CENA 01: MANSÃO DA FAMÍLIA AMORIM, INTERIOR, NOITE.

Marina está no topo da escada e vê João, que sorri para a mãe e caminha em direção à porta. Marina fica tensa e desce alguns degraus rapidamente.

MARINA – Não vá embora, meu filho! Espere!

Marina continua a descer, até que torce o pé e rola escadaria abaixo, ficando desmaiada e ferida ao tocar o chão. Minutos depois, Jorge cansa de esperá-la no carro e volta à mansão, ficando pasmo ao ver a esposa desmaiada. Ele a pega no colo e põe sentada no sofá, gritando por ajuda. Logo, Olga vem da cozinha, chocada.

OLGA – Meu Deus, o que foi que aconteceu, Seu Jorge?

JORGE – Não sei, eu encontrei a Marina desacordada no fim da escada, acho que ela rolou.

Olga fica pasma e Jorge tenta acordar Marina, falando com ela e balançando sua cabeça. Aos poucos, ela começa a reagir, ainda tonta e com dores.

MARINA – Onde eu estou?

JORGE – Em casa, meu amor. O que aconteceu aqui?

Marina lembra-se devagar do que aconteceu e tenta levantar-se do sofá, com dores.

MARINA – Eu quero o João! Cadê o João!

JORGE – Acalme-se! Você tá machucada, precisa repousar. E que história é essa de João, meu amor? Já fazem 5 anos que ele partiu.

MARINA – Eu o vi! Quando eu fui descer as escadas, eu vi o nosso filho, Jorge! Ele sorriu pra mim. O João está aqui, cadê ele, Olga?

OLGA – Virgem Maria, o espírito do João apareceu pra senhora?

MARINA – Não era espírito, era ele de carne e osso!

JORGE – Marina, o que você teve foi uma visão, você pensou que viu o João. O nosso filho está morto, não há como remediar isso, já faz tanto tempo.

MARINA – Mas eu vi, Jorge! Eu vi!

Jorge olha para Olga, que vai para a cozinha. Ele abraça Marina, que chora no ombro do marido.

JORGE – Isso nunca tinha acontecido antes… Já fazem 5 anos que o João faleceu, porque justo hoje ele foi aparecer?

MARINA – Parecia tão real, Jorge… Eu senti como se meu filho estivesse voltando de uma viagem, é inexplicável.

Jorge se afasta de Marina e limpa suas lágrimas. Após, ele a beija e Olga traz uma água com açúcar para acalmar a patroa.

CENA 02: MANSÃO DA FAMÍLIA TRAJANO, INTERIOR, MANHÃ.

Heloisa e Ricardo estão tomando café da manhã, animados. Inês, a governanta, serve um café forte para o patrão e um suco de maracujá para a patroa.

RICARDO – Preciso estar bem disposto, hoje tem uma reunião com os acionistas da empresa.

HELOISA – Você passou praticamente a madrugada inteira acordado ao lado da Pietra. Tem certeza que você quer ir a essa reunião?

RICARDO – Eu não tenho escolha, é meu trabalho. E cuidar da Pietra é meu papel, sou o pai dela. Aliás, como ela está agora, Inês?

INÊS – Tá melhorzinha, mas ainda muito abatida. A febre foi bem forte nessa noite, mas pelo menos ela conseguiu pegar no sono agora.

HELOISA – Até quando a gente vai ter que ver nossa filha agonizando desse jeito, meu Deus? É sofrimento demais pra uma mãe só!

RICARDO – Mudando de assunto… Eu acho que não voltarei essa noite, devo dormir em Araucária mesmo.

HELOISA – Tudo bem, é o seu trabalho. Seria melhor se você trabalhasse em Curitiba mesmo, mas como indústria petroquímica só tem no munícipio de Araucária aqui no estado do Paraná, então eu aguento a distância.

RICARDO – Tantos anos casada comigo, já aprendeu a aguentar né?

Heloisa sorri e Ricardo levanta da cadeira, dá um beijo na esposa e sai para o trabalho.

INÊS – Não vai comer mais nada, Dona Heloisa?

HELOISA – Estou sem fome, Inês. Pode guardar tudo.

INÊS – Mas a senhora comeu tão pouco, depois dessa madrugada exaustiva, deveria comer mais.

HELOISA – Acho melhor eu ir dormir, estou muito cansada. Se a Pietra acordar ou passar mal, me chame.

Inês compreende e Heloisa vai para seu quarto, muito cansada.

CENA 03: CASA DE PAULA E ERNESTO, INTERIOR, MANHÃ.

Paula está com sua amiga, Vera, e com sua filha, Vanessa, conversando na sala.

PAULA – O quê? A Antonia te expulsou da pensão?

