DESTINOS CRUZADOS

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NOVELA DE

UELITON ABREU

ESCRITA POR

Ueliton Abreu

DIREÇÃO DE NÚCLEO

Anderson Silva

CENA. 1. MORRO MANGUEZAL. LAJE. EXTERIOR. DIA 

Pedro e os agentes do Bope chegam até a laje e encontram Lobão e Cesar caídos no chão desacordados. Pedro se aproxima: já agachado, verifica a pulsação de ambos. Os outros agentes analisam todo o ambiente.

Pedro. – Eles ainda estão vivos, pulsação está um pouco fraca. Precisamos de uma ambulância aqui e agora! – ordena aos outros agentes.

Mario. – Ok. Já estou fazendo isso! – com o celular em mãos, já discando o número do Samu.

Pedro. – O que será que houve aqui, hein! – intrigado.

Leonardo. – Aqui, essa arma fora encontrada ali no chão. – Mostra a arma dentro de um saco. – Deduzo eu, que seja do Lobão, pois há nela seu nome. Foi um acerto de contas, sem dúvidas. Meu faro não me engana. Eles se confrontaram aqui. Daí o Lobo deve ter atirado contra ele. Mas isso os peritos dirão.

Pedro. – É. Bom. Nosso trabalho aqui já deu. Conseguimos! – feliz por ter tido sucesso em sua operação.

Ambulância chega ao local e os corpos de Cesar e Lobão são levados para o hospital. Peritos chegam ao local e buscam pistas do que possa ter ocorrido ali tempos atrás. Alguns bandidos que foram rendidos pelo (Bope) são levados presos em um rabecão. Hugo sem ser visto por ninguém consegue sair do morro. Já em outro ponto do morro, em um beco, Caio dá de cara com Alan que vem caminhando ao lado de Carlos. Caio surpreso e tenso ao vê-lo.

Alan. – Você aqui? – observando-o sério.

Caio engole seco, está nervoso.

Carlos. – Quem é ele, Alan? – questiona.

Alan. – Meu cunhado. Vem cá, você pode ir, Carlos. Eu preciso tirá-lo daqui. Encontramo-nos na delegacia, talvez. Consegues ir sozinho?

Carlos. – Tudo bem! – segue caminhando.

Alan. – Não precisas dizer-me nada. Vem. Vou tirar-te daqui. Vem!

Caio nada diz, permanece em silencio, apenas o acompanha. Alan o deixa na entrada do morro, onde ele pega um táxi e vai embora dali.

CENA 2. MORRO. ENTRADA. EXTERIOR. DIA 

Pedro, Leonardo e outros agentes voltam para a entrada do morro… Alan os avista segue até eles…

Alan. – Conseguimos? – questiona ansioso por uma resposta positiva.

Pedro. – Sim, meu amigo. Conseguimos tomar o manguezal. – O abraça forte.

Leonardo se incomoda com o abraço. Já os interrompe.

Leonardo. – Hum-hum. – Pigarreia. – É, conseguimos. Agora temos que voltar pra delegacia. Nada de abraços! – bem próximo aos dois.

Alan e Pedro se afastam um do outro.

Pedro. – To começando a achar que esse cara é a fim de ti, mano. Eu, hein. Ciumeira da porra! – murmurando para Alan. – Enfim. Voltemos pra delegacia.

Leonardo. – Que foi isso em sua mão, Carlos? – ao notar seu ferimento.

Carlos. – Eu fui atingido por uma flechada! Não sei de onde veio…

Alan. – Estávamos juntos, também não consegui ver de onde veio o disparo. Havia aqui um arqueiro profissional.

Leonardo. – O importante é que estão bem. Carlos, você está liberado. Pode ir cuidar de seu ferimento em um hospital. Vamos, todos, pra delegacia.

Eles adentram suas viaturas e vão embora. Samuel do barraco de Lobão liga para o irmão, e sua chamada vai para caixa-postal. Cansado de esperar, ele vai embora dali. Os peritos terminam seus trabalhos ali na laje e em seguida seguem para o laboratório.

CENA 3. HOSPITAL. INTERIOR. DIA 

Já no hospital, Lobão e Cesar, são submetidos a uma cirurgia às pressas. Lobão é operado e os médicos conseguem retirar todas as quatro balas alojadas em seu peito que, por sorte, não chegaram a atingir nenhum órgão, mas por pouco mesmo, poucos centímetros a mais, e sua morte seria fatal. Durante a operação ele teve várias paradas cardiorrespiratórias, que por muita sorte, os médicos conseguiram controlar. A cirurgia é um sucesso e ele é encaminhado para o CTI. (Centro de terapia Intensiva.) Onde permanece em coma e recebendo os cuidados médicos necessitados. Já Cesar, infelizmente não suportou a cirurgia, tendo diversas paradas cardíacas, que de imediato o levou a óbito. Médicos a todo o momento tentaram reanimá-lo, porém sem sucesso. Bipes do monitor cardíaco vai lentamente parando… Batimentos de Cesar zerado… Ele já está morto. Raul se afasta ver as horas no relógio que está posto numa parede.

Dr. Raul. – Hora do óbito: 16h20min. – anuncia.

CENA 4. HOSPITAL. CTI. INTERIOR. DIA 

Em outro lado do hospital, na mesma hora do óbito de Cesar, especificamente no CTI: Um jovem rapaz de aproximadamente 23 anos de idade, que está em coma há dois anos, desperta. Em um suspiro forte, abre seus olhos rapidamente. Aparentemente confuso. Olha para os lados, estranha o local. Uma enfermeira adentra o local.

