Suspense. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 15. CONSTRUTORA MACEDO. SALA DE REUNIÃO. INT. DIA.

Vicente e Cristina ali na presença de seus respectivos advogados.

VICENTE      —  Então, Cristina, você analisou toda a papelada. Está de acordo?

CRISTINA     —  Sim. Eu fico com o nosso antigo apartamento e você fica com o outro que a sua amante mora.

AGUINALDO—  Ótimo que estamos chegando a um consenso. Agora queríamos discutir sobre a construtora.

CRISTINA     —  Disso ambas as partes sabem que eu tenho que ficar com a maioria!

VICENTE      —  Como assim maioria? Essa construtora é tanto sua quanto minha!

CRISTINA     —  Era só o que me faltava! Você sabe muito bem que não seria nada sem a minha participação!

VICENTE      —  Não interessa! Nós fundamos esta construtora juntos e se não houver igualdade na partilha dos bens, nada feito!

ADVOGADO—  Exatamente. Doutor Aguinaldo, nós conversamos muito a respeito disso. Pensei que tínhamos entrado num acordo.

AGUINALDO—  E tínhamos. Mas dona Cristina exige 51% das ações da construtora!

ADVOGADO—  Se não houver igualdade, meu cliente não aceitará!

VICENTE      —  Por que você tá fazendo isso Cristina? Todos os outros bens, imóveis, veículos você aceitou e com a construtora você quer ficar com maioria?

CRISTINA     —  Você pode achar que eu não mereço isso, mas eu mereço, ok? Ele é o responsável por estarmos aqui nesta sala dialogando sobre a partilha dos bens! Afinal de contas, ele me traiu!

VICENTE      —  Cristina, pelo amor de Deus! Se você quer vingança então se vingue de outro modo! Mas deixe a construtora de fora disso! Olha bem o que você está fazendo. Está colocando a construtora pra justificar a sua indignação pelo que passou!

CRISTINA     —  Pelo que passou… Você fala como se não fosse nada!

Os dois continuam a discutir fora de áudio. Closes alternados nos advogados exausto de tanta discussão. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 16. JORNAL. REDAÇÃO. INT. DIA.

Rô ali a trabalhar no notebook. Atenção Sonoplastia: cel. dela começa a tocar. Ela pega e olha. 

ROSANGELA —(P/si) Ai , Jesus! O que eu mais temia. Ligação da dona Isabelita. (Ao cel.) Oi, mãe.

ISABELITA   —  (OFF) Finalmente resolveu atender! Pensei que ia morrer nesse celular sem você atender.

ROSANGELA —(Ao cel.) Sem drama, tá, mãe? Sem drama que eu estou no trabalho. Seja objetiva, por favor!

ISABELITA   —  (OFF) Tudo bem. Se você quer que eu seja direta então eu vou ser. Você tem algum problema?!

ROSANGELA —(Ao cel.) Como assim, mãe? Do que a senhora tá falando?

ISABELITA   —  (OFF) Estou falando do seu casamento com o Ricardo! A Karina me contou tudo. Como você pôde esquecer do aniversário de casamento, Rosangela?

ROSANGELA —(Ao cel.) Mãe, não precisava ligar pra dar sermão não. Eu já aprendi com o meu erro.

ISABELITA   —  (OFF) Não, não aprendeu não! Se tivesse aprendido, teria deixado de focar só no trabalho e ter dado mais atenção ao seu casamento! Por isso, estou chegando ao Rio ainda hoje!

ROSANGELA —(Ao cel.) Não, mãe! Não precisa vir até…/ Alô? (P/si) Droga! Como se já não batesse tudo isso ainda tem a mamãe vindo para o rio!

Joana se aproxima.

JOANA          —  Falar ao celular no ambiente de trabalho é permanentemente proibido! Advertência verbal, na próxima, escrita e depois é rua!

ROSANGELA —Larga de ser ridícula, garota! Assumiu o cargo a esses dias e tá achando que isso aqui é uma ditatura? Com licença!

Rô sai da redação.

JOANA          —  (P/si) Nossa! Tá muito estressadinha! Mal amada!

CORTA PARA:

CENA 17. CONSTRUTORA MACEDO. SALA VICENTE. INT. DIA.

Karina ali trabalhando num projeto em sua mesa ao lado da de Vicente. 