VANESSA – Foi! Entrou no quarto do Gean como se fosse à sala da pensão, me mandou ir embora porque ele estava devendo o aluguel.

VERA – Ah, mas a Antonia é assim mesmo, adora invadir a privacidade dos outros. Quando se trata sobre pagamento do aluguel, aí sim ela não hesita em entrar onde o hóspede estiver, até no banheiro!

PAULA – Isso é coisa de gentinha baixa! Eu não gostei dessa abusada ter te expulsado da pensão, quem ela pensa que é? Mas uma coisa eu tenho que concordar: a Antonia te livrou de ir pra cama com o traste do Gean!

VANESSA – Ai mãe, não fala assim do coitado…

PAULA – Coitado? De coitado, o Gean não tem nada! É um folgado e feio!

VERA – Ai amiga, folgado até pode ser, mas feio não… O rapaz é um gato!

PAULA – Não faz o meu tipo! E não deveria fazer o teu tipo também, Vanessa! Eu já falei mil vezes pra você não se envolver com esse vagabundo, eu não quero te ver com ele outra vez, Vanessa! Estamos entendidas?

VANESSA – Deixa que minha vida cuido eu!

Vanessa sai de casa, com seu vestido curto e justo. Vera se espanta com a resposta, assim como Paula.

PAULA – Viu só a rebeldia dessa garota? Influência do Gean!

VERA – Deixa a Vanessa, ela é jovem, tá se divertindo… Nós já tivemos a idade dela, sabemos como é isso.

PAULA – Sei e é por isso mesmo que eu não quero pra Vanessa um marido que não possa dar um futuro descente pra ela. De pobre, já basta eu e o Ernesto!

Vera ri. Logo, Ernesto entra em casa, risonho, e se aproxima de Paula.

ERNESTO – Oi, meu bombonzinho de caramelo!

PAULA – Sai pra lá, Ernesto! Onde estava cedo do dia? No bar?

ERNESTO – Você sabe que meu café da manhã é uma cervejinha bem gelada e que meu divertimento é um bom jogo de sinuca!

VERA – Bom, eu vou deixá-los sozinhos. Até mais, Paula!

Vera pega sua bolsa laranja e sai da casa. Ernesto senta no colo de Paula e o casal dá vários selinhos em meio a pequenos resmungos.

CENA 04: CASA DA FAMÍLIA MORAES, INTERIOR, TARDE.

Davi está abrindo os presentes que ganhou de aniversário no dia anterior. A sala está cheia de pacotes e deixa o menino animado. Luiza e Miguel estão na sala com o filho e divertem-se com a animação dele.

DAVI – Olha só o carrinho maneiro que eu ganhei!

MIGUEL – É lindo, filho. Vai pra sua coleção, não tem igual a esse.

Davi concorda e segue abrindo os presentes. Luiza segura nas mãos de Miguel e o leva até o canto da sala.

LUIZA – Eu não estou gostando de sentir esses calos na sua mão, meu amor. Você tem trabalhado demais como pedreiro!

MIGUEL – É o meu trabalho, fazer o quê?

LUIZA – Procure outro! Eu não tenho nada contra você ser pedreiro, é um trabalho digno como qualquer outro, mas você tem se cansado demais…

MIGUEL – São as horas extras que eu faço pra ajudar nas despesas do mês. O Davi tá crescendo e os gastos aumentam, é normal. Não quero privar meu filho de nada.

LUIZA – Eu também não, mas não quero que você complique sua saúde também. Que tal você ir naquela entrevista com o tal de Ricardo Trajano, ele anunciou no jornal que tá precisando de um motorista.

MIGUEL – Tá bom, meu amor, eu vou sim. No fundo, eu acho que vai ser melhor. Além de o salário ser mais alto, é um trabalho menos cansativo.

Luiza concorda e dá um beijo apaixonado em Miguel. Davi para de abrir os presentes e olha o beijo dos pais, com um sorriso inocente.

CENA 05: REFINARIA PRESIDENTE GETÚLIO VARGAS (REPAR), EXTERIOR, TARDE.

Em Araucária, Ricardo caminha pela refinaria na qual trabalha como petroquímico. A imensidão da indústria, que pertence a Petrobrás, se coloca imponente no município vizinho a Curitiba. Após conversar com alguns funcionários, checar alguns problemas e realizar algumas operações no comando das máquinas, Ricardo vai até sua sala e se prepara para a reunião com os acionistas.

CENA 06: PENSÃO TITITI, INTERIOR, TARDE.

Vera está sentada no sofá, lixando as unhas e com os pés em cima da mesinha de centro. Antonia entra na sala e vê, aproximando-se.

ANTONIA – Tira esses sapatos imundos da mesinha, quer sujá-la?

VERA – Ai Antonia, do jeito que você fala parece que eu caminho num chiqueiro.