Enfermeira. – Meu Deus! Você acordou. Isso, isso é um milagre! – surpresa. – Você… Consegues falar? Tu consegues falar?

Diego. – Murmurando. – Eu estou um pouco confuso… – tosse. – Eu… Estava sonhando, não sei, era muito real. Eu… Um cara atirou em mim… – se exaltando.

Enfermeira. – Calma. Tu não podes exaltar-se, e nem falar muito. Tu acabaste de despertar de um coma. Que pra nós foi um imenso milagre… – rir. – Meu Deus… Descanse. Logo mais eu venho aqui com o Dr. Raul. Ele precisa examinar-te e vê, porque seu contar-lhe, ele não irá acreditar. Com licença! – sai dali quase que correndo.

Diego continua ali, confuso, fecha seus olhos e em sua mente veem flashes de alguém que atira contra ele duas vezes. Ele não consegue ver de quem se trata, pois as imagens estão todas embaralhadas. Dr. Raul liga para a delegacia e informa sobre os estados de Lobão e a morte de Cesar.

CENA 5. DELEGACIA. INTERIOR. DIA 

Mario. – Ok, doutor. Obrigado. – Encerra a ligação.

O elevador abre-se e um policial-perito vem até a mesa de Mario, que o atende e o leva até a sala de reuniões.

PP. – Olá. Boa tarde. Gostaria de falar com o Sr. Delegado. David. Ele encontra-se? – parado a frente de Mario.

Mario. – Sim. Queres acompanhar-me, por favor!

PP. – Claro.

CENA 6. DELEGACIA. SALA DO DELEGADO. INTERIOR. DIA 

Mario adentra a sala, onde se encontram: Pedro, Leonardo, Alan, Carlos e um agente do Bope. Estão sentados a uma mesa redonda, conversam entre si. Mario os interrompe e anuncia a chegada do perito.

Mario. – Com licença. Aqui está o perito! Queira entrar, por favor. – Abre espaço para que ele adentre a sala. – Com licença.

Pedro. – Não precisa sair. Fique, Mario. Boa tarde. Como se chama? – ao perito.

Rael. – Chamo-me Rael. Boa tarde a todos. Tragos os resultados da perícia feita lá no morro onde os corpos foram encontrados.

Leonardo. – Ótimo. Queira sentar-se, por gentileza.

Rael. – Claro. Com licença. – Puxando uma cadeira e sentando-se.

Mario. – É… desculpa interromper, mas ligaram do hospital. Cesar não resistiu à cirurgia e veio a óbito, já o Lobo, está em coma induzido no CTI. Foi o que me fora repassado. – Anuncia.

Alan. – Obrigado. Mario. Bom. E os resultados, Raul? – o olhando.

Pedro. – É Rael… – rir contidamente.

Alan. – Desculpa. Rael.

Leonardo. – Por favor?

Rael. – Bom. Analisamos tudo. As balas que estavam no corpo do Cesar, este que veio a óbito, foram deflagradas da arma do outro bandido, Lobo. Dois disparos foram efetuados. Deduzimos, mas chegamos a quase certeza, é de que ambos tiveram um confronto ali, um… Acerto de contas. Ou seja, esse Lobo deve ter descoberto algo desse comparsa e ceifou sua vida…

Pedro. – Suas suspeitas estavam certas, delegado. – Olhando para Leonardo.

Leonardo. – São anos e anos de polícia, agente. Já vi de tudo nessa vida…

Carlos. – Tudo aqui é muito… Hilário.

Alan. – A questão que nos surge agora é: quem então que atiraste no lobão? Vocês conseguiram achar algo sobre isso? IPLs. Sei lá, um cabelo, algum vestígio desse terceiro elemento?

Rael. – Infelizmente. Nada. Essa pessoa veio, matou e saiu dali muito rápido. Nada de IPL, nenhuma pista, só se sabe é que as balas são de um calibre 38. E que a arma pertence ao Cesar…

Carlos. – Então, essa pessoa usou a arma do Cesar, e não deixou nenhuma digital? – o olhando.

Rael. – Nenhuma! A arma fora encontrada em um beco, caído no chão, com certeza essa pessoa a soltou e fugiu… Devia estar de luvas. É uma boa hipótese pra não termos encontrado nenhuma digital na arma.

Pedro. – Quem será que atirou? Certeza, que não foi um de nós, policiais. Será que não foi nenhum dos comparsas deles? É possível, já que ele com certeza devia ser invejado ali.

Alan. – É o que precisamos descobrir. Irmão.

Leonardo. – Bom. Muito obrigado pelos seus serviços, Raul. – já de pé.

Alan. /Pedro. – (juntos.) Rael!

Leonardo. – Perdão. Rael. – Estende sua mão.

Rael o cumprimenta com um aperto de mãos.

Rael. – Nada. Já estou quase ame acostumar com isso, enfim. Boa tarde a todos. Tchau.

Mario. – Levo-te a porta! – caminha até a porta e a abre.

Rael sai da sala e a porta é fechada.

Leonardo. – Aproveitando o momento. Quero voz informar algo. Sobre minha pessoa! – em alto tom.

Pedro. – Sim, pode falar, delegado.

Mario. – É. Fica à vontade.

Leonardo. – Meu nome não é David, como devem pensar, eu sou Leonardo. Sim, aquele no qual foi “assassinado” a facadas pelo assassino misterioso. Pois é, não morri. Fingi-me de morto, claro, pra me salvar, se eu não tivesse feito isso, ele voltaria e terminaria o serviço! Foi bom todo esse tempo me fingindo de morto, pois descobri muitas coisas a respeito desse cara.

Todos ficam surpresos e chocados com a revelação.