KARINA       —  (P/si) Não posso deixar a desejar! Esse projeto tem que sair perfeito. É o primeiro que eu faço para a construtora.

Adriana entra com uns papéis.

ADRIANA     —  Pai, eu preciso que senhor assine esses documentos e…

Ao ver Karina, ela para de falar e as duas ficam se encarando. Instantes. Suspense.

CORTA PARA:

CENA 18. APART DE RENATA. SALA. INT. DIA.

Flávia, Bruna e Renata ali sentadas a conversar.

FLÁVIA        —  Nossa, amiga! Imagino o quanto deve ter sido difícil pra vocês saberem disso.

RENATA       —  Pois é, Flávia. E o pior é que eu ainda tinha esperança do Alfredo voltar pra casa.

FLÁVIA        —  É, mas depois dessa… Agora nós sabemos porque ele quis ir morar lá na casa daquela mulher.

BRUNA         —  Claro! Agora tudo se encaixa. Ele foi morar lá porque ainda ama aquela mulher, mãe! O Alfredo foi canalha! Ele nos enganou!

RENATA       —  Filha, seu pai foi ser feliz! E querendo ou não, tudo isso aconteceu por minha culpa!

FLÁVIA        —  Como assim, amiga? Você não tinha como saber que tudo resultaria nisso.

RENATA       —  Eu sei. Mas se eu não tivesse pedido o tal tempo pra ele no nosso casamento, ele não teria sofrido o acidente e não teria encontrado aquelas duas.

BRUNA         —  Bom, isso é verdade, mãe. Mas a Flávia tem razão. Não tinha como a senhora saber que isso aconteceria.

RENATA       —  Mas que aconteceu por minha culpa, aconteceu!

BRUNA         —  Não quero mais ver aquele homem na minha frente! Agora é oficial! Ele mentiu, nos enganou!

RENATA        —Ele é seu pai, Bruna!

BRUNA         —  É, meu e de mais dois que até ontem não sabia que existiam!

CORTA PARA:

CENA 19. DELEGACIA. SALA DE VISITAS. INT. DIA.

Continuação imediata da cena 14. Gael já arremata.

GAEL            —  Por que, Marta? (Grita) Por quê?! Eu quero que você fala aqui, olhando nos meus olhos! Por que você fez isso?

MARTA        —  (Vitimando-se) Filho, olha o que você tá fazendo comigo! Você não percebe a injustiça que você está cometendo ao me acusar desse jeito?

GAEL            —  (Grita) Para! Para com isso! Desce do palco que o show já acabou! A casa já caiu e você ainda não se deu conta? Eu só te fiz uma simples pergunta e agora vendo a sua péssima atuação para menti mais e mais… Eu tô vendo que você é mesmo uma monstra! Você tirou do Miguel e de mim a chance de crescer com a nossa verdadeira família!

MARTA        —  (Firme, mostra a verdadeira face) Mas vocês não foram bem criados? Garoto mimado que só vem reclamar! Eu devia ter deixado vocês na lata do lixo então! Mas não… Criei dando do bom e do melhor! (Grita) Policial, eu quero voltar pra cela!

O policial entra, a algema e a tira da sala de visitas. Gel permanece ali chorando, triste, boquiaberto com a atitude de Marta. Instantes. 

CORTA PARA:

CENA 20. TRÍPLEX DE SOL. COZINHA. INT. DIA.

Maria de F. ali de costas na pia a lavar louça. Glória e Miguel entram.

GLÓRIA        —  Como você e seu irmão quase não vieram aqui durante o dia… Agora eu vou apresentá-lo as empregadas. (Chama) Maria.

MARIA DE F.—  (Vira-se) Pois não, dona Glória!

GLÓRIA        —  Eu quero que você conheça o meu neto, Miguel!

Ela nervosa.

MIGUEL        —  Pera aí. Eu acho que te conheço de algum lugar.

Insert flash: da cena 23 do capítulo 39. Imagem de Maria de F. e Marta no quiosque conversando e Miguel se aproximando.

MIGUEL        —  Eu vi você num quiosque sentada conversando com aquela tal de Marta.

GLÓRIA        —  (Desconfiada) Que história é essa, Maria?

Fecha em Marta nervosa. Instantes. Suspense. Tensão.

CORTA PARA:

FIM DO 53º CAPÍTULO

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