ANTONIA – Sem enrolação, me dá logo o dinheiro do aluguel.

VERA – Já? Mas hoje é o primeiro dia de pagamento…

ANTONIA – Justamente, eu tô esperando o pagamento. Anda, Vera, eu tenho muita coisa pra fazer ainda hoje! (ela estende a mão). – O aluguel?

Vera suspira, abre a bolsa e entrega a Antonia o pagamento do aluguel de seu quarto. Antonia ri e vai para a cozinha contando o dinheiro. Logo, Gean desce as escadas da pensão e chega à sala, de banho tomado e todo perfumado. Porém, ele esquece sua corrente. Ele deixa a carteira no sofá e sobe para o quarto. Vera vê a carteira e se sente tentada. Ao notar que está sozinha na sala, ela pega a carteira de Gean e abre, vendo que tem algumas notas de 10 e 20 reais. Sem hesitar, ela pega duas notas de 10 reais e põem enrolado entre seus seios, fecha a carteira e coloca de volta no sofá. Logo, Gean desce as escadas e pega sua carteira, colocando no bolso da calça.

VERA – Vai pra farra, Gean?

GEAN – Hoje tem balada, não posso perder!

Vera ri e Gean sai da pensão, sem notar o roubo na carteira. Antonia entra na sala.

ANTONIA – Eu ouvi a voz do Gean, cadê ele?

VERA – Foi pra balada.

ANTONIA – Esse garoto não tem jeito mesmo! E o aluguel que é bom, nada né! Deixa, amanhã de manhã ele não escapa! Ou paga ou vai dormir embaixo da ponte!

Antonia volta pra cozinha e Vera tira as notas de dinheiro do seio, rindo.

CENA 07: MANSÃO DA FAMÍLIA TRAJANO, EXTERIOR, TARDE.

Heloisa está caminhando pelo jardim de sua mansão, tomando um ar puro para conseguir melhorar de ânimo. É quando ela vê um homem entrando no portão da mansão e caminha em sua direção. Era Miguel, que cumprimenta Heloisa com um aperto de mão.

HELOISA – Em que posso ajudá-lo?

MIGUEL – Meu nome é Miguel Amaral, eu vi no jornal que Ricardo Trajano está à procura de um motorista. Eu gostaria de falar com ele, fiquei interessando no trabalho.

HELOISA – Ah sim, pode falar comigo mesmo, eu sou a esposa dele! Prazer, Heloisa Trajano. E então, Miguel, você tem experiência como motorista?

MIGUEL – Bom, eu trabalho desde meus 18 anos como pedreiro, então é só essa experiência que eu tive. Mas há uns dois anos eu consegui tirar a carteira de motorista e comprar um carro, nunca levei uma multa, sou cuidadoso e responsável no trânsito.

HELOISA – Entendo… Acho que é interessante fazer uma experiência: você trabalha por uma semana, se eu e meu marido aprovarmos, você será contratado. Caso não contratarmos, nós pagamos o salário equivalente aos dias que você trabalhou.

MIGUEL – Ótimo, eu aceito! Muito obrigado!

Miguel cumprimenta Heloisa novamente e vai embora, impressionando com o tamanho da mansão e com a oportunidade de trabalho.

CENA 08: MANSÃO DA FAMÍLIA AMORIM, INTERIOR, NOITE.

Marina, com um curativo na testa e no braço, está vendo o álbum de família. Emocionada, ela acaricia as fotos de João como se estivesse tocando em seu rosto de verdade. Logo, Olga entra na sala e entrega uma xícara de café para a patroa.

OLGA – Lembranças bonitas esse álbum traz, não é, Dona Marina?

MARINA – Muitas! Fazia tempo que eu não abria esse álbum, mas ver o João hoje mexeu comigo. Foi tão real… se você visse, Olga, aí sim você entenderia!

OLGA – O João era muito apegado à senhora, por isso apareceu pra você. Acho que isso quer dizer um sinal.

MARINA – Sinal? Como assim?

OLGA – Os espíritas dizem que quando ocorrem essas aparições, é porque eles querem se comunicar com o nosso plano, querem dizer algo.

MARINA – Ai, que besteira, Olga!

OLGA – Pra mim, fé não é besteira, mas se a senhora acha, então eu só tenho a lamentar! Uma aparição bonita que o teu filho fez e você nega a existência de Deus!

MARINA – Olga, para de paranoia? O que aconteceu foi que eu tive uma ilusão de ótica, só isso.

OLGA – Está bem, senhora! Vamos ver as fotos de quando o João tinha 5 aninhos? Era uma fofura!

Marina sorri e folha o álbum até encontrar as fotos da época em que João tinha 5 anos de idade. Ela e a governanta admiram as fotos, relembrando momentos marcantes.