Mario. – Uou!- surpreso. – Então foi por isso que quando o viste, sentir-se que já o conhecera de algum lado? – a Alan.

Alan. – Exatamente. Assim, como vocês, eu descobri há pouco tempo.

Pedro. – Mano. Eu confesso que to surpreso. Total. Mas, assim, tu disseste, melhor, afirmaste que esse assassino que é um homem? Por quê? Por que tem tanta certeza? – questiona intrigado e curioso.

Alan. – Porque ele sabe de quem se trata. Amigo.

Leonardo. – Sei, sim. E é um homem. Todos nós o conhecemos. Todos. Inclusive, você Alan.

Mario. – Então, deixa de suspense, boy. Quem é o cara? – ansioso por uma resposta.

Leonardo. – Por enquanto não posso falar. Ainda estou a investigar. E eu voz peço, a todos, sigilo. Sejam discretos e não comentem com ninguém. – serio.

Pedro. – Tudo bem! Seu segredo está guardado conosco. Fica tranqüilo, delegado. – toca em seu ombro.

Leonardo. – Obrigado. Podem ir. Estão dispensados.

Todos saem dali…

Alan se despede de Leonardo, com um beijo, e segue para seu apartamento. Já de noite. Ele adentra o local, tira toda sua farda, vai para o banheiro e toma uma ducha, demorada. Água cai sobre seu corpo. Esfrega-se com uma bucha… Ensaboa-se e em seguida sai do Box. Pega uma toalha, enxuga-se. Põe-na em volto de sua cintura. Já de volta ao quarto, pega um short qualquer e veste. Vê seu celular no criado mudo. O pega e liga para uma pizzaria.

CENA 7. MANSÃO. QUARTO. INTERIOR. DIA 

Já na mansão Caio se mostra inquieto e apreensivo. Ele caminha de um lado para outro dentro quarto. Seus cabelos estão molhados. Está apenas de shorts. É nítido em seu semblante seu nervosismo. E é perceptível seu olhar de medo. Bruno tenta acalmá-lo, porém sem hesito. O pede explicação e não obtém resposta alguma.

Bruno. – Meu lindo. Ei! O que há com você? Hum? Fala-me! – segura forte em seu roto.

Caio. – Me solta! Sai. Eu… Eu tenho que me entregar… – chora.

Bruno. – Como assim, se entregar pra quem? – sem entender o que ele está querendo dizer. – Fala! – preocupado.

Caio só chora…

Bruno. – Já sei quem pode ajudar-me. Alan. Atende, irmão. Atende! – já com seu celular ao pé do ouvido.

Alan de imediato o atende…

Alan. – Fala, irmão. – ao atendê-lo.

Bruno. – Cara, larga tudo o que você tiver fazendo e vem pra cá, por favor. O caio, ele não está bem. – nervoso e aflito.

Alan. – Tá. Tudo bem. Eu estou a ir pra ir. Acalma-se. Fica calmo. – desliga.

Ele rapidamente põe uma roupa, pega suas chaves e carteira, e corre rumo à mansão. Chega ao local, se desce de seu carro vai à porta e toca a campainha. Bruno o recebe.

Bruno. – Ele está ali, no quarto. Vem. Borá lá. – fecha a porta.

Alan. – Faz o seguinte: vai à cozinha pega um copo com água e açúcar, e leva lá, que eu vou ter com ele. Pode ser?

Bruno. – Tudo bem. Vai lá.

Alan vai até o quarto de Caio. Adentra e bate à porta com força. Caio se assusta ao vê-lo.

Alan. – Para de chilique! Chega! Estás a deixar o Bruno preocupado. Eu sei o que você fez… – o olhando.

Caio. – Sabe? – indaga limpando suas lágrimas e fungando.

Alan. – Você que atirou contra o Lobo! Teve seus motivos, claro. Porque senão, não teria cometido tal ato insano. Não é? Suspeitei quando te vi lá no morro! – sério e ao sentar-se numa poltrona.

Caio. – Fui eu sim, há muito tempo eu queria ter feito isso com aquele… Filho da puta! Ele mandou seus capangas me darem uma sova, e se não bastasse, ainda teve a pachorra de destruir todo meu apart. E me ameaçar. – lembrando-se dos episódios em que fora vítima dos ataques do traficante.

Alan. – Sinto dizer-lhe, mas ele não morreu! O Cesar morreu, ele não. Está em coma. Não devias ter feito isso, garoto. Esqueceu-se que está sob investigação a respeito da morte da Alicia? – questiona.

Caio. – Não. Eu não esqueci. O que eu devo fazer?

Alan. – Nada! Vai esquecer tudo isso. Enquanto ao bruno, inventa algo pra esse seu ataque de medo. Ninguém precisas de saber que cometeras tal loucura! É simples.

Bruno adentra o quarto com um copo em mãos…

Alan. – Beba essa água. Vai-te fazer bem, Caio. Água com açúcar.

Bruno. – Aqui! – o entrega.

Caio pega o copo e toma a água…

Alan. – Está tudo bem, irmão. – já de pé. – Não é Caio?

Caio. – Sim, só foi um ataque de medo, mas… Passou. Eu estou bem!

Bruno. – Que bom. Assustaste-me. Sabias? Mas que bom, que estejas bem agora. É. Obrigado por ter vindo. Alan. Mesmo.

Alan. – Que isso. Imagina. Bom. Fica bem tá, Caio? E não esquece o que te disse aqui. Boa noite. – vai embora.

Caio. – Bruno. Eu preciso-te contar algo. Senta aqui. Vem.

Bruno. – Ok. Pode falar. O que houve?

Caio. – Eu menti pra ti, quando disse que ias à faculdade. Eu não fui. Fui até o morro, manguezal. E lá, começou haver uma troca de tiros entre policiais e bandidos. Eu corri, corri muito e consegui me esconder em uma viela qualquer… Os tiros foram diminuindo, aos poucos, daí eu fui andando, andando e parei em uma laje, onde eu vi quando o Lobão atirou em seu comparsa. Eu peguei uma arma do chão, creio que poderia ser do cara que fora assassinado. E… Eu atirei… Quatro vezes contra o peito do Lobo. Eu atentei contra a vida daquele miserável. – confessa.

Bruno. – Que loucura! Por quê? Por que fizeste isso? Meu amor, você ainda está respondendo na justiça por participação no crime da Alicia! – já de pé nervoso.

Caio. – Eu sei! Acontece que eu queria me vingar daquele calhorda. Ele já me fez muito mal. Sorte é que ele não morreu. Uma pena. Está em coma. Já o outro, seu comparsa, esse morreu. Lembras das vezes que tu me salvaras de possíveis acidentes? Pois é, tudo encomendado por ele. A vez que eu quase fui atropelado na rua e tu me puxas-te, e o cara do shopping que tentou empurrar-me escada a baixo e por ultimo o atropelamento que me deixou paraplégico. Só queria vingar-me. Fazê-lo sentir o quão ruim é ser alvo de alguém. – serio e frio.

Bruno. – Justiça com as próprias mãos. Isso é errado! Agora eu entendo porque estavas querendo se entregar há minutos atrás. E você não vai fazer isso. Já está enrolado com a justiça, não pode se enrolar mais ainda. Ele não morreu, foi um ato impensado de sua parte. Ele, com certeza, vai sair dessa. Fica tranqüilo. E ó, por favor, nunca mais cometa tal loucura! Ok? Nunca mais! – o abraça forte.

Caio. – Nunca mais! Amo-te!

CENA 8. APART PEDRO. COZINHA. INTERIOR. NOITE 

Pedro informa a Samuel sobre o estado de Lobão… Ambos conversam à mesa enquanto jantam…

Samuel. – Coitado. Tomara que ele saia dessa, né? E que bom que vocês conseguiram tomar o morro. Parabéns!

Pedro. – Obrigado! Agora, é só instalar lá, na favela, uma unidade de polícia pacificadora. (UPP). A ideia desse projeto é começar a construir a credibilidade da polícia junto à comunidade e vice-versa. Isso é importante porque sem o apoio da população local, os traficantes vão eventualmente voltar a atuar naquela favela.

Samuel. – Isso é bom. Vai dá tudo certo. Eu tenho certeza.

Pedro. – Vai, se deus quiser. Vai.

Samuel. – Ele há de querer, meu bem. Enfim. Chega de tráfico, chega de mortes, chega de maldades… Tudo que eu quero e almejo pra esse Brasil é paz.

Pedro. – Isso é o que todos queremos. E deixa eu te contar outra coisa: sabe o David, delegado?

Samuel. – sim. O que tem ele?

Pedro. – Ele não é de fato o David, mas, sim, o Leonardo, aquele que supostamente fora assassinado pelo matador misterioso. Ele conseguiu sobreviver e fingiu-se de morto esse tempo todo! O bom é que ele investigou, ainda está investigando, e meio que sabe a identidade dessa coisa ruim!

Samuel. – Que maravilha! – animado. – Mas quem é ele? Quem é o assassino?

Pedro. – Ainda não sabemos, pois ele está juntando todas as provas de que necessita pra por esse canalha atrás das grades. Eu te peço para não comentar isso com ninguém, pois é sigilosa essa investigação. Que esse assunto morra aqui entre nós, ta?

Samuel. – Claro. Fica sossegado.

Pedro. – Bom. Acabei aqui. Vou escovar os dentes e deitar, ta? Espero-te lá no quarto! Amo-te! – vai até ele e o dá um selinho.

Samuel. – Vai. Vou só arrumar aqui e sigo, também. Amo-te. Lindo!

Pedro vai rumo ao quarto e Samuel tira toda a mesa e põe pratos e talheres na pia.

CENA 9. HOSPITAL. CTI. INTERIOR. NOITE 

Raul vai ao CTI examinar Diego, e assim como a enfermeira se surpreende ao vê-lo acordado. Faz algumas averiguações e constata que está tudo ótimo com o mesmo.

Raul. – É. De fato, isso aqui foi um milagre! – surpreso.

Enfermeira. – Dos grandes, doutor. Eu fiquei em choque quando entrei aqui e o vi. Acordado… – o olhando.

Raul. – Aparentemente está tudo bem com ele. Pressão normal. – após averiguação com o medidor de pressão. – inspire e expire, rapaz. – ordena. – Respiração também normal… – ouve com o estetoscópio. – Está tudo ok. Só que eu quero um hemograma completo. Enfermeira.

Enfermeira. – Sim, doutor, pra já. Vou só buscar os materiais para a coleta de sangue. Com licença. – sai dali.

Raul. – Então, rapaz. É… Lembras de tudo que aconteceu com você? Sabes teu nome?

Diego. – Diego. Esse é meu nome. Eu não sei o que houve comigo. O que sei é que quando fecho meus olhos eu vejo imagens, flashes…

Raul. – Que flashes seriam esses?

Diego. – Um cara… Atira em mim duas vezes, no peito. E eu sinto ardência aqui no peito toda vez que vem os sons dos disparos em minha mente. Eu não sei quem ele é, seu rosto está embaçado, o que dificulta sua identificação. E também vejo um bebê, um menininho, lindo. – sorri. – e também vejo duas pessoas transando… Ao sol próximos a um carro… É tudo confuso, minha cabeça dói. – sente dor por tentar forçar de mais sua mente.