CENA 09: CASA DA FAMÍLIA MORAES, INTERIOR, NOITE.

Davi está jogando vídeo game com Miguel. É um jogo de lutas marciais, na qual o menino vence todas as disputas com o pai.

MIGUEL – Ah, você é fera no jogo, assim não dá pra competir!

DAVI – Eu serei o Liu Kang da vida real!

Miguel ri e pega Davi no colo, fazendo muitas cócegas. Luiza entra na sala e vê cena, indo até eles e fazendo cócegas em Davi também, que ri sem parar. Após, eles param e o menino dá um beijo no rosto de ambos.

DAVI – Vocês são os melhores pais do mundo! Eu amo muito, muito, muito, muito vocês dois!

Luiza e Miguel sorriem e Cecília entra na sala.

CECÍLIA – E a vovó, você também não ama muito, muito, muito, muito?

DAVI) – Claro que sim!

Davi corre até ela e a abraça.

LUIZA – Filho, a mamãe foi na escola hoje fazer a sua matrícula. Daqui algumas semanas começam as suas aulas.

DAVI – Escola é bom?

MIGUEL – É ótima! Você vai aprender coisas novas e conhecer muitos amigos.

LUIZA – E a escola é pertinho de casa, nem precisa pegar condução, dá pra ir a pé.

DAVI – Então, tá bom! Quero começar logo a escola!

CECÍLIA – Bom, vamos jantar? O Davi tem que comer muito arroz e feijão pra ficar forte e ir à escola!

DAVI – E pra ser o novo Liu Kang também!

CECÍLIA – Que isso?

DAVI – É um lutador do Mortal Kombat. A senhora tá por fora!

Davi vai pra mesa de jantar, causando risos em Luiza, Miguel e Cecília, que sentam a mesa.

CENA 10: BOATE, INTERIOR, NOITE.

Sob o som eletrônico, a boate está lotada de jovens. Gean está lá, dançando com uma lata de cerveja na mão e beijando várias garotas. Vanessa também está na festa e observa Gean de longe, atraída e com raiva. Ele já a viu, mas fingiu que não viu. Ambos dançam, porém distantes. Vanessa beija um rapaz e Gean vê, ficando com raiva, mas controla-se e beija outra garota. E assim eles ficam, longe um do outro e querendo ficar perto, mas não se aproximam por orgulho.

CENA 11: RUA, EXTERIOR, NOITE.

Vanessa caminha para casa após sair da boate, com seu vestido curto de brilho. De repente, Gean corre atrás dela e grita para esperá-lo.

VANESSA – Que foi, Gean? Eu tô cansada para chateações…

GEAN – Espera, garota! Vamos conversar…

VANESSA – Conversar o quê? A gente não tem nada pra conversar…

GEAN – Tem sim! Eu vi o jeito que você me olhava lá na boate… Tava com ciúmes né?

VANESSA – Eu? Imagina! Eu nunca teria ciúmes de você, um pé-rapado.

GEAN – Pé-rapado que você é gamada… Porque a gente não aproveita essa rua deserta e termina o que a Antonia interrompeu ontem?

Vanessa não diz nada, mas sorri levemente. Gean a agarra no meio da rua e eles se beijam intensamente. Logo, eles correm até um pequeno beco escuro e deserto, se acariciam ousadamente e transam ali mesmo, superando o orgulho.

CENA 12: MANSÃO DA FAMÍLIA TRAJANO, INTERIOR, MANHÃ.

Miguel chegou cedo para seu primeiro dia de trabalho. Inês entregou a ele seu uniforme. Após vesti-lo, Miguel retorna à cozinha.

INÊS – Ficou ótimo! Você tem o mesmo número do antigo motorista.

MIGUEL – Sem querer ser intrometido, o que houve com ele? Foi demitido?

INÊS – Não, ele adoeceu. Já tinha 80 anos, começou a sofrer do Mal de Parkinson e não pode mais dirigir. Enfim, espero que você goste do trabalho e peça a mim o que for preciso, sou a governanta.

MIGUEL – Muito obrigado, Dona Inês, a senhora é muito simpática. Vou até a garagem lavar o carro, percebi que está empoeirado.

Inês compreende e Miguel vai para a sala na intenção de sair pela porta da frente da mansão. Quando ele está se aproximando a porta, ele ouve passos de alguém descer as escadarias da mansão. Miguel olha para trás e vê uma criança com um vestido cor-de-rosa, com pouco cabelo e com um ursinho de pelúcia nas mãos.

PIETRA – Oi, meu nome é Pietra. Você é novo aqui?

Miguel observa Pietra, muito chocado e sem compreender a aparência estranha da menina, que logo percebe a reação negativa dele.

 

 

 

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