Raul. – Tudo bem. Não force. Eu vou aplicar-te um analgésico. Certo? Vai aliviar as dores e também irei pedir uma tomografia…

Enfermeira. – Olá. Aqui estão os materiais para a coleta de sangue.

Raul. – Faça isso em outro momento. Ele precisa ser medicado agora está com dor de cabeça. Aplica uma dosagem de 50 MG de Ibuprofeno.

Enfermeira. – Sim.

Ela faz o que Raul pediu. aplica uma dosagem de ibuprofeno em Diego.

CENA 10. HOSPITAL. SALA DR RAUL. INT. NOITE 

Raul em sua sala. Está intrigado com o caso do Diego… A enfermeira adentra sua sala… Senta-se de perna cruzado em uma cadeira de frente a sua mesa.

Raul. – Eu estou preocupado com esse rapaz, Diego. Ele parou aqui após um acidente de carro há dois anos. Você ainda não residia aqui nesse hospital, quando ele deu entrada, mas eu sim. E agora, ele diz que tem flashes de alguém atirando contra ele. O que explica tudo isso? – intrigado.

Enfermeira. – É. Eu soube, porque li em seu prontuário… Também achei estranho ele falar desses flashes. Não tem coerência nisso tudo. Acho que isso é, sei lá, sobrenatural.

Raul. – Capaz! Essas coisas não existem! Mas eu vou descobrir o que se passa com este gajo. Ah. Vou! Faz toda a coleta de sangue e envie o mais rápido possível para o laboratório de analisa e também, faça de imediato sua tomografia. Por favor. Obrigado!

Enfermeira. – Pode deixar. Com licença. Doutor. Boa noite.

Raul. – Toda. Boa noite.

CENA 11. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. DIA

CENA 12 APART PEDRO. INTERIOR. DIA 

Samuel levanta super cedo. Em silencio, pois não quer acordar Pedro, que dorme ao seu lado, mas mesmo sem querer; acaba o acordando.

Pedro. – Vais aonde? – sonolento.

Samuel. – Não quis te acordar. Sorry! Eu vou ao hospital, saber notícia do Lobo, afinal de contas ele é meu irmão. Fica aí, durma mais ainda é cedo. – com sua mão ao rosto dele, o acariciando.

Pedro. – Ok. Amo-te. – o beija e volta a dormir.

Samuel logo se levanta, escova seus dentes, toma um banho rápido. Enxuga-se com sua toalha. Pega uma cueca, veste-a. Em seguida: veste uma roupa qualquer, um short Jens, que fica bem em seu corpo, e uma camiseta. E sai.

CENA 13. APTO HUGO. INTERIOR. DIA 

Hugo com pressa põe alguns mantimentos, como água, biscoitos, sucos em caixinha, numa mochila. Ele está próximo a mesa de jantar. Vê as horas em seu celular. Apressa-se. Toma o ultimo gole de seu suco. E assim que se vira pra sair à campainha toca. Ele segue em passos lentos até a porta, verifica de quem se trata através do olho mágico. Trata-se da arrumadeira. Ele respira aliviado e destranca a porta.

Arrumadeira. – Bom dia. Senhor. Vim...

Hugo. – À vontade! Eu estou de saída. Após o termino, bata a porta. Obrigado. Tchau. Bom dia. – Pega sua mochila e sai.

Arrumadeira. – Ok!

CENA 14. CASÉBRE. INTERIOR. DIA 

Hugo adentra o cativeiro de Nathalia.

Hugo. – É lastimável seu estado. Mas, eu não tive alternativa, você não me deu escolha, flor. Sempre esteve ali, empatando minha aproximação do meu Samuel. Agora está aí, pagando o preço de ter me desafiado. Trouxe comida. – joga a mochila sobre a mesa.

Nathi. – O que tu fez com meu irmão? Fala! – aflita e preocupada.

Hugo. – Nada. Ainda. Ontem quase consegui, mas um policial de merda me impediu, mas ele vai morrer... Ninguém vai me impedir de conquistar o que eu quero. Ninguém! O Samuel é meu. Só meu!

Nathi. – Cara. Tu és um doente! – com os olhos lacrimejados.

Hugo. – E desde quando amar alguém é doença?

Nathi. – Eu estou falando da sua possessividade. Isso não é amor. Querer alguém a todo custo, sem a vontade dela, é obsessão. É paranoia. Chega! Me solta. Cara. Vai viver tua vida. Esquece a gente! – esbraveja seu desconforto.

Hugo. – Nunca! Jamais esquecerei o Samuel. Ele é o cara com quem eu vou me casar e ter um monte de filhinhos. Ele é meu. Por bem ou por mal vai ser meu, nem que eu tenha que varrer geral desse mundo. Fomos feitos uma para o outro. Aceita. Vagabunda! – a estapeia.

Ela chora e esfrega seu rosto...

Hugo. – Come aí. Calada. Antes que eu mude de ideia. Vai! – grita.

Ele a observa. Sério.

CENA 15. GERAIS. EXTERIOR. DIA. NOITE 

Alguns dias depois...

CENA 16. HOSPITAL. SALA DR RAUL. INT. DIA 

Raul analisa todos os exames de Diego e nada de anormal é detectado. Diego é transferido para uma sala onde permanecerá em observação. Enquanto ao estado de Lobo, está em bastante evolução, está respondendo bem ao tratamento extensivo. Ainda está em coma. Seu quadro é estável. Há esperanças de que ele possa a vir despertar logo, logo.

CENA 18. DELEGACIA. INTERIOR. DIA 

Alan está em sua mesa na delegacia, até que seu telemovel passa a tocar no ecrã do celular surge um número até então desconhecido por ele. Ele fica na dúvida se atende ou não. Hesita várias vezes. Decidido, ele pega o aparelho e logo o atende. Como está muito barulhento ali, no salão, ele corre para o banheiro. Ele adentra o local e fecha a porta já falando ao telemovel:

Alan. – Estou! Quem fala?

AM. – Atenção! Presta bastante atenção! Se quiseres saber quem sou, vais ter que vir ao meu encontro hoje à noite. – Sua voz é modificada por um aparelho deformador de voz.

Alan. – Fala teu nome! É você, não é? O assassino...

AM. – Se quiseres ter a certeza. Vais ter que me encontrar hoje à noite. A meia noite e meia pra ser exato. Frente ao hospital Bittencourt. Vá sozinho. Creio que saibas onde fica este local. Sabe. Adeus. Até a noite, Alan! – desliga.

Pedro bate à porta e adentra o local, encontra Alan tenso, preocupado. Vai até ele e certifica-se do que possa estar havendo com ele.

Pedro. – Tá... tudo bem?

Alan. – Ele... Ele me ligou. O assassino... – o abraça forte.

Pedro. – Ei. Calma. Está tudo bem, cara. O que ele queria?

Alan. – Quer me encontrar hoje de noite em frente ao hospital Bittencourt. Ele quer se revelar pra mim. Disse que era pra eu ir sozinho. Eu vou! – com medo, mas decidido.

Pedro. – Não, não vai. Esse monstro vai querer matar-te. Não! Cancela essa possibilidade, brother. – Discorda de sua decisão.

Alan. – A gente vai. Todos. Essa é a chance de pegarmos. É isso. Vamos montar um cerco para assim podermos capturá-lo.

Pedro. – OK. A gente vai ficar de prontidão. Até disfarçado de civis. Hoje nós pegamos esse crápula.

Os dois saem dali conversando, comunicam Leonardo que montam tudo...

CENA 19. RUA DO HOSPITAL. EXTERIOR. NOITE

Revelação do assassino misterioso.

O relógio marca meia noite e meia em ponto... E ali está Alan próximo ao hospital. A rua está desértica, sem movimentação, é possível sentir apenas o soar dos ventos que ali se instauraram. Alan está nervoso, ansioso, suas mãos suam muito. Ele está com um ponto eletrônico no ouvido e um microfone dentro de sua blusa. Recebe orientações de Leonardo. Alguns policiais estão à espreita, escondidos atrás de latões de lixo e muros. Alguns estão dentro do hospital disfarçado, à paisana. Pedro e Leonardo dentro de uma van.

Leonardo. – Fica calmo. Nós estamos aqui. Se ele tentar algo, nós atacamos! – avisa por um radio.

Alan respira fundo, toca em sua arma, que está em suas calças atrás... Ele ouve passos que ecoam no local, passos rápidos e contínuos, vindos por trás, ele logo se vira para a pessoa que vem em sua direção. A tal pessoa para a mais ou menos um metro de distância. Ele vê apenas sua bota e calça preta que estão ao claro da luz de um porte, a outra parte está em escuro. Alan engole seco. Seu coração bate forte, como se estivesse para pular de sua boca. Tensão toma conta de todo o local. O assassino se pronuncia.

AM. – Não precisas ter medo! Eu sinto o acelerar do seu coração daqui...

Alan. – Eu vim como tu pediste! Agora se mostra. Quem és tu?

AM. – Calma. Eu... Acabei de chegar. Pra quê a pressa se o futuro é a morte?!-rir. – Fico satisfeito de que tenhas vindo sem ninguém. Gostei. És corajoso. Espero realmente que não tenha nenhum policial por aqui.

Alan. – Vamos parar com a enrolação! Vim aqui por um único e exclusivo objetivo. Saber quem tu és. Diz-me.

AM. – OK. Tens razão. Eu trouxe-te até aqui porque...

Leonardo. – Atenção! Hora de se aproximar. Bora. Bora. - Ordena em seu radio.

Os policiais saem de seus esconderijos já com suas armas em punhos. Correm. Todos cercam o assassino misterioso, que fica na mira de todos os PMS. Ele olha de um lado e pro outro, em seguida pra Alan. Debocha.

AM. – Perdi. Você, hein? Enganou-me direitinho. – ri. – Já entendi. Eu perdi! Aqui minha arma. – Joga ao chão e ergue suas mãos pra cima.

Leonardo. – Está preso desgraçado. Agora. Vamos descobrir quem és tu...

AM. – Deixa que eu me apresento, Leonardo. Alan? – o chama. – Vem aqui. Sabe por que eu escolhi esse local de encontro? Porque foi o último local onde nos encontramos. Aquele dia fático que você estava de saída do hospital... E tomei um tiro pra te defender. Lembrou? – tira sua máscara, é nada mais nada menos que:

Alan. – Eric!

Eric. – O próprio. Vivo mais que nunca!

Carlos. – Irmão... Eu achei que estivesse... Morto. – Em choque ao vê-lo. – Eu quase até matei o Alan, por isso...

Leonardo. – Que história é essa?

Alan. – Foi durante a invasão ao morro. Carlos estava enraivecido, pois achava que eu era culpado pela morte do irmão só que...

Eric. – Ele levou uma flechada. Fui eu. Eu presenciei tudo. Você sempre soube que eu gostava de atirar em arco-flecha, Carlos. Muito me admira não teres suspeitado. Mas enfim, eu evitei um assassinato. Agradeçam-me. – sorrir em deboche.

Leonardo. ___ Seu canalha! Vamos. Algemem-no. Levem-no para a delegacia. Iremos recolher seu depoimento lá, não aqui nessa rua. Bora. Pessoal.

Eric é algemado e levado até uma viatura onde é posto no porta malas e em seguida levado para a delegacia...

CENA 20. DELEGACIA. SALETA. INTERIOR. NOITE 

Eles chegam ao local... Eric é levado por dois agentes para a sala de interrogatório. Ele fica lá sozinho, sentado em uma cadeira frente a uma mesa de madeira. Pedro, Alan, Mario, Leonardo e Carlos o observam por uma janela de vidro, que permite sua visualização.

Pedro. ___ Era ele, delegado. Seu suspeito? – questiona.

Leonardo. ___ Sim. Já estava quase chegando nele... Comecei a desconfiar na noite em que ele me atacou... Seus olhos; os achei muito familiares. Daí comecei uma investigação própria. Descobri que ele não estava morto, pois nem enterro teve... Ele forjou tudo! Tudo nos mínimos detalhes.

Alan. ___ Eu estou em choque até agora! Nunca pensei sequer cogitar essa possibilidade: O Eric vivo e sendo o assassino! Senhor.

Mario. ___ O bom é que conseguimos capturá-lo. Agora, é só interrogá-lo e o fazer contar como arquitetou tudo isso sozinho...

Carlos. ___ Cara... Eu... Nem sei o que dizer. Meu irmão, um assassino? – descrente do que descobrira há pouco.

Pedro. ___ Sinto muito, cara. Sei que deve ser difícil, mas ele tem que pagar, justiça tem de ser feita. Ele não pode passar impune por todos esses crimes hediondos que ele cometera. – toca em seu ombro.

Leonardo. ___ é isso aí. Vamos lá, temos que interrogá-lo. Mario, você vem com a gente, traga o computador e digite tudo que ele disser nesta sala. Pedro e eu o interrogaremos. Carlos, eu acho melhor você ficar de fora, é seu irmão...

Carlos. ___ Tá tudo bem, delegado. Aqui eu sou apenas uma agente policial. Independente de ele ser meu irmão, ele tem que arcar com as consequências de seus atos. Aqui o que prevalecerá será o lado profissional, não o pessoal. Foi duro descobrir isso, mas é meu trabalho, e tenho que cumpri-lo. Vamos.

Pedro. ___ Isso aí. Isso mesmo. Cara. É... Vão na frente, pois eu tenho que dá um telefonema por agora, já os alcanço. – com o telemovel em mãos. Ok?

Leonardo. ___ Certo. Vamos.

Mario e Carlos o acompanham. Pedro liga para Samuel e fala da prisão de Eric, como o assassino misterioso. Samuel fica feliz, pois terá a justiça sendo feita pela morte da sua mãe. Pedro encerra a ligação rapidamente e entra na sala de interrogatórios.

Leonardo. ___ Pode começar a falar, rapaz. Conta todo este teu plano maquiavélico. De começo, quero que nos conte como forjou sua própria morte. Já que naquele dia eu e o Alan, vimos-te lá, morto.

Eric. ___ Ok, delegado. – o encarando. – De fato naquele dia, eu estive ali pra salvar o Alan, realmente o cara que atirou estava ali pra isso, matá-lo. O antigo delegado, Parede, ele quem encomendou sua morte ao Lobão. Eu o ouvi conversando ao telefone com o mesmo. Fui tentar avisar-te, mas tu não deixaste. E acabei sendo almejado com aquele disparo... Acertou-me, mas não chegou a ir fundo a bala... Foi aí, que resolvi forjar minha morte... Dei entrada no hospital, eles retiraram a bala de mim, passei longos dias lá, sai. Recuperei-me e jurei voltar pra fazer matança. – serio e sem arrependimento em sua fala.

Alan. ___ E todas aquelas frases que tu me disseste antes de morrer. Eram falsas? Hein? Fala! – o encarando.

Eric. ___ Não, né. Óbvio que não! Tudo o que eu disse antes de "morrer", foi tudo real. Eu gostava de ti, mesmo. Aqueles eram os reais sentimentos que eu nutria por si, meu lindo. Aliás, nutria não, ainda os sinto aqui ó, no meu coração. – pondo sua mão direita sobre o peito esquerdo, com olhar de desejo e obsessão.

Leonardo. ___ Hum! Como mataste todas aquelas pessoas? Rosa, Átila, os pais da Alicia...

Eric. ___ Ué, matando. Como vocês mesmo virão. A facadas, com arsênico, alguns com armas, que foi o seu caso Alan, quando o delegado se jogou a sua frente... Lembra?

Alan. ___ Se me amas como realmente dizes, achas, pensas. Sei lá. Por que atentou contra mim?

Eric. ___ Eu não ia matar-te! Nunca. Eu amo-te. Será que não entende. Só atirei porque vi e tinha a certeza de que ele, por amor, iria atirar-se a sua frente. Linda cena, mas eu não gostei. – faz cara de mal. – Odiei. Como fizeste isso comigo. Trair-me com esse fanfarrão.

Leonardo. ___ Atenha-se a falar apenas dos assassinatos, por favor.

Eric. ___ Tá. Vamos lá. 1ª foi a Rosa, né, tadinha tão frágil... – ri. – Eu destranquei a porta com um grampo, sem barulho, entrei sorrateiramente, eu sou um gênio. – se vangloria. – A velha estava na cozinha lavando algumas louças... Creio que ela deva ter ouvido quando eu derrubei um porta-retrato no chão e veio até a sala. Eu me escondi. Ela baixou, pegou o porta retrato. Foi aí que eu agi, peguei meu objeto de trabalho e a esfaqueia... E ela caiu ali nos meus braços morta e aquela poça de sangue, linda, que se formara... - sorri ao lembrar. – Matei! Estava sempre de luva nas mãos, botas com um material próprio pra impedir minha identificação. Por isso que nenhuma IPL minha fora encontrada. Nenhuma. – rir. – Sai de lá, sem ninguém notar minha presença. Fui embora.

Pedro. ___ Por quê? Por que fizeste isso com ela, seu animal? O que ela te fez? Fala. Infeliz. – grita com ódio.

Eric. ___ Vai me bater? – o encarando. - Eu estou colaborando, não estou? Para de gritar! – serio. - Eu estou calmo. Não tenho pressa, estou sem compromisso pra hoje. Continuemos. É... Porque eu queria atingir o Samuel, porque ele entrou no caminho da minha parceira...

Leonardo. ___ Espera aí. Que parceira? Não era só tu?

Todos surpresos.

Eric. ___ Não delegado. Eu não agi sozinho não. Agora vamos pro 2º assassinato. Átila Castelo. Morte por envenenamento. Certo? Arsênico um veneno muito poderoso. Não o conhecia a minha parceira apresentou-me e usou-o para matá-lo. Ela que agiu dessa vez. Conseguiu acesso a mansão. Foi à cozinha batizou um suco, com o dito tal. E ficou lá esperando meu alarme. Minha missão era vigiar todos os passos do magnata. Foi pro um barzinho, encheu a cara chegou "bebum" pendendo de um lado pro outro. Entrou na mansão. Foi aí que a avisei por mensagem. Pelo que ela me disse ele foi à cozinha, com certeza beber uma água, mas acabou vendo o suco no balcão, e bebendo-o posteriormente. Vindo a óbito em seguida. Ela deu uma boa dosagem de arsênico. Coitado! Foi-se que Deus o tenha. – sorri.

Pedro. ___ E aquele bilhete. As iniciais. O que significavam?

Eric. ___ O bilhete... Hum! – sorri. – L= Lídia. C= Cesar. L= Lobão. H= Hugo e por fim: S= Safira. Iniciais dos suspeitos que queríamos que vocês suspeitassem. Uma espécie de despistagem. Ela que resolveu inventar isso. Andou vendo muita serie de suspense. Eu odiava... Afe.

Leonardo. ___ Nada mais que vier de ti me surpreenderá, cara. Continua.

Eric. ___ Sim. 3º assassinato. O seu. Melhor, né, sua falsa morte. Como conseguiste viver, hein? Furei-te três vezes, mano. É um aliem, é isto? Um ET. – rir. – OK. Parei. – ao notar a seriedade de Leonardo. – te fiz vir a meu encontro, chutei-te por trás e o fiz derrubar sua arma em seguida fui pra cima e furei-te. Três vezes. Com gosto. Afinal, tínhamos um telespectador ali... Não era Alan? Atrás de uma árvore, assustado, digamos... Em pânico.

Os flashes daquela noite fatídica veem a mente de Alan.

Leonardo. ___ E foi nessa noite que eu olhei fundo nos teus olhos e certifiquei-me que te conhecias de algum lado. Desgraçado. Pro teu azar conseguir sobreviver. Chupa essa manga!

Alan. ___ Aquela noite foi horrível... – ao lembrar.

Pedro. ___ Devo imaginar, meu amigo. O pingente. Deixaste cair um pingente, que, inclusive, pertencia a Alicia. Foste tu que a mataste? Fala. Desgraça.

Eric. ___ Calma. Eu, hein. Vai ter um infarto desse jeito. Cuidado. Ta. Deixei, sim, cair o pingente. De propósito. É da Alicia, sim.

Pedro. ___ Ela está viva não está? Eu sei que está.

Alan. ___ Fala.

Mario. ___ Abre a boca.

Eric. ___ Ela está viva? Ué, ela morreu. Tu a viste, morta. Cara. Impossível. Aquela noite estávamos lá pra isso: matá-la. Tudo bem que era um assalto, mas forjado, pra encobrir o assassinato. – revela.

Pedro. ___ Tu estavas lá naquela noite? – surpreso.

Eric. ___ Sim, estavas. Eu que peguei teu celular e puxei o pingente dela. Lembras? – rir. – Eu me lembro das vossas caras de espanto e medo...

Flashback.

(...) Um dos bandidos se aproxima de Pedro e Alicia que estão parados sem dizer nada.

Eric. Passa o celular, playboy! (Serio, olhando para Pedro.) Bora porra! (Grita.)

Pedro pega o celular de seu bolso e o entrega.

ERIC. _Bom garoto! E a moça, hum? Esse pingente? Deve valer uma grana, né. Quero. (Puxa do pescoço dela.)

Bandido1. _Pegaram tudo?

Eric. Sim. Chefia. Tudo. (...)

Fim de flashback.

Pedro___ Me diz agora! – o segura pela argola de sua blusa. - Quem atirou contra ela. Foste tu? – enraivecido.

Alan e Leonardo o seguram forte...

Alan. ___ Amigo. Solta ele. Não faças isso. – segura seu braço.

Eric. ___ OK. OK. Me solta. Eu falo. Cara. Eu falo... – tosse.

Pedro. ___ Fala... - ao solta-lo. 

Eric olha aleatoriamente para Mario, Leonardo, Alan e por fim para Pedro.

Eric. – Foi o---

É atingido  no peito com disparo...

Final do capítulo 


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